FERNANDO CASTRO
PUT IN UNDER THE GRASS
Sabiamente em seu fingimento político eslavo, o ditador da Rússia ameaça os EUA afirmando ter alcançado a tecnologia bélica necessária para driblar qualquer sistema de defesa anti mísseis americano, com seu novo Oreshnik, uma arma já testada na Ucrânia, e dita superior a qualquer outra equivalente. O que Putin não sabe é que nós não acreditamos nele. Quem tem não mostra. Cão que ladra não morde. O que ele não sabe, é o que os EUA têm sobre a manga, em ultra secreto, para não somente devastar a Rússia, agora novamente imperialista, mais imperial do que nunca, mas terminar com a pronunciada e providencial paz da OTAN sobre guarda ao pé de suas fronteiras. O inimigo do ocidente está apenas mais uma vez ostentando um blefe para forçar a mitigação e a crucial ação norte americana como europeia na guerra contra Ucrânia, que tem delongado seus objetivos, aprimorando cada vez mais o exército ucraniano, e não somente prometendo uma objetiva defesa, mas uma ofensiva possibilidade de vitória. Ele diz isso no meio de um período onde a suposta paz está sendo negociada apenas para impor mais força e conseguir maiores benefícios, se é que a guerra traz ainda algum beneficio, num mundo que aprendeu que deve-se aprimorar o construído, e não destruir o que já foi erguido. Não apenas por estarmos vivendo numa comunidade semi global, mas por estarmos sofrendo consequências em comum, na devastação contínua do planeta. Semi, pois a guerra que um dia foi fria, nunca deixou de esquentar, e porquanto a Rússia se deformava e se reformava após a Perestroika de Gorbachev, a KGB se infiltrava cada vez mais nos degraus do poder, subindo até o topo, elegendo fraudulosamente um representante que ostenta uma democracia falsa e podre por todo, apenas para estabelecer um viés de comércio, uma rota comercial com os países do ocidente, por ter sucumbido ao capitalismo e ser de vital importância para seu mercado e crescimento do PIB essa diplomática relação que nunca deixou de transparecer a falsidade e má intenção de um governo ainda tirânico, que não desistiu de conquistar o domínio hegemônico sobre a Europa, para assim impor ao mundo seus valores de despotismo, castrando as liberdades individuais, as vanguardas de todo tipo de seguimento, e a trilógica bandeira ocidental que sustenta os valores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, impondo uma censura não somente a imprensa, mas aos costumes e valores pessoais dos cidadãos que devem ser apenas argila para muros de ossos humanos, que devem se manter alinhados a alienação universal, para que a oligarquia russa alcance ainda mais poder e ilimitada capacidade de aquisição de fortunas inimagináveis para governar assim, o mundo, como se fossemos todos uma sub raça, e materiais descartáveis, inclusive elegendo a própria população como estrume de gado, quando a mantem cativa e cega diante do despautério e acinte que é a manutenção desse governo absolutista e escravocrata, para não dizer, preconceituoso, homofóbico e extremamente machista, belicoso, e perigoso, uma vez que não existe em sua filosofia de base, a noção de igualdade do outro, e seu reconhecimento como ser humano, e sim, como um instrumento para se manter a estabelecida ordem, que é comandada por um grupo seleto de psicopatas infames, que fazem do mundo um quintal cheio de merda. Putin declara se belicamente superior aos EUA pois com a volta do presidente Trump, não quer parecer um capacho americano, e sim fazer com que Trump pareça um capacho russo, pelo menos aos olhos do seu povo, que sobrevive sobre o controle de uma mídia adestrada pelo governo cuja propaganda é sempre sobre o poderio superior e justiceiro que trazem ao povo, que foi subjugado pelos americanos, alimentando um ódio e uma rixa na população para assim manter sua base mínima de apoio, pois aqui não contamos os votos falsificados. A pacifista atitude da OTAN juntamente com a impropriedade de uma guerra fria calorosa, não admitida claramente, oficialmente pelas autoridades competentes, junto a cautela americana para decidir definitivamente terminar uma guerra que já forneceu lucro o suficiente para indústria bélica pelos próximos dez anos de suposta paz, quando entendemos paz ser um estado aparente de ausência de conflitos quando a industrial produção de armas e seus poderosos donos não estão com as contas no vermelho, investindo em evoluções tecnológicas que quando alcançadas, podem novamente suspender esse período pacífico, e voltar a terminologia mais assertiva para o que ainda vivemos no mundo, uma belicosidade camuflada, uma paz bélica, uma tática de guerrilha invisível, e uma constante construção de pequenos conflitos para desaguar bilhões de dólares em armamentos que uma vez produzidos, não podem ficar estocados até perderem o prazo de validade, e devem acima de tudo serem utilizados, enquanto pelo outro lado, se houvesse uma mudança radical na ótica da situação, as competidoras internacionais e o mercado bélico estaria no mínimo se unindo e colaborando com Elon Musk com projetos mais vitais, essenciais, e produtivos, como a exploração do espaço e o aperfeiçoamento de nossa unidade global para atingirmos não somente Marte, mas as respostas e o meio para se conectar com outra inteligência possivelmente existente em algum lugar do universo. Parece romântico demais? Hollywoodiando demais? Mas não, é apenas um novo salto, quando dispensamos a possibilidade de confrontos mundiais, para nos precavermos da surpresa de um ataque alienígena, ou para não viajar na lava eslava, na supressão dos bens e recursos naturais do nosso próprio planeta, como bem, o investimento bilionário em áreas de pobreza, onde ainda merecem serem transformadas e erguidas ao brilhantismo da civilização moderna, ao invés de continuarem sendo exploradas, como ocorre em grande parte do hemisfério sul, principalmente na África, elevando o status das nações de terceiro, quarto e quinto mundo para países dignos de participarem da dança comercial do mundo, gerando mais riqueza, mais empregos, mais autonomia e dignidade individual. Acontece que a indústria bélica, não apenas financia campanhas ao longo de ditaduras e democracias ao longo do mundo, mas impõem a teia que tece o conflito inexistente, obrigando os governos a criarem desculpas esfarrapadas para digladiarem entre si, normalmente entre o poderoso, e o mais fraco, o opressor e o oprimido, quando não se entra numa guerra quando acredita que se pode perder, ou que o adversário é minimamente equivalente em poderio de destruição, pois o intuito é conquistar não apenas novos territórios, mas gerar a roda da indústria de armas no mundo. Agora, muito me espanta, Trump se deixar ser aparentemente conduzido por Putin, que o ameaça publicamente, o rebaixando a um presidente submisso ao poderio russo, que precisa da misericórdia russa, simbolizada pela face de Wladmir Putin, para conseguir governar seu país em paz, ao invés de demonstrar minimamente uma dose de respeito, diante de um presidente que não tem fama de ser covarde, muito menos de se amedrontar diante de ameaças supérfluas e super estimadas, potencialmente falsas, com fins panfletários, políticos e num tom que desmerece a maior potência do mundo, que conta não somente com ela mesma, mas com o apoio de todas as outras humanas potências, como Alemanha, França e Inglaterra, por exemplo. A Ucrânia não deveria ter mais que pedir par ser parte da UE, mas sim aceitar que ela será, pois já é! O que não podemos aceitar é a continuação de uma humilhação internacional, onde Putin sozinho, alinhado com outros dois malucos apenas, o chines e o norte coreano, outros dois inimigos da paz real e dos valores ocidentais, vença e se imponha uma guerra que já deveria ter muito sido interrompida ou cessada a força, ou vencida pelos ucranianos junto a tropas da OTAN, que está cada vez mais dificultosa em manter uma neutralidade parcial, e se omitir em ativamente ingressar no conflito para estancar a humilhante posição que nós, ocidentais fomos rebaixados pelo imperador da nova União Chino-Soviética, que não teme de ir aos jornais e dizer que pode a qualquer momento destruir uma cidade americana, incluindo no texto, qualquer capital europeia, já que seu super novo Sputnik from the Russian, se revela o pavão da passarela, enquanto as águias americanas se mantém silenciosas, observando se será e quando usar o poder absoluto e superior que detém sobre as vestes do silêncio. Digo ainda mais, o presidente americano não deveria sequer respeito dever a um inimigo que indiretamente esclareceu o mundo que foi responsável por sua eleição, quando em seu último mandato, sfez-se saber do escândalo dos hackers russos manipulando a legítima eleição. Como fica Trump nessa escalada de perigos? O fato do tirano não confiar em sequer no piloto do próprio avião, e não se atrever a se meter em solo americano, para visitar a Casa Branca, mostra algum problema oval em seus delírios paranoicos, psicóticos, megalomaníacos, pois obrigar o homem mais poderoso do mundo, para usar antigos jargões, que ainda funcionam, e não deixam de serem tocados pelo sublime afago da realidade, a se submeter a visita obrigatória e compulsória, quase o obrigando a se locomover para o outro lado do planeta, o que já por si só é uma subliminar explícita humilhação, é de todo indecoroso. Se Putin tem algum problema com os americanos, que vá até eles e se resolva, ao invés de ameaçar seus cidadãos, impondo medo e delírio na população norte americana e mundial. Alguém tem que parar esse monstro. A Rússia não pode mais continuar seu processo de expansão, e deve ser recolocada em seu devido lugar, nas bordas de suas antigas fronteiras, não esquecendo que tudo começou no mesmo silêncio que um dia a Europa fez diante da invasão da Áustria, se repetindo no silêncio que o mundo fez diante da Criméia, que merece um plebiscito atual para saber se quer continuar sobre domínio russo, ou se a opressão é maior que os benefícios. A guerra deve ser utilizada estrategicamente não para desovar e gastar armamentos militares, e gerar fortunas, mas sim para estancar sangrias, e impor ordem ao mundo, devolvendo a dignidade perdida das pessoas oprimidas pelo mais forte, a lei do mais forte, que discrimina e passa por cima de todos direitos humanos para, cometendo crimes de guerra, escravizar e impor seu domínio a povos independentes, como se a inter dependência pacífica não fosse uma possível e real realidade, e estrutural base para a continuação desse milênio. Não é a Rússia que determina quem faz parte da União Europeia, e sim a União Europeia que determina quem não faz parte da Rússia. Assim é o jogo, e assim deve-se virar o jogo, pois já se passou tempo demais com esse tal de Putin roubando a cena das capas dos jornais do mundo. Agora é a hora de agir, já que não se deve subestimar o inimigo, em potencial ameaça, e muito menos a ameaça do inimigo, em crucial momento decisivo da guerra, que simboliza muito mais do que apenas uma vitória da Rússia sobre a Ucrânia, e sim dos valores despóticos e ultra conservadores de uma extrema direita que um dia nasceu das raízes de uma extrema esquerda, e que se deformou ao ponto de ressurgir-se como a possibilidade de um Nicolau I, ou de um Alexandre II, de um dos últimos Romanov, já não se satisfazendo com a influência regional para estender seus tentáculos ao ouro do ocidente, seus povo, seus mercados, suas riquezas, sobre o Ocidente.
Que alguém acenda uma vela, que não se apague enquanto a resistência Russa ainda existir, que deve ser imperiosamente auxiliada, quando todos os oponentes do ditador são mortos, num país que ousar se opor ao regime é um atestado de óbito, e que comercializa com o ocidente, como se fosse uma democracia legítima cujos votos representassem a vontade de uma nação, e mesmo que representassem, representariam uma falsa percepção, pois quem ainda apoia Putin, ou é velho demais para esse mundo moderno, ou acredita no jornal nacional que nutre a mente dos mujiques. Basta, deve ser o lema. Basta de ser Putin, ele merece mais que o banimento, ser julgado como os de Nuremberg, pela corte de Haia, pelos seus crimes de guerra, e seus crimes de cunho perpétuo mesmo, aviltando seus cidadãos e opositores, os ofertando a morte, e se mantendo no poder através de um viés que nós ainda temos em comum, não somente a bandeira por hora vermelha, mas as entrelinhas lidas como linhas de um novelo cuja desmanche provou-se ser inexequível até para uma operação gigantesca como a lava-jato, quando retomamos o velho caminho, e reabilitamos esse inimigo invisível em comum, as patas sujas e infectas de um conceito perverso que está escondido por trás, dentro da palavra, CORRUPÇÃO.
Arte Eficaz vs Arte Paliativa
Parte 7
Finalmente, depois da erupção de uma exemplo milagroso, pois não devemos mais desprezar o nome por trás de cada estrela revelada, guardiã de grandes artistas, imateriais e imortais, escritores, escultores, cineastas, pintores, atores, atrizes, roteiristas, dramaturgos, poetas, romancistas, estilistas, designs, carpinteiros, tecelões, músicos, maestros, poetizas, escritoras, dramaturgas, compositores, dançarinos, figurinistas, coreógrafos, cantores e todo esquadrão de vitalidade expressiva, cujo objetivo não é apenas transformar o instante, mas através da transformação de um instante, transformar os instantes, que com o tempo, juntos, transformarão o tempo, mesmo que isso leve uma eternidade, pois apesar de existir a ansiedade hoje fenômeno de nosso sistema de burn outs, o verdadeiro compromissado com a transformação do mundo, seu aperfeiçoamento, bem como do humano que o habita, que habita em nós, desse humano universal, que apesar de possuir muitas faces, sente a mesma dor, e é movido pelo mesmo compasso, pelas batidas de um só coração, como se fosse possível sermos todos diferentemente iguais sendo os mesmos, por termos escolhido a possibilidade da transformação, que refeita a cada átimo de perpetuidade, visto uma obra ser de seu criador a criatura que o sobrevive, sendo esta imortal, pois ultrapassa as paredes de seu tempo, se eficaz, não paliativa, não desprezando a função que uma obra paliativa tem na exata circunscrição de sua era, desprezando-se a eficácia oculta nas entrelinhas do subliminar, que será revelada somente após a evolução do mundo em si, em algo melhor, do avanço ao trilho que nos leva ao finito interminável, como foi um dia um quadro de Van Gogh, cuja eficácia oculta somente pode ser percebida depois da morte do pintor, infelizmente, quando Vincent, seu irmão, e aspirante curador, por trabalhar com arte e tentou vender uma serie de quadros do irmão cuja beleza intraduzível não foi captada pelos olhares dos parisienses ávidos por beleza e sujeição estética, sendo essa expressão o cabimento de uma nova proposta diante de um clássico modelo, cuja grafada e instigante autoria, requisito que propõem a sustentação de um estilo particular, quando o instigante atravessa o olhar por ser incomum, estar além das sombras de uma árvore ao meio dia, ou até mesmo sugerir uma nova ordem alfabética, ou atonal, no caso da epifania que se começou com Beethoven e terminou com Prokofiev, sem terminar, ardendo assim em chamas os sentidos perplexos diante de uma evolução musical que foi se desmanchando diante da sociedade, até beirar a cacofonia e o jazz, diante dos ainda perplexos reacionários apagados e sombrios olhos que não conseguiram enxergar as Mademoiselles d´Avignon, ou a forma da mulher ou a forma deformada de uma prostituta, o que na época era ainda como em Nápoles de Caravaggio, quando prostitutas viravam santas em suas telas, e assim, ambos, quase como Jesus de Nazaré, formaram em torno de si, obras que cumpririam o papel de apóstolos da vanguarda, no caso de Picasso, a triangulação, ou trigonometria da forma, como se fosse possível observar vários ângulos da mesma figura, do mesmo rosto ao mesmo tempo, sugerindo não apenas a mudança de perspectiva, numa nova abrangente perspectiva total, mas também uma ampliação do olhar para facetas múltiplas do mesmo objeto, que recortado e apresentado em retalhos de perfeições estéticas, se encobria de um novo manto, que culminando num cubismo analítico, o olho despreparado não aprenderia a totalidade da forma. Se levarmos em consideração o tamanho da subversão de Picasso, temos claramente uma proposta de renovação peculiar da moral, quando uma imagem pintada reflete não somente os anseios da sociedade, mas se libertando da obrigatoriedade da copia perfeita do visto, da paisagem e do sonhado, e do retrato, ela pode sugerir o pesadelo de uma revolução para uns, e o um sonho de liberdade para outros, ao interferir na maneira como se retrata o espírito de uma época, que de acordo com o efeito imagem, com a plasticidade cor, com o contorno traço, leva uma época a ser atualizada para aqueles que ainda não entenderam que valores mudaram, nova moral está sendo proposta em valor de uma super ética, cujos ajustes se retratam na técnica inovadora, e por isso transgressora da moral vigente, que no meio do século retrasado ainda pendia para um mundo onde não existia o costume de uma câmera fotográfica, recém trazida dos primórdios da mente, para ampliar a visão de um artista que se sentia agora livre para não mais reproduzir exatamente o que via, sendo as vezes aquilo que ele não via que faria diferença em sua proposta pictórica, quando outros movimentos além do cubismo nasceram quase que em conjunto, sendo abordados pela crítica inicialmente escandalizada já com os garranchos impressionistas, obras deturpadas demais, para serem tidas como imortais, ou dignas de algum valor, sendo mais suscetível ao mercado e suas expectativas nada estimuladoras. No caso de Caravaggio, o que se deu foi um primeiro contato com o cúmulo da luz e da sombra, o uso vertiginoso de seu contraste, jamais visto com tanta vitalidade, reforçando o chiaroscuro como conceito, e deformando assim o resquício de uma obra de arte santa e iluminada. A inovação consistia além disso, de utilizar modelos marginais e transformá-los nos patronos da igreja, como se Jesus andasse com os engravatados da sua época, como se Maria Madalena não pudesse ser uma prostituta, como se os Apóstolos não pudessem ser um breu iluminado de simples e transviados pecadores. Tendo vários quadros recusados, não desistiu de insistir em sua técnica, nem em seu elenco, e hoje possui obras estimadas em milhões de dólares, dependuradas e espalhadas pelas igrejas da Itália, principalmente de Nápoles e Roma, onde se concentrou no seu caso a maior parte de seu trabalho, tendo o mesmo gerado polêmicas não consagradas, por serem novas, intraduzíveis, por serem ditas e seladas com o símbolo do pecado, e irresolvíveis, por não poderem serem pintadas novamente, reutilizando a tela, que hoje exempla um dos trabalhos mais nobres e subversivos, porém consagrado pelo alto clero, da história da arte sacra. Ambos pintores em supra análise, causaram uma polêmica generalizada, duas grandes polêmicas da história da arte, a “matemática cubista”, e a “iluminação de Caravaggio”, que acabou por morrer numa briga de facas, ainda nos seus 40 e poucos anos, jovem e ainda por cima, homossexual, o que o tornava ainda mais intrigante, no caso dos olhares de vaga-lumes dos virgens padres e freiras que o deviam analisar como um aprendiz de libras, não enxerga um aprendiz de braile, ou seria o aprendiz de braile que não enxergaria no pintor o ante ecumênico patrono da arte da igreja católica apostólica romana.
Ao elencarmos os requisitos, que foram pinçados do céu do inconsciente, visando obras de arte literárias, sendo o primeiro título da obra Arte Paliativa vs Arte Eficaz na Literatura, por se tratar do autor, eu no caso, de um escritor, e por isso resolvido a elencar os requisitos que visava dentro de livros que me inspiraram a escrever e me fortaleceram como escritor em todos os aspectos possíveis, humanos e espirituais, inclusive, por ultrapassarem a linha que define o comum do instigante, o placebo da revolução, o módico do sublime, e o previsível da surpresa total, que moldaram em mim essa personalidade inquieta que busca de tal forma sempre que possível agregar ao mundo mais valor, o transformando quase que pacificamente, nos cabimentos possíveis que uma ironia bem dita cabe, para ser também auxiliado por quem admiro, e aproximar pessoas para que juntos dentro de um mesmo propósito, consigamos mudar o mundo através da desconstrução crescente da estrutura social, definhando esclarecimentos doutrinários, chegando assim a renovação da moral, renovada hoje em forma e espírito, nessa época de instabilidades e grandes mudanças, junto a grandes conquistas, propondo desta forma um caminho, uma trilha, para propositura de uma super ética, que ainda fica aquém da capacidade desta humilde obra, cuja pretensão é somente esclarecer as similitudes entre obras de arte consagradas que fornecerão pistas para futuros e atuais artistas e de obras de arte paliativas, bem como reivindicar para si ou em si mesmo já encontrar, em sua técnica, requisitos essenciais não para o traçado da tinta na tela, pois essa volúpia cabe somente a algo próximo da divindade universal nos ofertar, mas sim a granulação ou tonalidade da tinta usada para pintar o livro, não sua capa, não sua borda, mas sua epígrafe, suas palavras. Agora começando pela impessoalidade pessoal, digo novamente e insisto ser um requisito normalmente atrelado, combinado com a grafada e instigante autoria, o que podemos sintetizar em experiências pessoais adaptadas através da utilização da bolsa de sentimentos e emoções gravados e impressos na fita da memória, no fundo do inconsciente, no profundo do esqueleto, na ponta da língua, emoções que foram arrancadas de outrem, ou do próprio trem da vida e atiradas em cima de você, com todo peso e carga do mundo, sem o carimbo da qualidade garantida de algum instituto garantidor de semeaduras emocionais absolutamente benéficas e ordenadoras de seminais confusões, sem a certeza de que pode carregar ou se livrar da carga, mas geralmente abrindo um corte profundo em seu tronco emocional, misturando-se com outras volúveis experiências amorfas do desconhecimento humano sobre o que tinge as emoções de negro ou de rosa, misturando as cores dentro de você, para assim, você depois de refeito, desse trauma, ou oscilação, ou vertiginosa turbulência, ou agudo impacto profundo, dessa violência incabível dentro do cofre de sentimentos e emoções que carregamos às vezes mais leve às vezes mais pesado, que por uma centelha geralmente divina do acaso, rechaçando aqui o diabolismo maligno que uma emoção traumática poderia mastigar seu coração ao ponto de neutralizá-lo para o resto de um período as vezes chamado vida, as vezes verão, amores amigos e amores inimigos, paixões flutuantes, paixões crônicas e fundeadas, naufrágios na baia das desilusões, que traz a essa centelha a cor de uma letra, e a força de se formar uma frase, assim dita, impessoal, que trás e atinge pessoalmente a pessoalidade de sua pessoa, reforçando assim três vezes, a impessoalidade pessoal de obras criadas através do acúmulo dessas nevralgias do impossível, quando a emoção transborda pelas telhas da laje, ou chove chorando pelas vidraças, e na tríade formada, três vezes, se alcança a una unidade, não exatamente sugerindo uma trilogia de logicidade, mas uma trilógica apresentação, tríptica aliás, apresentação da escatologia do sentimento que transformado foi impresso pelas ranhuras da criatividade nessas páginas telas, deixando claro o comprometimento do autor com a verdade de cada insinuação contraditória, podendo a partir dai, mentir para se satisfazer como criador de um universo completamente a parte e distinto de si.
O que seria propriamente essa mentira que diz a verdade, nesse requisito inicial de impessoalidade pessoal, senão a maestria com que um autor seu apropria de suas próprias experiencias, na pessoalidade citada, de sua própria verdade, e as conduz através das tintas da imaginação, para outro tempo, outro personagem, outra situação, completamente adversa ou mesmo distinta da sua experiencia inicial, que fica descaracterizada, não propriamente pela “mentira”, mas pela “criatividade”, quando se apropria o mesmo da experiencia vivida para emprestar estofo para a experiência de outrem, transfigurada assim sua ordem, ou até mesmo invertida sua lógica, performando assim a impessoalidade que se trata ou refere o requisito, que posto sobre a égide de uma analise rigoroso compromete o autor sem compromete-lo, pois o mesmo não pode de alguma forma deixar de expor o que viveu, para como já foi dito, trazer não apenas mais veracidade a obra, mas a conquista da confiança do leitor, que de alguma forma, se conecta com a “verdade mentirosa” que um romance não exatamente autobiográfico, ou não claramente autobiográfico, onde as raias da ficção ainda imperam esse suntuoso disfarce não apenas para proteger o autor, mas para expô-lo justamente, ao compromisso maior, que é dizer a verdade mesmo mentindo, quando a máscara da ficção desconstitui a mentira e a subordina a uma ética de pessoalidade estreita dita impessoal, por haver o criador criado uma análoga situação versa ou reversa daquilo que um dia viveu. Esse, por se tratar de um requisito fundamental, será encontrado em praticamente todas obras de arte eficazes, e digo até em obras paliativas, claro, que com muito mais distorção e alongamento da estirpe original que prenha declara a verdade a ambas situações, que numa obra paliativa se esconde atrás de artifícios que distanciam ao máximo as duas apresentações, a verdade íntima do autor, com a verdade exposta do mesmo, camuflando de tal forma, as vezes até inconscientemente aquilo que escreve, pois em nenhum momento tem a intenção, objeto sine qua non para eficácia e legitimidade do mesmo, diante da propositura da situação elencada. O que afirmo aqui é o ato consciente da exposição, literalidade ou transfiguração linear da situação exposta para que a mesma preencha o requisito, que se dará afortunado quando através de um processo consciente o autor falseia através da verdade aquilo para com que o espectador sentirá o peso e o o envolvimento subjetivo autoral, que faz com que ele se identifique total ou parcialmente com o proposto, elencando aqui o elemento da confiança e nutrindo-o com verdade e proximidade, requisito este que trará a aproximação de ambos para uma esfera transcendente a obra, onde as conclusões são formadas e o efeito gerador de mudanças na forma de agir pensar se dão em provimento ao assunto discutido e colocado em pauta, por exemplo, o falecimento do filho do autor, em uma obra que começa com o atropelamento do menino, ou até mesmo o falecimento ou acidente de uma avó, numa obra que começa com a transposição, deslocamento de um caixão cuja matriarca esta confinada pelas paredes do féretro digamos assim, como naquele livro do William Faulkner, Enquanto Agonizo.
A revelação última de uma obra de arte eficaz, pode não somente trazer uma nova motivação para uma vida despejada a sua sujeira cotidiana, ao silêncio amargo e imposto por uma sociedade que cala certamente seus indivíduos para manter uma ordem segregada, onde apartados pelos acúmulos da riqueza vivem de um lado do muro os bem nascidos ou aventurados, que desfrutam dos juros bancários e vivem dessas aplicações, quando do outro lado há no máximo o resgate do fgts, para aplacar um pouco das necessidades que são intrínsecas a todos. A arte complementa a vida, como a vida complementa a arte. A arte paliativa está sempre em voga, pois no fundo não passa de puro entretenimento, para passar o tempo, sendo essa sua principal função, eliminar o tédio do dia a dia ou do fim de semana quando não se trabalha, para com suas inúmeras séries e livros desde de autoajuda a romances onde a mocinha e o mocinho terminam sempre juntos, e o mal é derrotado no final, representado por algum personagem arquétipo da maldade, em um esteriotipo geralmente mal costurado, amarrado em si mesmo, falhando na própria representatividade da maldade em si, que já seria um item cuja concordância se faz acontecer diante da identificação desse personagem no mundo, nos negócios, na padaria, na farmácia, no cotidiano mundano do dia a dia que se segue. A arte paliativa tem apenas o mérito de ter sido criada, e como criação humana merece seu valor, mas o que critico aqui não é o valor desse tipo de arte, mas sim suas consequências, que são inócuas, desesperadamente infantis, e simplistas ao ponto de não levantar questões, e mesmo quando levanta, as levanta de uma forma leve demais para se sentir o peso das ações humanas, intercaladas com as entrelinhas de uma obra eficaz, correspondendo-as, mas de maneira lenta e desproporcional ao cume necessário, o cume da vida, que é onde grandes artistas depõem seu manto de verdades para serem apreciadas pela força de interpretação que faz com que um espectador pare para mudar de direção, sendo ele um apóstolo da nova ordem, quando existe no mundo uma guerra silenciosa por influência e poder, quando a arte serve para demonstrar essa tirania contra a liberdade, e a liberdade sendo ameaçada pela tirania de um despotismo claro e absurdo , que não tolera os anseios de liberdade e as consquistas que foram edificadas muito auxiliadas por arte e filosofia, que juntas cumprem o papel de guardiões do mundo, da razão, para trazer em forma de pressuposto entretenimento, a camada inferior que toca no coração do coração, trazendo uma reflexão que pode trazer um engajamento ou uma mudança de atitude perante o mundo e seus efeitos consumidores de energia, tanto elétrica quanto física, por não percebermos o quanto somos sugados por desnecessários pensamentos intrusos que servem apenas para limitar o pensar e desprover da ação a ousadia, que deve estar implícita em obras de arte eficazes, que ousam se arriscar, e ousam serem mal interpretadas ou ditas póstumas, por elucidarem questões além de seu tempo, que já corroem a atualidade, mas de uma forma subcutânea, no antro do mundo, e não em sua luminosidade. As questões das revoluções que vivemos, dos direitos LGBTQIA+ por exemplo, que começou no final da década de 60 para apenas ganhar um otimismo e um respaldo jurídico 40 ou 50 anos depois, depois de muita ação e muita luta, muitas obras de arte que vão introduzindo o casal homossexual como protagonista de uma maneira ainda tímida porém mais aceita e permanente, mais visível, isso, mais coberta pelos anseios da visibilidade do que antes, isso se tratando da arte no main stream, desde a literatura ao cinema, quando Hollywood sempre deixou, através da régia conduta de bons diretores, o subliminar dessa questão em quase todos filmes que ultrapassam o comodismo de um paliativo, de um entretenimento fugaz, para serem autorais mudanças de pensamento e viés. Sempre haverá num bom filme um momento onde essa questão é levantada, seja através de um símbolo, ou de uma simples mosca, a mosca do Exterminador Do Futuro, que se refere diretamente a Mosca de Kronenberg, quando se falava sem falar da AIDS, uma questão tabboo para filmes de grande bilheteria, que não queriam envolver grandes polêmicas em seus frames, pois o objetivo final era angariar dinheiro, para os estúdios, pagar a conta, e não gerar grandes reflexões, o que levava a inteligência dos diretores construírem cenas que passavam na censura dos estúdios, por isso mínimas, por isso quietas e sussurrantes, por isso quase diluídas na metragem dos fotogramas, nas cenas que eram percebidas apenas por mentes perspicazes e astutas a mensagem que era transmitidas, porém sem nunca tomarem protagonismo um casal homo como a exceção do Brokenback Mountain, que merece ser mencionado aqui por ser o primeiro grande filme de Hollywood que colocou dois protagonistas gays, e apenas não foi premiado com o grande premio maior, pois se tratavam de gays e não de um belo par de heteros, assim como o Carteiro e o Poeta, que era um comunista, Neruda, também não levou a estatueta, bem como Evita, não premiaram a beleza de interpretação da Madonna por se tratar de uma revolucionária mulher de Peron, quando percebemos que a Academia tem esses toques, acreditando a indicação já ser premio o suficiente quando se trata de filmes que não colocam em pauta ídolos ou histórias cujos mestres são capitalistas de fino trato. Eu gostaria de encerrar essa tese, que muito me ocupou no último mês, com o elencar e o entrelaçar dos princípios, como já tenho prometido, que se juntam para atingirem em último caso a super ética, a propositura de uma super ética, ou girarem em torno desse astro, desse sol, sendo esse sol, as obras que propõem essa super ética, que as vezes depender da desconstrução crescente da estrutura social, bem como da renovação peculiar da moral, ficando esses requisitos amparados pelos outros, menores, porém essenciais para a aquisição desse objetivo maior, que seria o estilo, na grafada e instigante autoria, que como já foi dito, junto a impessoalidade pessoal são fundamentais para conquistar a confiança do espectador, a dramaticidade do exagero, quando intercala-se cenas entre o mínimo ruído, porém com a descarga precisa de informações cruciais, e discursos seletos e até mesmo diria, de cunho filosófico, com cenas de histriônicas performances, para assim relaxar também a mente do espectador, através do convencimento apelativo natural, por ser a apelação de uma naturalidade crível, quase subliminar no contexto da exposição da arte em si, que apela naturalmente, dentro das raias do aceitável, para não fugir do compasso o que deve ser dito e entendido, e compreendido pela razão, e sentido pela sensibilidade, auxiliada pelo ritmo musical, tanto na imagem som, quando na literatura sonora, trazendo uma trilha e um ritmo para a obra que auxiliará o leitor, espectador, apreciador, na apreciação da obra, inconscientemente muitas vezes, que é cooptado por essa musicalidade, a serviço da mensagem principal, da missão da obra, que é eficaz e dita exequível por causa de todos esse requisitos funcionado como um sistema solar, um heliocentrismo, onde girando em torno da obra em si, o astro maior, estão esses requisitos que dão sustentabilidade e propósito a quentura solar, a seu aquecimento, pois se não existissem, que razão teria o Sol, quando iluminar o nada e esquentar ninguém ainda é algo que pertence a galáxias não exploradas pela metafísica da obra de arte. Agora, fundamental são as polêmicas consagradas ou não, traduzíveis ou não, resolvíveis ou não, que a obra levanta, com coragem para tocar com bisturi aceso na ferida e reabri-la se for o caso, para expelir o pus que infecta aquela verdade contestada, específica, tabboo ou quase, para reafirmar um novo ponto de vista sobre a questão levantada, que pode ser desde algo já pacificado em muitos países como o aborto, até algo não pacificado em muitos países, como a liberação das drogas, tendo em Portugal o mérito mais próximo dessa atitude pela qual luto e confesso ter uma visão positiva visto ser direito do indivíduo a escolha de como ele prefere se entorpecer na vida, que tediosa para muitos, não é de obrigatório a lucidez imposta, quando na loucura e através dela se cria um sentido dos sentidos, Império dos Sentidos, para absorver toda "caretice", toda imundice, toda chatice humana. As polêmicas essências são requisito sine qua non que alavancam a propositura de uma nova moral, sua renovação peculiar, para se atingir a super ética que geralmente é o objetivo principal de uma grande obra de arte, o melhoramento eficaz do mundo em geral, ou em específico, sendo cada caso um caso a parte que deve ser examinado particularmente. Retornando a Eneias, que tem para si um destino, chamado por todos os muitos, e os ninguém de poucos, de missão, como fará ele para desviar de um caminho que já lhe está traçado? Como responder ele a questão, você acredita em destino? Na fatalidade, no fatalismo? Você acredita em você? Até onde vai para criar detalhes enumerados pelos gnomos cósmicos que contam e tabelam o detalhismo técnico de seu empenho, e sobrevivem para prestarem contas a Minos, o juiz infernal, que lhe indicará a pena, como se a pena fosse algo simples de se resolver, quando diante de si tem-se o destino de um herói as vezes amaldiçoado por Hera, pela Rainha dos Deuses, como é o caso de Hércules, que nunca foi perdoado, e já nasceu matando cobras, por não ter sido um filho legítimo, e sim mais uma cria de Zeus, o arquétipo do marido infiel, poderoso, traidor, pois com o poder de seu raio, dizima o futuro de qualquer debate entre os homens. Infelizmente não conseguiu salvar seu filho, Sarpedon, que na guerra contra Tebas, foi dizimado. Insistindo no cumprimento do destino de Eneias, quando nasce junto a ele a mitologia romana, e os deuses gregos se tornam os mesmos entes do indelével que operam sobre a cosmogonia Romana feito obras primas da natureza. Como evitar um destino traçado, se mais dele se foge, mais dele se aproxima, como Édipo? Como abrir mão dos conselhos de Afrodite, a mesma dos Lusíadas, agora Vênus, e não embarcar na jornada e ficar ao lado de Dido, no ócio do meio termo da vida, operando entre a inutilidade e a indiferença, quando a missão fica por cima, nesse lugar dentro da consciência onde as sementes são plantadas numa terra a 7 km debaixo do mar, quando germinadas, uma sensação de pura importunação virá para adestrar o herói a sua vontade divina, e o obrigará, sua própria consciência, de perseguir seu destino, por não poder abandonar aqueles que dele dependem para viver num ócio que já se tornou um tanto quanto vil. Esse é o preço que as vezes tem de se sacrificar, o amor verdadeiro, sem pensar o herói diante da pira de Dido, que Lavínia estaria em algum lugar do futuro próximo, onde por ela lutaria e ganharia o que no tempo se diria, sua posse, o que hoje soa como desconcertante, mas era o que se ganhava em épicas batalhas de lança para a conquista de uma donzela. Ele não pode deixar de continuar o caminho, mesmo amando Dido, ele não pode deixar de amar o seu destino igualmente, e assim, indo em direção ao futuro, apaziguaria aqueles que por trás dele estão observando, a sua conquista, a conquista do conselho dela, a belíssima e irresistível protetora, Vênus, a estrela atordoante e perigosa da manhã. O planeta da lucidez e clarividência do homem.
Retornando a ópera e levando em consideração as escolhas e ações do protagonista de Norma, podemos dizer que ele pôs a perder uma relação que amaldiçoada pelas leis e normas, costumes e aviltada pela tradição, revelou um comportamento que contrariou toda hegemonia do ordenamento de seu povo, para viver um grande amor. Vale a pena notar que ambos veem de mundos cujo ordenamento espiritual, os dogmas, os preceitos religiosos, a crença na unidade e na pluralidade, o monoteísmo de um lado contra o politeísmo do outro. Quero levantar a hipótese dessa contradição religiosa, superada aparentemente fácil, ressalva que o amor está em posição superior a norma religiosa, provando que além da fé distinta existe algo que a reúne na mesma canoa, conciliando deuses opostos ou inexistentes um para o outro, ou inimigos mortais, ou membros da mesma família, ou até mesmo amantes, ninfomaníacos ou castos, verdadeiros ou falsos, tornando a mesma e essencial, no seu substrato mais puro, a origem da fé, pura, antes de sua normatização, provando assim ser possível a convivência de mundos opostos caso haja como anteparo da relação, um sentimento forte e real, tal como o amor. Infelizmente, tenho que realçar, que no caso, devemos trocar a palavra amor por desejo, por atração, pois o romano amou duas vezes, e isso faz com que a atração física, se sobreponha ao sentimento único e intransferível, que ele descobre ter sentido pela Rainha, quando ela prova a dimensão de seu amor com atitudes e ações, sacrificando a própria vida, aparentemente desnecessariamente.
Pollione diz, morremos juntos, será que eu te amo, mas ao morrer, não morra, antes de morrer, me perdoa. Pois ela poderia ter sido sacrificada isolada, quando seu amante percebe o amor verdadeiro, de alguém que estava disposto a morrer por você, ele se arrepende, e lhe pede perdão. As forças soterradas da terra, do mundo telúrico onde as fornalhas do ínfero momento de caldeirões e forjas, se dão a quase abrir a terra, pois aquela que tinha sido aclamada como a sacerdotisa real, a Casta Diva, agora iria pelo pecado inicial ser morta, pela punição onde nem sequer a rainha poderia eximir-se. Novamente o sacrifício por amor, onde encontramos o compromisso estético com a beleza fugaz e eterna, não numa pira, mas num tablado onde o carrasco seria o selador de destinos, e novamente o eterno sendo apresentado ao público, nessa ópera que transcende o guarda mancebo do mundo, e se atira no abismo para que todos impressionados cantem com lágrimas a magnificência de sua beleza, arriscando aqui a autoria grafada e instigante, fazendo do estilo sua música arrancada das entranhas da terra. E sempre o amor, quando vale a pena, salva da morte o entregando as suas mãos, aqueles que da vida não querem fugir, ou que nelas nobremente se fazem guiar para a infinda escuridão. Essa pulsão que tudo ultrapassa, que existe para equalizar no mundo os direitos dos justos e dos injustos, os dramas divinos e terrestres, bem como os terrestres divinos, quando extrapola seu corvos para observarem a soturna sobriedade noturna, que carregará para o outro lado, os cardíacos envenenados, os paranoicos aviltantes, e os celerados descompromissados, quando na equalização do sistema, esse assassino vem para levar para o lado de lá, essas almas desoladas, trazendo na carne da morte, o papel de vilania e de heroísmo, pois ao se livrar de três sanguinários, algo de herói no assassino paira, como uma bruma rosa, mas sua vilania não pode ser esquecida, quando assassina o outro, o condenando a inexatidão dos sentidos, a paralização dos anseios, a despedida da vida finda. O assassino geralmente cumpre essa duplicidade dicotômica, herói-vilão, quando assassina um tipo degenerado, que vive para estremecer os corações de suas vítimas, e ao encontrar um lobo feroz, não consegue escapar do ataque final, e se vê sem sangue, sem respiração, no fundo do poço, entristecido por não ter sido ao menos jantado por um leão. O que representa a morte na literatura, quando temos no Estrangeiro, novamente a morte da mãe de Marceau, que começa a obra caminhando na praia e psicologizando sobre a eternidade do fugaz, do efêmero, do desprazer. Sísifo condenado a levar a pedra ao topo, tinha que assistir ela cair novamente ao ponto inicial, para novamente se empreender em levá-la para o topo, assim, até o fim do não final dos seus dias, quando Camus ao discorrer sobre o suicídio, diz que talvez aqui encontremos um motivo que possa justificar e abordá-lo como um ato de coragem, pois sendo Sísifo nada mais nada menos do que a metáfora da condição de nossas vidas, em diário bater de ponto, uma folga, e novamente um ponto para bater, entre desabridos encontros e ternas despedidas, rumamos para o apodrecimento, quando sem perceber, somos salvos por um detalhe, que se chama “otimismo”. Sim, sem ele não levantaríamos da cama. E por que levantamos, para aproveitar o tempo dado entre o início e o fim? Mas se não temos uma estrutura moral e psíquica, que consiga não viver a antecipação do adeus de todos que ama, como conseguiremos nos conter diante da pergunta fatal, quem te ama mais do que a ti mesmo? Responda essa pergunta e estará salva. E com que palavra poderia escapar da pergunta da morte, que num romance chamado o Livro de Xadrez, de Stefan Zweig, se mostra presa numa cela, onde no chão o personagem faz um tabuleiro, e com o único livro disponível, o livro de xadrez, se torna um excelente xadrezista, naquela ideia de que se a vida lhe dá limões, faça um suco de laranja, ou pelo menos, se não der para açucarar a boca com o pé de Laranja Lima, faça uma limonada, mas que seja siciliana. Essa cena brinca com aquela outra do Bergman, na obra do Sétimo Selo, quando um forasteiro tenta vencer a morte no xadrez para continuar vivo. A morte é invencível. O que podemos fazer diante de seu poder? E qual a única palavra? DEUS. Assim, será possível ser útil em algum lugar, em algum momento, aprendendo o xadrez da existência, e através dos esclarecimentos doutrinários, a mesma jurisprudência que deixa o personagem kafkiano no Processo se perder em idas e vindas a corte para encontrar qual e onde está o tipo penal de sua acusação, passando uma obra através da verborragia jurídica espalhafatosa, burocrática, e labiríntica, atrás do próprio rabo, até no fim encontrar, bem, vocês sabem, Ela, por impossibilidade técnica de análise do pleito, no caso, da peça de acusação.
Assim , em ambas as obras, tanto na Eneida quanto em Norma, que foram supra analisadas, temos exemplos de polemicas extravagantes, onde abandonar um amor para cumprir um destino, no caso de Eneias, e abandonar a vida para cumprir o destino de uma vingança, no caso de Norma, ou a ação direita cabível a estatura que a ela é reservada. O certo, quando a mentira poderia ser vista apenas como omissão da verdade, e não propriamente uma mentira, pois ela resolve assumir a culpa pois ela também pecadora, e sendo responsável pelo exemplo maior, se sacrifica salvando assim sua rival, que fica condenada a uma solidão atroz, podendo ser isso entendido com um ato de vingança ou de profunda honestidade. Mas como já dissecamos pedaços de ambas obras, não quero me ater novamente nessas referências, para não denotarmos um saudosismo que fica para trás, como Dido e seu séquito melindroso, usando apenas os exemplos para dar as polemicas seu devido tratamento, exemplificando novamente com as obras aquilo que já foi por demais discutido.
AMERICAN NIGTHMARE
Às vezes o melhor presente de aniversario é o silêncio. Por que fazemos anos, e os comemoramos? Será que porque assim temos a ideia de que conseguimos sobreviver mais um ano ao caos absoluto, ou negamos de uma forma quase consciente, com glacê de açúcar e velas de fogos de artifícios, o artifício mefistotélico que impreterivelmente damos um passo a frente, mais próximo ao abismo, ao desconhecido, e ao comemorar aquilo que nos empurra para proximidade do fim, de certa forma, afirmamos em nós algo que é puramente invencível, nossa suposta inexpugnabilidade, que enfrente a morte com cada vela acesa, assoprando em sua cara, que sim, mais um ano se foi em sua ausência, e sem percebermos o sombrio que nos toca e carrega, não notamos, que é Ela, e sempre Ela, que no final, apaga com um sopro as tais chamuscantes e cor de rosa velas de aniversário. Estou dizendo isso porque passamos as vezes uma vida, sem viver, a vida propriamente, mesmo tendo a vivido em seu esplendor, descobrimos que não sabemos nada, quando estamos desse lado do muro, que guarda as leis como se fossem feita para todos os homens, quando se prova que sim, quando um poderoso abusador de seres humanos cai do pedestal e se arrebenta no cárcere dos infernos, percebemos que sim, que a lei é feita para todos os homens, apesar de poder e dinheiros lhe dar a sensação que você deixa de ao menos por um instante de ser um homem e se aproximar de um deus, quando brinca demais de ser Ícaro, certamente tem suas asas queimadas, e despenca rumo ao abismo que sempre existiu dentro de você, arrebentando com a cara no chão, e finalmente sendo julgado pelos seus crimes. Não há boa ação que não encontre um respaldo e um aplauso, mesma feita em silêncio, acobertada pelo anonimato, ela se espalha pelo mundo, muitas vezes mudando a vida de muitos, como uma primeira fagulha de impulso que empurra a primeira pedra de dominó, no seu primeiro cachimbo de crack, ou na sua primeira experiência retal com metanfetamina, derrubando tudo que encontra pela frente, todas as pedras, sem parar, compulsivamente na velocidade do tempo, como uma carta de um coringa no topo de uma pirâmide de cartas, retirada a sua base, e o despencar de um castelo feito de inúmeras carta, de figurinhas carimbada na vida de um esquema que sustentava um monumento, mas que fragilmente se mostra a mercê do acaso dos homens, que fazem o acaso acontecer, e descontroem seu castelo sem base, expõem sua rede de contatos espúrios, e desmorona uma estrutura que um dia pensou ser inabalável. Digo isso, primeiro para ilustrar a liberdade que um homem tem de injetar qualquer coisa em sua vida, em sua alma, em sua corrente sanguínea, e apesar das consequências, ele é que decide que o uso de droga é uma escolha consciente, mesmo tendo que as vezes simular um vicio para não parar de se viciar, ou para parar a horar que quiser, de usar, para provar sua força diante do inexorável. Esse é o direito que todo hedonista se dá, e com o tempo, queda após queda da fileira de pedras de dominó, aprende a pressentir a fagulha antes que essa exploda a carreira, e impedir que a primeira casa se desmorone, arrastando como disse, feito uma avalanche, tudo que há, amigos, família, dinheiro, status, e o resto, o último e único principio ao qual todos os outros basilares pilares de um homem é firmado, a dignidade. Escolher aprender a manejar as dores e a perdas, e domar o indomável, é uma escolha para fracos, pois o que não se pode domar jamais será suscetível, mas escolher domesticar a força que move o que não se doma, é uma sabedoria, aprendida com as quedas da vida, que faz você usar, acender, fumar, e parar, guardar, parar a hora que quiser parar, não porque é maior ou melhor, mas simplesmente porque não admitiu que há algo que seja de todo incontrolável, obviamente aqui descartando a contingência e sua força absoluta sobre os nossos pobres destinos, mas relocando o peso da assertividade na possibilidade que está ao humano alcance, não parar de usar aquilo que prazer lhe proporciona, até chegar o momento de parar, e provar não para o outro, que nada interessa e sequer lhe concederá credito, olhando para ti sempre com lentes viciadas, mas para si mesmo, que quem escolhe como, quando e quanto é você unicamente, e a isso eu tenho uma única palavra que merece uma resenha, controle. Segundo, digo isso para ilustrar o uso que se faz, não da substância, mas das pessoas, que com a droga você pensa que pode comprar, e de fato pode, mas a diferença está entre o tácito contrato entre adultos conscientes, e adultos inconscientes, entre adolescentes fora da lei numa jurisdição cuja maioridade penal é 21, e legais em outra, onde a maioridade penal é 16, o que lhes traz responsabilidade o bastante, para acordar participar de qualquer tipo de ato onde as duas partes concordantes aceitem as regras do jogo, claro, sempre sem o conluio do estelionato coletivo, quando um jovem atraente é posto no meio da linha de fogo, por um batalhão de experimentados macacos velhos, que se julgam acima da lei, intocáveis, e que como disse, um dia a carta embaixo do velho coringa é meticulosamente retirada, caindo toda estrutura. Chegamos ao cerne do texto, e do porque que escrevo essas palavras atordoantes, recheadas de espanto e aparentes contradições, pois recentemente terminei um romance onde numa terra fictícia crianças eram defloradas num labirinto, numa espécie de ritual, aos 7 anos, para anteciparem sua estrutura psíquica, e as fortalecerem livrando as da ingenuidade que não é mais cabível num mundo onde sentar num colo de papai Noel pode significar estar deixando seu filho passar alguns momentos com um pedófilo, já que o papai Noel é provavelmente um desconhecido, um estranho, e não um amigo da família. A ideia no romance é provar que qualquer sistema filosófico pode justificar barbáries, e a diferença é o estranhamento que sentimos as novas barbáries, as desconhecidas e cheirando a omo, mas as velhas, as caducas, as usuais, são comumente aceitas, e não vejo nenhum país invadindo o Irã, fora Israel, mas por outros motivos, por tratarem mulheres feito animais, como qualquer país islâmico, A TREVA DO ISLÃO, que nos assombra sem assustar, que não só condena mulheres por aparecerem despidas de seus vestuários obrigatórios, e mostrando o cabelo são vítimas de ataques e outros acintes, fora o encarceramento daqueles que praticam a sodomia, ou que se relacionam com pessoas do mesmo sexo, presas por denotarem amor, saudades, afeto, quando muitas se exilam para a Inglaterra por exemplo, um célebre país cuja bandeira também carrega as cores da liberdade, da igualdade, e da fraternidade entre os homens, os estandartes do mundo ocidental, mas que estranhamente também encarcerava homens por sodomia na era vitoriana, sendo o mais famoso dos casos a paixão de um filho de um nobre, por um inestimável escritor, Oscar Wilde, que pagou anos no cárcere, por ter se metido com o filho do Conde. Gozado, como em países livres apesar do erro existir, a moral evolui para uma espécie de ética universal, onde o justo é o certo equilíbrio para balancear as atitudes toleráveis e as intoleráveis, que nem sempre são as mesmas do outro lado da fronteira, basta irmos para América, que recentemente retrocedeu na questão do aborto, lei federal, e passou a delegar a cada ente federado a forma adequada para legislar e tipificar a conduta, o que faz você ter que atravessar agora o estado, para no estado vizinho performar um ato legal que é proibido em outros lugares dentro do mesmo país. Podemos situar esse aparente paradoxo com uma expressão simples “relatividade intrínseca as idiossincrasias dos pequenos povos aculturados pela infâmia da geografia distinta do específico espaço, e suas peculiaridades”, percebem, como dentro de um mesmo país diferentes costumes são aceitos e reprochados, de acordo com a área que esse hábito se instala, e para respeitar a especificidade de cada localidade geográfica, se dá o direito de cada região arcar com o ônus de sua predisposição legal. Porém, se aprofundarmos esse tema, percebemos que nem todo costume regional pode ser elencado como norma local, e deve sim ser submetido a uma lei federal que regule e expresse claramente o direito de cada cidadão ser livre, principalmente em relação a pessoa que decide amar, dividir a vida, ter filhos, assistir a droga do pôr do sol, enfim, ouvir a porra do rouxinol ou tomar uma boa garrafa de vinho para não dizer um bom Bourbon, regado a algumas pastilhas de anfetamina e a uma boa leitura de Tennessee. Isso se impõem como regra geral, federal, o casamento de pessoas do mesmo sexo, direito que se consolidou na América em 2015, que deu a liberdade de cada um ser quem é de fato, ou ser aquilo que a vida ajudou a formar, de forma definitiva e universal, irretroagivelmente, ou seja, de forma perene, robusta e absoluta. Para que se esconder atrás de um casamento heteronormativo quando de fato o que gosto é de “pica”? Assim se deu na América Livre, padroeira da Liberdade, que com Obama ensinou ao mundo o que é fazer de um negro o homem mais poderoso da Terra, quando Obama ensinou ao mundo que poder não é sempre poder, e sim ceder, o presidente que sancionou e anunciou diante dos meus olhos prontos a embarcar para Nova York, que o casamento Gay tinha sido aprovado pela Suprema Corte, e se tornava lei e direito sobre toda extensão dos Estados Unidos da América. Aqui temos um direito inalienável, na minha modesta opinião quase no mesmo patamar do aborto, que é o direito que se da a uma mulher e a um pai, principalmente a uma mulher decidir se ela está disposta a carregar algo vivo, uma vida dentro de si por 9 meses intermináveis, e mais do que isso, se ela está disposta a amar essa criança. E continuando modestamente, acho que uma vida nascida desprovida de amor merece ser abortada no início, pois vivemos num mundo preenchido por excesso de sofrimento, para que trazer uma boa nova dose ao mundo, se podemos evitar, silenciosamente, cientificamente, racionalmente, independentemente de credos religiosos que num país onde a laicidade predomina servem apenas para aparar os fracos, e atrapalhar os inteligentes. Mas voltando ao assunto, Obama nos ensinou muita coisa, como símbolo da igualdade entre os homens, provando ao mundo que sim, “Now I believe in miracles...And a miracle is happening Tonight...It don´t matter if you´re black or White”, quando ontem por um desacaso do acaso ou por uma determinação cósmica e civil, deixamos de ter a primeira mulher presidente da história da América, outro marco que certamente ainda veremos nas próximas surpresas que a vida nos reserva, pois é disso que precisamos, de exemplos, de pessoas que se disponham a vestir a pele de uma causa digna e somente por serem elas mesmas, nesse caso, uma mulher, dizerem muita coisa ao mundo, que sim, a igualdade é possível, não somente entre os homens, mas entre os sexos. Mas recapitulando um pouco, discorri tudo isso para demonstrar o direito a ser livre na América, direito caçado no Islão, caso seja como pejorativamente diziam no século passado, um invertido, ou uma mulher, como na Rússia, que proíbe a homossexualidade, como na China, que proíbe sua fé, ou mais que isso, que você eleja ou se afilie a um partido que não seja o único partido, o Comunista. Portanto, parece pouco, mas desfrutamos de direitos que foram conquistados com muita luta, basta lembrarmos do filme extraordinário estrelado por Sean Peann, Milk, e um batalhão de outros, como o Povo contra Larry Flynt, estrelado por Woody Harrelson, que ensina a semântica da palavra liberdade aos americanos e ao mundo. Voltando, desfrutamos de direitos que muitas vezes são tido como básicos, pois de fato são, direitos naturais, mas que sequer prestamos mais atenção, por estarmos acostumados a isso, mas apenas porque nascemos entre fronteiras abençoadas pelo continuar progredindo no pensar evolutivo, seja, na continuidade da evolução do homem não apenas com espécie mas como criador de valores e justificador de verdades, que se contrapostas a pensamentos retrógados, revelarão não somente a mediocridade latente do humano, mas seu recalque diante da felicidade do outro, se contraditas, digo, explicarão porque o homem diante dele mesmo tem que se apoiar em leis que foram ditas divinas por muito tempo, e até hoje se apoiam nesse arcabouço religioso, mitológico, para impor controle e submissão, ao invés da chama que ostenta a ilha da Estatua da Liberdade, que muita inveja causa a grande parte escura do mundo, como respeito, a parte esclarecida, que se contrapões a esses costumes hoje ditos bárbaros em países cujo retrocesso social é a marca chave da cicatriz que se impõem ao povo, marcado feito vaca, como ferro quente, que conduz sultanatos, e falsas democracias, e comunismos Beluga, unicamente para acirrar e manter desigual a injustiça social e a desigualdade, deixando na ignorância da fé um povo mergulhado para assim sustentar a elite aristocrata ou eleita, minoria que desfruta do suor de muitos para dizer apenas, “aqui o Rei não está nú, está ungido por Deus”, ou alguma merda semelhante. Essa ingratidão perante o contrato tácito de retribuição cultural, onde um homem aprende a retribuir ao outro o seu favor, e mais, a aprender com o outro seu melhor, trocando ambos os seus melhores cultivados bens, a salutar educação que tudo esclarece, e determina que sim, apesar que filósofos importantes como Bauman, não consolidarem o moderno pela não consolidação da tríade tricolor da bandeira francesa, digo que estão ao menos no caminho da consolidação, distante pelo menos das trevas medievais que ainda habitam países e reinos, e nações que se utilizam de aparelhos celulares de última geração, mas bloqueiam aplicativos de mídia social, de encontros, e de dates sexuais. Agora retornamos a um ponto onde tudo retoma o fio da miada, pensado que tigres também miam, e leões também choram, os felinos da América, que como guardiões e escudeiros dos valores basilares recentemente desmantelaram um esquema de rede de trafico de prostituição envolvendo personagem da mais alta corte de Hollywood, onde nem tudo é limpinho, apesar dos constantes e reconhecidos esforços da Academia se tornar cada vez mais inclusiva e justa diante dos direitos inalienáveis dos homens, que nada mais são do que sua própria constituição, como se ao invés de haver milhares de Constituições Federais, houvesse uma, aproximadamente aos Direitos do Homem e do Cidadão, os direitos humanos, mas houvesse uma Constituição do Homem, incluindo aqui no substantivo masculino o gênero feminino, e toda discussão de gênero cabível na atualidade, mas por devermos optar por uma palavra, Homem, como aposto e vocativo da espécie humana, representa aqui aquilo que não pode se retirar de alguém, como um dia foi dito, espírito, e hoje eu novamente insisto, dignidade. Esse figurão manteve festas pagas para sexo forçado, entre pessoas que eram cooptadas por agentes que trabalhavam para ele, inclusive pagando e transportando profissionais do sexo para envolverem ainda mais o ambiente com uma dose de profissionalismo, e através de drogas e anestésicos, dopavam vítimas que mais domesticadas do que nunca, se tornavam cachorrinhos e cadelinhas nas mãos desse sujeito e de seus amigos, envolvendo até pessoas desavisadas, que por certa proeminência e talento, e inatacável ingenuidade, foram levadas a um mar de orgias proibidas, num país onde a orgia é totalmente legal. O que me pergunto, é porque forçar sexualmente pessoas a fazerem sexo, quando se é um bilionário, e tem-se o poder e o dinheiro para pagar inúmeras pessoas, dos mais diferentes tipos e tamanhos, para curtirem uma noitada regada a muito sexo e drogas, o que no meu ver é absolutamente normal, e o desejável e esperado de qualquer sério hedonista, principalmente aquele que já aposentado subjetivamente, pode se reservar a perpetuidade sem fim dessas práticas ao infinito, que jamais irá esgotar numa vida as vidas possíveis e legais das inúmeras possibilidades humanas, coisificadas ou não, estando lá por dinheiro, por droga, por sexo, por diversão, pelo caralho a quatro, não interessa, que habitam o planeta. Porque forçar uma pessoa ao sexo, quando existem inúmeras que estão querendo ser forçadas? Agora digo, não é um avanço, um passo desse da parte dos investigadores e policiais envolvidos na operação, desmascarar um sujeito que provavelmente num sistema onde crime hediondo não foi cometido, e com advogados milionários, estará livre num prazo de dois anos, livre do inferno dentro do inferno, de volta ao inferno no purgatório que todos vivemos, pois dois anos encarcerados é lição o suficiente para remodelarmos nosso eu interior e buscar entender o porque, qual tara e qual necessidade hedionda obriga uma pessoa a fazer sexo forçada? A necessidade espúria de poder e domínio, mas isso pode ser livremente encontrado no universo do BDSM, com a mesma força e intensidade do que uma festa particular. O que move o homem? O amor. Diante de um caso desses é possível acreditar no amor? Mesmo quando vitimas da inocência se levam e se veem atiradas num precipício maior que o tamanho do próprio edifício, da própria pirâmide, temos uma situação que foi depois de muito esforço passada a limpo, trazida a mídia, a luz do dia, como dizia o Psicanalista, leve tudo ao sol, expurgue a escuridão, quando diante das trevas de uma sensualidade escrava e eu diria, livremente abjeta, pois eu mesmo já participei de situações onde dopado me via mais livre e a vontade, e já fiz sexo com pessoas que talvez sóbrio jamais teria vontade de fazer, e realmente assumo, que por mais que estava sendo levado, sabia que estava sendo levado e assim o quis, mas tinha quase o dobro da idade dessas vítimas que talvez também sabiam, e também queriam, mas infelizmente, ou melhor, felizmente, diante de um traçado onde se determina a diferença da barbárie para a civilização, se dá através de um pressuposto chamado lei, se a lei diz 16, então que seja de 16 para cima, sem discutir a possibilidade ou prontidão de uma pessoa de 15 fazer sexo ou não, mas se a lei diz 18, é 18, e esse traçado, sendo respeitado, ergue dentro do antro criminoso a égide da lei, pois qual a diferença de um ou dois anos, se o adulto em questão, faz questão de transar com jovens, e sendo isso legal, porque não obedecer o estabelecido, apenas por uma questão pragmática, de se evitar conflitos, talvez conflitos dentro da cabeça de outros, que menores, dopados, não se sairão muito bem na vida, sem um certo abalo psíquico, confrontados com a sobriedade que o amanhã certamente trará, tenho a consciência de que fui coisificada, fui propositalmente enganada, me deixei levar, o que importa era mesmo o momento, e fiz porque quis. Milhares de perguntas são levantadas, quando estamos diante do desconhecido, e talvez, de um falso amigo, tido por falso aquele que demonstra uma intenção, mas por baixo da perfídia dos olhos tem outro interesse, sendo mais este dissimulado do que falso, pois falsidade é simplesmente não se importar com o outro nas suas ultimas consequências, e achar que por estar no topo da cadeia alimentar da sociedade, considerando essa aferição baseada apenas na peculiar quantidade de pecúlio acumulado ao longo da vida, tem o direito de ultrapassar a linha que impede que os homens toquem os calcanhares dos deuses, pelo menos aqueles homens cuja moral é duvidosa ou atrasada e a ética um estudo a ser descoberto. Assim me pergunto novamente, porque forçarmos sexo num país livre? Se ao menos estivéssemos no Irã, acho que a conduta poderia de alguma forma encontrar alguma atenuante diante do julgamento, por ser conjunção carnal contra menores, crime qualificado, tendo a pena agravada caso o crime se de por ascendente, pai, irmão, etc, e por aquele que supostamente deveria proteger a vítima, ao invés de vitimá-la. Assim, lava a América, mais uma passagem escandalosa e difícil de ser tocada na ferida, atingida com o bisturi a carta coringa que sustenta a rede, mas que com persistência leal, quando os envolvidos são movidos mais do que apenas pelo senso de dignidade da pessoa humana, mas pelo reequilíbrio da Hibris, pelo restabelecimento da ordem e da justiça, ela é alcançada com um sopro, o mesmo sopro que talvez um adolescente se veja coibido a assoprar diante de uma carreira de pó, e inalá-la, o mesmo sopro que um adulto, talvez por ter passados por tantas outras situações semelhantes, não queira chegar como eu quis, ao desapego ao consciente, não absolutamente, mas ao freio que impede a desinibição, absoluta e completa, para que as taras, ou melhor, o desejo entre em cena. Qual a diferença de um tarado para um maníaco, visto que aqui podemos estar lidando com as duas figuras? Um é movido por uma ideia fixa, ao ponto de institucionalizar o sexo numa rede ambiciosa que desafiou federais, e o outro, é fixo na ideia que o move, aparentemente livre, mas obcecado por um comportamento que pode ser obsessivo. É certo ser um ou outro, não é questão de certo e errado, e sim de que não é proibido, desde que sua parafilia não atinja o outro em sua incolumidade e inconsciência, e o obrigue a fazer coisas que ele em sã consciência não faria. A questão é que foi passado a limpo uma história que está sempre sendo relegada para debaixo do tapete, e para não improvisar ainda mais com o absurdo, cito prostituição infantil, ainda como mais um degrau abaixo em direção ao inferno. Trafico humano, desumano, afinal, é algo que até então era tachado a países de “terceiro mundo”, para não dizer em desenvolvimento e para não dizer de quarto, mas esse tipo de corajosa faxina que exige muito mais complexidade do que uma simples operação para se fechar um prostíbulo clandestino, que nunca é simples, dá mostras de que não temos vergonha de nossos erros, no caso, não têm, mostrando ao mundo que a lei sem cumpre para todos, isonomicamente falando, e que não é porque bilhões estão disfarçando uma cortina de ferro, ou veludo vermelho, de fumaça, uma cortina de fumaça, que não se tem a necessária coragem e o apoio singular da pessoal ética e dever moral de cada envolvido na operação, a obrigação de se ultrapassar para o lado de lá, e depor o tirano tarado maníaco, o intocável, do atemporal PODER.
As Máscaras da Democracia e seu efeito corrosivo no Regime Democrático
As más caras da democracia são tantas, que as vezes me acho diante de um baile de Halloween, ou num contínuo carnaval, como geralmente acontece no meu país: uma constância irrefreável de aberrações alienadas da política em si em busca de prazeres imediatos mediados pelos Poderes em conjunto, que submetem a população ainda sobre um regime de Panis Circenses (Pão e Circo). Para não alongar-me diante das muitas possibilidades de iscas prontas para capturarem desatentos e iludirem as massas, com a figurativa e prática ideia de que elas participam do regente processo de ingerência governamental, de governo em si de sua nação, onde de alguma forma, elas tem a responsabilidade ilusória de atribuir a si não a culpa, mas a desculpa de que se as coisas não vão bem, não é porque elas votaram errado, mas simplesmente porque os políticos são todos corruptos, o que não deixa de ser uma meia verdade, mas não de todo. As duas máscaras democráticas que quero me ater nesse ensaio é a máscara número II, a quantidade finita de opções para o eleitorado se manter no engodo de que de fato escolheu aqueles que foram escolhidos para serem escolhidos, e a máscara número 1, a indicação do Poder Executivo para Ministros da Suprema Corte, o STF, mantendo assim todo o sistema que de fato é sustentado por um ordenamento jurídico racional e eficaz, suportando por uma lógica jurídica apoiada em leis e decretos, que sustenta o princípio de legalidade garantidor da legitimidade da aplicabilidade das leis, e seu poder coercivo arbitrado pelo Estado. Dito isso, começarei pela mais grave ameaça ao nosso sistema, o calcanhar de Aquiles de nossa Democracia, que é a permissão constitucional, como prerrogativa e funções do Presidente da República, de indicar os Ministros do STF, que apesar de terem de ser sabatinados pelo Senado da República, o fato de nunca nenhum, ou que eu saiba, quase nenhum ter sido impedido no empossar do cargo, gerou-se mais um rito de proforma ao entorno desse ritual levemente ridículo e quase desnecessário, visto o prévio acordo dos Poderes, que supostamente deveriam se controlar, e na prática, o que se percebe é uma manutenção e garantia de um pelo outro, autorizando cada qual os outros dois, ao invés de utilizarem “cláusulas de barreiras”, digo, firme ações de freio e contrapeso, para impedir excessos e barrar aberrações jurídicas que temos testemunhado ao longo do processo do desenrolar da Republica no país. Primeiramente, quando emito um parecer que vai de acordo com o entendimento de vários outros pensadores, pelo menos assim penso, por ser não apenas lógico, mas claro e cristalino como um fiorde Norueguês, explico da forma que para se ingressar na magistratura, é necessário concurso público, quando depois de juiz, desembargador, já deixando a primeira para atribuições da segunda instância, e assim, conforme o desempenho, eficácia, e mérito, o sujeito continua sua carreira jurídica, podendo chegar a ser Ministro do STJ. Se assim o fosse, com todos os Ministros do Supremo, estaríamos, ou estaria a estrutura jurídica do país, seu ordenamento, salvo de interferências externas, ou seja, políticas, pois o STF, diferente da regular pirâmide, alça-se ao topo da mesma, com atribuições únicas e exclusivas, pelo menos assim deveria ser, de zelar por acintes contra artigos constitucionais, contra princípios constitucionais que são esclarecidos pelos artigos da Constituição Federal, a carta Magna e maior folio jurídico da nação, soberana em sua equivalência comparada com leis ordinárias e complementares, obviamente, e determinadora dos deveres e atribuições de uma serie de encargos atrelados ao desenvolvimento e organização do poder em torno do organismo constitucional. O que fere a isonomia de um cidadão, é ele por exemplo, ter seu direito garantido e julgado por juízes delegados de uma tradição jurídica exemplar, de carreira, e ver a parte contraria protocolar um recurso no STF e ver todo processo anulado por um indicado do presidente, por seu ex advogado pro exemplo, possível ministro, visto tamanha impossibilidade epistemológica, diante do absurdo de termos uma brecha na Constituição que permita que um ex advogado do presidente da República se torne Ministro do Supremo; não apenas isso, mas se não pelo advogado, que tange certamente para um viés político e pessoal, visto não se tratar de um robô, nem de um algoritmo, algo que seria essencial pelo menos para termos uma diretriz e um norte entre as sentenças, como futura solução para corte, manter um JUIZ ARTIFICIAL, mas retornando ao escopo do problema, fica claro, que se não o advogado do presidente, qualquer não advogado, ou não juiz, ou não ministro do STJ promovido ao cargo supremo da magistratura, pode ser indicado para ocupar o trono celeste da magistratura, bastando “apenas notório saber jurídico”, como definiu assim o legislador na Originária, deixando claro sua intenção duvidosa, de não apenas atrelar as rédeas máximas do Judiciário, que determina o correto do incorreto, o certo do errado, o constitucional do inconstitucional, dando a última palavra inclusive as decisões tomadas pelo Congresso Nacional, podendo declarar a inconstitucionalidade de uma lei aprovada por maioria absoluta, nas duas casas, e impedir seu implemento, castrando assim não apenas a voz do povo, mas aludindo ao passado seu compromisso com aquele que um dia o indicou, ou no mínimo com seu partido, pois quem detém os meio de interpretar uma lei, são os juízes, e a constituição, são os ministros, que inclusive podem sumular o assunto, e transformar a discussão em uma súmula vinculante, artefato que obriga todas as outras instancias julgarem o mesmo assunto, a mesma lide da mesma forma, sem possibilidade discricionária para que livremente se entenda contrariamente aquilo determinado e como dizem, pacificado pelo Supremo, o que deveria ter sido interpretado não como pacificado, mas como CALADO, sim, o que é uma súmula vinculante senão um CALA BOCA? Digo isso não contra a disponibilidade e eficácia de uma súmula vinculante que pode poupar muito trabalho e efetivar o principio da celeridade dos tribunais, que tem obrigação de serem céleres e trabalharem com prazos, que constantemente são interrompidos, não somente a pedido de vistas, mas embargados, agravados, e suspendidos ao Supremo, elevados, onde um recurso extraordinário pode levar mais do que o necessários para não preclusão, o tornar-se inerte e ineficaz uma decisão judicial tomada dentro do processo, ou prescrição que impede com que o réu seja julgado por estar prescrito o direito por lei, ou seja, extinta a punibilidade, ou melhor, a capacidade do Estado de punir a parte. Assim, apesar de algumas ressalvas, sou a favor de instrumentos que desburocratizem a maquina judiciaria, mas partido das mãos de especialistas, não apenas com notório saber jurídico, o que além de ser uma exigência básica, e vaga demais, deixa aberto para que os tentáculos do Executivo se imiscuem na Corte, tornando um ninho de vespas, ou de cobras, como preferirem Vossas Excelências, por jamais ser um ser humano isento de absoluta parcialidade, por o ser parcial, e mesmo um juiz, cujo ordenamento exige o cumprimento do principio da imparcialidade para o julgamento de uma causa, ou deve-se declarar obrigatoriamente impedido, ou suspeito, sabemos que não é assim que funciona na prática, pois a humanidade resiliente no coração dos homens, que os torna virtuosos ou podres, ou podres e virtuosos, como se paradoxos não pudessem existir ao mesmo tempo nos corações humanos, e assim, dependendo da situação pendente, o julgamento do mesmo caso, se inclina para um tipo de apenamento, distinto de outro apenamento, quando se favorece o padrinho político, ou no mínimo, como toda múmia é morta, o partido político que o indicador posicionou o indicado. O que temos então, além de fantoches, num exercício onde se brinca de ser livre e independente, mas pela própria neurologia do sistema nervoso do ser humano, é impossível, a não inclinação e favorecimento aquele que um dia lhe colocou dentro da corte, ou melhor, lhe empoderou como Ministro, lhe apadrinhou, lhe indicou, lhe fez ser quem você é, desculpe, quem vossa senhoria é, pois assim, se faz e se constitui a retribuição quase eterna do favor, já que o cargo é vitalício, e digo ainda mais, para aí, se manter a ilusão de que o Executivo é o presidente do país, e não os 11 Ministros, que regem de longe e a longa data as rédeas da nação, e conduzem a carruagem de acordo com as tratativas dos bastidores da politica, as tratativas escusas, que não são reportadas na hora do Brasil, sequer filmadas e televisionadas pela TV SENADO, obrigando o país inteiro engolir um teatro de marionetes que acontece apenas quando os PRESIDENTES DA TOGA estão em plenário, o que vira uma espécie de palco, para ideias serem debatidas quase como na Acrópole antiga, e não sérias decisões que já são orquestradas previamente, de acordo com a aliança estreita de todos, que naturalmente, divergem em alguns pontos, essenciais para manutenção da MASCARÁ DEMOCRÁTICA que serve para encobrir do povo essa sujeira que essa prerrogativa de função presidencial torna toda corte e permite assim que um presidente indique qualquer imbecil com notório saber jurídico, carecendo ele de LASTRO JURÍDICO, o famoso pedigree com que contamos quando tamanha responsabilidade e PODER ser distribuído pela lei as mãos de um merecedor, quando provado lastro, um juiz de carreira por exemplo, sabatinado por seus colegas, e não pelo Senado, o que até então, não é de todo o ponto mais falho do artigo, mas visando a independência dos três poderes, partimos do princípio, que até para que ele seja freio do outro, ele deve manter sua origem, sua base basilar, sua viga mestre independente, livre da ingerência de qualquer outra força exógena, que não ele mesmo, que é o único responsável pelo exercício de sua maestria. E como ser mestre na arte de julgar, se depois de três elaboradas instancias, que determinam a culpabilidade arguida desde o inicio do processo, da parte em estreita vigilância, uma simples decisão, até pouco tempo monocrática, ou seja, partida da caneta de um juiz só, no caso de um recurso protocolado, ou da turma em questão, formada por cinco, quando os 11 são um só, a despeito de pequenas divergências, formam uma solida coroa, feito a távola redonda, faltando apenas o rei Arthur para completar o décimo segundo cavaleiro, com a exceção de que a távola não é redonda, e a cada dois anos um dos Ministros assume a presidência da casa, deixando claro no engodo do povo, para fantasiar a independência fictícia dos poderes tais, que não pautada o assunto em voga, para favorecer determinado politico, o presidente por exemplo, no momento imediato, apenas para arrefecer os ânimos do teatro quase Elisabetano, será nos próximos dois anos, as vezes um assunto que influenciará toda uma geração, por uma vida, como foi o casamento da união de casais de mesmo sexo, que assumiu a corte uma postura de vanguarda, para assim, também se aproximar do povo, sem ele o perceber, que até o STF sobrevive de marketing pessoal, e sabe quais assuntos pautar no momento exato para chamar atenção de que sim, são os guardiões da Constituição, ao invés, de não, são os PRESIDENTES DA TOGA, que mandam e desmandam na nação, inclusive reduzindo o SENADO e a CÂMARA DOS DEPUTADOS, a um reles brinquedo republicano, como idiotas que no fim dependem da benção da toga, para que possam promulgar uma lei que venha muito a favor do povo e contra os interesses políticos, ou do Executivo ou do Judiciário ou do próprio Legislativo, o que geralmente é ou vetado, assumindo a bronca o PINÓQUIO, a marioneta da vez, ou julgada uma ADI, ação declaratória de inconstitucionalidade, imunizado pelo STF, que impede que a lei, contrária a interesses escusos, entre em vigor. Está claro o que estou tentando dizer? Que a falha intencional do legislador constituinte da CF, foi mais do que pensada para assim amarrar a Corte maior, onde a última palavra é dada, a um sistema pluripartidário, onde normalmente, nos últimos tempo um partido tem assumido a proeminência, indicando 7 dos 11 juízes, sendo um oitavo, bem controverso, cuja autoridade já deveria estar sendo questionada pelo Senado, Alexandre de Moraes, que foi indicado nada mais nada menos, pelo ex vice da Dilma, o Michael Jackson, perdão, Michael Temer, o dançarino mais hábil deste país que se librou junto a Gardel Filho, de um mandado expedido para sua prisão, no segundo dia, se não me falha a memória, quando provas irrevogáveis foram achadas em dinheiro em espécie, numa maleta que seu assessor carregava. Agora, me diga como fazer isso, se cortar a ingerência do Executivo na Suprema Corte, e lhe conceder a esmerada e merecida liberdade, para a JUSTIÇA de fato poder exercer seu direito de ser justa, e não conduzida, feito o cego Édipo depois de expulso da pátria, quando trai a si mesmo fazendo amor com a própria mãe, aqui uma alegoria da pátria, assassinando o seu próprio pai, aqui uma alegoria a lógica do ordenamento jurídico, para simplificar, a Constituição Federal, dando uma flechada no calcanhar de Aquiles da Democracia, como insisto, a ingerência política na Suprema Corte, que deveria poder julgar com juízes que não tivessem que sequer lembrar que um dia foram indicados por um partido político, o LGBTQ+ por exemplo, que sei que faria questão de aderir a propositura da tese desse ensaio, e ser por exemplo, um esteio, junto a outros partidos políticos, não confundindo a comunidade a um partido, apenas sugerindo que ela poderia ser um, uma alavanca para como aquele tal que precisava apenas de um ponto de apoio, para erguer o mundo, servir de um dos muitos apoios que precisamos para erguer a dignidade a face de nossa JUSTIÇA hoje completamente e propositalmente cega de um olho só, as vezes do olho direito as vezes do esquerdo, as vezes dos dois, pois outro ponto que mais para frente merece ser discutido, é essa perversa e ilusória em partes rixa entre partidos que se dizem opostos mas se atraem como bons opostos se atraem, e se traem também, originando assim as vezes um descompasso no acordo, no nó Górdio do Supremo, ou melhor, o nó Górdio da Democracia Brasileira, a prerrogativa do presidente de indicar juízes para o STF, o direito aliás, o dever para ser ainda mais preciso, coisa que me parece absurda em qualquer democracia que queira se dar o devido valor, e valorizar sua Suprema Corte, ao nível de uma Instituição ilibada, justa, honrada, indiferente a pressões políticas, o que até isso é um engodo, pois se faz criar o clima de pressão, para que se de a impressão de que estão sendo pressionados, aqueles que já estão acordados, como sempre, basta apenas ver os resultados dos julgamentos das turmas, sempre o mesmo placar, principalmente quando Lewandowski, outro “bandoleiro da justiça”, que já rasgou a nível nacional o artigo da Constituição Federal que impedia poderes políticos a Dilma Rousseff, impeachmada, e obstruiu a justiça sendo ministro da “INJUSTIÇA”, fazia parte da segunda turma, fazendo da injustiça refém de uma falsa pressão, que não é sentida sequer no despautério de um Ministro revelar publicamente sua posição política, o que pode não ser proibido, mas é no mínimo antiético, como “Perdeu Mané”.
Assim agem os donos do país, que também até certa medida são marionetes de muitos outros figurões escondidos das cartas do baralho, que seriam certamente delatados ou entregues, como acharem melhor, ao público, e não somente a PF, que, Judas me Perdoe, também ao se mostrar escrava do dono de engenho Alexandre de Moraes, o inimigo número um do Brasil, na superfície das disposições das peças, por servir quase que exclusivamente seus desejos e mandos, naturalmente que aqui me refiro a uma parcela ínfima da instituição, pois se não fosse a PF não teria existido a lava a jato, que já está sendo injustamente empurrada para o esquecimento e pior, amarrada a uma serie de mentiras todas atoladas num carro despejado de uma ponte, para afundar na profundezas do rio, para se descontruir o passado dizendo que o PT e o PSDM e o PSD , entre outros, foram injustiçados, e tiveram seus membros politicamente perseguidos, não sei por quem, pois são os partidos que mandam no país, deve ser pelos CAÇA FANTASMAS, e recentemente estavam operando contra os membros da operação, promovendo uma verdadeira CAÇA AS BRUXAS, exumado o cadáver do MacCartney, não do Paul, que recentemente no Brasil nem com HELP, conseguiu ajudar, mas do famosos caçador de comunistas dos EUA na década de 50, que mutilado pelos plásticos do PCC para fins nacionais serviu para espantar todos aqueles que um dia ousaram a desafiar a ordem corrupta do país e a lutar para implementar a justiça. O pior pesadelo de todos que participaram dessa GRANDIOSA E GLORIOSA OPERAÇÃO LAVA JATO, que pela primeira vez conseguiu reunir provar irrefutáveis, desde extratos bancários, contas, depoimentos, confissões, registros telefônicos, e documentos inegáveis, além das delações, que foram acusadas de serem ineptas e incipientes, como se fossem as únicas provas em questão, mas continuemos, e pela primeira vez na história do Brasil conseguiu prender poderosos e figurões da politica, assim como donos e funcionários das empreiteiras, que mesmo havendo confessado seus crimes, depois foram monocraticamente soltos, com acordos de leniência anulados, como os da Odebrecht, e como aconteceu na anulação do processo de Leo Dias, dono da OAS, por nada mais nada menos que nosso coringa da vez Dias Toffoly, cujo nome ainda não fiz questão de aprender distinguir se com dois efes, FF, ou com dois YY, não cromossomicamente falando, mas indo adentro, atesto que os cabeças da operação, como o Senador Moro, acusado tanto no TSE quanto no Supremo, Dallagnol, mandato caçado, e o Breta, afastado da função, não diminuindo o tamanho da operação, nem mitigando o valor de todos as centenas talvez milhares de pessoas envolvidas para derrubar e deflagar o maior escândalo de corrupção do país, e um dos maiores do mundo, foram todos perseguidos, humilhados, e desautorizados publicamente perante a nação, enquanto o povo brasileiro aplaudia de pé votando novamente no LULA, que através de seu silencio impar, sustentou o tempo acordado e calou a boca, não levando, como dizia, metade do país para o buraco. Se ao menos ele tivesse tido a coragem de abrir a boca, por isso a manobra, por isso o envolvimento de reversão do processo e anulação do mesmo, pelas mesmas mãos que o conduziram, incrivelmente, pelas mesmas mãos que o conduziu, o Ministro Edson Fachin, com a iniciante e flagrante desculpa, quase que pensado a ser propositalmente uma escotilha plantada desde o início caso os ventos políticos se transformassem em tempestade, e precisasse de um extravio e justificativa jurídica para autorizar a soltura do presidente, até então presidiário da PF de Curitiba, como foi a inapropriada comarca, um problema de jurisdição, cuja competência de Curitiba foi posta a prova, e o processo todo remetido para Brasília. Aqui vemos o tamanho do iceberg que estamos falando, não de um que derruba um navio, mas que afunda um país, pelo menos a parte podre dele. Acredito que não tiveram coragem de ir a fundo nessa empreitada pois uma gama incontável de tubarões que não fazem parte do baralho político, empresários, financiadores de campanha, usineiros, banqueiros, entre outros oligopólios internacionais, que estão diretamente envolvidos com o estupro da Petrobrás, e com a ingerência internacional dos interesses escusos nas comodities, solo, riquezas nacionais, fora o mercado interno, naturalmente. Assim sendo, demonstro com certa facilidade, espero, de compreensão, que houve sim um grande edifício construído como emblema da justiça em nossos olhos, mas que serviu apenas para ocultar as manobras de um gigante grupo que destecia o tapete de Penelope, seja noite, seja dia. Espero ter demonstrado o erro absurdo e incompreensivelmente agora mais compreensível, de se deixar a cargo do Presidente da República, um fantoche de um partido que por sua vez é fantoche de outro partido, que por sua vez é fantoche de muitas coisas até chegaremos a um grupo seleto dos donos do mundo, se posso assim dizer, os donos do Brasil país sem futuro, pois hoje vivendo apenas o presente, não sabemos mais, e sequer temos ideia das mil possibilidades armadas para o amanhã, visto as minas estarem prontas para serem detonadas, e estarmos ainda, infelizmente, caminhando por um terreno minado. Deve o próprio CONGRESSO, de ofício, partir imediatamente a analisar a possibilidade de uma PEC que altere a CONSTITUIÇÃO FEDERAL, e impeça a continuidade desse assassinato a democracia, UMA ESPÉCIE DE VAMPIRO, SANGUESSUGA DA NOSSA NAÇÃO, cravou seus dentes desde 84 em um texto reptiliano, repleto de falhas e brancos, de ausências, de contradições, de exigências complementares mil, sanadas por leis apenas, que se não elaboradas ou mutadas vindas de aprovadas MPs, deixarão ainda nas mãos do Supremo muito mais poder do que eles supostamente deveriam ter. Mas eles tem todo o Poder, OS PRESIDENTES DA TOGA, enquanto mandam no país por décadas, assistem a ascensão e queda de vários presidentes, que unidos ao esquema central, a essa colmeia, esse vespeiro que é o conjunto de governabilidade prática do país, vão lutar até o fim de seus dias, um, para nunca serem impeachmados, visto parecer haver uma sujeira apodrecida no Senado, que parece ter medo de enfrentar a casa dos Ministros, que me parece, os tem nas mãos, e a única forma de provar isso para o povo brasileiro é pautar o impeachment da vez, e enfrentar de frente essa questão, cuja satisfação merece ser dada a todo povo do Brasil, que está esperando calmamente uma atitude do Senado. Dito tudo isso, deixando claro o calcanhar de Aquiles de Nossa Democracia, e a urgência da PEC JUSTIÇA IMPARCIAL, para clarear os olhos de nosso Brasil, digo algo sobre a segunda máscara democrática, mas que não quero entrar hoje no debate, por já termos informação demais para refletir. O gigante sempre acorda, mas sempre é posto pra dormir. Algo deve ser feito, urgentemente, e isso não significa apoiar esquerda ou direita, pois acho ambos representantes vetustos e pertencentes a um passado que queremos todos esquecer. Isso significa apoiar o BRASIL, independentemente de ideologia, fez MERDA, tem que limpar, não estamos no meio de um antro cuja privada se chama “privada chama da justiça e da União FEDERAL”, pois como todos sabemos, a CHAMA É PÚBLICA.
Sómentes do EU
Algo de empoderador vem sendo construído ao longo das últimas décadas, e é justamente a possibilidade de realizarmos o famoso slogan do American Dream, do it by yourself, ou algo do gênero, but do it, de uma forma cada vez mais pessoal, irrestrita e individualista. Ao ponto de nos perguntarmos se essa independência aparentemente cáustica do individualismo, que nos leva a isolamentos cada vez mais profundos sentidos de uma maneira superficial, propositalmente, para não se sentir, quando não se aprofunda a sonda para não obter no laudo a gravidade real daquilo que poderia ser chamado de sintoma. Essa alienação que no final dos 90 e começo dos anos 2000, com o advento da internet, que preocupava filósofos e médicos, foi-se ao longo dos anos sendo substituída por uma apropriação por parte daqueles que se adaptaram as mudanças, ao contrário daqueles que não conseguiram emergir das profundezas de uma época hoje esquecida, apelidada por mim de analógica, mas que faz todo sentido, e não desenvolveram as habilidades específicas para uma “era de solidão”. O que seria isso? Exatamente o que estamos vivendo apartados uns dos outros com a sensação virtual de que estamos mais próximos. Essa tecnologia nos trouxe imensas vantagens, no que consta e tange a comunicação e sua eficaz rapidez, mas ao mesmo tempo o ônus de falsear os encontros, os mitigando, tornando-os cada vez mais distantes e essenciais, para casos de extrema necessidade ou urgência, ou até para comodities sociais, pois o que se gasta para enterrar um morto quase é o mesmo para ressuscitá-lo, já que não fazemos ainda velórios por Whatssap, nem pelo Zoom, o que já não é o caso dos casamentos, já que houveram vários nesse sentido durante a epidemia, o que não tornou-se convencional, mas abriu uma porta para futuros experimentos. Cito a morte, por ser já inconveniente morrer, e ter a disposição de ir num velório de alguém, quando muitos sequer aparecem, mandando flores ou nem isso, e muitos de que estão lá estão com a cabeça nas tempestades mesmo, somente por pura proforma, dispensando os reais contornos de uma real homenagem aquele que deixou de viver, o inconveniente. Morrer se tornou um problema, e cada vez mais isso é maquiado pela indústria da moda e da beleza, bem como a farmacêutica, vendendo a ilusão plástica de que sim, podemos viver para sempre, e assim, cada vez mais próximos e distantes da morte, tentamos fazer o possível para evitar não apenas a inconveniência de ter que ser um morto que não possui condições de cuidar de si, mas a clareza de que para o outro ocupado demais com sua agenda terá que de alguma forma interromper sua rotina, para cuidar de você, que agora além de não sair do lugar, não respira. Há cada vez mais uma falsa sensação de pertencimento, que aos poucos vai corroendo e minando as relações, até relegarmos a nós mesmos a mais audível e expressiva solidão, que acaba por ser um recanto sagrado, interrompido raramente, por alguma festa, ou por dias que temos que sair para se tomar o gole de alguma coisa, nem que seja um litro de cerveja ou de esperma. Essa solidão se compactua com a mesma solidão do outro, que reconhece nos olhos o quão atarefado e cheia a agenda possa estar, mas cada vez mais sozinho, desprovido de reais afetos que o condicionem a uma troca mais calorosa e ininterrupta, o que foi trocada por trocas descartáveis, e ao mesmo tempo, infiéis, pois enquanto se distribui afeto no encontro supérfluo, todas as promessas são feitas antes de gozar, até que depois da satisfação, finge-se até recado da mãe no telefone para poder descartar a presença intrusa daquele que serviu para satisfazer as necessidades básicas, e recolher como doar a dose precisa de afeto, para que possamos continuar nos iludindo de que sim, o barco não foi atingido por um iceberg, e podemos continuar afundar sem perceber, tocando violino no deck, escutando Casta Diva como se estivéssemos dançando música eletrônica. Esse descompasso sentido a cada encontro é fundamental para podermos perceber que sim, há qualquer anomalia presente no presente, e de que talvez, esse vírus viral da rede social acabou por minar aquilo que um dia começou inofensivamente com Orkut, e hoje tem seus milhares de filhos e netos, com Facebook, Instagram, Tik Tok, entre outros, que ao invés de serem usados para o propósito de manter a comunicação com os realmente distantes, os que moram em outro país e não no andar de baixo ou atravessando a rua, ou até mesmo no bairro seguinte, são utilizados para postagens de um narcisismo cru e cruel ao mesmo tempo, quando é instaurado uma competição para quem está podendo ser contratado para qual vaga, quem tem a competência nunca sugerida por seguidores que até pouco tempo podiam ser comprados, não sei se ainda assim o é, somando-se ao fato de que as postagens sempre remetem ao ridículo de uma vida de osmoses falseadas, quando subtraio do momento seu idílio aparentemente perfeito apenas para o outro ver, ao invés de eu sentir. Basta perceber o número de estrelas que estão cada vez mais recorrendo ao Instagram para postarem suas intimidades, e revelarem ao invés da aparente intencional proximidade com seus fãs, um desespero por estarem sendo substituídas por atrizes e atores jovens com milhares de seguidores, porque apenas postam imagens sem camisa, com abdomens sarados, e bundas com o biquini, desculpe a expressão, enfiados no cú. Esse descalabro, na minha opinião, se deu no mesmo nível ao desajuste daquilo que é notícia, para aquilo que não é notícia mas vira notícia, as fake News por um lado, e por outro, a vaga e esdrúxula interpretação de qualquer coisa menos especialistas, de influencers, o que conseguiu virar uma profissão, uma parte por existir uma contingência enorme de pessoas formadas deslocadas do mercado padrão de trabalho por falta de vaga, e assim se dando a gradual absorção desses entes por essas redes, pessoas que não quiseram virar nem puta nem político, não equiparando um com o outro, mas até chegando a rever o que disse, e constar que sim, também uma enorme contingência de putas e políticos estão se deleitando nas redes, e fazendo seu marketing digital, como qualquer outro ser que virou um dinossauro caso não utilize hoje das mesmas técnicas. Com essa contínua demanda por assistência e manutenção do balance e equilíbrio, o vigiar e suprir, das próprias redes, perde-se o tempo que se gastava ao passar um fax, ou ir até as lojas que revelavam os filmes fotográficos, entre outros mil exemplos, para manter-se pontualmente conectado diante de cada post, respondendo cada suposto fã, ou ao menos observando como vai o desempenho de si próprio num nicho que virou a nova televisão do século, para não dizer o novo cassino, pois por mais que televisão tenha seu índice de adicção, o conteúdo pelo menos é minimamente organizado dentro de uma tópica, que mesmo alienante, informa pelo menos a temperatura e a previsão do tempo de uma forma correta, já que hoje sequer no sistema televisivo podemos confiar, visto a opinião dos influencers, influenciarem jornalistas, que são castrados cada vez mais por editores que obedecem o “núcleo de fachada”, uma espécie de acordo tácito entre a diretoria da emissora e o governo daquilo que pode ser publicado ou não, ou seja, as vezes temos uma revolução acontecendo no país, um escândalo, como o impeachment do Alexandre de Moraes por exemplo, que ficou destinado ao gelo, ao invés de algum canal de veiculação midiática comprar a briga e instigar as pessoas a se pronunciarem, forçando os 5 votos faltantes, não por uma questão pessoal, mas por sentenças desproporcionais que continuam saindo de sua pena, como a recente prisão de uma senhora condenada a 17 anos de cadeia, pena muito superior ao estupro, por ter quebrado uma janela, ou arranhando uma porta, ou partido a cabeça da porra de uma estátua, pelo amor de Deus, onde tudo isso vai parar? E assim, nesse acumulo de desinformação, aquilo que um dia foi útil para reunir pessoas, e acredito esperançosamente pelo respiro da Democracia ainda seja, para protestar e se manifestar contra regimes autoritários e abuso de autoridades, hoje é um mar de porcarias cheias de bundas e pratos de comida “bem temperada”, lagosta, aqui não gosta! Pelo amor da Nossa Senhora de Aparecida, que nessa altura, já imitou o Michael Jackson, e num país de pardos, cometeu a gafe de virar branca, por querer ser mais uma padroeira nórdica, onde o sistema parece funcionar, independentemente da imbecilidade das redes, o que prova que não são as redes imbecis, e sim as pessoas, e está deixando o país no próximo voo. Eu sei, que vinculei a amplidão universal do texto a localidade do nosso país, porque tenho que também ter uma noção de que estou nesse barco chamado Brasil, e que se os ratos estão fugindo, é porque alguém precisa dizer alguma coisa, ou quem deveria estar dizendo não diz. Já disse mais de mil vezes, o calcanhar de Aquiles da democracia, a máscara democrática número um, é a indicação do Executivo de membros para a Suprema Corte, o STF, que acaba sendo, por ser o cargo vitalício, tendo em média cada juiz de 20 a 35 anos de exercício da função, fica nossa país, bem como qualquer democracia que siga nosso modelo presidencialista, e permita a nomeação dos juízes Ministros Máximos do país pelo Presidente da República, o que certamente, não preciso nem perguntar, acontece com a Venezuela por exemplo, bem como nos EUA, o que garante o domínio e a vigência de uma diretiva de governo por mais de 3 décadas, de uma forma geral, aqui no Brasil pelo menos. E o que tem isso a ver com a alienação e a semente do eu plantada em nós por cada arado do proporcional acaso, e o vazio existencial que nos ocupa quando cada vez mais nos ocupamos das redes sociais? Bem, tudo a ver. Quanto mais estupida é uma nação, e entretida com joguinhos virtuais, e dancinhas idiotas, mais fácil ser a massa de manobra, e apenas se sentir útil na inutilidade do voto, que como sufrágio universal, funciona como mais um embuste democrático, mais uma máscara da democracia, eu diria a máscara número dois, quando dentro A e B se tem a opção de escolha, o mesmo A e B que foi opção na eleição passada, e o mesmo A e B que será na eleição seguinte, e o mesmo A e B, com outro rosto apenas, que será na próxima, e o mesmo A e B que será na próxima da próxima, e o mesmo B e A que será na próxima, da próxima, da próxima. Entendem, temos um escopo de mesmos rostos, e é dito a nós que somos nós que escolhemos, quando são eles que escolhem quem serão os escolhidos, entre eles, e se apresentam como opção, para que nos escolhamos, aqueles que já foram previamente escolhidos, ou seja, cria-se assim a ilusão de que escolhemos alguém quando estamos de fato escolhendo sempre as mesmas variantes, para não dizer pessoas, basta olhar o Senado Federal e a quantidade de múmias, daqui a pouco a exibição será maior do que a ala do Egito no Louvre, que depois de Napoleão, ficou realmente gigantesca, ao ponto de se faltarem múmias no Egito. Sim, elas migraram metade pra França, metade para Brasília. É o fim da picada. Da picada de cobra mesmo, quando nos deparamos com essa sociedade imersa nessa solidão obscurecida, esclarecida pela ilusão do contato, cada vez mais preocupada apenas com a silhueta da bunda, ou se a cor do vestido está combinando com o sapato, e assim vamos sendo emburrecidos de propósito por uma legião de influenciadores incapacitados, inúteis, e imbecis, para não dizer burros, que vai levando desde gostos e tendências musicais nada revolucionárias ao grande público de seguidores, o séquito da Boozolandia, a informações incipientes sobre tudo menos política real, muitas vezes se mascarando atrás dessa bobagem mentecapta e acéfala de auto ajuda, que ajuda apenas os pastores da auto ajuda a trocarem de Ferrari, elevando discursos sobre o quanto uma meditação retardada matinal irá não retardar sua vida, já que sua Bunda interior, desculpem, seu Buda interior, o Sidarta dentro de você irá aparecer no meio de um cosmos líquidos e rarefeito dentro de sua mente, mais efeito do relaxamento que ocorre quando o olho começa a prestar atenção nas micro bactérias e micro folículos que habitam entre a córnea e a parte dianteira da pálpebra, já que para uma efetiva iluminação, ou algo que chegue aos pés de uma real epifania, leva-se anos de prática monástica, e não tem nada a ver com o ocidente e o nosso método, a metodologia arriscada que escolhemos viver ao optarmos não nascer, mas não morrer nessa vida. Pois as vezes penso que seria mais fácil um suicídio em massa, um reboot, para iniciar novamente essas 8 bilhões de almas atordoadas, presumindo umas 3 bilhões sendo ocidentais, do que ensinar na escola que essas redes são de fato redes, não de pesca, mas com o mesmo objetivo, de pescar você, e retirar de você sua capacidade crítica, para manter alienado o seu cérebro esquecido e mofado do sistema que reina e tripudia em sua cabeça. Assim, dessa forma, acho que essa solidão impenetrável, vai se acumulando , como camadas de poeira sobre os ossos, antecipando uma morte antecipada, mortos vivos enfileirados numa esteira cuja queda se dá num moedor de carne, onde brevemente estaremos comendo enlatado chinês, não me referindo aos inúmeros absurdos de inutilidades chinesas de péssima categoria que consumimos, falindo nosso próprio país em prol da China, futura chefe do Mundo, Imperadora, já que os próprios chineses se acham uma raça superior, e numa eugenia econômica estão devassando as populações americanas e europeias, para não citar a asiática, mas voltando ao assunto, não, me refiro aquela icônica imagem do Pink Floyd onde os bonecos alunos de aula vão sendo todos com a mesma face, o prévio e preconizador aviso da antecipação da tutela dos alienados, ou alienantes, engolidos por uma máquina de moer carne; isso mesmo, quando digo enlatado chinês, me refiro justamente ao retorno disfarçadamente primitivo ao hábito de se comer carne humana, pois o enlatado será feito da sobra de excedente de chineses pobres que ao menos servirão ao mundo como substrato e alimento, e nós, visto a diferença de preço para um file mignon, e submetido as pressões de inúmeros ativistas pró vacas, iremos engolir a seco essa mistura importada por apenas 0,99.
TAMANHO SEM DOCUMENTO
O que entendemos como superação pessoal numa época onde o individualismo crônico torna as pessoas cada vez mais isoladas dentro de sua estrutura psíquica, quando superar-se a si mesmo não deixa de estar composto pelo olhar que temos do outro, de forma secundária, ao ponto de sabermos que podemos ser melhor porque percebemos que há alguém melhor do que nós, nesse sentido cumprindo o individualismo um papel até certo ponto benéfico, pois torna-se mais fácil descartar a comparação e focar o olhar em si mesmo? Podemos pensar que há um certo efeito paradoxal nas expressões individualismo crônico e olhar do outro, mas somente quando ele impede de aprendermos com as capacidades alheias de forma simbiótica, benéfica, utilizando-as como estímulo para no exercício do individualismo moderado, nos recompormos do insucesso para mais rapidamente voltarmos a uma nova proposta de superação. Não é uma missão fácil, especialmente se não obtivermos uma sólida sensação de ápice, o limite entre o céu e a terra, que pode ser superado em casos onde a constante batalha para um resultado melhor é o que ocupa o cerne do sujeito, posto em análise pela sociedade em que vive, que confirma a superação validando-a, por isso o outro ser de devida importância, não apenas na fase de incentivo mas na fase de consolidação. O que não impede de termos desenvolvido uma própria capacidade crítica independente, que independe da confirmação social para saber-se notável em seu cumprimento de metas e do aprofundamento do processo de auto conhecimento, que o levará cada vez mais longe. O que um dia era um exercício de superação se apresentar com os colegas da banda num bar se torna ínfimo perto a apresentação num estádio para 30 mil, 40 mil, 1 milhão e meio de pessoas, mas devemos prestar atenção que não se começa pelo topo, ou pelo máximo, devendo a própria estrutura psicológica sendo aos poucos elevada como um mergulhador de alta profundidade que precisa fazer pausas para descompressão, e assim poder retornar a superfície, pois corre o risco iminente de morte caso suba de uma só vez. Os laços da psique são nesse caso e funcionam como músculos, que precisam ser fortificados com a repetição, e o aumento gradual do desafio, que passa ser corriqueiro a cada novo teste, e assim, elevando-se a confiança que se tem devido aquela proporcional aquisição de sucesso para um nível inconsciente, onde inconscientemente não se sabe mais que se sabe, por haver de certa forma canibalizado as entranhas do processo, que se torna cada vez mais fácil, e por isso, é aberta a possibilidade de expandirmos para um desafio maior, uma apresentação no caso, que passa de 100 para 500, e de 500 para mil. Não que não haja exceções, que se sentem a vontade diante de metas ditas inalcançáveis, por uma rara composição bio psquica, que dado algum traço genético, mais as notórias experiencias acumuladas em um período pequeno de tempo funcionem já como regramento e parâmetro para um salto abrupto em um oceano comparado a um abismo. Tomar a regra por exceção não é o que normalmente se percebe diante do crescimento individual de cada um, que precisa da confirmação interna de cada etapa, bem como o eventual reconhecimento, caso esteja dentro de uma certa normalidade aceitável e esperada, de que o outro, ou os outros autorizam e interferem nesse crescimento autóctone, que depende as vezes mais do próprio desconectar da alheia opinião, em certa etapa da consolidação da habilidade proposta, do que da constante validação do sujeito de confiança, o mestre no caso, que chega o momento que percebe que seu discípulo precisa negá-lo, para continuar prosseguindo, e assim o ataca, para perceber se atingiu independência que para muitos é algo inatingível, aqui ditando-se a linha que regula os paramentros que definem a mediocridade. No fundo, somos uma sociedade de maioria medíocre, onde poucos conseguem se libertar do julgo alheio para dar o famoso e esperado salto, para desafiarem o mestre e ainda por cima, em alguns casos, vencê-lo. Vencer o próprio mestre é e faz parte da função estrutural do mestre, do verdadeiro mestre, que quer se dar por vencido, para assim também se satisfazer em seu propósito, de ter conseguido treinar e obter um novo mestre, não importando aqui se foi superado pelo discípulo, pois verdadeiros mestres estão além da vaidade, e gozam de verdade com a superação do discípulo, obtendo sucesso somente neste caso, em que perde para aquele que lhe recebeu educação e aprendizagem, aplicabilidade da sabedoria transformada em conhecimento prático, que possa servir para o sujeito dar cabo de sua vida, no sentido, de aumenta-la e não extingui-la. Coloco o papel do mestre que na maioria dos casos pode ser a própria vida, e aqui fica a pergunta, se o mestre é a vida, como superar a vida em si mesma? Realizando os mais profundos sonhos. Assim temos um parâmetro para medir se alcança o rito final, e o supera, quando profundos sonhos não são rasos, evidentemente, mas no sentido, não tenho um sonho profundo que esteja relacionado a mudar a cor do cabelo, e sim de mudar cores de cabelos, entendem? Usei o exemplo simples de um cabelereiro que começa com as próprias mexas, e não cai nos encantos de Dalila, representando aqui as inúmeras tentações para a desistência do propósito original, bem como os buracos no meio do caminho, que retardam cada vez que se cai ou no mesmo ou no próximo buraco, o trafegar pela estrada, que é atordoante o suficiente para enlouquecer desavisados e descomprometidos, levando a inúmeros cortes de cabelo cada vez que esse está atingindo um tamanho considerável, pela mesma Dalila, disfarçada de um novo buraco, ou impressionantemente impressa no mesmo. Cair sempre no mesmo erro pode se tornar um modo de evitar o sucesso da empreitada, por receio de não estar a altura de si mesmo, caso que é resolvido com muitas quedas e vários erguimentos, quando a disposição reanimada passa novamente a lutar a mesma batalha, infinitas vezes, até ser vencida, ou pelo cansaço, quando se prova ao mundo que o aparente erro era uma intempestiva e temerária prova de coragem, por abrir-se mão daquilo que ela promete como fruto de convencimento, o premio, estando o sujeito disposto a abrir mão do premio por não concordar com a regra imposta, milenar, que ultrapassa sua própria condição de atual entendimento, mas que devido a uma absoluta resiliência e consciência tamanha de si, diz a voz que tudo toca a si mesmo, não, eu não preciso te vencer para me sentir não vencido, e sim, eu preciso superar a necessidade virtual criada pela expectativa geral da vitória diante de determinando contexto, para estar além da opinião, cortando com a espada o julgo alheio, de que sim, perco de propósito apenas para provar que não preciso te vencer, para me sentir vencedor, pois abirir mão da vitória de uma forma consciente, é uma estrada mais longa, mas também tão eficaz quanto vencer a tentação irresistível. O quando vencer se torna justamente superar a necessidade da vitória, o que demora mais para ser compreendido pelo outro, mas uma vez compreendido por si, passa-se a exercer outro domínio, o da paciência, umas das virtudes mais exaltadas no pensamento estoico por exemplo, e mais arrogante, pois não há nada de mais presunçoso do que uma infinita paciência, e nada de mais aterrorizante e irascível para o oponente mestre, que um discípulo que perde de propósito, e não se importa de repetir a lição infinitamente, apenas porque ele já transcendeu a própria necessidade de ser considerado um vencedor, já sabido internamente, que é justamente aquela contínua derrota que o torna competente e capaz para exercer qualquer tipo de domínio e trafegar sobre os quatro elementos da Terra como se estivesse nu, entrando numa padaria, e pedindo um pedaço de pão. Aprender com o erro estimula aquele ditado que diz, que errar uma vez é permitido, mas duas vezes é burrice, quando nessa proposta do discípulo mestre, de vencer a vitória, errar uma vez é aprendizado, agora errar duas é puro sarcasmo, quando se de fato percebemos ai a real possibilidade de alguém realmente contraventor, que subverte a norma social, ao ponto de ridicularizá-la ao extremo, se tornando muitas vezes insuportável para os outros, e até mesmo persona non grata, por estar literalmente acima de qualquer julgo e opinião, sendo sua presença a prova viva da desconstituição do outro que precisou da vitória para vencer, o reduzindo a um mero aprendiz de erros, e não a um legítimo vencedor, pois o discípulo mestre aqui nos ensina que não é toda vitória que temos a obrigação de querer vencer, ou para provar que não está no podium a exímia habilidade, e sim na qualidade do motor, que independentemente de ouro, prata ou bronze, existe uma medalha ainda mais valorosa, que conquistada através da trilha do autoconhecimento, descarta a vaidosa atitude minimamente cabível a qualquer vencedor, e se torna o primeiro perdedor que a tudo e todos vence, por se destacar escolhendo a derrota, quando já sabe através da própria intuição e penetração ao amago pessoal, viagens solitárias ao píncaro do conhecimento total, que independe do outro para qualquer coisa, principalmente para ser reconhecido, quando o maior reconhecimento, o mais difícil de se conseguir, o de si mesmo, já conquistou, a exercendo uma terrível modéstia, ou humildade ininteligível, alcança a vitória sem reconhecimento, sem medalha, impondo a todos a sua superioridade técnica e pessoal, como ser humano, desapegado da vaidosa estatura de um coroado, para se auto coroar com uma coroa de espinhos e ferro, o metal mais comum e solidário deste planeta. Assim, identificamos aquele que de verdade é o único que pode chegar ao impossível, pois ele não precisa de ninguém que o aumente se diminuindo, e sim ao deixar de precisar ser aumentado pelo outro, pode ser aumentado pelas coisas em si, pelo esticar os braços e alcançar as estrelas que estão divinamente longe das mãos dos ordinários vencedores, que são muitos porém iguais, mais um case de sucesso de acordo com o livro técnico, quase como o anti academicismo dos impressionistas por exemplo, e o desprezo que suas primeiras exposições causavam ao julgo comum e ordinário, ao juiz e ao árbitro do jogo, e a platéia dita erudita que somente vê aquilo que o outro, ou os outros validam. Assim, se performa algo que ultrapassa a vitória temporal, e ruma para os acordes da imortalidade. Hoje imortalizado todos os verdadeiros e pioneiros impressionistas, e desprezado e desconhecido, desprezado pelo próprio desconhecimento os tantos acadêmicos que riram de uma paisagem de Monet.
Acredito ter ficado claro que o verdadeiro vencedor é aquele que sabe da imperiosidade de passar por certo desafio, para ter que apenas provar alguma coisa por alguém, e por já ter claro para si que o ultrapassa se for necessário, deixa criteriosamente e propositalmente de passar, mostrando assim, sem necessidade declamatória ou explicativa, o seu verdadeiro lutador, que se desapega da vaidade intrínseca a suposta vitória, e ao mesmo tempo da necessidade de vencer, que não foi critério próprio, e sim de um sistema intrincado de normas e valores que atavicamente guiam o olhar erudito da plebe erudita e da erudita plebe de eruditos, que numa certa ótica, não passam de autoridades firmadas no passado, que adiquiram uma habilidade cujo nível é basicamente humano, demasiadamente no meu ponto de vista, e sequer heróico, para não dizer divino. Afinal, o planeta, apesar de ser de maioria medíocre e formada por perdedores, tem uma vasta gama de vencedores, mas apenas de uma raridade ínfima de vencedores invencíveis, que não precisam retocar sequer a quantidade de jaules preciso num golpe, quanto mais os espinhos da coroa, que devastam a autoridade de um papa. Assim, percebmos que não é não errando o mesmo erro que aprendemos a não errar, e sim ao escolher errar o mesmo erro e assumir suas consequências ininterruptas vezes, até ele se tornar um erro vitorioso, que mais ensina, quando o sistema desafia, que desaprende os princípios básicos de uma educação ainda formal e estúpida demais para fabricar-se gênios domesticáveis, pois enquanto não se entender que o verdadeiro gênio é indomesticável por si só, por sua própria intrínseca natureza, e somente este poderá ser o verdadeiro mestre, o eterno discípulo da vida que tudo ensina onde se reaprende, por verificar que apesar do corte de Dalila, o cabelo, junto as unhas, crescem para sempre, ou seja, foda-se Dalila e sua tesoura, para ser bem claro, ela jamais irá chegar ao cerne do nascimento do folículo genial, apenas criar a ilusão de um retardamento que é suprido sempre pelo atemporal poder do tempo preso e atado a verdadeira genialidade, ao vitorioso perdedor, que num único sopro, poderia assoprar a neve dos cumes, mas prefere tirar a poeira acumulada em cima do armário, o mesmo aquário que um dia serviu de casa, e ainda serve, para muitos que se vangloriam de vitórias, que devem ser conquistas a cada instante, num nível subcutâneo, para valorar e “mestrificar” o gênio indomável, o único que de verdade vence. Se submeter a regra e vencer acaba, num certo nível, sendo fácil, agora quero ver vencer sem se submeter a regra nenhuma, e mesmo assim prescindir do fato de que somente os regrados entrarão na estreita porta alargada por sua indecorosa audácia do tal paraíso, quando apenas facilita a entrada de supostos vencedores, pois aprendeu a perder sempre, aquilo que facilmente vence. Não bastando-se com uma única vitória, ou diria, perda, pois sabe que levantar estando de pé é muito mais vibrante do que se manter de pé sem cair, porém ciente que apenas poucos olhos estarão atentos a esse desfibrilar da milenar técnica dos monges fazedores de tecidos, que tecem sempre a mesma coisa, a milênios, num mundo onde o tecido, orgânico principalmente, quando mais que natural passa-se a ser orgânico, muda e se renova constantemente. Tecido os devidos comentários, aproveito para deixar claro que essa jornada não é para qualquer um, pois como diriam as ultimas palavras do Al Pacino no filme Advogado do Diabo, “a vaidade é meu pecado favorito”.
Arte Eficaz vs Arte Paliativa
Parte 6
Quando observamos de perto os fios que tecem uma obra de arte eficaz, percebemos que todos intrincados em si, formam um conjunto irreformável, que apresenta para o espectador uma visão proposta pela intenção do sublime por trás de cada curva de mármore, por entre cada tom de cores no quadro, pela imagem perfeita de uma cena filmada como se fosse natural, de uma efêmero gesto na teatralidade de um drama de um espetáculo que ficará vivo apenas na memória, e depende da lembrança e do sentimento para ter sua eficácia pungente e acordada, que toda e qualquer obra de arte que se proponha a uma mudança, a um comprometimento maior com a ética humana, ao oferecimento de uma sabedoria que pode ser adquirida e transformada em conhecimento, em um argumento contra as solventes rachaduras sobre a parede do “aquário” de cada um, que o pode fazer explodir, ou implodir, ou naturalmente aumentar, há uma conjuntura prévia intencional, uma teia de intenções costuradas que formam a face dessa obra que seria a propositura de como olhar para os olhos de um Deus, e aqueles que conseguirem encarar e deixar com que a divindade do sublime os penetre, irão carregar a eficácia através de uma sólida reflexão dos valores propostos a mudança ou a manutenção, mas geralmente algo apresentado para ser transformado, visto ser esse o papel de uma obra de arte eficaz, a evolução, através de uma revolução ou de um natural processo de emersão das profundezas, onde não seria necessário uma conduta mais agressiva da parte do receptor do que apenas esses transeuntes instantes de se suportar o olhar divino para absorver o néctar da mudança, da mensagem, da mágica a ser efetuada. Aqueles que fecham ou desviam os olhos não vão, infelizmente, se engajar na mudança proposta, ficando aqui claro que não é somente porque uma obra de arte é eficaz, ela é eficaz para todos, e sim somente para os que estão abertos. Há contudo aqueles que encaram e suportam o olhar divino e repercutem uma ação da recrudescência retrógada, que apenas, por questões de intimidade inatingível, ou calcificada, valores engessados a tamanha profundidade ou colagem, que refutarão o óbvio esclarecido, mesmo tendo entendido o que se tem como escopo fundamental do arcabouço de argumentos para se criar a propositura de uma nova moral, através da desconstrução crescente da estrutura social, vinculada e sustentada por esclarecimentos doutrinários, impessoalidade pessoal, grafada e instigante autoria, bem com o de outros requisitos secundários, a musicalidade no ritmo musical, a dramaticidade do exagero, e a discussão de polêmicas consagradas ou não, traduzíveis ou não, resolvíveis ou não, que geralmente não são secundárias, e situam-se na primeira ordem de apresentação da problemática de identificação do apelo subjetivo para a desconstrução objetiva, que varia entre a força dos argumentos apresentados, junto a uma originalidade indiscutível, outra característica que pode figurar o hall dos requisitos, não igualando a característica ao requisito, mas numa exceção, fornecendo a essa características as prerrogativas de um requisito, que deve em si conter um universo próprio pelo logos sustentado, e de todo inquestionável, apesar de desconsiderarmos as verdades absolutas, com exceção da super ética, que por ser de toda dura e maleável a todo instante, se adequa a um absolutismo refratário, que pode ser justificado pela adequação do mesmo em várias formas, não podendo ser apenas uma imposição sem antítese, onde a própria desvalorização e negação do valor em si proposto, recoberta pela evidência de ser apenas uma tentativa retórica e infundável nos liames da realidade real, fortalece ao invés de enfraquecer a pungência e força dos requisitos em questão, que se alimentam entre si, e são performados através de uma estrada, onde um levando a constituição inamovível do outro, cria a base sólida para averiguar-se na apresentação da obra, a indiscutibilidade de sua eficácia, frente ao plano que poderia ser dito o plano inteligível, de uma forma descolada do platonismo clássico, que automaticamente depende de uma segunda realidade para existir, o plano fático, que nessa propositura, coexiste ao inteligível, sendo o arquétipo da ideia, com sua propositura e eficácia prática no mundo , representadas pela mesma atitude, pelo mesmo bloco de valores, pela mesma face de Deus; aqui refreio, para enumerar a sequência dos requisitos que se auto completam, e apesar de serem basicamente autoexplicáveis, pela dedutiva capacidade, merecem uma explanação microfísica, ou microscópica, para melhor aclarar a teia pela qual está se erigida a eficácia da obra, que inquestionável em seu valor supremo, como a Casa de Boneca de Ibsen, que apesar de polêmica, no sentido claro de polemização, causou uma verdadeira fagulha para não dizer uma fogueira cujas labaredas alcançaram o pés das estrelas, quando sugere a autonomia feminina diante da insuportabilidade crescente em seu lar, de escolher partir, frente sua humanidade agredida e humilhada, e deixar marido e filhos numa época, século XIX que isso era de todo impensável, e ainda hoje é coberto com um manto de porosidade fúngica, onde o bolor se apega somente ao manto, que recobre a atitude e existe pela reincidência da recrudescência retrógrada , que mesmo apesar de século haver passado, é um fator que por ser vivo e pulsante, se alimenta do miasma fétido humano daquelas opiniões e modos de viver e enxergar a vida de pessoas fétidas, que não conseguem se desapegar do falseamento da imutabilidade de um valor inserido na cronologia refém do tempo, e linear, que apesar da inevitável corrida às vezes em câmera lenta em direção a uma super ética humana, que sempre um passo antes de ser alcançada se apresentará a humanidade, porém como instigante farol, ou ilha de chegada, ilumina a corrida, cuja maratona é feita pela unidade irreprochável de todos, pela conjuntura de consciências que abrigadas pelo mesmo céu, são inter influenciadas, e automaticamente aprendem mesmo no silêncio umas com as outras, e por um natural exercício da benesse humana, selecionam entre o oferecido o que de melhor fica, tanto de uma parte quanto da outra, descartando o que não serve para o aperfeiçoamento daquela sociedade em questão, que como todas estão sobre a prova da continuidade e aperfeiçoamento do belo, que institui a leveza, elemento fundamental para erigir a consciência dos homens, uns em relação aos outros, fazendo aquele não ferir nem com a espada nem com a língua, mas demonstrar com gestos a certeza por trás de um valor, de uma causa, de uma mudança, que senão aceita por todos, deve ser questionada se são todos os que não estão prontos para aceitá-la, ou se o aceite não é necessário da outorga de todos. Isso para voltarmos a Casa de Bonecas, quando num mundo erigido a base da força, prelado do patriarcado, aquele sistema que se constitui no muque, e na ausência de percepção total e valor da vida, pela impossibilidade fisiológica da gravidez, o que leva ao macho uma natural e escusável insensibilidade autônoma, por ele não saber o peso, sequer as medidas da vida em si, coisa que somente uma mulher poderá saber, e daí, por ser mais forte em augusta fisicalidade, se sente obrigado a impor seus âmbitos morais e éticos, mesmo que se trate de uma ante ética, erguida por uma imoralidade que por séculos escureceu com trevas o saber humano, libertado de suas algemas primárias apenas, quando hoje novamente nações seguras de seu poder nuclear, impõem como se fossem patriarcas do mundo, cuja fronteira da pele se dá pelas fronteiras geográficas imaginárias porém soberanas, que faz o mundo se render a uma verdade econômica sustentada em última instância, pelo quanto mais posso obter de vantagem melhor. Por ele não saber o peso, sequer as medidas da vida em si, fica muito difícil valorar aquilo que não se compreende vitalmente, em seu íntimo, como a eficácia de uma obra de arte que às vezes peca não pela eficácia sugerida, mas pela incapacidade humana especifica da compreensão da eficácia objetivada em uma obra, que se diz, depois de muito se aprender com essas obras magníficas que foram desprezadas em seu devido tempo, a expressão, o adjetivo “póstumo”, dado a essa obras que foram condenadas em seu tempo, apesar da irrefutabilidade eficaz da desconstrução crescente da estrutura social, impedida pela ignorância de uma maioria, que não capta sem querer, por não haver estofa intelectual e sensível para compreender o absoluto renovável que está sendo sugerido, ou pela expertises daqueles que com o status quo lucram, e suas respetivas influências e poder no mundo, macularem de desentendimento e ilogicidade, de aversão, que construiu e deu forma ao termo subversivo, não sendo toda obra subversiva póstuma, mas toda póstuma obra subversiva, calculando aqui o quanto de ingerência belicosa do muque, daqueles que não compreendem essencialmente, vitalmente o valor da vida em si, e não se prontificaram em aprender empaticamente o valor da vida a priori, é ativa para impedir a transformação, de tantas transformações que foram apenas atrasadas pela ingerência desse patriarcado quase universal, que dita o certo diante do certamente errado, ou do errado certamente, impedindo o avanço e a transformação, o passo a mais em direção a linha de chegada que estará sempre a um passo de distância, mas devido a atitude da efervescência retrógada , mantém em suspenso a evolutiva proposta e seus efeitos colaterais, marchando de opróbrio e variavelmente proibindo obras, em determinadas soberanias, queimando livros com em determinados regimes, estipulando Index como em certa religiões e Estados. Aqui temos a prova de que é o conhecimento, a sabedoria aplicada, que transforma legitimamente o mundo, e ele pode nos ser apresentado por diversas formas, cientificamente por exemplo, mas se atendo a arte e seu papel fundamental para disseminação desse conhecimento, dessa sabedoria contentora de axiomas milenares, e de fichas que não caem, aos milhares, sendo essa arte específica, a eficaz, um inimigo em potencial do ser humano não bestial, mas rigidamente atroz pela insensibilidade do egóico dissimular, quando o tempo apenas irá fazer com que a mudança se institua por causa da informação vital de transformação ser carregada aos quatro ventos, o que antes demorava séculos, com a prensa anos, e com a internet horas, obviamente não se crendo que apenas a consciência diante de um erro comum e universal, ou talvez, ocidental, que seja, ou oriental, visto a dicotomia clássica instaurada entre os dois polos de mundo, onde a religião transcendente de um lado se contrapõem a imanência do outro, mudando o cerne do entendimento do mundo, irá trazer a transformação sugerida, por também os “donos” do status quo, terem evoluído, da mesma forma com que a capacidade de propagação da informação evoluiu, meios de barragem, diqueis em forma de tratados e leis, que aprisionam muito os entes federados, por exemplo, a uma norma que já foi desconstituída pelo movimento natural do tempo. Por isso a super ética se apresentar sempre a um passo da linha de chegada, por haver sempre um natural movimento que movimenta e aprimora as irreverências e intrangigências, bem como a sapiência humana, feita para ser instaurada e aumentada e servida feito uma taça de graal para todos, e cada vez mais agregar educação, no sentido de capacidade crítica diante de uma dúvida ou oposição, nas mentes humanas, que são quase todas obnubiladas pela escuridão da ignorância, que é indiscutivelmente patrocinada pelo mundo, ou melhor, pelo sistema, ou melhor, pelas conclusivas assertivas e eficazes normativas despendidas das conclusões de reuniões dos poucos que controlam o mundo, decidindo o que é plausível de ser agregado, e qual velocidade será implementado a inovação do projeto, que às vezes, fica relegado a posteridade, apenas por uma questão de incontestável absolutismo premido pelas raias da supradita temporalidade e movimentação dos valores em si, que faz com que o absoluto hoje, seja um ponto superado amanhã, não elegendo dessa forma que não há prioridades e valores e princípios que sejam já por si só consagrados não pelo absolutismo, que sugere uma prepotência ética que deve ser cuidadosamente combatida, visto sempre se ampliar as lentes das lunetas, mas sim confirmando que há uma diferença entre os valores consagrados, redutos de morais ditas aqui éticas, como a inviolabilidade de uma vida humana desprovida de justificativa, e os pontos de mutação, que são ou polêmicas consagradas, como o abroto por exemplo e a eutanásia, ou polêmicas espontâneas, ou inovadoras, como a clonagem por exemplo, no estatuto da bioética, ou, simplificando um pouco, o uso de transgêneros já praticamente pacificado. O que tento aqui dizer , é que infelizmente ainda somos vítimas de um patriarcado, que se não mais se aplica a unidade do rei em si, ou do macho alfa que foi suprimido pelo feminismo, em parte, ao longo do século passado, mas da impossibilidade do matriarcado eficaz, visto somente ordenamentos jurídicos e a instrumentalização do sistema ter sido todo erigido em cima de uma belicosidade efusiva e repressora, talvez, reprimida, melhor, mas diante da observância desse patriarcado político, que ressalta sua eficácia diante das inúmeras soberanias, que apesar de poderem ser ainda eventual e raramente governadas por uma mulher, sendo o exemplo clássico um país como a América nunca ter tido uma mulher como presidente, fica restrita essa mulher ao patriarcado politico e jurídico das relações internacionais, e mesmo, nacionais, engessando a governanta a um sistema prévio, que a impede por exemplo, de desmilitarizar o país, se tiver este sobre um contrato de compra de armamentos que sobrepõem seu tempo de régio governo, sei ser um exemplo fraco, mas no momento é o que minha mente expressa para juntos podermos entender que não basta uma mulher exercer com toda sua sensibilidade, não estando eu, mas possivelmente, sugerindo uma possível solução para as mazelas do mundo, a presença obrigatória de mais mulheres, de mais seres humanos que sabem sobre o peso e a medida das vida na politica, que ela não irá conclusivamente ou obrigatoriamente obter um sucesso estrondoso na transformação de seu povo, é só pensarmos numa mulher governando algum país Islão, como chegamos a isso? E como ainda não chegamos? Será o petróleo ainda, visto toda nova gama de matrizes energéticas, um bom fundamento para o preconceito máximo e a máxima disposição do patriarcado bruto, que sequer considera a mulher como pessoa, quando numa obra de arte aqui analisada, A Casa De Bonecas, o efeito que ela seguiu sobre a sua época e seus espectadores, foi quase o mesmo da pretensão impossível ainda, de uma mulher de um Sheik, ou eventualmente mulher de ninguém, sendo esse status ainda mais autônomo , desejável, e improvável ao mesmo tempo, se candidatar a um país que sequer República consegue ainda ser. Não desfazendo a eficácia de uma monarquia, que por ser em muitos casos, parlamentar, com a instituição de um Chefe de Estado e dum Chefe de Governo, atuantes em suas respectivas áreas de influência, mas sugerindo que numa República, o Senado pode de uma vez por todas tomar as dianteiras das situações adversas, e se realmente estiver sobre o jugo do povo, manter uma retidão de decisões ímpares e exemplares, poder resolver problemas tanto de um despotismo no Judiciário, e a exacerbação de um juiz em específico, até a malversação do dinheiro publico pelo presidente da República, ou por outros crime de responsabilidade, não sendo a corrupção ativa e passiva os únicos crimes cuja premência e naturalidade habitual do sistema representem o caos e a falência de um regime democrático, que pode ser nada mais do que uma ditadura democrática, um velado sistema de governo sobre a égide democrática, porém sendo esta apenas um véu que encobre a tirania de um oligopólio irregular e criminoso na partilha do poder. Mas não estando aqui para exemplificar conceitos já mastigados em outras obras, me atenho novamente ao poderio que uma obra ao oferecer uma polêmica ainda não consagrada, pois sua consagração deve-se ao surgimento de denúncias e de reclamações do desvio em prática, da inoportunidade de uma obsoleta situação, do descuido de uma norma que não se atualizou com o tempo. Sim, prostitutas no Brasil não podiam processar alguém por crime de estupro ate 2009 com a mudança da lei, não podiam ser vítimas de estupro, melhor, o que é ainda pior, para verem num exemplo prático o quanto de magnitude de temporalidade execrável, de atraso injustificável, de desatualização absurda, é possível dentro de sistemas cujos ordenamentos não são revistos propositalmente para assim, como denunciam muitas obras eficazes, como Treblinka por exemplo, e uma leitura recente, A Sociedade do Cansaço, manterem o status quo degenerado, trancados com bridões pelas mãos dos poucos e influentes poderosos de uma nação, em sua maioria famílias autárquicas, e políticos corruptos, donos do baralho, as mesmas cartas sendo sempre ofertadas a população, que fisgadas pela ilusão da escolha, ficam pacatas em sua condição de servos alimentados por capim, enquanto os poucos, esses políticos cartas marcadas, figurinhas carimbadas, mantém-se no poder não atualizando normas e códigos propositalmente, apenas oferendo projetos e medidas provisórias, para não só garantirem os esquemas instaurados e costurados de corrupção sistêmica, mas para inovarem enquanto novas ameaças de uma aparente bondade invisível operando no mundo sugerem mudanças e as condecoram com letras de neon, os escudos e as blindagens necessárias para se garantir a impunidade revelada por tantas obras de arte que são eficazes, e ao mesmo tempo políticas, não querendo aqui desprezar a eficácia de livros técnicos. Agora retomando ao propósito de elencar o cordão de requisitos que se retro alimentam e são os responsáveis para garantir a uma obra de arte sua eficácia diante de um mundo em constante transformação, mas aqui fazendo um parênteses, temos que fazer o máximo para que essas transformações seja boas, melhorando as intitulações bem como aprimorando os direitos humanos que devem começarem a ser vistos também numa ótica mais coletiva, e menos individualista, sugerindo aqui um tratado de direitos coletivos, e não más, não caindo na fama de Maniqueu, mas instituindo transformações boas, como aquelas, que numa ótica quase positivista, porém desprovida de argumentações a priori religiosas, ou seja, um positivismo ateu, façam o melhor para a maior quantidade de pessoas, já que infelizmente, essa é uma realidade que nós somos obrigados a encarar, que sempre uma norma irá em detrimento de alguns, ser melhor ou pior, não sugerindo que não deva ser aprimorado cada vez mais a apreensão ética da realidade, para que assim consigamos chegar em perfeitos possíveis axiomas universais, que sejam aceitos por todos, mesmo que mais indiretos, ou mais abrangentes no escopo e menos completos em suas diretrizes, por serem digamos assim, extremamente abrangentes, porém minimamente excludentes, por estar aqui a super ética sempre a um passo da linha de chagada. Ao levantar a cena final onde Norma deixa sua casa, podemos comparar o mesmo drama ao filme oscarmente premiado As Horas, onde uma mãe de família, interpretada pela ganhadora do Oscar Juliane Moore, deixa também seus filhos e casa para traz, para viver sua vida, que em si mesma não se encaixava nos prelados patriarcais do sistema, de mulher-marido, menos mãe-filhos, mas que de certa forma, atingiu visceralmente a conjuntura de outro personagem, interpretado por Ed Harris, que vitima de Aids, morre se atirando pela janela, filho desta que um dia “o abandonou”, se posso me dar o direito, ou emprestar a expressão, para aparentemente estar condenando uma atitude que envolve uma polêmica consagrada, traduzível, e irresolvível mais numa época, resolvível mais em outra, porém num tablado de fundo humano irresolvível ao nível total, pois, por mais aceita a ótica da personagem, e sua coragem, pois não há dor que extremada pela dimensão terrível do ato em si, que seja vencida, como um suicídio, por exemplo, que não seja merecida de ser vista como corajosa, se sentida, superada ou não, apenas no caso da morte, mas conscientemente escolhida para ser suportada, ou seja, o que trazemos aqui, é a atemporalidade de certas questões, pelos primórdios das pedras originais onde foi fincada toda civilização, sendo cada tempo consequência de si mesmo, para o próximo tempo, geração seria melhor escolha, que mesmo evoluída os eletrodomésticos, permearão enrugadas as mãos, com o tempo que sempre passará, e às vezes, como aqui é o caso, manterá a mesma polêmica diante do mesmo fato, provando assim que não é a dita evolução dos valores humanos ou da sociedade em si que irá propor uma fácil resolução diante de determinadas situações, que são no meu ver quase que atávicas, e presentes em todos os tempos, desde que evoluímos para um individualismo, que dava seus primeiros sinais nos acordes do século passado, no início do século passado, apesar de concluso com o pós guerra, no meu ver, mas relevando aqui a impossibilidade de uma mãe abandonar o filho e o marido num sistema feudal, ou na idade das trevas, por não haver sequer a ideia, a fisicalidade da ação proposta e sugerida nesse universo de ações e distrações , de onde calcamos e pescamos nossas referências e legitimações para nossas atitudes, sendo impossível na época uma atitude retratada por Ibsen e Stephen Daldry, ser passível de possibilidade por não encontrar sugestionabilidade e respaldo de antecedência fatídica, no universo sensível do humano, provando assim, que há, apesar de uma super ética, a desconstrução crescente da estrutura social, ser fundamental para a imaginação apenas de novas possíveis polêmicas, que vão nascendo de acordo com a evolução prática e física da humanidade, antecipando aqui uma ideia onde se abarca essa evolução como atrelada as possibilidades ofertadas pelo valor cronológico do assunto em questão, de seu matiz temporal na linearidade histórica da historia da humanidade, sendo assim impossível propor o divórcio na era do fogo, mas se observarmos os contornos incendiários que temperam todas as épocas, num círculo de fogo, quase como aquele círculo que preservava a virgindade, valor absoluto, no tempo e obra específica, a tetralogia dos Nibelungos, As Valquírias, da filha de Votam, há já uma ligação teleológica da belicosidade fisiológica do absurdo, no caso hoje da vitória pela força e não pela razão, de uma sociedade onde os clãs nômades tinham a mesma força que o patriarca de eras depois se apoderou, não apenas pelo exercício bélico da força em si, mas pela transposição de uma ligeira época, onde as deusas eram superiores aos deuses, em estatura social, por ser a natalidade um fenômeno inquestionável, e dos mais visíveis diante de todos os povos que começavam a adquirir certa compreensão abstrata e infantil da realidade, valorando a vida dada pela sacralidade de uma mulher, ao ponto de construir universos e cosmogonias onde Gaia era a força que dominava o mundo, estando para todos como uma homenagem quase diante do universo, e entendimento automático de que sim, as mulheres deveriam guiar não somente os homens, em suas loucuras e paixões, mas a barca ao longo do rio de correntezas que fomos percorrendo ao longo dos milênios e séculos. Aqui levanto um esclarecimento, para não dizer dúvida, mas proponho uma conclusão, usando aquele velho jargão, da “inocência das crianças”, ou de algo parecido com uma visibilidade do invisível, e apreensão do mundo mágico, a era infantil da humanidade, que por mais que pouco possa ter durado, via nas mulheres justamente o reflexo do cetro, não falicamente, mas magicamente, como a varinha de condão, que sentia-se mais segura nas mãos e no colo da mãe, do que no atrapalhado e bruto cuidado dos pais, bem como a coroa, não querendo intensificar inicialmente algo que era intuitivo e comumente aceito, sendo somente sublevado com uma nova teogonia refeita, quando a belicosidade e a força, no entrechoques e guerra entre as iniciais civilizações e povos, começou por si a reformar o panteão divino, relegando as mulheres papéis submissos a força bruta do homem. Com isso quero dizer, que sim, na inocência de uma criança, por mais ser discutível a constituição de uma sociedade hoje baseada numa inocência, sendo de todo impossível, pois a malícia da virgindade perdida, e essa virgindade referente a virgindade da humanidade em si, nunca mais volta para o ponto onde fogos fátuos são espíritos, e relâmpagos deuses, mas aqui extrapolando o nível sintético e nuclear, basilar da compreensão do mundo pelos mundanos, observo que essa inocência via a verdade que não podia ser refutada por um relâmpago ser um fenômeno natural e não um deus, mas uma visão que via além de deuses e fenômenos, via o essencial, quando por trás da inocência há uma verdade, e é essa verdade que se apoiava, mesmo que justificada pelo esplendor de um parto, e pela força que essa imagem inflige na consciência universal, como uma tatuagem que não se apaga, é dita inquestionável, por ser pura e ausente de outros substratos que vão sendo agregados ao longo do percurso do rio, sendo água límpida da fonte, inicial, que veio ao mundo para brindar sua excelência e beleza, e me pergunto se que o que estamos de uma certa forma tentando fazer é retornar a essa pureza, mesmo depois de ter toda malicia se imposto em questões tributárias e sexuais, por exemplo, cósmicas e de lavanderia, com a sapiência adquirida, como se um ancião, depois de ter vivido toda vida, um bom ancião, e adquirido um olhar sublime diante de tudo, pela sabedoria estar livre e condicionada ao comprometimento com a razão verdadeira, ou lógica do absoluto óbvio, o utópico momento onde não se estará a um passo da super ética, mas sim arrebentando o laço, chegando finalmente em algum lugar, um podium onde o champanhe de certa forma, não erigindo aqui diferença crucial ou vital entre os homens, mas determinando que sim, haverá pro próprio reconhecimento universal, no caso do microcosmo, estatal, daquele que fica com a taça um pouquinho mais cheia, por ser impossível, quando abre-se uma garrava e na espontaneidade do servir ao outro com amor, a perfeita igualdade da quantidade de champanhe em cada taça, e sendo isso um fato que não mais ostentará brigas e disputas, mas uma compressão da casualidade agindo na totalidade das formas. Reforçando, será que de todo não podemos confiar mais no olhar e choro de uma criança, ou a manifestação pura de sua irretocável alegria, desbunde de uma ode a felicidade, do que no manipulável veredicto de um júri? É esse o impasse que a contradição aparente de dois mundos distintos, onde um a mulher era empoderada não apenas socialmente mas misticamente, onde a prova sine qua non da existência se dava pela presença do parto, e não pela cegonha que entregava bebes do céu, sendo mais fácil no nosso tempo entregar bombas e não bebês, mas retornando, e hoje a razão tentando vencer as trincheiras de um patriarcado ainda plenamente vivo, disfarçado, e camuflado, diante da garimpagem da atitude comprometida com a excelência dos princípios que movem o todo, estando, como o elo já explicitado dos dois mundos distantes, na época em que o homem era o caçador, e a mulher a cuidadora, começando ai uma determinante que se baseava na fisiologia onde no homem dotado de força se contrastava a mulher dotada de delicadeza, para usar um termo que não se aproxime muito de fragilidade, pois conheço mulheres que “são mais macho que muitos homem”, e constituindo assim a força um elemento fundamental para sobrevivência do grupo, que precisava comer, se infiltrar, como um gotejar corroído por uma péssima ideia, ou péssimo aquífero insalubre, a ideia de que sim, a força era determinante, para se promulgar ao mais forte o título de líder, que muitas vezes brigavam entre si, para se condecorarem líderes da maioria formante, como hoje ainda vemos, apesar dos enlaces diplomáticos apaziguarem certos ânimos, grandes hegemônicos líderes masculinos se desafiarem apenas na faísca da espada e não na lâmina, por todos saberem que o que um conflito entre os homens mais poderosos da terra poderia acarretar atualmente a toda humanidade, sendo talvez por isso, os pequenos conflitos suportáveis, para numa ideia psicanalítica, onde a humanidade é um só corpo, e pequenas extravasamentos de raiva, de ira, acabam por serem benéficos e salutares, para não ocorrer uma implosão súbita como já ocorreu pelo menos duas vezes. De um olhar menos organicista, podemos pensar, de uma forma pragmática, que esses pequenos conflitos, já são de todo intoleráveis, mas não estando na economia da indústria bélica, e da necessidade de explodirem granadas, e quando não se tem motivos para se esvaziar o estoque de mísseis, testá-los para demonstrações “estupidas”, porém pontuais de força, operando apenas num nível socio antropológico, considerando culpável aquele que como o ditador Russo, ou melhor, perdão pelo eufemismo, presidente, invade a Ucrânia assegurado numa desculpa cuja ancestralidade do povo caucasiano entra em jogo, como se não fosse possível, povos adquirirem a independência atual do presente com o passado, quando a ontologia de um povo não pode ser utilizada para escravização e sugestivas rupturas e dissociações de uma unidade independente, como já se tentou uma vez a Mother Rússia, na União Soviética, podem-se aqui, visto o precedente das 13 Repúblicas, e a atual pretensão, pós Crimeia, e vergonhosa invasão de um país soberano apoiando-se nessas efêmeras mentiras inacreditáveis, para justificar uma ambição de domínio imperialista onde podemos traçar um paralelo na ação exemplificada com a desmedida volúpia pelo poder de uma dos maiores vilões da história do cinema, Darth Vader, que não tinha a necessidade, como a Rússia, de se esconder atrás das máscaras de uma tirânica ditadura democrática, onde por razões diplomáticas e econômicas, se vende o peixe da democracia, falha e podre, para um mundo que ainda precisa fingir que o peixe não esta fedendo. Dominar o universo pode parecer uma pretensão um tanto ambiciosa até para Wladimir Putin, mas apenas porque não consultamos as anotações secretas de seu analista, pois quando durante a guerra fria, a tentativa de se dominar a Europa, divida, por um simbólico muro, era o diamante que faltava na coroa do novo imperador do mundo, que seria pós a queda daquele que quase alcançou esse aparentemente ultrapassado objetivo, pelos Estados estarem cada vez mais empoderados de suas soberanias, apesar de reféns econômicos e virtualmente dependentes de potências maiores, como EUA, CHINA, RUSSIA, ALEMANHA, destacando os quatro maiores sustentáculos do mundo e dos continentes, relegando a África ainda a um estado de total dependência anacrônica dos inúmeros sequestradores de “marfim”, onde o mar e o fim se juntam para provar que mesmo descolonizadas as colônias, é mais sugerido um processo de camuflagem daquilo que não mais podia se sustentar para o mundo ideal, ou pós moderno, pós nuclear, uma relação de escravidão entre dois povos independentes, desconsiderando que nos desafios africanos e suas fronteiras, o desenho foi feito a partir de uma total desconsideração de etnias, levando questões dando prioridade as questões geográficas, e esquecendo que povos rivais estariam sobre a égide das mesmas fronteiras, e a América do Sul ser potencialmente abarcada pelo guarda-chuva do Brasil, porém, como não tem este uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, e sequer o total domínio visto o tratado de Tordesilhas uma vez ter estabelecido ser de posse Espanhola, aquilo que ainda se comunica, não somente pelo idioma, mas pela economia de bom salutar dos laços que permanecem mesmo depois de desconstituídas as referidas relações. Nas reincidentes cenas que se mostra o conselho da Republica, na magistral obra de George Lucas, temos mentes representantes dos mundos específicos, que regem pela ordem universal, como mais ou menos uma simbologia aproximada do que poderia ser a ONU, caso houvesse um real poder de eficácia imediata bélica, ou diplomática, não desconsiderando a diplomacia das Organizações das Nações Unidas, mas as relegando a um status de pacificidade muitas vezes inócuo, apesar de sanções e deliberações práticas, que desempenham certa pressão, por atrair o foco do mundo para esse diatribe internacional, que infelizmente, não consegue ser eficaz o suficiente, ainda, para ter impedido a invasão russa, justificada pelo supérfluo necessário, a indispensável exigência de uma séria razão para o atual descarte da soberania alheia e a sobreposição de sua própria lei e ordem numa nação autônoma.
Agora, restituindo o caminho em direção ao propósito de uma saída, vamos resgatar a ideia sugerida de elencar o fio que entremeia os requisitos básicos, e não únicos, pois por ser a arte uma expressão cuja benção e alcance pode ser dita de um âmbito infinito, devido a infinitude de criatividades postas a serviço da expressão, podendo sempre ser ampliada ou reduzida, uma interpretação do inverno de Arcimboldo, mesmo se atingida a explicação ou análise mater, suprema, pode ser ela ainda acrescida de novos frutos da primavera, que estarão muitas vezes contidos nos próprios frutos que a “tese final” oferece, tornando assim infindável a capacidade humana de sempre acrescentar, rever, ou subtrair, reinterpretando os argumentos dados, os frutos ofertados, que como árvores, germinarão no avançar dos dias, trazendo graças a renovação e invenção de novos mundos, a abertura de novos tempos, novos olhares diante de algo que já poderia ser tido como exaurido. Acredito mesmo sendo a obra de arte paliativa, que o renovar das estações permitem uma repescagem, ou melhor, uma reaproximação de seu íntimo core, que não deixa de ser sustentado por uma narrativa, ou expressão premida de significados às vezes dúbios para uma certa época, e taxativos para outra, o que demonstra ai, que uma obra de arte pode ser, pela imprecisão do olhar atual, como discutimos, a posteridade de sua eficácia, declarada paliativa, quando desvendados os fantasmas nas entrelinhas, ela pode vir a se transformar em eficaz em um futuro, por trazer um olhar do passado, que na época era presente, e podendo então esclarecer para um investigador ou leitor do amanhã, algo que não era visto ou entendido no seu tempo, sendo o argumento ou não percebido, ou apenas desprezado, por sua banalidade. O que mostra que apesar de raro, por ser de prévio aceite a consagração nessa proposta que sugiro, no auxilio a identificação de quão eficaz, e da eficácia em si, é uma obra, diante do seu entorno, ou da mesma historia contata por outro escritor, como temos no Fausto várias e inúmeras versões, sendo a mais eficaz e famosa a do Goethe, cuja extensão e construção se deu durante uma vida, apenas uma curiosidade, mas que mostra a probabilidade da existência de um outro requisito, que não é de todo obrigatório, mas um pilar de extrema pungência que liga a vida da obra com a do autor, de interdependência de criação vital , quando o começo e o fim da obra coincidem com o começo da maturidade do artista, com o seu fim, não exatamente da maturidade, mas da própria vida do criador, estando aqui levantada a hipótese de uma simbiose autêntica, cujo sentido é explanado pela obra tornar-se o sentido, ao longo dos anos, e do seu próprio performar-se, quando durante cada inclinação que o autor se dá para suas páginas cria-se e reforça o laço de comunhão vital entre criador e criatura, o que impede em raros casos, com que a vida do mesmo termine antes da conclusão da sua Opus Maximus, independentemente dos intervalos e do envolvimento do artísta com outras criações, mas que não se equiparam em termos de vitalidade e relevância, a obra principal, que alimenta não só o artista que a alimenta de acordo com a expansão de sua maturidade artística, e vivências relacionadas a empírica experiência do existir, como se fosse possível existir de uma forma não empírica, no pensamento apenas, e do apropriar-se dessas experiências para a transposição de sua impessoalidade pessoal no desenrolar da obra, que cresce com as experiências vividas pelo autor, e é de tal dimensão, que às vezes atingem um cume que pode ser apenas atingido pelo comprometimento total e absoluto de uma vida inteira. Goethe viveu para pintar com as palavras um dos momentos mais sensíveis da tragédia, quando Baucis e Filomenon, um casal de velhos que mantinha sua casa diante da irreversibilidade do progresso, e sua expansão, quando relata em versos a construção de um canal, e que sua aparente resistência seria de qualquer forma vencida, pela temporalidade da vida, quando em ambos já estava quase no final, o que faria de sua casa uma memória para os mortos, e mais uma demolição. Ele só pode pintar essa cena pois viveu o suficiente para presenciar o avanço cientifico tecnológico do progresso humano, que passou a reformar a sociedade, e transformá-la num simulacro daquilo que temos hoje. Insisto em trazer como relevantes as duas outras versões do Fausto, o de Thomas Mann, e de Christoffer Marlowe, provando assim que a mesma história pode ser escrita por diversos escritores, como as muitas versões de Fausto que apareceram antes, inclusive a de Marlowe, famoso por sua rivalidade com William Shakespeare, porém somente aquelas cujos requisitos elencados aqui permanecerão vivas e ultrapassarão as paredes de seu tempo, ficando para posteridade do fim do mundo, enquanto não formos subjugados por algum pesadelo Apocalíptico final, o que exemplifica a ideia de que muitas mãos podem tentar pintar o mesmo monte, mas apenas mãos como a de Cézanne pode deixar com que seu monte predileto, o de Santa Vitória, se torne base para o cubismo e para uma revolução na história da arte; para se ater ao exemplo, muitas mãos podem tentar contar a mesma história, mas somente as mãos dos mestres, como as de Marlowe, Goethe e Mann, vão relegar a mesma historia o status de imortal, que ultrapassam as paredes de seus tempos, e trazem para posteridade talvez a mesma experiência de um leitor dos tempos passados, claro, não a mesma, relevando as contrariedades e diferenças humanas, mas o mesmo apreço talvez. A interdependência de criação vital poderia ser dita um devaneio caso existisse um único exemplo. Apesar da extrema raridade de seu encontro, temos na Divina Comedia uma relação de interdependência aos mesmos moldes do Fausto, e bem como no romance que funda a literatura moderna, Dom Quixote, a sua presença, essa interdependência, que mais que dar sentido a vida do autor, a protege como uma mortalha de aço, ou medieval armadura, mais cabível ao entronarmos Dom Quixote com sua existência, quando os romances de cavalaria perdiam exponencialmente sentido por já ter sido subjugada a moral cavalheira, e desfeito a ordem, em parciais e não concretas, símiles transformações, feudal, somente uma vida que acompanhou o desenrolar das coisas no século XVI, poderia apreender a substituição de uma ordem feudal para um sistema monárquico de governo, apesar de que em seu nascimento, já ter o mundo solidificado-se através das grandes navegações, as grandes potências mundiais, os grandes governos, as monarquias em seu estado bruto, através das dinastias empoderadas pelo símbolo e pela solidez da coroa, o que lhe deu o aprendizado necessário diante dos livros de estudo de uma época já passada, em fátua reminiscência, o assunto nuclear do romance ainda não tinha sido repartido por algum clássico que trouxe pela primeira vez o psicologismo, ou até mesmo essa disruptividade entre um tempo e outro, mostrando com tanta evidencia a divisão de dois mundos impenetráveis, porém concordantes, se é que esse paradoxo pode ser possível, principalmente nos tomos do Dom Quixote, que faz com que percebamos claramente que há uma ruptura linear, cronológica no tempo social, bem como uma ruptura no tempo de fato, trazendo uma visão interior dos acontecimentos, bem acontecidos de fato, como a vida e morte do autor, que coincidiu com a escritura da sua obra máxima. Assim, podendo ser perceptível mais de um caso, não se tratando de um caso isolado, ao longo da historia, e se pensarmos que o tempo do mundo girava de acordo com a velocidade da translação e rotação vagarosas, por sobrar tempo se compararmos a nossa contemporaneidade, que falta tempo, apesar do tempo ser o mesmo, pois nela não me recordo de um exemplo que podemos identificar esse requisito, interdependência de criação vital, sequer no século passado, quando isso apenas sugere e nunca prova, pois não podemos dizer que será de todo impossível novamente sermos brindados com uma obra de arte máxima que levou o tempo de vida de um autor para ser concluída, mas de todo improvável, pelas mudanças paulatinas e abruptas que ocorreram desde o final do século XIX até os dias de hoje. Insisto ser de vital beleza esse requisito que além de aureolar a obra com o corolário da existência da vida do autor, demonstrando o profundo comprometimento com a obra em si, evidenciando já no gênio o maior comprometimento com a obra do que com o seu próprio término, ou melhor, publicação, por saber que o que está em jogo é a eficácia premeditada de alguma forma, a vontade de transformar o mundo, em algo melhor, pois não me recordo de nenhum exemplo de uma obra que tenha havido o comprometimento de uma vida para tornar o mundo um lugar pior, tomando emprestado aqui o cerne do requisito de pura e impura beleza estética, por saber que uma obra dessa magnitude é de uma beleza que ultrapassa a estética, e sim atinge as razies éticas formadoras de civilizações, o que engendraria na propositura de um outro conceito, mas já, acredito abarcado pelas raias da interdependência de criação vital, que poderia ser considerado não um requisito, prerrogativa para operabilidade funcional e existencial de algo, mas uma característica, traço específico de uma modo operante ou essencial de algo, mas assim não o faço e não acredito que deva ser feito, por ser de tamanha importância e conclusa distinção de uma obra para outra, não absolutamente isolado, mas nos exemplos pelo menos por mim conhecidos, satisfeitos por si só, em sua unicidade, mas como é impossível a unicidade de um único requisito, numa obra cuja alcance ultrapassa os tempos, eficaz, visto a necessária relação da interdependência dos requisitos que estou propondo desde o inicio dessa parte, para entendermos finalmente aquilo que já é entendido, mas apenas para clarear a claridade, com uma formulação cuja fórmula está sendo tentada a ser desvendada, pelo menos não em sua alma, mas em sua objetividade. Finalizando com o cinturão de Orion, Dante, Cervantes e Goethe, os três representantes do requisito mais raro de todos, a interdependência de criação vital, anuncio a morte vida de Dante Alighieri, que ao falecer em 1321, deu vida terminando a sua opus maximus, cuja tecitura sua vida dedicou para o trabalhoso esculpir de cada verso, de cada terza rima, de cada referência, de cada metáfora que nos eleva ao paraíso, principalmente na terceira parte do poema, quando uma elipse virtuosa de luz passa a nos carregar com a fúria da beleza inconteste das palavras postas, para assim, alcançar a Rosa Mística, coroando o encontro do poeta com Deus. Não há prova mais sustentável da eficácia plena desse requisito, quando o poeta morre junto a obra de sua vida, e por isso, anos mais tarde, na boca de um personagem de uma ópera, o dito “finita la comedia”, no leito de morte, se tornou um jargão universal, somente porque houve numa vez única na história documentada da humanidade uma obra da dimensão da Divina Comédia, que foi iniciada na virilidade da vida e terminada praticamente, se formos cinematizar as cenas, com o poeta escrevendo o seu último verso, instantes antes de fechar os olhos, para se despedir para sempre daquela vida, para Vita Nuova que se iniciaria ao lado daquele que o recebeu no cume do paraíso celeste. Nada de mais sublime para as coincidências do acaso e para as mãos trêmulas das fiandeiras da vida, encerrar o fio da vida junto ao final da obra de uma vida inteira, que até hoje é considerada algo do exemplo perfeito do inefável entre os homens, quando nos perdemos na dança, musicalidade, no ritmo das palavras do poema, para habitarmos nos sonhos os preâmbulos dos nossos próprios paraísos, enquanto a lemos, e finalmente seu ninho, quando a terminamos, como se o mundo se resumisse a uma comédia divina e interminável, pois ao dar se a morte, dá-se também a vida, no caso do poeta, a imortalidade da obra absoluta.
A morte Não Cobra Aluguel
Como pensar a vida sem pensar a morte? Infelizmente, ainda não temos uma resposta sobre os próximos passo além do fim, e pelo que indica, continuaremos confiados nesse finito espaço de tempo, chamado vida, preciosa vida, que é o direito de qualquer ser humano, tanto da vida, quanto da morte. Essa discussão não será pacificada tão cedo, por haver várias influências que predicam no sujeito da ideia, eutanásia, como influências religiosas, étnicas, sociais, fisiológicas, e culturais, cada qual agindo e legislando de forma a proibir ou permitir a morte assistida. Acredito que não basta apenas legislar, mas sim conscientizar a sociedade em questão sobre o direito a morte que qualquer ser vivo tem, já que ele é o único responsável pela sua existência, cabe a ele, decidir se quer ou não continuar vivendo entre nós, num mundo ou que perdeu o sentido, ou que afetado por uma doença, deixou a dor acima do sentimento de sobrepujança e obstinação que dá-se num doente no combate a própria enfermidade. A eutanásia é proibida em grande parte dos países, que optam pela morte encefálica para definir o término da vida, e a possibilidade dá família terminar com o sofrimento que não se sofre, que não se sente, que apenas prolonga uma espantosa dor familiar, um estado cujo amparo será encontrado apenas nas verdades do túmulo, ou da cremação. A morte cardio respiratória no Brasil, não basta para autorizar o término da vida do paciente. Agora pergunto, é preciso sofrer algum acidente para querer morrer? Porque ficamos tão espantados, quando alguém decide terminar com a própria vida, como um suicida, julgando-o pela sua fraqueza, quando na verdade deveria ser visto pela sua coragem, já que fez aquilo que poucos tem coragem de fazer, dar o salto final. Pular de cabeça no abismo e dar adeus ao mais caro mundo que nos cerca, e as pessoas que nos amam. Quem somos nós para julgar, o direito que uma pessoa tem a morrer, principalmente sendo apenas observadores e opinantes, quando o caso não atinge a nossa família. Ai sim, que a situação fica mais delicada, pois duas coisas aparecem nitidamente, o egoísmo dito egoísmo, dito apego, dito amor, dito precoce saudades, do ente que muitas vezes não está mais conectado com o mundo em seu interior, e nós, por sermos familiares, nos damos o direito de interferir na vida e na morte de nossos entes queridos, o que faz muitos que estão decididos a acabarem com a vida pularem da vida, do que procurarem um país, onde se é possível completar assistidamente o processo de desligamento da vida. Acredito que na verdade nossa posse sobre o outro está nesse caso ligado ao sentimento único e intransferível, que seja filho ou mãe, ou pai, ou irmão, não abrirão mão de sentir e se atirarem contra essa decisão talvez sensata de acabar com a própria vida, dificultando algo que já é por demais sensível para ambas as partes. O amor também é deixar partir. Amor é deixar ir, principalmente quando envolve sofrimento. Partimos de uma ideia de que grande parte dos casos de eutanásia se dão por pacientes que são acometidos de uma doença, cuja dor passa ser insuportável, e assim, a família mais condoída e emocionada, sofre a perda, mas aceita a liberdade do indivíduo, dependendo da criação e dos valores, mas sendo os familiares um pouco mais esclarecidos, e centrados, irão entender a decisão não com o coração, mas com a cabeça, e anuirão e até se envolverão ativamente no processo, dando o suporte e o carinho que o adoecido no caso irá precisar para partir mais em paz, com menos tumultos, do que se brigado com a família, tendo que tomar a decisão por si só, o que dificulta muito pois a coragem de deixar os seus entristecidos para partir deixa de ser coragem para ser egoísmo. Dessa forma mostramos os dois lados, o que tem que ir, em paz com quem fica, e os que deixam ir, apoiando quem vai. Essa é a situação ideal, mas nem sempre iremos encontrar um cenário promissor que evitará conflitos, sendo eles dos mais diversos. A própria solidão pode ser causa para justificar uma eutanásia, na minha opinião, pois o que adianta chegar a uma certa idade, e viver o mundo sozinho, se a pessoa preza pelo amor de outros, e devido a acontecimentos inesperados na vida, teve que perder os filhos, os pais, os amigos íntimos, e acaba por decidir deixar a vida por tanto dela já ter vivido. Temos esse termômetro, esse de medir o gral de direito que uma pessoa tem para decidir dar cabo da própria existência, mesmo estando ela acompanhada com familiares, ou sozinha sem ninguém? Como medir o direito a alguém se matar, numa linguagem clara, sem eufemismos, o direito de alguém tirar institucionalizadamente a própria vida. Melhor ir numa clínica do que se atirar pela ponte. Ou será a ponte tão convidativa e até mais prática e barata do que a eutanásia? Decidir morrer precisa de ajuda? Porque não estourar os miolos como muitos, como Hemingway por exemplo, que tinha tudo para continuar vivendo em Key West uma vida pacata e as vezes totalmente tediosa ao ponto do enfado ser maior que a vontade de viver. Somos a todo instante, principalmente nesse mundo onde não ser perdoa falhas e erros, obrigados a acertar todos os dias, e numa dessas esquinas da vida, certo luto mal resolvido pode se tornar um trauma, uma depressão, uma melancolia, e terá essa pessoa em estado de depressão o mesmo direito de se matar, de ser atendida pela eutanásia, do que uma em sã lucidez e plena e senhora de si? Preciso estar completamente capaz dos meus sentidos e pensamentos para poder recorrer a uma clínica da morte, como dizem. Não poderia chamar, clínica da vida, pois ao pensar que para muitos, a morte é apenas uma passagem, cuja travessia é inevitável para todos nós. A questão é se podemos dispor de nossa vida como bem entendemos sem sermos considerados monstros, que abandonam a família, que deveria entender o sofrimento e a dificuldade existente para se chegar a essa decisão? Se a vida me foi dada pela minha mãe, e pela lei, ganho minha capacidade absoluta com a maioridade, deveria poder fazer dela o que quiser, desde que não faça mal a ninguém. Mas ai, quem sente a perca, a falta, que ficará aqui não tem o direito de não sofrer, ou seja, não está fazendo mal as pessoas queridas essa decisão temerária por uma leviandade, que geralmente somente é aceita nos casos de doenças terminais, para evitar o sofrimento. Mas preciso ter uma doença terminal para poder querer me desvencilhar da vida? Não basta as pedradas e as facadas, os atropelos e as frustrações, os lutos, o desaparecimento da juventude, não basta uma aversão a velhice, um não querer viver esse estado para não encarar a debilidade do corpo que se desmonta aos poucos, e não consegue mais ser igual ao que um dia foi, não basta somente essa impressão, direito da pessoa que sofre pela idade, para justificar um abandono da vida devido a um extremo cansaço? Eu acredito que devemos tentar lutar de todas as formas, mas não podemos impedir alguém cuja decisão de morrer está firmemente tomada e apoiada em vínculos reais, de completar sua morte assistida, pois com certeza é melhor uma pacificação final, do que tiros de espingarda na cabeça, ou outros recursos, como veneno, fácil meio de terminar com a vida, bem como gás carbônico, ou até mesmo o imagético corte nos pulsos, de alguma artéria. Se minha família me impede de morrer assistidamente, tenho eu o direito de dar cabo da minha vida assim, de uma maneira extremada? Por que não? E se nem o amor for mais suficiente para evitar o sofrimento psíquico que acomete uma pessoa que resolve desistir da vida, temos o direito de impedir que nosso ente querido termine com a vida, estando ele em um estado de patológico sofrimento que não consegue ser tratado de forma nenhuma, e sua única opção se resume na morte, por escolha própria? É pesado tudo isso porque damos a vida humana um valor absoluto e jamais pensamos em abandonar nos entes queridos, mas e se eles resolvem nos abandonar, se por uma vontade interna de cumprir um papel, dar um aviso ou um recado final através do ápice da irreversibilidade, que é desligar-se de tudo e todos, perenemente, para o resto da vida. Quem disse que nos encontraremos em algum lugar novamente? Esse sonho pueril ainda é fábula e realidade para muitos que não conseguem admitir que a morte pode ser de fato o fim, como tudo indica, e que no máximo, viramos adubo para plantas ou cinzas jogadas ao mar; viramos esquecimentos e dor, viramos lembranças enquanto nossos entes queridos estão ainda vivos, até desaparecermos por completo, mesmo deixando um legado, esse legado não é você, e os tempos e as eras mudas ao ponto de tudo que hoje foi edificado com sólida base, amanha vira pó. E por que levamos desse mundo além de uma ilusão, uma ficção de amor e afeto, que trocados por uma vida inteira na mesa de nossa família, nos almoços que se vão sumindo aos poucos, até chegarmos ao ponto de olharmos ao redor e somente fantasmas do passado nos transtornam ou nos aconchegam, mas a fervura, o calor humano do mundo desaparece, e nos resta legalmente a opção limpa de assinar um documento, pagar a conta e morrer, como todos nós iremos, mais dia ou menos dia, até que chegue o dia que talvez nunca chegue, em que a ciência conseguirá impedir o envelhecimento. Essa é a dor maior, chegar no final da vida, e às vezes ter a tristeza e o desconsolo como força motriz e insuportável, de inigualável sofrimento psíquico. Porque apenas o mal físico é bem mais aceito, uma doença, uma dor extrema e aguda, pungente e árdua, insuportável, porque somente algum sintoma fisiológico é mais bem visto e aceito do que um sofrimento psíquico que muitas vezes não interfere em nada a lucidez do paciente, pelo contrário, o deixa mais vulnerável do que aquele que sofre fisicamente. Não temos afinal o direito de nos atirarmos da janela a qualquer momento, então o que adianta tentar impedir alguém que escolhe a eutanásia como saída melhor do mundo, somente porque uma ancestralidade universal cuida dos doentes e dos velhos até o fim, e o culto ao corpo já passou desde mumificação para uma vida eterna, até a cremação, para não deixar vestígio, para não deixar um rastro que atrele os parentes aquela lápide para sofrer até o fim da vida, quando virar cinzas é muito mais generoso, na minha sutil opinião, pois libertamos do fardo da dor, quando basta a lembrança dos momentos para eternizar em nós nossos entes queridos, e assim, desprovidos de lápides, nos sentimos mais livres para sofrermos menos, e entendermos que a vida é a morte, passamos uma vida esperando, ou não, melhor, digo, passamos uma vida sendo acompanhados por ela, que em algum momento nos tocará no ombro, ou nos empurrará da escada, fazendo com que batamos a cabeça na quina da cozinha. Assim, inesperada para todos, faz a morte a vida ter seu mistério, pois assim somos obrigados a dar valor a cada instante, a cada momento, a cada sentimento, e não perder tempo de dizer as coisas que devem ser ditas, para quem amamos, pois elas podem não estar lá no amanhecer. Não existe uma fórmula, sendo a ideia genérica irem os pais primeiro, mas não existe uma regra que garanta isso, e sim somente o acaso, e o destino que as vezes não existe em meio a um caos de cinismos e sofismos, numa sociedade sarcástica, individualista e insensível, que não se preocupa com outra coisa além do dinheiro, e muitas vezes torce pela morte dos outros para benefícios próprios. A eutanásia é feita de forma preparada, conscientizada, limpa, direito de todos apesar de ser um limite não ultrapassável para muitos, que apegados em ditames religiosos usados como desculpas muitas vezes para não assumir a totalidade do amor, que se sente, e da incapacidade de lidar com a falta, que a pessoa irá fazer em nossa vida. O buraco que é deixado, a tontura permanente, a ausência do nunca mais, nunca mais, dizia o corvo, ave da morte, que assiste de longe os doentes numa clínica sendo levados para outro lugar. Para onde vamos, depois dessa vida? Não sei. Prefiro viver o que posso nessa, e não ser impedido de compartilhar os melhores momentos da vida com as pessoas que amo, com os amigos que restam, pois deve ser difícil ter certa idade, e ver todos os amigos mortos, e sobrando apenas você, na solidão do instante, ter que inventar mais algum sentido para essa loucura que chamo vida, esse manicômio a céu aberto, que chamo existir, essa dor e alegria de viver ganhando e perdendo, pois ao escolher ser mãe ou pai, dar a vida a alguém, escolhe-se também ao mesmo tempo a sua morte, pois isso ao pensar ter um filho, pense antes que não será somente a vida seu presente, curto, efêmero e fugaz, apesar da intensidade e felicidade de alguns momentos justificarem uma vida inteira de sofrimento, como uma liberdade diante de anos de prisão, o sonho de liberdade, o sonho de viver sem dor, a utopia de que é possível viver na ausência completa de sofrimento, quando viver é doer, e doer é também morrer. A morte não passa de uma amiga insuportável, que nunca foi convidada para a festa. O pomo da discórdia. A árvore sem flor. A morte é uma dádiva para muitos, e isso deve ser compreendido por todos, pois não há tortura e sofrimento que justifique a vida desprovida de paz e amor, desprovida de acolhimento, de carinho, acometida pela dor indevassável de ter que suportar o fim, porque não te deixam terminar. Isso também deve ser terrível, quando dentro de nós, naquele lugar de onde todas as decisões mais profundas e reais, emocionantes são tomadas, esse cerne nuclear do útero dos homens, de lá decidimos não mais viver, não tem mais porque, ou terá? Acredito que não, pois é dado ao homem o poder de tomar sua decisão, e não ser julgado como egoísta, e sim compreendido como um corajoso afrontador, dos costumes, da lógica vivente, da montanha russa, que se resume a nossa existência. Assim, deixo aqui minha palavra, para atenuar, concordando com o adeus, a dor e as complicações inerentes ao ponto final, mesmo que seja as vezes quase impossível dizer “até logo... até nunca mais!” Existirá inúmeros casos que o adeus é adiado por se acreditar encontrarmos todos numa grande festa num lugar distante, fora do alcance da lei e da lógica, chamado paraíso. Isso sem contarmos o inferno, que geralmente nos envolve durante a própria vida.
Sobre o direito que uma pessoa tem de se matar, se aprofundarmos a questão, basta olharmos a produtos como açúcar, espalhado por milhares de outros produtos, e ao suicídio lento porém inconsciente que a pessoa que faz excesso dessa substância, bem como do fumo, do álcool, do cancerígeno aspartame, e de diversas outras caricaturas da morte que são vendidas de forma livre e legal, que configuram em uma certa coerente porém obtusa forma de pensar e avaliar a vida, uma espécie de suicídio graduado, as vezes consciente, quando a pessoa sabendo dos malefícios do açúcar por exemplo, ou da fritura consome do mesmo jeito, as vezes inconsciente, quando em etapas da vida não entramos para discutir rótulos, e sim para consumirmos conteúdos, seja da pré, na adolescência, seja numa alienada forma de vida, estreita a muitos famélicos e subnutridos do mundo, e a todos aqueles que não se importam com rótulos, e sim com efeitos, como usuários de drogas por exemplo, por mais que drogas mais puras inevitavelmente prolongarão sua vida mesmo a reduzindo, diante da escolha do uso, frente a drogas impuras, as drogas de rua, que muitas vezes por conterem substâncias chulas e baratas na mistura, batizadas com falseamento da sensação, digamos assim, irão te matar mais depressa. Agora me pergunto, friamente, num mundo da cana e do café, do samba e do tripé, clínica (para obesidade), cadeia (para traficantes de animais silvestres), e caixão (para todos que suportam a vida), qual a exata diferença na proibição da escolha consciente de uma pessoa que enfrenta um problema terrível, com uma dor psíquica ou física insuportável, de dar termino da existência para aquela que todo dia toma um litro de pinga que é vendida em cada supermercado, em cada boteco do mundo, praticamente. Estendi a discussão, apenas para deixarmos claro que existe sim, vários tipos de se livrar da vida, e de morrer, assistidamente, e uma delas e ser assistida por sua empregada que lhe leva um enorme pedaço de bisteca frita todo dia, mesmo você com altos índices de colesterol, ou barras de chocolate imensas e saborosas para você que já pesa 150 quilos, ou seja, assistidamente por um funcionário da vida, que lhe fornece o “remédio” da morte comprado na freira as vezes, aquele oleoso pastel, que se comido todos os dias no almoço, com aquele óleo que nem precisa ser do domingo passado, destrói a livre circulação sanguínea nas suas veias em menos de um ano, criando placas de gordura que se não te forçarão a um stent precoce, ou vários, lhe obrigarão a um cateterismo ou se formos um pouco mais realisticamente drásticos, a uma ressuscitação diante de uma eventual parada cardíaca, ou melhor, infarto imprevisível. A previsibilidade da morte assistida numa clinica feita para isso, é de acordo com a lei, do país onde a eutanásia não é mais vista como um assassinato, nem a livre escolha da pessoa se entupir de chocolate, bem como de usar heroína, digo isso pois a Suíça costumava fornecer doses de heroína aos usuários para que eles controlassem na medida do possível a adicção, que também deixou de ser vista com um assassinato, o mesmo país onde muitas pessoas vão para recorrer ao suicídio assistido, termo que não muito me seduz, expressão digo, pois o ato de se suicidar parte de um impulso, as vezes normalmente impetuoso e instintivamente radical, ao contrário da reflexão ponderada de uma escolha que é feita com todo cuidado, deixando a assistência a morte, ou seja, a morte assistida, visto ser esse um fenômeno intransferível, irrevogável, e inalienável, cabíveis a todos nós, que somos apenas reféns da morte, que em qualquer momento, irá nos levar daqui para o estrume do futuro, caso sejamos enterrados, ou para a fuligem dos ventos, caso sejamos cremados, a ainda, para o estomago de psicopatas perigosos e canibais, caso sejamos canibalizados. Isso não é uma brincadeira, e sim uma ampliação da ideia de se morrer, e de como se morrer, já que recentemente Sociedade da Neve trouxe essa discussão sobre comer o outro, antropofagicamente, literalmente, para sobreviver, comer carne humana, ou seja, sequer podemos ser enterrados, visto as enormes disposições do acaso, e sim, mastigados, e usados para nutrir e dar vida a outros seres humanos, bem como animais, no caso daquele caçador de leões ou extintos animais, com o tigre siberiano ou o próprio tigre de bengala, que é caçado pela própria presa, tornando-se caça do agora leão caçador, que se vinga instintivamente daquele que lhe perseguia, desconsiderando que além daquelas belas listras, há também vida que sente a dor como todos nós, a dor de uma bala que perfura e rasga, e tritura ossos. Aconteceu o mesmo para todos verem, o mundo assistir no caso da baleia da Seaworld, que não deixou escapar sua treinadora, ou por ter se cansado de ser feita de estupida, como fazem com inúmeros seres humanos escravos, que trabalham em regime escravo em cubículos animais, sem condição de viverem além das grades que lhe são impostas, num mundo onde suas asas tem de ser cortadas para caberem dentro da gaiola que espreme tamanhos e apequena liberdades. Tudo isso para levantar a questão, agora mais bem reformulada, é ainda proibido proibir que um doente em estado de dor profunda escolha morrer, numa vida que mata, a cada dia, sua existência, simplesmente pelo processo natural de oxidação e troca gasosa em seu breve sistema respiratório, uma fugacidade ainda não transposta pela ciência? É devido retirar do homem o direito que ele tem a própria vida, incondicionalmente, quando lemos algumas Constituições, que implicitamente lhe autoriza a retirar a vida de si, a vida que lhe foi dada e jamais pedida. Eu não pedi para nascer, portanto, que raios tenho que me condicionar as regras pre concebidas e impostas a mim para me adaptar a uma condição chamada humana para viver até que meu corpo resolva cessar suas funções, ou eu ser atropelado por um avião a jato? Eu no mínimo deveria ter o direito de morrer, se mudado a ótica de resolução de problemas, que parte do pressuposto que todos são felizes e condizentes com os percalços e regras da humanidade, quando muitos estão numa situação onde a vida está mais associada a uma morte prematura, que tolhe a efusão vivente, transformando todos em mortos vivos, do que propriamente num rio de liberdade, que durante o caminho irá coercitivamente lhe levar ao desague final, ao profundo desapego e diluição de suas moléculas na imensidão metafórica de um oceano. Ainda temos o direito de impedir alguém de morrer? Se temos, basta ela se atirar da janela, e resolver o assunto, sem precisar de autorização legal, sequer de pagar passagem para Europa, visto sua condição as vezes não ser favorável, e não poder pagar os custos de uma morte assistida. Ainda temos mais essa questão a ser resolvida, a eutanásia então é, pra variar, um direito apenas para os ricos? Aprendam a fazer a eutanásia em casa, novos rebeldes do mundo, e se matem de overdose, aplicando uma quantidade maior de heroína por exemplo, ou de algum veneno cujo sabor mortífero será a mesma resposta do que a fortuna que o mercado da morte lucraria se todos entendessem, que mais que um simples negocio, e aqui vem a parte interessante, pois ou os congressistas não perceberam ser mais um lobby para negócios de alvarás e projetos de leis, ou a próprias sociedade ainda não caiu a ficha de quanto pode lucrar permitindo um costume, ou uma liberalidade, que apenas alguns poucos e ricos países permitem, ainda, aquele que tem bons bancos, bons chocolates, e bons relógios, que servem para herança pelo menos, já que morto não precisa de horas. Será que se não se convencem pelo direito, se convencerão pelo lucro? Aqueles que agora irão rever as regras e dirão estarem expandindo o direito do indivíduo, ao invés do direito ao próprio inovador negócio. Mas destarte tudo isso, a questão sobrevoa, tem ainda direito aquele que não acometido por doença fatal com ou sem dor, o direito, o mesmo direito a morte? Não. Então é preciso estar acometido de um absurdo como uma absurda e incurável doença para querer morrer, invalidando o direito daqueles que sem precisar da desculpa da doença, estão dispostos a abrirem mão do vida, de uma forma “limpinha”? Fica aberta a questão. Pois garanto que pela lógica, é melhor morrer assistidamente, não estourando os miolos como o vocalista do Nirvana, que não pensou que alguém teria que limpar aquilo, essa é a minha opinião, não retirando daqueles mais tragicamente brilhantes e teatrais o direito de transformarem a própria morte num último espetáculo, que diante de indevassável solidão, pelo menos conseguem obrigar meia dúzia de garis, ou do zelador do prédio e alguns faxineiros, visto a família raramente estar disposta a limpar os miolos do próprio filho, a cuidarem dos restos mortais que seguramente não estarão dispostos a se agruparem, agora aqui terminando com a palavrinha mágica, paraíso.
Arte Paliativa vs Arte Eficaz
Parte 5
Será que erramos querendo errar o requisito dos mais importantes para solidificar a diferença crucial entre uma obra de arte paliativa, que se mantém única e principalmente a serviço do entretenimento fugaz e repetitivo, bem como em uma camada mais profunda, a serviço da engrenagem que roda e suporta o sistema, sendo sistema aqui considerado a organização estrutural de leis, hábitos, valores, princípios e costumes a serviço da manutenção de uma ordem pré-estabelecida, que veio ao longo de milhares de ano se solidificando a partir de inovações que eram de toda absorvidas pela função digestiva da estrutura, e postas a serviço do mesmo e quase imutável organismo, cuja ordem prejudica, de certa forma, a maioria, os envolvendo numa teia de aparências, onde os sentidos de suas vidas são dado a priori, como uma religião por exemplo, ou uma nacionalidade, ou até mesmo um nome, escravidão esta favorecendo pequenos oligopólios espalhados pelo mundo, que controlam geograficamente espaços determinados, exercendo sua influência ao máximo possível sobre a maior quantidade de pessoas possíveis, as abrigando debaixo de seu guarda-tempestade, utilizando-se da indústria da diversão, não somente para alienar seus influenciados, mas para também os divertir, sendo está secundária ou terciária razão, aquela que os mantém submersos em um aquário, afogados em si mesmos, porém, com a condição de poderem respirar embaixo d´água, caso se mantenham única e exclusivamente naquele específico metro quadrado, trazendo assim para o todo um ar distópico, que se olhado a olho nu, e cru, irá aviltar os que perceberem não serem mais do que um ponto de exclamação ou um vulgar acento numa Bíblia Profana, cujo sentido é apenas aniquilar instintos subversivos, ao mesmo tempo que exaurir a força motriz de trabalho, e a capacidade que cada um tem de contribuir para a manutenção da RODA GIGANTE, para que ela continue girando, pois ao fundo ela não passa de um moinho sináptico de eólicas ideias castradas e brutos bíceps aficionados, um moinho sináptico de vento, para os que fora dela almoçam e jantam, todo dia, as tais ovas Beluga, brindando ao estalar do Dom. A questão é se sobre os oligopólios existe um rigor técnico e ético, que os une, independentemente da cultura, sendo algo sobre cultural, que os mantém unidos e supervisionando as diferentes etnias conglomeradas no atual “espalhamento” de distintos povos pelo globo, e essa pergunta é respondida com uma só fácil e exemplar resposta indubitável, sim, DINHEIRO. A partir de uma certa cifra, de uma quantidade de 0s (zeros), você deixa de ser brasileiro, por exemplo, sendo sua nacionalidade apenas uma exigência técnica obrigatória para manutenção das invisíveis fronteiras, que se tornam visíveis a partir das suas disposições nos mapas do globo, porém não acompanham e estão longe de serem traçadas sobrepostas às verdadeiras fronteiras que limitam, ou melhor, dividem o globo em área de influência, ou em NAÇÕES INVISÍVEIS. Essa nacionalidade universal, que se finca na quantidade bilionária que a estrutura dispõem para seu uso particular, autóctone, e dirigido, sendo particular para a sua própria roda, a sua diversão íntima; autóctone por alimentar a si mesmo, e partir digamos, dos juros dos juros, de fontes invisíveis de criação de renda, independentes do humano psíquico, digo intelectual ou físico esforço; e dirigido, pois sua vontade apesar de estar aparentemente livre, se comparada com os entes aquarianos, ela também destina parte de seus ganhos e se utiliza de seus lucros para manutenção da ordem cosmo-humana que se instituiu, como disse, a partir que a força bruta se tornou inteligente, e foi camuflando seus golpes e sua própria força de boas intenções, como proteção dos povos, e dos direitos naturais do homem e do cidadão, antes mesmo que o conceito de cidadania pudesse ser expressado claramente em várias línguas, e inteligentemente foi absorvendo cada inovação, cada ideia inovatória que pudesse lhe contestar, com um contra argumento a altura, ou até mesmo com a concordância aparente das intenções libertárias, para que sub-repticiamente aos poucos absorvesse completamente o inimigo, a ideiazinha perigosa, e quando perceptível, era tarde demais, ela já jogava no time contrário. Um simples exemplo, a calça jeans, item exclamativo e interrogatório ao mesmo tempo, que constrangia o sistema e as pessoas nele inseridas, ao ponto dela ser por osmose digerida e reaparecer com uma label numa quase imprecificável vitrine da 5ª avenida. Ou, para manter-se no tema, uma capa dura da obra de Bradbury, com filetes dourados nas páginas subversivas, com um prefácio especial e exclusivo de um falecido sociólogo contra sistema de suma importância, junto as fotos dos primeiros manuscritos, custando até dez vezes mais do que uma cópia comum, sendo lançada em todo mundo, junto a obra de Bukowski por exemplo, uma caixa, edição especial para colecionador, custando o salário mínimo de três salesman, o rendimento da vida de um caixeiro viajante, das quase extintas livrarias, dos extintos caixeiros viajantes. O mesmo ocorre com as obras de quase todas bandas de rock do main stream, com letras belíssimas, que colocaram muita gente a pensar sobre o sentido da vida e a ordem do mundo, unilateral, invisivelmente, selecionadas em caixas maravilhosas, na época quando existia cd no mundo, pois cada vez mais vamos sendo absorvidos por essa nuvem de gafanhotos que tudo contém e tudo controla, e a fisicalidade das obras, não propriamente sua materialidade, sendo estas ainda palpáveis mesmo baixadas da nuvem, ou lá guardadas, vai desaparecendo, como se não fosse mais possível contermos uma evidência, uma prova de peso, uma contestação absoluta, visível, tocável e táctil de que uma contra-prova ao sistema seja de fato real, exista de verdade, seja no mínimo tocável. Seja no mínimo verificável por uma balança, como um aquariano, que ao longo de sua vida, preso dentro do mesmo aquário, vai respirando pelas brânquias controladas pelo sistema, quase como naquela autoexplicativa cena do Matrix, onde os corpos humanos estão todos deitados em seus “aquários”, respirando e gerando pulsões elétricas, alimentando uma fonte cujo poder controla não só os humanos, mas toda humanidade. E se pensarmos que aquelas máquinas eram apenas uma referência a eficácia humana posta a serviço dessa fonte invisível de controle e dados, que reduz a vida de cada um a um metro quadrado, ou dois, o “aquário”, que extrai de seus esforços a energia vital para que a camada que está não apenas acima do bem e do mal, mas que ousa tranquilamente a ditar o que é o bem e o que é o mal, a definir bem e mal, a se colocar como detentora da pena que vai circunscrevendo os homens desprovidos de suas humanidades a um destino frio, sombrio e desalmado. O requinte de crueldade subscrito tacitamente naquilo que definimos como obra paliativa, o não comprometimento com o pensar crítico e emancipador do homem de sua própria condição escrava, mesmo aparentemente livre na comarca que lhe cabe, preso pela indisponibilidade financeira de atravessar fronteiras, novas fronteiras que lhe darão novas percepções, ao entrar em contato com novas realidades, mesmo que isso signifique ter como custear uma bolsa de estudos para verticalizar sua educação, e o cruzamento das fronteiras se de a partir da internet. Novamente, a intenção e razão talvez primária do entretenimento seja o da castração, quando impede o homem de entrar na subcutaneidade da sua própria pele, e sentir ali toda angústia alocada a qual serviria como motor motriz para a abertura de novos portais, engajando esse HOMEM DA RODA GIGANTE numa luta consciente de apropriação das próprias forças, que são, como se estivessem a mercê de vampiros da invisibilidade, sendo tragadas e sugadas a cada confinamento no tráfego, a cada mesma partida de futebol, a cada mesmo capítulo de uma nova novela, ou de um novo filme, ou de um novo best seller, que difere-se de Yuval Harari, por ser uma história de amor romanceada, onde no fim o garoto pobre acaba com a donzela rica, como se isso fosse de fato uma causa-efeito, um modus operante, um predicado do sujeito “Eu contemporâneo”, ou “Eu-moderno”, reintroduzindo a palavra moderna na contemporaneidade de sua existência, visto sermos sempre modernos diante de nosso significativo atraso comum e majoritariamente estipulado pela quantidade de zeros na sua conta. Quando percebermos que já existe uma próxima comemoração de virada de milênio em plenos anos 20 de nosso século, será tarde demais para conseguir os convites que já foram quase todos distribuídos, sobrando sempre alguns pra novos raros surpreendentes destaques da erudição ou do entretenimento, as duas formas de recompensa eficazes que existe na nossa organização, não significando isso que os convidados para a festa da virada do milênio sejam de todo gotas coloridas numa tempestade de chuva cinza, ou chuva de cinzas, pelo contrário, apenas membros nucleares das distintas famílias, que a séculos, alternadas com algumas revoluções estrondosas, como a Industrial, o fordismo, e visto a liberalidade extrema que os grandes oligopólios industriais se viram diante de uma quase total independência que culminou na falência e no déficit de grandes economias, abrigadas pelo laisse faire, laisse passer, a intervenção do estado e sua relevância retornaram com força máxima, para resgatar da estrutura pessoas que deixaram de consumir chocolate para comprarem arroz, e as devolver a capacidade de comprar chocolate. Ford assim o fez aumentando salários, e diminuindo a jornada de trabalho, gerando tempo para o consumo. Um dos tentáculos principais da nossa estrutura, que atualmente se apropriou de toda liberdade de informação e circulação da mesma diante das invisíveis fronteiras do mundo, sem relevar o controle do Estado naquilo que se olha e que se vê, de Estados ditatoriais, para abreviar-se o tempo, e portanto, a jornada de trabalho pode voltar a ser estipulada e maximizada a 14 horas, por exemplo, 8 oficiais, e 6 subentendidas, quando a partir do momento que eu faço meu supermercado sem sair de casa, ou compro uma botinha rosa Xuxa, ou até mesmo a tal Bíblia, uma espátula três dentes fazedora de pudim, uma bateira a prova de pedras, um guarda-chuva a prova de sol, um carro elétrico prol nova hegemonia energética mundial, um vibrador a luz solar, uma máscara de Fred Kruger, e qualquer coisas, até mesmo um mestrado, onde normalmente devia dirigir até a instituição, perdendo assim, 1 hora no transito para ir, nos dias sem chuva, 2 nos chuvosos, e mais 2 para voltar, quando caia pedras de gelo sobre o asfaltado cinza caminho, cheio de buracos e de tráfego humano, preso na imobilidade da vida diária, quando eu poupo esse tempo, posso com um clique adquirir qualquer porcaria essencial, ou qualquer essencial porcaria sem sair de casa, sem perder tempo, desde sexo a drogas, digamos assim, o que me deixa trabalhar mais, pois tenho mais trabalho acumulado, pois agora a sonhada viagem para Seicheles custa o dobro, visto o crescimento da economia local, quando os pescadores que antes viviam da venda de barbatanas de tubarões, hoje pilotam drones para filmar os turistas que pagam fortunas para mergulharem com os tubarões seichelianos que escaparam da extinção. Agora imaginem “vocês” (.....) o quanto que os tubarões do Caribe, ou do Pacífico pagam para “vocês” mergulharem na piscina ogival do humanizado “maior yatch do mundo”? Cada puta com seu cache. Cada cache de acordo com o princípio da proporcionalidade eficaz, quanto mais belo mais caro. Cheguemos aqui a desvendar como algo que levou a primavera Árabe, pode por exemplo, sem considerar que a primavera de Praga acorreu mesmo sem as bandas...largas ou estreitas, sem a fibra ótica, fazendo esse ponto, para notar que desde a invenção da prensa, e até mesmo antes, mas desde Gutenberg nós passamos a conseguir quebrar a regra do silêncio impositivo da vaca amarela, partindo da ideia simples que você está na época de Gandhi na Índia, onde a vaca ainda era sagrada, mesmo revolucionária, e se comunicar a nível exemplar, trocando desde a invenção do código Morse, de fumaça, ou Penal, agora envoltos pela prensa, o que viria culminar na invenção da imprensa, ideias avisos, alerta, mas principalmente ideias que mudaram o mundo. Contrariando a tese da absorção das revoluções pelo espírito dos oligopólios brutos, cujo pilar está alicerçado na força, na ainda mesma força elaborada e transformada da época rupestre, onde o mais forte subjugava a todos, mas somente no que tange ao quase dispensável, e mínimo detalhe da contaminação necessária de cada invenção à consciência humana, que ao mesmo tempo que lhe escraviza, visto o poderio invisivelmente colossal dessa força bruta originária contida no simples slogan “Be Free”, ou “Let´s not do it”, “Eat more, pay less”, “Sem lenço, sem firmamento”, “Abridor de Sentidos, o abridor de latas maior que uma simples pena”, “A pena do descumpridor, alargando as fronteiras, “Compre agora, as canetas coloridas do novo mundo. Apenas”; lhe liberta. Enfim, os exemplos são infinitos, e um dia vi escrito no teto de um bar que frequentava em Lisboa, “Becareful with your ideas. They can change the world”. Mais um exemplo de que é preciso haver vivo e liberto o espírito da revolução, para que tudo isso, essa massa energética espiritual que se compõem de infinitos exemplos de ações concretas bem intencionadas, porem inúteis, de obras feitas para transformarem as coisas, são essenciais para prover de esperança o sentido da vida de milhares de pessoas despertas desse aquário, que apenas fingem estarem dormindo, pois não há o que fazer, como na expressão belíssima e profunda “se fingir de morto”, quando a sua pena lhe trouxe não a pena mais a desconfiança do penal enclausuramento da RODA GIGANTE, e para apenar as coisas, você se finge de morto, como os outros tantos mortos, vivos que jamais sequer poderão imaginar que passaram uma vida acreditando na lógica do pescador independente, pescando sua sobrevivência num rio onde os peixes já tinham sido extintos, ou transportados para uma indústria de Peixes Aquarianos, e um mergulhador, de tempos em tempos, trabalhador dessa Fábrica de Ovas Sêmen Óticas para os multi bilionários do planeta, ia até seu anzol, e fixava lá um peixinho, um criado de tanque, de qualidade duvidosa, porém de excelente aparência. Aqui estamos indicando a essencialidade da contestação do sistema pelo próprio sistema pois ai cria-se a “Via dela Concilliazione”, unindo o Estado Absoluto, espiritual, partindo do princípio que por trás do dinheiro, exista o Deus do dinheiro, até uma fortaleza que abriga os poucos sapientes do planeta, donos do poder temporal. O Homus Sapiens Sapiens em sua essencial e rara atemporalidade. Novamente insisto que essa contradição deve ser aparente para os milhares de fingidores de morto, ou os pouquíssimos poetas fingidores de poesia... pó e Cia... rebeldes que conseguiram sair do aquário, e principalmente os adormecidos, como se você estivesse em 1983 e a dor me SIDA, como se você estivesse nos tempos de Hemingway e a gripe fosse espanhola, apesar de internacional, sem fronteiras, como hoje é o tráfego de pensamentos que dominam os dominadores. Essa aparente contradição obrigatória para alimentar a última que morre, e a primeira que renasce, a esperança, deixada para trás depois de atravessado as portas do inferno Distante, aquele que hoje somente existe na arcaica mitologia de um livro um dia eficaz, hoje de eficácia induzida, patrocinada e duvidosa, para clareza de sua mitológica referência em mentes despertas, autenticadoras de vida diante das desrazões do cúmulo dos absurdos post-mortem, que farão com que essas mais raras mentes despertas e distantes do inferno que muitos ainda hoje creditam existir em fogos sem artifícios, ou seja, sem científica justificativa, ou prova, mentes cuja fé é a prova que desconstitui a razão, a ciência, e o conhecimento, sendo uma palavra cujo conceito traduz o impossível em uma frase, ou em três seres gramaticais, Deus é Fiel. A Santíssima Trindade precisa existir na mente de muitos ainda para ser o que um dia foi o exemplo mais próximo de uma razão absolutista, inquestionável e obrigatória. Hoje, com a ascensão, não só da ciência, mas da inteligência artificial, mesmo que se provado a existência de Deus, ou de uma força cuja emanação de ectoplasma seja vulcânica e incontestável, identificada por aparelhos cuja peça mais barata custa uma Ferrari, ele seria ainda e sobre tudo mantido no patamar que está, um mito, uma inverdade, uma armadilha, uma realidade inexplicável para muitos, uma realidade traduzida pelo Pentateuco, pelo Novo testamento, pelos Vedas, pelo Livros dos Mortos egípcio ou budista, pelo Alcorão, pelas 95 teses de Lutero, pois assim cumpriria e continuaria cumprindo a função que sempre cumpriu, e que toda arte paliativa sempre serviu para confirmar, aqui retirando a eficácia de Dante e sugerindo sua paliatividade para uma época, mais atual, e sua eficácia eficaz, duplamente, estética e ética, forma e conteúdo, que andando o mundo, deixou uma eficácia ser transformada em paliatividade, mas permaneceu sendo eficaz, não apenas como raiz estrutural da língua italiana, mas como prova da beleza transcendental humana, da epifania total, do poder incontestável de uma obra de arte, pois quando diante de tamanha beleza, fica o homem reduzido ao êxtase de Santa Teresa. Mas aprofundando a necessidade, de hipoteticamente, da prova de Deus, ou do inexplicável ser hoje absorvido por uma tecnologia, que consiga arranhar os calcanhares de Deus, para ser metafórico ainda, meta eufórico, digamos, uma tecnologia que demonstre o algo antes do eterno, ou a finitude antes do infinito, ou a razão diante da aparente ilogicidade de tudo, cuja significação é dada única e indubitavelmente pelo pensar de uma única criatura, aparentemente única, cuja ausência significaria a total destituição de um significado profundo para as coisas que aparentam ser simples, porém ainda são singulares e indecifráveis, como uma simples pétala de margarida numa montanha feita jardineira dessas inesquecíveis flores. O que tento entender, ao exato tempo que consigo penso, é essa lógica da existência dubitável, como se fosse apenas hoje que existisse a dúvida lógica e natural, instintiva diante da existência de Deus, e não diante de todas as eras, desde do politeísmo grego, ou acádio, fenício ou babilônico, o que sempre levou ao homem pensar, e se for apenas um anestésico, para não me mortificar diante da morte, ou para simplesmente rabiscar um sentido diante do abismo, e assim manter unido a coerência da incoerência humana, de pensar que pode existir e haver uma pós vida, ou melhor, uma eternidade, e que se esteja condenado a existir para sempre, sobrepujando a própria definição de livre arbítrio, contida nesses paradoxais ecumênicos exemplos de autoridade e fé, que autorizaria o homem a desprover da própria vida, deixando de existir, assim, voluntariamente, indo para um lugar que ainda não foi convencionado ou descrito pela fé, o Nada. O que se coloca diante do muro é a própria necessidade triunfal da dúvida, quando se hoje ou algum dia aclarada pela tecnologia, geraria não apenas uma segurança insustentável ao sistema humano de trocas e saberes, mas uma certeza que faria com que fosse desprovido o direito daqueles que controlam as marionetes, para transitoriamente se acomodar um mundo na utopia real do socialismo. Assim, caso existente, guardada a 7 chaves, a prova de Deus, etiologicamente entendendo aqui o léxico como algo mais próximo do significado do “Inexplicável”, deveria ser, mesmo aos poucos cuja chave ou cópia propriedade pertença, condenado ao inferno supostamente explicável por algo que ainda não se entende muito, relegada a posse, quase que autoritariamente, pois a dúvida é essencial para manutenção do sistema, que já desacreditou, no cume da pirâmide, a fábula bíblica ou melhor, teosófica da existência, que certamente passaria a um modo de existir completamente distinto do que hoje há, pois a dúvida garante o pecado da culpa, ou melhor, a culpa da culpa, e sua inofensibilidade, podendo ser expiada a uma reza ou diante de uma confissão, de um contato, de uma manifestação de aproximação com as muralhas vaticanianas de cada igrejinha da Pensilvânia ao Ouro Preto. A prova e a certeza do improvável e do incerto, iriam levar a um transbordamento ético obrigatório no mundo, que passaria ser apenas uma tentativa de conclusão do paraíso, e não o paraíso em si, alcançado a partir da dúvida, quando espontaneamente somos bons, e não da certeza, quando somos bons obrigatoriamente. Obviamente que aqui entramos na discussão, se existe algo que precede a essência, uma natureza humana, bem como uma natureza desumana, e se isso é condição sine qua non para a irredutibilidade da transformação eficaz e certa, indubitável, essencial, da nascente maldade, em bondade, como pensamos ser em cada caso concreto, ou se a existência divina seria o que justificaria essa natureza humana, se pensada de uma forma estrutural, mas podendo também se pensar de uma forma existencial, quando o nada do ser seria preenchido pela antecipação da fagulha divina entre nós, ou no ser em especificação, deixando assim a existência preceder a essência, para essencialmente sermos tocados por uma centelha cuja existência pode nem sequer ser espiritual, mas apenas genética, quando os gens determinarão o monstro ou o médico existente em você, percebem? Há algo que precede a essência, além da existência, nem que seja um condicionamento genético, que determinará suas inclinações, patologias, humor e cor dos olhos, por exemplo. Mas retornando, percebem como a prova da existência de Deus traria o caos ao mundo? Aqui nos aproximamos novamente da eficácia das obras de arte, cuja discussão iniciou-se a partir da inexorabilidade da construção ou desconstrução do sistema ético social, renovação peculiar da moral, quando apresentamos a proposta de algo cuja imutabilidade seja eterna, cujos pilares sejam a base da lógica não do ideal no mundo mas do mundo ideal, onde a ideia seria algo entre a compreensão natural e prévia as distinções culturais no início do enraizamento inicial da cultura e o até então inimaginável acordo cuja opacidade se dê pelo aparente desequilíbrio entre os valores existentes nas diferentes sociedades, sendo não identificada a igualdade hierárquica dos mesmos, que estão mais presentes em umas do que em outras, como o respeito, a autonomia de si, e a livre expressão da bondade, bem como a livre liberdade do exercício singular de ser livre, do outro, de uma ideia, como Deus por exemplo, e de si, cujo sistema de conjunturas morais pode mais servir ao aprisionamento próprio do que a tentativa válida da eticidade, descosturando a moral da ética, como se essa pudesse ser esse Deus cuja prova deve ser mantida em segredo, pois se provado a ética “perfeita”, digamos assim, em adúltero pleonasmo, uma série de infindáveis morais, possivelmente ainda em estado de evolução diante das aparentes e não aparentes contradições, entrarão em convulsão, gerando uma onda de caos e suicídio, bem como de reais e agora livre de máscaras demoníacas, demônios, que caso a natureza humana seja real, deveria primeiramente distinguível entre diabólica e divina, como se a disputa de uma vida entre nossos anjos e nossos demônios fosse não uma condição permanente de contradição humana exequível, não transitória, e essencial para a confecção do estado de humanidade ao humano, e sim uma obrigatória resolução, ou conclusão definitiva, como se em algum momento aquilo que antes era diluído um no outro, passa a ser feito água e vinho, perdão, água e óleo, tivesse que ser concluso, pois provada estaria a existência da ética absoluta, cuja toda moral caminha em estado perene de evolução contínua, bastando apenas a semente da validação ética-moral para a passagem do andarilho no pedágio, que se inexistente ocasionaria uma dúvida cruel, e mortal, ao andarilho condenado ao inferno não dos outros, mas de si mesmo. Ou seja, a não prova de Deus é essencial para o equilíbrio até então conhecido, pelo menos nesse estado de consciência da humanidade, e para chance de ser merecedor de um paraíso que muito provavelmente existirá enquanto vivos, aqui ou em outro lugar, mas jamais mortos. A distinção entre moral e ética, nesse contexto, é como se moral fosse a aura habitável ao redor de todas civilizações alocadas ao longo da maior montanha de todos os tempos, a Montanha de Babel, e a ética, o seu cume. Quanto maior a altitude menos oxigênio, por isso mais difícil permanecer sobrevivendo, ou melhor, existindo honrando o status de cidadão da respectiva cidadela, que se tornam cada vez menores e menos povoadas em contraste com as da base, gigantes estados cuja densidade demográfica é maior do que a visão de um formigueiro em chamas. Assim, quando uma obra de arte se propõe a renovação peculiar da moral, é imprescindível desconstrução crescente da estrutura social, pois somente assim, será possível atingir uma super ética, ou dela estar mais próximo, já sendo esse objetivo ou essa aquisição, um excelente provedor de sucesso diante das sociedades dos homens, que muitas vezes padecem pela estagnação. O corrosivo conformismo que faz com que aceitemos qualquer versão do “céu” como verdadeira, e nos condenemos a era das trevas, a inamovível idade medieval interior inerente a qualquer ser humano em estágio evolutivo, vivo, quando o pensar, e a atitude de poucos, mudou o mundo através do esclarecimento, o que culminaria no Erklärung, na elucidação, no iluminismo da ainda jovem humanidade, ainda corrói não somente os estagnados compêndios de normas, legislações erguidas e pensadas há mais de décadas, e nunca revistas, atualizadas, mas a pena das canetas da Montanha Branca dos Togados Negros.
Novamente, retornando àquilo que definimos como uma obra de arte eficaz, a capacidade real de não apenas semear sementes revolucionárias no terreno fértil da mente daqueles cansados aquarianos em estado de vigília ficcional, mas deixar com que brote todo uma cosmogonia de frutos pendentes nessa sequoia gigante amadurecida dentro do ente de transformação em potencial, do homem da roda gigante à gigante roda do homem, aclarando a nebulosidade entorpecedora de navegações incólumes no meio do caminho, bem como erigir um ponto de ceticismo para se apoiar toda nova verdade, que será descortinada a partir que a vivência nessa operação de desconstrução crescente da estrutura social, traga não somente mais destreza em face da arte da dissimulação política arterial entre os entes suspeitos e não confiáveis, quando o apartidarismo toma conta daquilo que um dia foi uma inclinação panfletária e interesseira, cuja face encoberta por uma mesma máscara de todos espantava a inocência verdadeira e a extinta pureza humana, para arraigar uma lassidão entrevada pelos descompromisso com os princípios definidores de um bom caráter, bem como desproporcional promiscuidade descompromissada com a moral vigente, em prol da ética proposta, mas também na experiência robusta em desmontar sucatas, e lidar com a ferrugem dos atritos de ideais opostos, chamuscando sempre discursos inflamados de certezas ambíguas e duvidosas, quando ao se perceber, através da eficácia de uma obra de arte, como Entre Quatro Paredes, que denuncia essa falta de altruísmo diante de uma necessária ação comum, de uma inexistente solidariedade, e de um tolerância do intolerável no outro, pode se definir a arte eficaz “naquela cuja proposta literária ultrapassa os confins da literatura em si, e lhe toca no submerso inconsciente, ao ponto de trazer para consciência uma necessidade normalmente ligada a um dever ou direito moral, que suprimido tem causado uma ferida aberta constantemente em sua psique, ao ponto de você ser obrigado a agir praticamente com propriedade no mundo, escolhendo um ponto de partida, para não apenas curar essa ferida, bem como satisfazer seu mais profundo ou até mesmo relativo propósito, para que algo relegado volte a ter sentido prático e relevante na especificidade dos dias.” Observando outra obra eficaz, 1984, ficamos apáticos diante de uma aberração e ao invés de tomarmos as rédeas e protestarmos, deixamos com que a insensibilidade mestra da inação, e da preguiça movedora de fracassos e distopias, por mais que apaziguadora de ânimos, reverta a força que seria usada contra o sistema, a favor do sistema, sublimando assim essa vital energia, seja através do sexo desenfreado, seja através da agressividade, e atividades como MMA, onde dentro de uma jaula, homens se espancam com uma brutalidade monstruosa ao redor de uma plateia, na arena da morte, que vibra a cada gota de sangue que cai na lona; ou que seja através da arte, criando obras memoráveis denunciando a astúcia e a sagacidade do sistema, rápido, célere em abduzir qualquer distração ou ação que seja contra ele, quando a obra temática, “O Sonho egoísta do altruísta Pesadelo”, por exemplo, que narra a historia de Fred, que tinha a ambição de vencer no capitalismo, e absorver de suas entranhas o elemento impróprio da riqueza, se tornando milionário, tendo adquirido uma mina de diamantes, contratando a salários humilhantes uma penca de trabalhadores, esse que são contratados pelo tempo de serviço, mineradores de estação, pois na época das chuvas se tornava impossível o trabalho. Mesmo em dias onde não se era aconselhado o trabalho Fred incitava seus trabalhadores, até o dia em que um acidente matou alguns deles. O que fez os órgãos competentes para regular e compensar os danos irreparáveis da situação? Aceitou uma mala cheia de corrupção, viva, em plenas submersas garoupas notas de 100, que tem o poder de desconstruir a fachada de uma invenção arquitetônica sem estofa, e corromper o sistema de um sólido edifício, elaborado com todo cuidado do detalhe, porém ainda fundeado sua infra estrutura, em um terreno arenoso. O que tento explanar é que para se conseguir atingir a propositura de uma super ética, terá o homem não apenas navegar para dentro de si mesmo, onde navegar é preciso, não apenas no quesito de necessidade, mas na pontiaguda precisão cirúrgica, onde o rumo da embarcação, e seu aportar auxiliado por um prático experiente, devem sugerir um movimento sincronizado e perfeito, aqui numa sincronia do paliativo numa primeira camada, que passa a ter uma função defensiva, como escudo do coração da obra, que numa camada mais profunda, exibe toda exuberância de sua proposta, uma relíquia sagrada, onde se atira os dados, para com resultados prontificados, se iniciar uma reforma íntima, em primeiro lugar, através desse impulso vital que corrói a danosa consciência comprometida com a ilegalidade, e passa a se ver refém de uma ação honesta que poderá dar sentido a sua nova vida, caso o ente em transformação, esteja num estágio de evolução, onde a mudança para a incorruptibilidade ativa, se virará contra a corruptibilidade passiva, e aquele que era disseminador da mentira e da crueldade, passará a promover através da desconstrução crescente da estrutura social, no caso, de si mesmo, na desconstrução crescente de si, para a partir dai estar apto a apresentar uma renovação peculiar da moral, não mais vista difusamente, a partir do macrocosmos e das ações individuais que nele repercutem resultados acumulativos de um novo bem estar comum, neste caso, vista a partir da singularidade única do indivíduo em questão, que reformado pela nova moral, obrigatória paragem de reflexão e autoanálise, diante da confusão mental e dilaceramento feito um cabo de guerra, onde apenas um lado é de fato o vencedor, posto no trilho de uma ética superior aquilo que ele até então entendia como ética, e se transformando enquanto indivíduo não apenas para si, mas para toda sociedade, e não por causa de toda sociedade, mas por causa de si, que passa a sentir o permanente desconforto da imoralidade plena quando tomado por essa força antimoral, mesmo que a moral vigente ainda não esteja próxima da ética über que se idealiza, que poderia ser definida como algo em torno de uma circunferência cujo raio seria sempre menor do que o trovão do peso de uma esfera solta no espaço. Ou seja, a super ética, um conjunto de valores insofismáveis, indissolúveis pela persuasão, fixos na mutabilidade do andar cronológico e orgânico do tempo, exemplificando em conjunto com a consciência do todo, em sua projeção, aquilo que deveria ser, como o que é, é, imutável, num conjunto de princípios que valem para todos que pertencem a mesma e única humanidade, independente de raça, cor, sexo, nacionalidade, hemisfério ou idioma, conseguindo abraçar num único invólucro os valores necessários para manter em equilíbrio a ordem universal, desautorizando parcialmente as soberanias das nações, para impor a soberania da humanidade, quando cada regra e cada propositura ético-moral é válida não por uma questão cultural específica, e sim por uma questão universal e genérica, contribuindo assim, para que todos os povos caminhem juntos para o mesmo destino, de braços dados, com a ativa percepção de que dividem o mesmo espaço, a Terra, que não pode ser substituída por uma alternativa de ficção, sequer dublada por um ator com a voz de Deus; uma ética chamada de super, por ser o ponto final de todos diferentes povos caminhantes no deserto dos destinos, quando a aparente imobilidade de uma absurda preposição, preconceituosa e intolerante, que paira na redoma atmosférica de uma nação, está sendo por trás do espelho desconstruída, e minada, quando unido o povo do mundo, no dia onde não mais se tolerará a intolerância, a religiosidade fanática e ortodoxa, o desrespeito mútuo ou não, e a falsidade política entre até então bonecos de marionetas, que interpretam papeis pré estabelecidos, decorado o script da inverdade, para na frente das câmeras, fingir a Câmara ser um ativa e resolutiva, terminativa e natural reflexo das distintas opiniões, movidas pela natural obrigatória espontaneidade, que desfia os fios das marionetas, que manipulam os políticos de boa fé, tal como os de má fé manipulam a direção de arte desse consórcio de negócios que é chamado tanto o Congresso como a Suprema Corte, transformando uma sessão num teatro cuja farsa só não é percebida por quem não é provido de mínima malícia. Porque essa obrigatoriedade de transformação irrevogável? Pois depois de ampliada a consciência e adquirida a percepção de uma realidade por trás da realidade, fica difícil fingir para si mesmo ou outrem que não se enxerga o que está por trás da pele, o esqueleto das democracias rumo a falência, caso não seja denunciado os ossos por trás do espetáculo, que estão corroídos e doentes por falta de cálcio. 1984 foi um prenúncio do que hoje vive-se, aquilo que já foi vivido, quando blocos do mundo se agrupavam para conquistarem a hegemonia de seus estratégicos pontos cuja economia se valia dessa ingerência, diretora dos caminhos e descaminhos que apontam o mundo de ontem, bem como o de hoje. Uma completa perda da intimidade, por câmeras de segurança em cada esquina, como se fosse possível ter intimidade no ambiente público, mas melhorando a ideia, uma perda contínua de privacidade até dentro de suas casas, quando não sabe-se mais quem olha, vigia, escuta, através dos inúmeros inputs e outputs contidos numa casa com televisores modernos, e aparelhos de celular com câmeras e microfones. Na obra de George Orwell há uma clara denúncia da antecipação do panóptico que é instalado a cada esquina, e inclusive dentro de cada casa. Assim, acostumando o cidadão a não mais se importar com o abuso, ou com o excesso de controle, assegurado pela ideia nata de segurança publica, reforçada por aparatos eletrônicos, mas que jamais deveria ter acesso ao seus aparelhos particulares, quando hoje sabemos que a qualquer momento, somos vigiados por uma força invisível, satélites a serviço de missões secretas, de monitoramento de pessoas chaves para o desenrolar da historia, nanotecnologia para grampear a mente e os pensamentos do alvo em questão, ou seja, não há mais limites para se definir onde começa o direito público do privado, o direito privado a intimidade, que se violadora de normas constitucionais, como o planejamento de um atentado terrorista, se justifica o monitoramento individual, independentemente de autorização da corte, mandado, ou aceitação de um grupo cuja autoridade emana do poder de controlar e equilibrar o sistema, dissuadindo grupos e pessoas de atos que não estejam de acordo com o ordenamento jurídico do núcleo em questão. Toda explanação tenta mostrar o homem da roda gigante, desmascarado por sua insignificância diante das máscaras da democracia, que não mais precisam de um falso herói, populista e apelativo ao clamor das massas para guiar seus ordenamentos de leis e fé jurídica, sendo possível essa emanação do inefável diante do direito dos povos, cuja verdadeira intenção é o domínio e a nomenclatura clássica do PODER. Os homens treinados por rapinagem instrumentalizada, por aves de rapina com phd, para regerem uma orquestra de parvos artistas que não conseguem se virar sozinhos com o próprio instrumento, precisando da coletividade harmônica de uma sociedade da melodia para juntos se aquecerem no inverno dos dias, e darem um sentido a suas vidas, numa paliatividade sinfônica, que não tem mais o objetivo de reformar ou acordar o coração dos homens, mas apenas cantarem canções de ninar para os manterem dormindo. Essa propositura de uma nova moral acontece quando se rui os alicerces podres do passado, através de investidas machadadas, ou da erosão inexorável do tempo, que mastiga as llgas mais fortes, quando num sistema desprovido de manutenção, a jurisprudência passa ser a nova norma, engolindo as lacunas da lei, e a dubiedade da interpretação, para criar um novo código atualizado, pela falta de providencias e apatia intelectual diante da movimentação intrínseca da vida, correspondendo ao andar da carruagem do bom dia, Cinderela, sendo a carruagem a estrutura social, e a Cinderela o povo, que sonha com o baile, que sonha com o sapato de cristal, que sonha com o príncipe encantado. Nada mais fabuloso e paliativo do que as obras de romances onde o casal improvável, ou pela não percepção dum noutro, ou pela impossibilidade de casta, que geralmente ganha uma aura de esperançosa esperança, dada ao povo, que consumindo essa literatura, não deixa de inconscientemente alimentar a ideia de que um dia um sugar daddy, ou uma paixão arrebatadora, irá resgatá-lo da sua miserabilidade. O que quero deixar claro com toda essa reflexão, é que hoje, podemos perceber a existência de duas filosofias ao longo da história, aquela inclinada a metafísica, que iniciou-se com a dicotomia clássica de Platão e o inteligível versus a copia, a mera manifestação simplória daquilo que seria jamais percebido em sua totalidade, visto a sublime perfeição, visto a perfeição não ser percebida pelo olhar humano, ou por conseguir ver o pelo no ovo fabergé, o defeito inexistente na perfeição, ou por não conseguir entender o que está diante de si, vendo ou sentindo a beleza total da perfeição imaculada. Essa linha filosófica instaurou a metafisica, e veio junto ao neo platonismo desenvolto reivindicar seu lugar no idealismo de Kant, e Hegel. Ao contrario de uma linha mais cética, que iniciou-se principalmente com os trabalhos de Nietzsche, que romperam com a metafisica abruptamente, trazendo para o mundo uma linha mais cética de pensar, independente da existência de Deus, que deixou de ser discutida seriamente pelos filósofos pos modernos, que começaram a esmiuçar mais a condição humana, e sua algemas invisíveis, bem como elaborar o conceito de uma cela invisível, ao redor do homem, feito o quadro de Francis Bacon exposto na Tate Gallery, e suas relações empíricas com o mundo de forma pragmática. Até o positivismo de Conte, que ainda se apoiava na metafisica para justificar a necessidade da ética super ética, absoluta, do respeito universal, passou a delirar nesse ponto, esclarecendo muito da virtude humana em outro, mas se tornando um tanto quanto duvidável, pela aproximação com o divino, como certeza absoluta, e inquestionável, uma verdade a priori, que não pode ser contestada, enfraquecendo assim o raciocínio do Comte, que presa pela virtude, mas ainda algemado com os preceitos supostamente irrevogáveis de Deus. O mesmo se da no utilitarismo, que de certa forma, acaba por ser mais pragmático, e nos conforta com o senso de utilidade que damos as coisas, e a virtude máxima, que deve, quase como no preceito Kantiano, porém com uma pungente diferença, a não relevância da minoria, quando expressa o bem que deve ser feito para a maior quantidade de pessoas, e se tenho por acaso dois bens, um bem que atinge 5 pessoas, e outro que atinge 7, sem dúvida esse último deve ser escolhido. Tudo isso para esboçar um traço do existencialismo, que numa Europa assolada por guerras absurdas, tenta solucionar a questão da índole, ou da possível maldade humana, desculpando o ser humano ao afirmar que nada existe a priori da cultura, que não existe uma essência má, que vai sendo moldada de acordo com a vilania estrutural do mundo, mas que não existe nada, e justamente a estrutura e as circunstâncias da vida ao redor desse indivíduo que nasceu numa época determinada, bem como num lugar especifico, duma família única, ou até mesmo fruto do abandono, órfão legal, ou apenas um feto largado a beira de um rio, que vão determinar o caráter do sujeito. Para mim é um tanto quanto estranho descartar a bondade como inclinação natural de qualquer homem civilizado, sendo a malignidade a exceção, porém aqui destaco a educação como pilar para virtude, não estando certo se seria possível garantir essa bondade caso o pilar da educação não estivesse a priori enraizado na terra. Tudo isso para descobrir se ainda hoje somos dependentes de uma crença enraizada no nosso subconsciente de que a vida será eterna, pelo não enfrentamento da morte, numa sociedade que presa a juventude eterna, e cada vez disponibiliza mais meios para parecermos jovens aos 70 anos, bem como incrível disposição, através de medicamentos que nos permitem viver vigorosamente a terceira idade como se estivéssemos na segunda, claro, para quem tem acesso a esse privilégio. A conformidade com o fim se torna algo para não ser pensado profundamente, e assim, mais diáfanos, vamos vivendo sem grandes expectativas, nesse mundo cuja ordem estrutural está be arquitetada, e solidificada, no glamur e nas plumas que vendem-se nas mídias sociais, e no desejo de eternizar-se enquanto vivos atingirem a fama, mais do que o sucesso, que seria algo perene e de difícil conquista, porém preterido por muitos que apenas esperam do efêmero a sutileza espantosa de um flash, e algumas notas em revistas populares, e até mesmo uma ou duas capas, que farão da fama passageira, um transeunte mais vagaroso, para desaparecer nas brumas do futuro, como acontece com quase todos passageiros transitórios da vida, que buscam não o sentido, mas qualquer sentido, sentindo-se assim cada vez mais vazios se comparados com aqueles da gerações de 60 e 70, que tinham de verdade a esperança de mudar o mundo, sendo um proposito refletido nos hábitos, nos costumes, na forma de se vestir e falar, nas músicas, como hoje poderíamos fazer um paralelo a cultura underground, que desafia a inaudita e imprecisa normalidade, para confrontar a existência do comum, com algo que rasga a heráldica notoriedade de uma primeira comunhão, ou do vestido de noiva branco cheio de tule, como se faz com um pedaço de salmão diante de uma faca cuja lâmina é mais afiada que a língua de uma cascavel.
Assim, ao gerar uma polêmica não consagrada, traduzível e resolvível como aquela que aqui se demonstra, ao equipar Deus a uma ética absoluta, ou até mesmo a equiparar a inexistência da prova da existência de Deus como condição sine qua non para manutenção da vida em sociedade, do equilíbrio do mundo, do exercício salutar e incontestável da fé, da ocasional muleta que uma igreja pode exercer no hábito de uma pessoa, do apoio moral e incondicional que os preceitos de boa fé, princípios organizadores do caos e do instinto, valores morais, essenciais para o convívio e para a civilidade, tem para com a prova não irrefutável da existência divina, que mantém o mundo suspenso entre três fontes distintas, o ateísmo, o agnosticismo, e a crença. Esses três pontos formam um triângulo dentro de nós, arquetípicas energias que simbolizam e traduzem ao mundo uma interpretação teosófica de valores que ultrapassam a razão, e são ou mantidos pela fé, ou negados por ela, ou ditos insuficientes para a confirmação de qualquer coisa, quando se independe da coisa provada para existir e coexistir pacificamente consigo e com os outros. Acredito que a sobrepujança de uma força em relação as outras se acalme depois de sísmicas e telúricas, tectônicas movimentações na alma, exercendo seu recorte ao longo da vida, mas que isso não impede de por uma questão de imprevisibilidade, como algum trauma ou acidente, ou até mesmo uma jornada que culmine nesse fim, faça com que o ateu se transforme em crente, ou o crente se transforme em ateu, ambos podendo se transformar em agnósticos, deixando a lacuna em branco. Mas essa dança de xamânica transformação, quando nos despimos de nossa ancestralidade, para assim melhor se adequar com o mundo moderno, que prescinde de uma magia mística, e de uma idolatria a algo que não seja o próprio individualismo exacerbado. A transformação de um índio por exemplo, catequisado, através de um convencimento apelativo natural , ou de um homem das selvas, como Tarzan, em um homem da sociedade, ou até mesmo de um menino criado por lobos, Mogli, em um reformado socialmente, porém não essencialmente, mostra, através do fracasso das tentativas, que sempre vamos recorrer a ser o que somos, e não o que querem que sejamos, quando somente será possível a transformação por um sentimento mais elevado, como o amor, porém nunca pelo desejo de pertencimento a uma sociedade cujas maneiras sejam completamente alienígenas aquilo que desde o início se foi acostumado. O que é um talher perto da liberdade de se comer um faisão com as próprias mãos?
Assim descortinamos um véu que encobria na fantasmagoria dos objetos vivos, pessoas guiadas pelo dogma de uma crença, que as coisificam tal como um rio vira objeto de uma represa, quando o dique arrebenta, e a crença passa ser coisificada pelo homem, que não mais a entende como uma livre manifestação espontânea da fé, mas como uma obrigação imposta por uma tradição não rastreável, que ata o ser a obrigação de ir a missa todos os domingos. A obra de arte eficaz está para o rompimento desse imperativo, assim como os relâmpagos estão para a tempestade. Basta lembrarmos da épica cena do estupro, ou melhor, da "conjunção carnal" consentida pela moral vigente com a aia da casa, que era fértil, ao contrário da esposa, cujo filho pertenceria ao casal donos do lar, e não a mãe legítima, que serviria apenas para parir e amamentar a criança nos primeiros meses, no Conto da Aia, onde a face mais torpe da religião é mostrada como um alicerce de costumes que estão para aviltar os princípios e direitos humanos, numa sociedade doente, onde o sistema repressivo e domesticador de elementos subversivos agia de forma implacável com cada aia que ousasse sair do rigor e da norma, que proibia até conversas livres e espontâneas entre elas, que deveriam andar sempre em duas, para uma assim, uma vigiar a outra, e assim evitar a tortura acrescida caso alguma regra fosse quebrada. Interessante, se traçarmos um paralelo com o que acontece nas igrejas evangélicas no Brasil, quando os crente são livremente coagidos a doarem o que podem, o dízimo sagrado, mais os bônus, quando a tortura não se dá de forma física, e penso que nem podemos chamar de psicológica, pois o que há de fato é um estelionato, que coercitivamente de maneira aparentemente livre, as vítimas, muitas de classe social baixa, com já péssima renda, doam para os bispos e pastores quantias que somadas são exorbitantes, e ainda mais, se sublinharmos o fato de que não se incide imposto sobre essas doações, temos um perfeito negócio, onde qualquer orador frustrado na vida, pode recomeçar do zero, alugando um puxadinho no fim do mundo, e pregando os devidos elementos torturantes, as stigmatas nos crucificados vitimados, no por aquilo que chamo estelionato religioso. Na série, tudo é feito para chamar atenção de que um estado totalitário tendo apoio da aristocracia, ou da alta burguesia, no caso, consegue instituir novos costumes, mudando valores cruciais, através da força submetendo as pessoas a trabalhos humilhantes, a classe trabalhadora e desprovida de influência e organização política, levando em conta uma sociedade não sindicalizada, por exemplo, que são justificados por teóricos sofistas, apoiadores do regime com suas ideias desenvolvidas e desabrochadas no papel, intituladas como filosofia, ou como um sistema filosófico, livre e incondicionado, quando na verdade a linha de pensamento e sua conclusão, são feitas a priori do raciocínio, quando se propõem uma tese, para contestar uma anti-tese, os valores sobrepujados, e se conclui um veredicto, quando na verdade houve apenas uma vontade de mesclar a razão a serviço instrumentalizado de uma teoria que precisava de base filosófica para existir e justificar sua barbárie. Primeiro temos o horror, depois pensamos como vamos justificá-lo racionalmente, através de bons argumentos, maus em suma, sustentando ideias que vão contra a toda implacabilidade das verdades implícitas nos direitos naturais do homem, erguendo aqui O contrato social como um dos pilares para demonstrar que as relações entre os homens em sociedade devem ser constituídas a partir do bom senso e da razão, pois são estas as verdadeiras corruptoras da inverdade, no caso, da super ética, cume da vida para onde todos nós rumamos, com a devida obrigação de nos aperfeiçoarmos de acordo com a evolução moral do homem, que tem o dever de lutar por uma sociedade mais livre e justa, com direitos iguais para todos, se tratando de um regime democrático ou não. No caso, o estado totalitário imposto pelo núcleo de juízes e ministros do regime da Aia, não tem nenhum compromisso com a ética, e criam uma moral justificada nas intenções desumanas de legitimar o estupro, e a remoção dos bebês das verdadeiras mães, as Aias, as raras mulheres férteis escravizadas por um suprassumo religioso, que se vê potente e atuante em cada ritual familiar e até mesmo no âmbito da própria ordenação prática da fusão da antiga real, com a nova arbitrária mãe, patroa da Aia, que além de ser obrigada a praticar sexo com o marido da mesma, o faz com a cabeça no colo da mulher, como se ela estivesse através de um transe, sendo ela a possuída, o que torna tudo mais demoníaco e absurdo, e difícil de se justificar com uma saída jurídica, senão apoiada pelos descalabros da fé, da provocação teológica, que nunca precisou de racionalidade sequer de justos valores aprovados e apoiados no sustento da lógica humana de condições formais de trato e colóquio, e sim, sempre se permitiu apoiar-se no inefável, numa base de fumaça, no mais hediondo dos paradoxos, para justificar sua liturgia, bem como para obrigar a todos que se deitem no tapete do demônio, entronado aqui com os subterfúgios de algo divino. A teologia apesar de tentar, através de inúmeros teóricos ao longo da história, só foi se aperfeiçoando com o advento do protestantismo, bem como as tentativas de Santo Agostinho e mais tarde Tomas de Aquino, de darem a aureola da legitimidade a pensamentos como a não separação de trindade, a comunhão através da transubstanciação, do sangue de Cristo em vinho, bem como de seu corpo em pão, e indo mais pro lado de Martinho Lutero, a contestação de todo rito católico em suas teses, que elencavam valores novos e inéditos negando as indulgências, e permitindo a usura, por exemplo, o que era tido como pecado e travava o comércio das nações, agora em enfática expansão comercial, e não podiam serem desaceleradas por uma fé que somente se preocupava com si, numa briga extensa, que culminou com a separação do poder espiritual, com o poder atemporal, agora pertencente ao monarca, pois ainda havia a pretensão papal, que além do direito divino que sustentava o papa como representante direto de Deus, a ele também caberia o entronamento, coroação, e aprovação dos direitos dos reis, que deviam ficar submetidos ao poder da igreja. Esse exemplo apenas ilustra o que na serie é apresentado como uma tirânica liturgia, que justificava o estupro, que no caso era visto como um ato de reverência aos institutos reformadores da igreja, que através de um golpe de estado, passaram ser empurrados ao povo belicosamente, no início, e depois de constituída a habitualidade do horror, os institutos treinavam e acolhiam essas amas para serem mais do que escravas, as mães legítimas diante nossa ótica humanista, porém ilegítimas de acordo com a nova moral subsistente, apoiadora do totalitarismo, que como a teologia, despreza a razão, a razoabilidade, pra impor verdades desprovidas de lastro com os valores mais caros a humanidade. Isso tudo prova que a moral é e pode ser volúvel, e de acordo com a evolução humana, ela vai se desenvolvendo através das trocas entre os distintos povos, que absorviam o que do outro existia de melhor, nivelando assim por uma média equitativa de regularidade formal horizontalizada entre todos, que acompanhavam mais ou menos o mesmo ritmo de evolução. Partindo-se aqui da troca de livros, de culturas distantes cujo contato era feito pelas ousadas travessias marítimas, livros que deviam primeiro serem aprendidos a ler, no caso das catequeses, e outros insumos como espelhos, baús, vestidos, colares, pentes, vasos, penicos, panelas, garfos, facas, tudo isso em troca de ouro por exemplo, ou pedras preciosas, ligando aqui a Europa aos povos originários, e não primitivos, das Américas. A globalização se deu na humanidade desde o seu início, mas depois de nascida a filosofia supostamente na Grecia, , oficialmente aliás, pois há documentos que provam o pensar pensante desenvolvido já há mais de 2000 anos na civilização egípcia, as ideias gregas começaram a serem propagadas principalmente depois que o mestre de Alexandre, o Grande, o famoso Aristóteles, o instruiu, e o educou, príncipe rei da Macedônia, filho de Felipe e Olímpia, que conquistou a Grécia por volta dos anos 300 a C. Assim, como vários mitólogos, ao exemplo de Joseph Campbell, e outros eruditos da antropologia, como Henrich Schlieman, abarcou-se a tese de que para provar a existência de mitos semelhantes em todas as civilizações do globo nas mesmas eras, mitos como o dilúvio, a criação do mundo, a tríade de Orus-Isis-Seth, contraposta a divina trindade, a própria absorção dos deuses gregos pelos romanos, toda cosmogonia e eventuais mitos de heróis, a explicação da origem do universo, a matemática que era disposta nos Astecas, bem como nos Babilônios, que já gestavam ideias sobre constelações e movimentos da Terra bem como do Sol, enfim, para chegar na hoje globalmente vista barbaridade do canibalismo, vindo dai o nome do Caribe, quando nas Antilhas o navegador Cristóvão Colombo aportou e se terrificou diante dos costumes, que na Índia, ao sacrifício da deusa ínfera Kalhi, até crianças eram mortas. Vejamos isso hoje possível em algum lugar do mundo? Não foi esse costume, que participava da atuante moral desses povos, modificados, atualizados, rompidos com a própria intrínseca autoridade que deles emanavam, evoluído os povos através ou da imposição de um conquistador aos conquistados, ou da troca de experiências e vivências com o escambo, as trocas comerciais, que muito cedo começaram a fervilhar no mediterrâneo, através de barcos que cruzavam o mar e ligavam as ilhas e as cidades continentais, bem como a rota da seda postumamente, demarcada por Marco Polo, que conseguiu atravessar territórios mongóis, já depois de Gengis Kahn, e interligar o ocidente com o oriente. Isso tudo para ilustrar a ideia de que a instituição de um estado totalitário, é justamente a quebra da ordem cronológica e ideológica que vai tacitamente acompanhando as nações do mundo, principalmente com o desenvolvimento do direito, contribuição romana para o mundo, que visa a regra todos por extensões dessa super ética, ou melhor, tentativas de aproximações a essa ordem lógica, razoável e imutável de um supra valor o qual dele emanava um direito cuja propriedade se adequaria justamente em toda e qualquer civilização, bastando ser ela humana. Não que os Neandertais não pudessem participar do jogo, mas por uma distinção de espécie, acabaram os humanos preferindo os eliminar, talvez por serem mais fortes e robustos, o que confere o desnecessário tópico, porém interessante, de que por não andarem em bandos do tamanho dos Sapiens, que começaram a se agrupar, por perceberem a veracidade por trás do slogan da União, que a união faz a força, foram varridos do mapa, não sobrando assim espaço para outra racionalidade no planeta que não fosse a humana. Com essa lógica, de pertencer a mesma espécie, há a entendível e aceitável ideia, de que existe algo de imutável em uma suprema lógica de valores, que serve para todos, independentemente de questões geográficas, que não determinam o caráter, e sim características de humor e personalidade, que pode ser mais ou menos introvertida, dependendo da temperatura, se no círculo polar ou na zona tropical do cha cha cha. Tudo isso para sustentar a ideia de que os humanos aprendem consigo mesmos, mesmo sendo de diferentes culturas, e trocam experiências vitais, e a maneira que foram se desenvolvendo, partindo das nômades travessias depois do exaurimento de férteis campos, a dominarem monoculturas fixas, o manejo do solo, bem como a domesticação de animais, evoluindo assim o cinjunto para um sistema feudal, bem como mais tarde o surgimento da integração desses feudos, submissos a uma mesma cultura geral, língua, hábitos e pequenas divergências locais, para monarquias, Estados monárquicos, até atingirmos a República, e no meio disso, no século passado, a expressão máxima do extermínio e do horror, com genocídios em massa, 1ª e 2ª guerra mundial, onde na primeira a metralhadora e o avião aliados a trincheira eram os elementos destruidores de almas, como bem na segundo, os campos de concentração, num extermínio em massa sistematizado, sei que nada disso é novidade, mas depois do fim da segunda guerra com a rendição do Japão depois de sofrer dois ataques nucleares, foi se criado as Naçoes Unidas, o que seria a ONU, bem como a independência do Estado da India da Inglaterra, e a criação em 1948 do estado de Israel, três fatos que contribuíram para estabilidade global, apesar do crescente rumo da corrida armamentista e da polarização do que seria o exemplo, ou a tentativa da implementação do comunismo, o socialismo soviético, e a guerra fria, onde esse sistema bolchevique de governo extremista de esquerda se punha contra os EUA e seus aliados do ocidente, construindo-se um muro em Berlim, para dividir assim o lado de influência da Uniao Soviética, do lado ocidental, de influência norte-americana. A descolonização das colônias africanas também exerceram um excelente papel no marco histórico que se deu depois do final da grande guerra, bem como a guerra da Coréia, em 1950-55, e do Vietnam, logo após, na década de 70, que culminou nas marchas hippies e nas inúmeras manifestações ao longo dos EUA para o fim da guerra. Percebe-se que mais ou menos, o mundo sempre esteve em equilíbrio, numa balança que ora pendia para esquerda, ora para direita, até o fim da URSS em 1989, ano da queda do muro, deixando cada vez menos espaço para o totalitarismo, transformando as ex repúblicas socialistas, em projéteis do capitalismo, fruto da reversão instaurada por Gorbachev, o que nos fez chegar aos anos 90 com menos exemplos de estados totalitários, com exceções como o Islão, em geral, no Oriente Medio, teocracias penduradas no Alcorão, divididas entre sunitas e xiitas, radicais, e violentas. No conto de Aia, o estado totalitário se intaura na América, por uma supressão da fertilidade feminina em massa, levando a maioria das mulheres tendo que recorrer a minoria delas, que foram transformadas em aias, pela sua ainda mantida capacidade de gerar filhos. Sempre algo de absurdo justifica um tirano e sua tirania, já um estado totalitário, sempre algo que atravessa o absurdo, pois estão suspendidas todas garantias constitucionais, algo como um permanente Estado de Exceção, na prática, e na teoria, um regime elaborado pelo rigor de leis e de uma moral que funciona em prol desse transpasse do absurdo, o que se verifica numa obra de Ionnesco, o Rinoceronte, quando numa cidade um cidadão vira rinoceronte, junto a outro, e de repente assim, do nada, todos começam querer virarem rinocerontes, com a exceção de um lúcido personagem, e sua namorada, exemplificando assim a vontade de que os alemães tiveram de se transformarem todos em nazistas filhos da puta. Não podemos culpar a estupidez de um povo, nem os chamarem todos de filhos da puta, deixando o elogio para o escalão da hierarquia militar, e do partido, que controlava tudo e todos, sendo Hitler o chanceler. No Conto de Aia, a liberdade agora é defendida pelo Canada, que representa o seguro exílio daqueles que conseguem atravessar a fronteira, desenho prático da sugestionabilidade que sugeria a renovação peculiar da moral totalitária, revogação imediata de sues costumes e hábitos bárbaros, indicando assim a propositura de uma nova ética. Aqui levamos em consideração o estado de Quebec, colonização francesa, e os ameaçados ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, suprimidos de uma América que se viu transformada pelo sustentáculo de uma religião diabólica, alicerçada nos antidireitos humanos. Nâo podemos esquecer e levar em consideração a crítica que Bauman levanta sobre a pós modernidade, em suas conhecidas obras Modernidade Líquida, bem esmiuçada no Amor Líquido, onde a eficácia se da plenamente ao provar que não conseguimos concretizar os ideiais da modernidade, erigidos pela bandeira tricolor francesa, cujo guardião do ocidente se deu principalmente pela presença e atuação indispensável dos Estados Unidos da América, levantando assim um óbice de que não poderíamos nos vangloriar por não termos concretizados sequer a Liberdade, tendo atados povos em condições de vilania e pobreza, sequer o da Igualdade, que se dá principalmente no direito através da isonomia, porém até nessa esfera contestado pela condição relegada a caríssimos advogados influentes que somente uma classe privilegiada tem acesso, que com manobras e recursos conseguem a liberdade garantida de seus clientes, não exatamente o mesmo tipo de Liberdade que discutimos e elencamos no conceito. E sobre a Fraternidade, algo que ainda não foi sequer elaborado, quando no meio de distintas etnias que se atacam mutualmente, fica-se longe o pensar de poder se garantir a eficácia desse princípio, num mundo onde os homens estão cada vez mais distantes, e as relações dispensáveis, por isso líquidas, onde se perde a solidez, não somente de valores e rígidos preceitos que até a segunda guerra foram suficientes para se contrastar com uma geladeira que não tinha fim, tal como nossos avós que morriam a vida que passaram juntos, juntos, por ser o mundo estável, em sua esférica movimentação. Porém, devemos contrapor, a ideia, de que mesmo a não concretização dessa tríade essencial para manutenção da paz, e do sonho ouso dizer comum, de se atingir a super ética, na sua plena eficácia, num mundo cheio de conflitos, porém cada vez mais consciente dos problemas e das mudanças que são necessárias, para ser não somente renovado, mas atualizado, em relação as amarras religiosas que ainda o prende na escuridão das trevas aparentemente superadas.
O livro de Bradbury está apoiado também sobre o requisito de desconstrução crescente da estrutura social, a todo tempo proposto, principalmente pela cena onde uma biblioteca é descoberta na casa de um dos resistentes, e tudo acaba sendo incinerado, se começando por uma fogueira de livros, deixando claro a crítica onde se institui o perigo maior, O LIVRO, que propaga uma ideia, que atinge uma proporção que se torna um movimento, ou pelo menos, se torna uma fagulha numa sala já cheia da gás, e explode uma parte da estrutura, uma parte apodrecida e cheia de marimbondos e vespas, tocando fogo nessa colmeia de podridão e sujeira, imundíce, fungos e outros micro ou macro organismos prejudiciais. Através de assuntos complexos e não pacificados, bem como esclarecimentos doutrinários, os dois requisitos que sustentam a obra de Bauman, tomamos consciência de que de fato, nossos laços estão mais dissolúveis, mas apenas se levarmos em consideração a leveza que a internet proporciona para nos integrarmos ainda mais, não percebendo o filósofo de que a liquidez não pode ser cortada sequer com a mais afiada das espadas, e se utilizada de acordo com o certo recipiente, é contida em sua forma, e útil para os homens que passam a poder beber água e vinho no mesmo copo se for o caso de haver um único graal para que possamos nos iluminar. Os princípios podem não terem sidos consagrados, o que supostamente retiraria o nosso direito de sermos pós-modernos, por ter sua principiologia não verificada no empírico da vida, mas não podemos deixar de esquecer, que passamos do gigante para o minúsculo, para a modernidade invisível , através do desenvolvimento da nanotecnologia, que hoje já opera milagres, com seus exércitos de nanorobos implantados para além de nossa barreira hematoencefálica, podendo controlar nosso sistema nervoso central a partir de um centro especializado, por mais ficção que isso pareça ser, eu posso dizer isso com propriedade, e essa transformação, pode não somente garantir ao fincar dos esteios principiológicos da tríade do humanismo, mas bem como sua eficácia. Por mais que não tenham sido consagrados, eles devem se manter erguidos e sustentados pelas cores das bandeiras americanas, francesas, e inglesas, que fornecem um equilíbrio e uma garantia de uma paz, que apesar de não ser perpétua, ser geral, com conflitos específicos que não devem mais serem tolerados pelo mundo ocidental, como recentemente o Estado Islamico promoveu, como Putin hoje ainda o promove. O direito de cada nação manter sua integridade física e cultural inabalada é indiscutível, porém a consciência de que além de existir uma lei local, existi, mesmo que ainda não devidamente estruturada, uma lei planetária, pois o gás tóxico emitido pelas fábricas chinesas não se manterão flutuantes apenas sobre a estratosfera chinesa, mas se espalharão pelo céu comum, que deve ser considerado um bem universal, que deve e merece cuidado, com a transposição imediata das fontes de energia poluidoras, quentes, para as renováveis, frias, que não esquentam o planeta. Essa consciência deve ser adquirida obrigatoriamente, nem que seja através da imposição, com o empoderamento do tribunal de Haia, cuja eficácia deve se sobrepor a soberania dos países em geral, em determinados assuntos em comum, que envolvem todo o globo, para que possamos exercer a justiça num mundo que passará finalmente a se sentir justo, se considerado a sua globalidade e intersecção como um bem e característica fundamental, essencial, e imutável de nossa realidade, não podendo uma nação proteger o clima, e a outra aviltá-lo. Assim, mesmo a não concretização da tríade principiológica da LIBERDADE-IGUALDADE-FRATERNIDADE, não significa o fracasso, pois eles devem e continuam, com letras garrafais e de neon, alertando o mundo em cada pedaço do planeta, mesmo que seja a civilização do ocidente a mais preocupada em alavancá-los, daqui parte-se o direito de utilizar da coerção e da força para a implementação sólida dessa estrutura, que se adequada a nossa distopica realidade, tornará o mundo mais pacífico e verdadeiro, e seguro, e habitável, onde uma moral universal começará a aparecer mesmo que timidamente, mas o direito ao amor livre por exemplo, e a livre expressão do ser, serão espalhados pelo mundo em toda sua extensão, nem que seja por intromissões pós-diplomáticas, nos ordenamentos dos Estados Totalitários, diga-se Russia, China, Coreia do Norte, todos problemas cáusticos do oriente, bem como no Oriente Médio, onde temos Síria, Líbia, Irã, Iraque, etre outros países cujas normas precisam e devem ser obrigatoriamente revistas e atualizadas, sendo suportados por um ordenamento jurídico que contrapõem-se a tríade dos direitos humanos, a aviltando, num patriarcalismo que não tem mais fundamento, nem para os donos do petróleo do mundo, que devem entender que o amor entre pessoas do mesmo sexo é natural e orgânico, e não uma questão legal, que pode ser definido por lei, como uma lei que proíba você de nascer com um fígado, uma lei impossível, e quando essa duas comparações estiverem sendo olhadas afastado o preconceito e a necessidade de se impor pelo esteriótipo da força, que ainda é criado e recriado pela figura do macho alfa, que submete a si a figura de várias mulheres escravas, bem como a feitura de infinidade de filhos, como se isso fosse a necessidade única e inequívoca para provar sua desnecessária necessidade de prova, masculinidade, que existe por si só, e não pelo fato de se ter 50 filhos, num mundo superpopuloso, ou 50 mulheres, que não podem sequer mostrar o cabelo. Essas discussões de assuntos complexos e não pacificados, bem como esclarecimentos doutrinários, fazem da obra ser relevante e eficaz, pois para se conseguir uma mudança na estrutura através da renovação peculiar da moral, para se propor a super ética, que notem, não é necessariamente uma obrigação para se atingi-la, mas apenas sua propositura e o encaminhamento do tráfego de sentimentos humanos a sua direção, é o suficiente para tornarmos eficaz a mudança, pois o que é a super ética, algo que ainda não sabemos, mas teremos certeza do que significa quando lá tivermos chegado. Essa evolução, a partir de uma revolução, deve ser implementada em todos os países, em toda e cada nação, em todos os Estados do planeta, justamente pela aquisição da consciência de que habitamos o mesmo lugar, e apesar de diferenças culturais, elas se dão em relação aos temperos, não a insalubridade do arroz, que é o mesmo, salubre, para todo o mundo, até mesmo para um esquimó, que resolve provar sushi.
CONSTITUCIONALIDADE DA CONSTITUCIONALIDADE
Acho que chegamos no momento de discutir sobre constitucionalidade da própria constitucionalidade, outorgada pelo STF, órgão último para analisar os projetos de lei, que são, propostos para lei se tornarem, que limitando os poderes dos Ministros, proibindo decisões monocráticas que numa única tacada, ou canetada, conseguem subverter anos às vezes de processo e decisões tomadas por diversas instâncias, inclusive o STJ. Qual valor do trabalho de um juiz de primeira instância, e do colegiado de desembargadores, que investigam a sério não somente os elementos probatórios de um processo, mas os eventuais erros processuais, ficarem a mercê de um único Ministro, dito todo poderoso, cuja caneta anula um trâmite processual que tem um começo, meio e fim baseados na lógica do ordenamento jurídico, e não na parcialidade “imparcial” de um togado ditador de regras, que por posições políticas e interesses pessoais tem o poder de descontruir a pirâmide de regras jurídicas e conquistas para solidificar a decisão terminativa, o prévio transito em julgado, e mudar os rumos inclusive de um processo dado como finito, revertendo postumamente, exumando-se dos burocráticos acessos o processo ressuscitado, que terá sua sentença monocraticamente revogada, anulada, desconstituída. Aceitemos que isso ocorra na fase final de recursos interpelados no STF, onde dependendo de quanto se pagar, se aceitarmos a hipótese, friso bem, a hipótese de que Toffoly, por exemplo, ganhou alguma vantagem ilícita por reabilitar a JBS, hipoteticamente prevaricando e levantando a possibilidade de que sim, para eu me enlamear publicamente, não o farei de graça, e um preço devidamente estipulado cabe a decisão monocrática, que por muito zelo e concórdia, tenta agora, finalmente o Legislativo impedir. O Congresso é a casa do povo, e por mais que caiba o Supremo julgar a constitucionalidade de uma lei, cabe ao Congresso julgar a nova interpretação dada a essa lei, visto que os costumes revogam leis e mudam ordenamentos que não são fixos, portanto, cabe a voz do povo, que elegeu inclusive o chefe do Executivo para os representar indiretamente, o mesmo chefe que indica os Ministros para a casa Suprema do Judiciário. Assim, fica patente, não só a tardia e já vetusta, velha decisão de se revogar essa prerrogativa absolutista, visto que o absolutismo foi revogado já com Luis XIV, e mesmo sendo lustroso os alpes do cume do Supremo Tribunal, o brilho da madeira de lei de todo design e estética da casa maior, não se compara ao brilho do rei Sol, que já foi apagado, e anos depois teve parentes com a vida abreviada por uma guilhotina, que representava a vontade popular. Essa é a guilhotina possível, para cortar não a cabeça, mas a caneta dos 11 amotinados, bárbaros eruditos que agem em interesse pessoal em prol do interesse da nação. Recentemente tivemos exemplos com a anulação de sentenças inteiras de Leo Pinheiro, pelo mesmo Toffoli que acha que sua caneta é maior que o monte Blanc. Outro que gosta de abusar do poder, e não sei como ainda mantém o cargo, pois não passa de um funcionário público, como qualquer outro juiz, um Ministro, sim, mas cujo poder e autoridade estão vinculados ao princípio basilar da legalidade, respaldo de toda e qualquer ação, que se eivado ou subtraído deixa de legitimar a ação ou motivação que deve ser explicada dentro dos ditames constitucionais, do ordenamento, que funciona como uma espécie de cerca, de arame farpado, e não, como uma carta branca, cuja falta de esclarecimento se dá pela interpretação própria dos magistrados, em desrespeito a lei. Isso mesmo, abuso de autoridade e omissão de socorro, se não me engano, visto a senhora ter falecido sobre a égide de sua determinação autárquica, e ainda nada no Senado, um miasma que parece não ter o falo para pautar um impeachment exclusivo, inédito de um juiz que transgrediu todos os limites cruciais de uma democracia. Agora vejamos, o que teme o Senado, o que o impede de pautar o primeiro impeachment na história da República de um juiz supremo? Não acham isso estranho, tivemos em duas décadas 2 chefes do executivo impeachmados, e em século nenhum juiz do STF? Será que nenhum nunca cometeu crime de responsabilidade, elencado na lei de 1950, já determinando a gravidade de condutas que para Moraes foram como bolhas de sabão estourando na poesia do Palácio do Ipiranga. Mais que o dever de não castrar, mas limitar o indiscriminado poder quase infinito dos ministros, tem a obrigação de nossos representantes perante a nação e o povo brasileiro que exige uma resposta imediata e a altura aos descabimentos das canetas de pena, apenando, ou melhor, desapenando aqueles que tem caixa, ou melhor, liquidez, nessa sociedade líquida. A outra proposta, do próprio Legislativo definir, dar a última palavra já ficou exposta e respondida a pergunta quando sublinhamos que os costumes revogam as leis, portanto cabe a voz do povo, que elegeu tanto os que indicaram os Ministros, aberratio criminis na minha opinião, uma distorção legal, o calcanhar de Aquiles de toda Democracia, nivelar o projeto de poder pelos verdadeiros governantes, que assumem o papel do chefe de Governo, por manterem mandatos vitalícios, e ligações perigosas e indissolúveis ao presidente que lá, na casa suprema, os colocou. Portanto, cabe sim ao Congresso dar a última palavra sobre o entendimento controverso de algum episodio juris comunal, juris popoli, partindo do preceito que as leis são feitas para o bem da sociedade e a sociedade é constituída por cidadãos, que tem seus representantes na bicameralidade, do Congresso, o Senado e a Casa Maior Legislativa. Portanto, elevemos o Congresso Nacional ao status que a ele compete finalmente, de guardião da voz popular, que apesar de ser leiga em um emaranhado de leis e códigos, sabe o que é bom ou ruim para si, pois o erro é subestimar o povo, que é relegado ao descuido e ao analfabetismo propositalmente, para que a maquina continue sempre girando igual. Está na hora de botarmos um ponto não final, mas inicial de mudança. Tardia, insisto, porém, como dizia minha falecida avó, antes tarde do que nunca.
Quem sabe assim evitamos uma contínua afronta a Casa Maior do Povo, e um desrespeito que vem sendo acumulado a anos, a décadas, a século. Merece o Congresso um pouco mais de brio, e espero que ele tenha a coragem de enfrentar os leões de chacra que irão rugir como se fossem os donos do país, da verdade, da bem ou mal dita constitucionalidade.
Arte Paliativa vs Arte Eficaz
Parte 4
Ao nos aproximarmos de uma realidade onde as pessoas vivem num estado de pura aparência de artificial normalidade, onde quase tudo se opera em concordância e igualdade a nossa comum sociedade, exceto a proibição de livros, que são extremamente proibidos, havendo no caso, um departamento específico, o “caça livros”, que é acionado cada vez que se acha um livro, feita uma denúncia, em alguma casa de qualquer cidadão, tornando assim o ambiente de certa forma suspenso pela desconfiança que cada um tem de si mesmo, pois não é o fato de se proibir a leitura, que vai, apesar de horizontalizar a sociedade e aliená-la ao extremo, tirar de um leitor contumaz a vontade de se ler. E é justamente nesse leitor contumaz, nesses leitores contumazes que mora a expectativa e possibilidade de revolução, pois são eles os únicos instruídos e não alienados que poderão acordar ou criando uma resistência, opor ao regime uma contra vontade, que se organizada, pode vir a ser a queda do mesmo, o 14 de julho, a queda da bastilha, ou melhor, a queda da matilha. Geralmente é uma matilha que se apodera do poder de forma não apenas aristocrática, pois se tratássemos com uma aristocracia esclarecida poderíamos ter não o problema mas encontrado a tão discutível e difícil solução, a “távola redonda”, diferente de um despotismo esclarecido, onde ainda temos no esquema planetas orbitando ao redor de um sol, portanto, se pensarmos em uma aristocracia esclarecida, poderíamos chegar a confiar em nossos governantes, caso eles sejam provados e dado as provas necessárias para se constituir os elementos básicos da confiança, que se quebrada, imediatamente desautoriza o governante de exercer o cargo que não é de sua propriedade, mas uma prerrogativa do Estado. A questão aqui levantada é como chegar a essa nivelação, ou melhor, como escolher os que vão ocupar as cadeiras que determinaram o rumo da embarcação, e hoje, aquilo que não era possível em 1879, com o avanço da tecnologia, é possível sabatinar candidatos, com exames precisos neurológicos, com scanners e leitores de intenções tão apurados, que é como dizer “temos câmeras do tamanho de um alfinete”, “temos lentes que leem as intenções por traz das suas motivações”, e através da instrumentalização desse sistema como regra oficial para a escolha de nossos dirigente, ai sim, será possível selecionar algo entre 10, 20, 30, 40 candidatos, raros que passaram no teste, ou 1,2,3 ou 4, caso seja esse o resultado do teste que já deve começar a ser aplicado naqueles que vão realizar os testes, para não haver nenhuma margem para que a comum e atávica corrupção se instaure por alguma brecha, feitos essas baratas atômicas que sobreviveram os dinossauros, e ai sim, com o resultado em mãos, é possível oferecer a nação e ao povo, já não mais sendo relevante o requisito da alfabetização completa para o voto, nas circunstâncias atuais, visto serem os candidatos todos “exemplares”, tornando assim a democracia novamente eficaz, e fora do alcance das matilhas, que como dizia, são as que geralmente tomam o poder em países sub desenvolvidos principalmente, estando eu hoje elevando os termos e acionando uma discussão que já foi feita pelos teóricos da Revolução Francesa, há mais de 200 anos atrás. O Brasil não sabe ainda o que é uma Revolução, e começo acreditar que sem atravessarmos por ela, não vamos criar a ausente a consciência civil, e o apreço pela real política, a que se dá não diante de nossos olhos, a farsa encomendada, mas a que se dá fora do alcance das lentes da TV SENADO, a portas fechadas, ou em restaurantes de luxo, quando em muitos casos uma garota de programa sabe e escuta mais do que muito jornalista empenhado em cumprir seu papel, como se ele pudesse dar o furo que descobriu pela fonte prostituída, sem atravessar toda censura imposta a ele pelo próprio jornal que trabalha. A matilha aqui no caso da obra de Ray Bradbury, é uma espécie de conselho que comanda a sociedade e manda nesse departamento de repressão a leitura, por terem assertivamente concluído que são as ideias que carregam os livros, principalmente nas obras eficazes, que mudam e transformam uma sociedade aparentemente estável, ou até mesmo na prática estabilizada, mas numa conjuntura onde o poder é utilizando ainda para fins próprios, escravizando de maneira institucionalizada e legal, os seus membros, para atuarem na cadeia de produção, sem a esperança de viver uma vida que faça sentido, ou que dela possa ser extraído o start da jornada de auto conhecimento, que sempre estará preso e empacará o início do não iniciado, por ter ele obrigações mesquinhas e inúteis contra seu telos, durante o dia, e a experiência extrema do cansaço durante a noite, quando não tem tempo nem de ser gentil, para com esposo, esposa, marido, marida, filho, filha, e assim por diante. Se pensarmos aqui o enredo pode aparecer comum e ordinário, mas ao contrário, extremamente subversivo, se lembrarmos do Index, a lista de livros proibidos pela Igreja Católica, que elencou toda e qualquer obra não extremamente paliativa, proibindo sua circulação. Agora temos uma sociedade que reprime a leitura, para que ideias novas não se propaguem, ou até mesmo velhas ideias que foram arduamente soterradas pelos inimigos da circulação da informação, voltem a reviver, como uma espécie de espectro encarnado em um corpo mediúnico. Pensem somente o que um departamento de repressão a leitura pode conseguir atingir numa sociedade desenvolvida, e estabilizada por seus cidadãos se contentarem com os estúpidos programas de televisão, e hoje o Instagram e as redes outras sociais, como toda estupidez humana possível cabível dentro de dancinhas do Tik Tok. Pelo amor de Deus? É para isso que desenvolvemos satélites? É para isso que chegamos a Lua? A Marte? É para isso que conseguimos construir cidades inteiras abaixo do nível do mar, dessalinizar a sua água e torna-la potável para resolver o problema aquífero da humanidade? Para ficarmos ridiculamente nos expondo no tik tok com dancinhas imbecis, esperando likes de pessoas que nunca iremos muito provavelmente conhecer em nossas vidas inteiras, e isso preenche um ser humano, isso é suficiente para um ser sentir-se satisfeito consigo mesmo e deixar de procurar não apenas um livro, pois nem todos temos esse precioso afeto, mas um pincel que seja, um curso livre, um envolvimento com uma câmera fotográfica, um diário, o que for, uma receita de bolo é mais útil do que uma dancinha estúpida, imbecil e idiota. São as melhores três palavras para definirem tais dancinhas, pois são altamente populares, e como as dancinhas, também são estúpidas, imbecis, e idiotas, por serem tão rasas, apesar da profundidade contida por trás de uma imbecilidade ou idiotice, estupidez profunda, que para se explicar isso devo fazer um ponto final. O sujeito cria uma coreografia, ensaia, cria uma manifestação artística se assim posso dizer, mas sim, uma expressão, e depois de ensaiar não exatamente exaustivamente porque não estamos falando de atores profissionais aqui e sim de amadores, que sequer noção da própria estupidez, imbecilidade e idiotice possuem, mas tudo bem, avancemos, cria-se essa pela e podemos até dizer, complexa coreografia, para pautarmos por cima o nosso exemplo, e ai, finalmente a santíssima trindade da mais precisa adjetivação da história, resolve postar na internet para que todos vejam. Aqui está a questão? A invalidação da pesquisa, ou do ensaio, ou do esforço possível, ou da até ineficaz e inútil utilidade e beleza estética do produto final, a motivação para essa postagem, que imiscuída no inconsciente do imbecil, está lá, pois apenas consome esse tipo de informação, e se deparado com o sucesso trágico de alguns, porque esse aparente sucesso cúmulo do insucesso, anestesiará a pessoa pelo resto, ou por um bom tempo de vida, até que a bomba não seja desarmada, e a manterá presa na estupides, da imbecilidade e na idiotice, pensando que a etiologia dessa três palavras, apesar de não possuírem a mesma raiz, o mesmo radical, são radicalizadas para o mesmo desague no oceano da liquidez de toda verborrágica clássica ou não, mas absolutamente guarnecida pela beleza vernacular do inevitável propósito. Sim, o propósito de significar alguma coisa, como toda palavra possui, apesar de grandes palavras pela magnificência do propósito, são tão exaustivamente exauridas, que perdem a eficácia, não o propósito, mas este se torna vão, enfraquecido, e desprovido de força, bem como é possível inverter o propósito do léxico, e ao recebermos uma surpresa gritamos, “Que magnífica Estupidez”, criando uma suspenção na linearidade lógica da situação, quando ai sim podemos entender a palavra com algo útil, pelo estranhamento e não xingamento que ela produz. Falo isso para deixar claro que aqui não pretendo quebrar a linearidade dos vocábulos, e quando comparo as dancinhas do tik tok com o ápice da estupidez, da imbecilidade, e da idiotice humana, não é por não gostar de dança, gosto de ballet, amo óperas bem produzidas, como adoro loucamente música, mas não podemos tolerar reduzirmos a definição de música, teatralidade, e dança ao que se apresenta e ocorre no tik tok, pois isso não passa apenas de mais uma prova de quão suscetível é o humano para rasificação absoluta, ou seja, para profunda estupidez, profunda imbecilidade, e profunda idiotice. Isca disfarçada de entretenimento chulo, para manter ocupada mentes que se desenvolvidas vão questionar a ordem vigente, não apenas do mundo em si, mas dos detalhes em si, como o uso de trabalho escravo pelos chineses e outros no mundo, pelo menos se a China não o faz oficialmente, o faz analogamente, mantendo assim uma das maiores massas de bonecos da manufatura, para enfim, conseguir regular a concorrência desleal e injusta que impõem ao mundo, deixando todos codependentes de sua economia, não somente pela concorrência ativa, a baixa dos preços de compra de um produto, de um eletrodoméstico por exemplo, como da passiva, por ser imperativamente detentora de um dos maiores, senão o maior mercado de consumo, de importação do mundo, sendo a principal cliente de vários pontos nacionais, digo, nações, estratégicas e vitais para economia global, que se tornam reféns da Pátria do Partido Único, pois é uma ofensa ao comunismo chamar o partido chinês de comunista, visto a desmesura do capitalismo selvagem o qual ele se apropria, e utiliza do comunismo apenas a capa, a máscara, para ainda justificar a sua autocracia ditatorial, a ditadura explícita aliás, comandada por um homem só, relegado ao status de um Deus, e promovendo no mundo uma dependência e uma obrigatoriedade imperativa que poucos países conseguiram, aliás, alguns, em épocas já passadas, quando atualmente, os EUA fazem frente para China, se sustentando a partir de uma economia que possa ainda não ser a mais justa e equalizada, fraternalmente falando, pela relevante desigualdade social, mas ao menos não trata como “marionete”...”bonecos da manufatura” os seus trabalhadores. E por que falar da China? Sim, pois lá é o perfeito exemplo para comparar o que discursava sobre o Fahrenheit 51, principalmente sobre o partido de repressão a leitura, quando nesse país ouso dizer, hediondo, cria muralhas entre as pessoas, e proíbe sim a leitura de inúmeras obras essenciais para o desenvolvimento da crítica e da cultura, bem como quase toda, ou melhor, toda obra que seja eficaz, bem como controla a internet a um nível que aplicativos comuns na cadeia global, não entram na China, bem como canais televisivos, que são proibidos, nesse país que há um departamento de repressão e censura de alta patente, que repele e reprime a massa para que ela sustente uma aristocracia milionária, que mesmo assim, ainda não é de toda livre para acessar informações que somente ao Estado pertence o domínio, que exerce o controle sobre as mentes principais de sua população, principalmente as pensantes, que foram aprender fora, aquilo que hoje ensinam dentro, e nós, reféns de nosso princípio de igualdade, dividimos nosso conhecimento em Oxford por exemplo, ou no MIT para alunos apatrióticos, ou seja, que independem da pátria para se constituírem no direito de consumir as informações que serão , pois ao mesmo tempo são ultra nacionalistas e patriotas, nesse paradoxo possível e real dentro de nossa realidade conceitual de atualmente, os quais devemos treinar os olhos e a visão para ver e perceber, caso queremos entender melhor o funcionamento do mundo e das coisas que acontecem ao nosso redor, bem diante de nossa frente, expondo assim ao córtex uma leitura mais ampla e sinestésica da realidade, quando percebemos ser o perfume que estamos sentindo em determinado lugar, mais que um único perfume e uma sensação para o olfato, mas para a amídala por exemplo, ou para o occipital, região onde a visão é controlada para, inebriados pela essência do perfume, não reparamos em alguns detalhes, ou neles fixarmos os olhos, nos iludindo, ou nos ludibriando, para gastar mais, por exemplo, caso esteja numa loja, ou para focar mais, caso esteja num estação militar, ou numa universidade, ou mesmo num hospital, quando o olfato ao detectar o cheiro da assepsia, não apenas sente-se mais seguro, o corpo todo, a mente relaxa, como confia mais no próprio médico, que vem revestido com uma aura asséptica, limpa, confiável, impoluta, imaculada, intocável, mesmo que seja um centro de lobotomia, por exemplo, centros que certamente ainda operam em alguns Estados regimentados por legislações perniciosas e perigosas, em prol do Estado e não do indivíduo, ou até mesmo naquelas que são produzidas esteticamente em prol do indivíduo, relegando os primeiros capítulos à pessoa, e aos direitos humanos, deixando por último as diretrizes traçadas para situações estatais, mas organizados desta forma não com a intenção movente da motivação enganadora, de inflar o indivíduo com força e respeito, mas sim de ludibriá-lo, para que esse se sinta mais acolhido e preenchido de segurança diante da suposta democracia que o protege e assegura os seus direitos bem como os dos seus filhos, quando na verdade independe o lugar que está o artigo no código, estando ele lá, por exemplo, artigo 1964, “é negado ao indivíduo acesso a plataformas digitais não autorizadas expressamente em lei, plataformas como redes sociais e aplicativos de busca, como aqueles que são operados por empresas que confundem e disturbam a ordem social, propagando o ódio e disseminando informações falsas, enfraquecendo assim a transparência democrática, bem como o acesso aos livros e obras musicais – lista anexada pela lei complementar 1994 de 2049 – que operam no indivíduo a massificação, o destituindo de personalidade própria, e o impondo gostos e preferências contrárias ao ordenamento expresso por essa ordem democrática, em conjunto com todos os códigos e apêndices, que garantirão ao indivíduo acesso pleno a todas informações consideradas úteis, e que reforçam nele o espírito de liberdade que esse artigo se sustenta, fulcro de sua determinação, ordem, e sentido, estando a serviço do Estado, a sua disposição, aquele que divergir, para o apenamento, destituído do direito a ampla defesa e ao contraditório, por ser a prova inequívoca material da posse do objeto aqui referido, considerado irrefutável, pela lógica que rege o direito intrínseco a lógica das coisas. Percebem, como é fácil escrever utilizando-se de uma expertise didática e morfológica para semanticamente deixar a favor algo que é contra, como são elaboradas todas Constituições outorgadas aos indivíduos, aquelas regidas pelo princípio da dissimulação semântica, agora explicitado, no exemplo da lei de 1994, quando o Estado apesar de ser regido por uma ditadura não aparente, uma ditadura democrática, quando ele ainda tem interesse de ser visto pela hipocrisia generalizada nas diplomáticas relações internacionais, pela gleba de países signatários de algum pacto específico, ou por ser pertencente a algum grupo, como EU por exemplo, ou o Mercosul, sublinhando aqui o Brasil e a Turquia de Erdogan, que me faz até hoje perguntar, que raios está na UE, apesar de saber que ter um país mulçumano instável e litigiosamente periculoso, sobre as asas do grupo, é mais uma estratégia de defesa da própria Europa, do que de contradição aparente, que faz com que assim, se controle mais o que antes era dito incontrolável, oferecendo algumas vantagens comerciais e econômicas, em troca de exercer maior influência política em seu organismo, para assim poder ao mesmo tempo que acelerar, frear projetos e ações desastrosas ou incompatíveis com os valores do grupo em si, pela hegemonia da proteção dos valores da Liberdade, da Igualdade, e da Fraternidade, promovidos pela França, pela Alemanha, Bélgica, e pela Inglaterra, entre outros, apesar do brexit. Insisto nessa trilogia de cores, sempre que posso, porque por incrível que pareça, por mais absurdo e incompatível com toda lógica publicitária do ocidente e do mundo, e todo esvaziamento de princípios esgotados e utilizados por tempos como meios para atingir determinados fins, ou camuflar como um camaleão vermelho a sua verdadeira cor, essas três palavrinhas, esses três princípios, por mais inacreditável que seja, se mantiveram intactos, e não foram esvaziados de seus sentidos semânticos, bem como ainda reforçam e sustentam aquela que morre por último, mas renasce em primeiro lugar, a Esperança, a última a sair da caixa, e a primeira a entrar nos corações, confirmando assim que em primeira instância é a força do povo em massa, das pessoas instruídas e intelectuais, críticos e phds, e políticos bem intencionados, raros políticos ainda, principalmente em países de blocos economicamente mais fracos, suscetíveis a influência e ao controle externo dos blocos mais robustos. Mas dito isso, retornamos a dissecação da imbecilidade humana, que é essencial atualmente para a economia global, bem como para a anestésica situação dos povos em geral, que se contentam com likes e vivem por isso, sem sequer notar, apesar de terem sido instruídos em boas escolas, mas aqui aproveito e faço minha crítica a educação, que também existe na ambiguidade dos esforços propostos, a educação paliativa, como a educação eficaz, e isso depende do aluno e da capacidade, e principalmente obstinação do mesmo para se ter acesso aquela que será eficaz em sua vida, não significando necessariamente que você irá transformar a sociedade, mas lhe garantindo uma boa renda e acesso aos melhores restaurantes do mundo, bem como do melhor champanhe. Digo isso por não ser de todos ou a percepção que o mundo necessita de urgentes reformas e mudanças, ou por não ser de todos a vontade de mudar o mundo em Harvard por exemplo, e sim de manter a própria estabilidade, o que não é condenável, mas apenas alerto que estamos diante de um inimigo invisível, que caso não seja supresso, irá relegar o nosso futuro ao controle das mãos de poucos mal intencionados, que mais que exércitos de escravos, irão criar, digo, aumentar, e continuar a patrocinar exército de estúpidos, imbecis, e idiotas. Essa é a função do tik tok, ao impedir o verdadeiro caminho inicial do indivíduo em sua jornada de autoconhecimento, pois sendo hoje claramente, um dos mais eficazes anestésicos do mundo, suprime das massas o direito delas serem menos suscetíveis, e para isso, o mundo terá, e isso digo, os altos dirigente, a cúpula diretora da humanidade, perceber que não há necessidade de temer mais pessoas elucidadas, casos haja de fato uma força vital e atuante, como há, em prol da dignidade humana, pois assim, ao invés de criar-se um Coringa, por exemplo, um desestabilizador caótico da ordem social, se cria mais Batmans, vingadores, treinados cujo senso de ética impede que avancem contra terrenos que por mais ditos restritos pelo bem e pelo mal, se analisados microscopicamente em suas mitocôndrias, o que os fazem respirar está acima do bem e do mal, não por serem necessariamente elementos de bondade, ou cuja bondade seja o esteio para a eficácia da aplicação do mesmo, mas por estarem determinados por uma ótica cujo fim é o único possível, dentro do rigor aparentemente inexistente ético, e não moral, da sociedade, que os elevará, esse princípios que garantirão a integridade do homem sua segurança bem como sua real existência, num mundo onde automaticamente se fazer o bem deixará de ser uma questão para discussões de cunho filosófico, mas sim uma naturalidade espontânea, caso cada vez mais pessoas tenham acesso a essa restrita Educação Eficaz, a que transforma seres humanos comuns em gênios, desprovidos de ganância, que se esclarecidos nesse ponto, de que sim, precisamos de ajuda e de um contingente de pessoas esclarecidas para instaurar aquilo que foi dito como métodos de segurança e verificação para a validação do poder outorgado pelo Estado aos civis agora elevados a o status de autoridade, cuja autoridade terá mais amparo na legalidade, após as devidas urgentes atualizações e reformas nas constituições dos Estados, atualização geral para o III Milênio, e para os costumes que hoje são a nova lei, como a eficácia plena da Liberdade, da Fraternidade e da Igualdade, e não mais o puro slogan, que foi como a coisa por um tempo se tomou, desde seu inicio quando a segregação ou a homofobia eram tratados como assuntos aos que não eram conferidos status sequer de assuntos, e os feminicídios eram desconsiderados, ou investigados sem a mesma persistência e rigor, como o estupro a mulheres dentro do casamento era um direito ao homem, ao marido, que podia ser violento, e dava um tapa e depois pedia uma xícara de chá. Agora, que temos identificado o receio atual do despertar das massas, e por isso o desenvolvimento de ferramentas cujo fim é manter e patrocinar a estupidez, a imbecilidade, e a idiotia no mundo, deixando adormecidos possíveis guerreiros, que estariam engajados em causas sociais, como qualquer uma que seja distinta de dancinhas ridículas e inúteis para a sociedade bem como para existência humana, ongs várias, e projetos sociais, bem como o estudo próprio para o próprio desenvolvimento intelectual, para que se possa aprender a dançar com outras ferramentas e usar o corpo no ritmo da real e já iniciada revolução.
Outro ponto que gostaria de esclarecer, é sobre a quantidade demográfica de gente no mundo, para não dizer de animais, pois esses estão cada vez mais raros e extintos, quando caminhamos para uma realidade que uma zebra será mitologia e um leão um pesadelo de muitos, nem como a nostálgica sensação de que deveríamos ter parido menos, e amado mais, como diziam Titãs do mundo, que hoje se aposentam na glória, pois apesar de terem tentado e comprometidos com a eficácia do processo de transformação humana, seu aperfeiçoamento, não conseguiram, como todos nós, fracassados úteis, teimosos, e obstinados. Sim, a demografia é assustadora, quando vista a olhos aperfeiçoados e treinados, indicando sim, que o aumento de um povo pode ser uma estratégia lógica para domínio e expansão da cultura, visto o centro onde o mercado comum mais rico do ocidente ser sustentado por valores que ainda conseguem fazer com que o tiro saia pela culatra, por não ter ainda conseguido destravar o dilema com a questão emigratória, populando cada vez mais a Europa de não europeus, que com os anos adquirirão direitos que irão estar a serviço não de uma lógica ou ética judaico-cristã, mas sim muçulmana, islâmica, moura, identificando aqui os mouros como acólitos e seguidores da religião islâmica aqueles que até o século XIII dominaram as principais cidades europeias, e de lá foram expulsos por católicos e nacionalistas, judeus e outros, e infelizmente, na minha modesta e humana opinião, estão agora para lá retornando ardilosamente, usando a permissibilidade que a tríade das cores dão aos povos todos, inclusive aos próprios inimigos, por ainda não só carregarem um complexo de culpa diante da escravização das colônias africanas, bem como depois do holocausto, e das duas mais sanguinárias guerras da história, apreenderem para si a responsabilidade de limpar o sangue do mundo, pelo menos dando o exemplo na própria casa, o que significa neste caso nebuloso, o precedente de deixar a porta aberta para os mendigos entrarem, os mendigos da humanidade, pois o que é a população africana, com raríssimas exceções, África do Sul, mas mesmo assim, assolada pela miséria, senão os mendigos da humanidade, os mendigos humanos da humanidade, junto com os islamitas de pobres países como o Marrocos, que ainda vivem presos em si mesmo, por uma tradição de fé rigorosa, e presos ao regime monárquico, e suas exigências, que os mantém assolados pela pobreza e ignorância, para como no Brasil, sustentarem um regime de muita coisa para poucos, principalmente o poder, que controla o fluxo do dinheiro, e pouquíssimas coisas para muitos. Aqui vemos a ação da obra de Ray, nos países islâmicos, que proíbem, como já a supracitada China, cuja fé confucionista apenas serve para deixá-los mais confusos, a leitura de obras ocidentais, que esclarecem as engrenagens do sistema, bem como elevam minimamente o espírito, adquirindo-se assim um pouco mais de dignidade e clarividência, uma quase imperceptível melhora no faro, para começar a se perceber melhor os odores. Infelizmente, o odor da maioria dos países Africanos não é ainda o melhor, como se de fato haja a esperança de que um dia eles sejam, pois podemos dizer, que a África fede. Sei que aqui utilizo uma expressão de fogo literário, mas apenas para deixar mais eficaz a compreensão daquilo que está sendo dito, apesar de muitos levantarem uma polêmica consagrada, e imbecil, na minha opinião, querendo acusar o autor, de preconceito, por não ter sido politicamente correto, mas de fato, por apenas ter dito a verdade, a África fede. O Brasil também fede, menos, mas se compararmos em níveis de proporcionalidade levando em relevância os recursos e a estrutura disposta para ambos países, Quênia por exemplo, e o Brasil, certamente concluiremos que o Brasil fede muito mais. E porque a África fede, bem, desconsiderando-se o fato de que grande parte do lixo transitável no mundo, por navios, para serem postos a margem dos países desenvolvidos, são despejados no continente africano, seus recursos ficam na mão de ditadores, e o continente se vê desorganizado por uma infinidade de etnias distintas que ainda brigam pelo poder, ou pelo controle espacial, na geográfica espacialidade específica do local a que estão submetidos, e muitas vezes uma fronteira atravessa o meio de um mesmo povo, como se fosse possível, num exemplo um tanto anedótico, se conviver com os Argentinos do lado de cá, apesar de eu achar extremamente possível, mas quis recorrer a uma piada explicativa e didática o suficiente, para entenderem o que se passa no continente africano. Agora, voltando para a proibição dos livros na cena onde membros da resistência, que mantém bibliotecas em lugares escondidos e não rastreáveis, é obrigado o senhor a juntar livros que são incendiados, numa alusão clássica ao que foi feito por Hitler em Berlim, , mas pensando no sentido que essas mídias sociais exercem no mundo, são justamente fogueiras de livros, pois afastam os adolescentes que já crescem com essa “merda” na cabeça, e cada vez mais se tornam fantoches de dancinhas, como dança de marionetas, mas sem público, pois aqueles números e corações são apenas virtualidades criadas e funcionais para se manter a ilusão de um público de ficção, quando depois o fim, de exibir-se através da micagem, é complementado pelo fim econômico de se monetizar o ridículo e a estupidez, a imbecilidade e a idiotia, pois não se sabe ai quem é pior, ou quem está em pior situação, para não falar mal dessa miríade de enrustidos dançarinos do thriller, e seu seguidores, os enrustidos dançarinos que sequer sabem o que é Bolshoi, ou os que assistem as dancinhas imbecis, dando dinheiro para a anestésica fogueira de queima de livros, a maior fogueira de queima de livros do mundo, que criam e foram criadas justamente para criar esse sistema de monetização, que deveria ser interrompido por todos no mínimo por uma semana, para se descobrir como se é, ou como se foi, ou na sorte bárbara, como ainda se é, um ser humano capaz de entreter-se com alguma utilidade prática, exemplos mil, e para interromper por um período mínimo aquilo que é um pernicioso vício, e impede de que os envolvidos se desenvolvam, e assim, interrompido por uma semana, 7 únicos dias, sentir de fato a real e inequívoca abstinência Tiktokiana, nova síndrome identificada nos países onde as redes sociais operam com maior liberdade, impulsionadas inclusive por leis que foram feitas num esquema sujo de compra e venda de participações parlamentares no assunto cuja podridão jamais pode ser aflorada, e cuja inocência jamais atacada, a aparência da ingenuidade da coisa em si, como da inofensabilidade de um aplicativo que vai certamente mudar a sua vida, ou lhe fornecendo os meios para sobrevivência monetizada assim a imbecilidade, e dependendo do número de imbecis mais condições de operar e participar do esquema e da dança econômica, da economia do mundo de forma ativa, fazendo um parêntese para acender uma vela, onde de fato deve-se identificar aqueles imbecis ativos, dos imbecis passivos, os que dançam, e os que se masturbam mentalmente com a ápice da estupidez humana, o cume da morte, bem como a consciência por trás daqueles ativos da imbecilidade, que se dividem rasamente, em duas glebas, aqueles que têm consciência da própria idiotia, e a usam conscientemente para extorquir dinheiro disfarçado de likes, dos idiotas que os curtem, e que mesmo cansados de se verem condenamos a uma vida que depende de um aplicativo, mimetizado, “o queimador de livros”, em algo supostamente útil e em prol da indiscutível liberdade de expressão, que se usada para o aprisionamento humano, qual o sentido da palavra liberdade nessa exaurida porém essencial expressão, que sustenta um valor inegociável para o mundo se libertar das ditaduras democráticas, bem como dos ditadores, que passa ser vista como “aliberdade de expressão”. Aqui, conscientizados os queimadores de livros, nessa obra que sugere um vínculo com que ocorre na atualidade, que se não houver uma mudança drástica na atitude core bussines, do negócio anestésico, e castrador de informação, bem como diluidor da força e contingência das massas, outro tópico que não foi ainda abordado, mas o quanto serve essas ferramentas para apartar a consciência de massa, de unidade, de unidade federativa dos povos, de apadrinhamento pelos vizinhos, de comunhão e afeto entre as pessoas, as deixando tolamente pensantes sem pensar no próprio mundo cujas primeiras camadas foram intoxicadas pelas dancinhas estúpidas, imbecis, e idiotas, que servem para tornar o mundo um lugar mais ridículo, e cheio de pessoas que sofrem pela própria inutilidade, pela consciência sempre alocada em alguma escuridão materializada de abrigo ou “cantinho escuro”, dentro da própria inconsciência, que enquanto não se libertarem desses aplicativos queimadores de livros, não serão nunca de fato nada, a não ser os conscientes ativos da imbecilidade, que monetizam a estupidez e o vácuo humano em lucro pessoal, que são piores do que os que os consomem, pois estes ainda estão reféns, mas esses são dominadores, e não podem ser comparados sequer a prostitutos, pois estes com o respeito inerente a humanidade, vendem aquilo que possuem, mas não alimentam um sistema de ilogicidade e incêndio de livros, pois o ato de prostituir-se, e haver prostitutos disponíveis no “mercado”, somente possibilita mais felicidade, e mais satisfação, para ambos os lados, o prostituto, e o seu “prostituidor”, no caso o cliente, o que aumenta a libido e a circulação de dopamina no sistema dopaminérgico da sociedade, o que as empurram para livros, cinema, teatro, exposições, discotecas, bares, museus, enfim, lugares onde a sociologia de fato ocorre em seu instituto e função principal, a interação humana. Agora, a outra classe, daqueles imbecis cuja imbecilidade lucrativa adquire meios de sobrevivência, sim, claro que há a antítese, de calcar como uma oportunidade de trabalho, mas ser um queimador de livros, que seja ao menos consciente e temporário, para não virar você também refém de sua própria “arte”, meu deus, arte, e alimentar cada vez mais essa caverna materializadas dentro do seu inconsciente que transformará numa caverna do dragão cuja fera irá se voltar em algum momento da sua vida “inútil”, contra você mesmo. Mas qual a diferença de um queimador de livros, ou melhor, de um imbecil das dancinhas, paras um operário do Mac Donalds? É que um alimenta a imbecilidade humana, o outro ajuda alimentar as pessoas? Mas não é fast food e fast dancinha a mesma coisa, o consumo de algo que não faz bem para a saúde? Mas faz food não é normalmente, não deveria ser consumida diariamente, enquanto dancinhas da imbecilidade ativa devem ser performadas diariamente, e os viciados em idiotia humana acabam por perder o controle, e o que era um hábito de fim de semana, passa a ser a primeira coisa que fazem quando acordam? Tudo isso para mostrar na obra de Ray Bradbury uma previsão incontestável daquilo que estaria por vir, por mais que a possível intensão do artista, não sei, pressinto, tenha sido denunciar as consequências de um regime totalitário, se espelhando no passado, como na França ocupada, já que o filme se passa lá, apenas uma nota, pois poderia ser passado em qualquer lugar, menos na Paponesia, e na China, e no Irã, e na Coreia do Norte, e na Rússia, entre outros bestaquistãos. Mal sabia o escritor que estaríamos lidando e lutando contra autênticos queimadores de livros que os queimam sem precisar acender um palito de fósforo, apenas os deletando da mente viciada e capturada e cooptada desse novo exército de inutilidades, que bem poderiam ao invés de dançar macaquices, rugir feito leões filosóficos, e instaurar um papo com seus coraçõezinhos, com seus likes, que não seja transviado pela vaidade e pelo vazio, pois não se esqueça, um dia sua percepção, caso ainda não saiba claramente o que esteja fazendo, vai lhe cobrar cada centavo, e vai te retirar toda vontade de viver, pois não há nada pior na vida do que o tédio, o aprisionamento, e a inutilidade instrumentalizada. Para não dizer, estupidez, imbecilidade e idiotia.
Agora vejamos, para esclarecer o que foi explicado, não é a ferramenta em si que é a queimadora de livros, e sim o uso que dela se faz. Pensemos que a ferramenta seja um maçarico apenas, e ao invés de você queimar um livro, você pode acender um baseado por exemplo, para tocar um instrumento, ou para compor uma música, e dividi-la com uma dancinha mais autoral, que já deixa de ser tão estúpida, dependendo do conteúdo da música, e pode passar de um queimador de livros para um restaurador de livros, bem como assim se fizeram, aprimorando o dito, para restaurador de ideias, e utilizarem as ferramentas para organizarem passeatas contra o regime, reunir povos, como foi feito na primavera Árabe, onde essas ferramentas transformadas em incineradoras da cultura, passam a ser instrumento sine qua non para a fomentação e acontecimentos um dia ditos impossíveis, pelas informações não serem circuladas e presas nas mãos de poucos, promovedora de revoluções. Se bem que aqui o WhatsApp e não o Tik Tok representou com maior agressividade e presença a Primavera Árabe do qualquer outro aplicativo. Não quero assim que entendam que a crítica é contra a mídia social em si, mas o que ela se transformou a partir do mal uso dos imbecis, a partir daquilo que com ela fazem. Não vou me estender nesse ponto, pois acho que todos sabemos o quanto é essencial hoje em dia, e necessidade da conectividade, promovida pelas funções e operações de não só tik toks, mas principalmente pelo Twitter, agora X, Instagram e Facebook, fora as outras milhares de mídias sociais, aplicativos que possibilitam desde o sexo instantâneo, até o delivery de umas gramas de metanfetamina por exemplo. A outra parcela da população, que não é exatamente, ou nada de estúpida, imbecil, e idiota, não precisa de lição, ou de educação, de manual ou guia de como usar as mídias sociais, pois garanto que sabem utilizá-las de uma forma útil, promovendo para o mundo inclusive uma propagação de bem estar e informação, bem como de exemplos de melhora de vida, não exatamente uma autoajuda, mas quase isso, que também no meu ver beira atualmente o exagero, mas não farão jamais do uso uma inutilidade, e mesmo aquelas que usam para promover seus negócios, certamente o core business do negócio não é dancinhas imbecis, portanto a carapuça não serve, e não se sintam oprimidos agora diante de uma possível dependência dessas mídias, que são salutares, quando promovem o negócio salutar, e fazem da vida um espaço mais conectado. Portando, vamos esquecer dessa parte, que não precisa ser elucidada, pois os não estúpidos, os não imbecis, e os não idiotas não precisam de esclarecimento sequer de eventual conselho sobre como se envolver e desenvolver utilizando essas ferramentas, pelo contrário, eles fazem, ou podem efetivamente fazer parte do exército que esta sendo cooptado no século para impor as ditaduras o seu fim, bem como para desmascarar as ditaduras democráticas, bem como para instituir a promoção e propagação de ideias que vão assegurar com que os postos de poder no mundo, o exercício da autoridade, sejam dados a pessoas de extrema confiança, checadas por todos os tipos de testes, bem como pelas ferramentas de inteligência artificial. Assim, começamos a erguer um mundo aos passos da eficaz transformação social que verdadeiramente irá corrigir os déficits das nações ainda em desenvolvimento, bem como das sub desenvolvidas, e equalizar melhor os recursos entre as nações mais bem desenvolvidas do mundo, não através da imposição nesse caso, da equalização de verbas nas nações mais desenvolvidas do mundo, pois não se legitima a ação cuja motivação estará eivada por uma obrigatoriedade advinda de uma lei, que força a caridade espontânea a ser uma caridade obrigatória, e isso não é ético. Como disse, não através de imposição, mas através de leis que advém da conscientização da própria classe, mais favorecida do mundo, de saber profundamente o quão necessário é essa ajuda, que deve ser legitimada pela espontaneidade da vontade de se agir, e se no caso não se juntar recursos através dos frutos de leis que taxarão grandes fortunas, como é o caso desse imposto que assombra os milionários, que está guardado na Constituição como uma carta na manga, mas que até hoje sequer um candidato de esquerda teve a coragem de propor a transformação de sua imaterialidade para um projeto de lei. Mas como disse, acredito, que desenvolvendo-se a consciência de que se deve ajudar quem pode, e quem pode, temos ações mais livres e humanas, não obrigadas por algo que irá tirar do perfume a essência. Aproveitando o imposto sobre grandes fortunas, quando me perguntam se acho que deve ser arquitetado e tipificado, elencando seus elementos nucleares subjetivos, através de uma lei infra constitucional ou complementar, ou ordinária, enfim, digo que uma parte minha responde sim, e a outra não. Mas você está em cima do muro? Não, apenas estou do outro lado do muro. Assim aclaro, seria muito mais fácil juntar montantes incalculáveis para serem destinados aos mais pobres, não especulando sobre toda corrupção existente no nosso país, através do poder coercitivo do direito, ou seja, da obrigatoriedade legal, do cumprimento da lei, independentemente de qualquer desculpa, caso preenchidos os elementos nucleares, os requisitos para incidência do imposto, você terá que pagar. Ai temos dois caminhos, de que a consciência de comunidade e compassiva solidariedade ativa e eficaz seja desenvolvida a partir de uma mobilização midiática e discussões promovidas pela taxação do novo imposto, que será para alguns algo que devia ter sido feito a tempos, ou para alguns algo que vai auxiliar na promoção de ideias que os façam perceber que qual a questão impeditiva de doar um pouco, conseguindo através de um exercício mental desacobertar a obrigatoriedade que reveste a coerção, e adequá-la a uma espontaneidade regulamentada, que foi pelo esforço contínuo da evolução social adquirida, para assim de boa fé se pagar o imposto, e não transformar isso num novo motivo de afastamento de classes, como é o caso da outra parcela, que não aceitará pagar obrigatoriamente quantia que seja, seja 1 ou um milhão de reais, pois não querem e não concordam com a lei, pois acreditam que é de responsabilidade do Estado, pensando de forma escusável, para não abraçar uma ação que não apela aos seus sentidos, ou conscientemente não concordar em dividir o que se ganhou, pois não se sabe a história e o que se passou a pessoa em questão para acumular tal fortuna, e deve a ela o direito, e a ela somente o direito de decidir o que se fazer com ela. Essa é a parte minha que responde, não, que não concordo. Essa parte prevalece sobre a outra, por mais que ache e concorde, caso existisse um imposto desse em operação no país, não iniciaria passeatas, apesar de não me escusar de opinar contra, mas acredito que de fato, apesar de tudo, esse imposto sendo obrigatório, ele desautoriza a legitimidade da vontade espontânea e livre a qual prima uma democracia, do cidadão fazer uma caridade. Regulamentando a caridade, e a tornando obrigatória, ela será mais um instrumento que afastará as classes do que as aproximará, por criar uma rixa e uma raiva ativa, uma verdadeira erupção social, pela obrigatoriedade de se dar aquilo cuja posse do direito de se possuir é indiscutível, para o outro, que não se sabe sequer da onde veio, nesse caso o Estado, que agiria como mediador. Vários argumentos são elencados contra essa posição, inclusive a corrupção, pois sabemos que muito das verbas destinadas a um fim não os alcança, e nesse caso se paga obrigatoriamente um imposto a mais num país onde a carga tributária é uma das maiores do mundo, para alimentar tanto o fim que deveria ser atingido pela espontaneidade da percepção, como o esquema de corrupção instaurado no país. O imposto poderia ser regulamentado, mas deveria nesse caso, não ser obrigatório, mas facultativo. Esse princípio é o que sustenta os valores de uma República, o principio da posse e do ganho. Aqui entraríamos na discussão sobre propriedade privada, mas me abstenho pois estamos fugindo do maçarico que queima livros. Percebemos no caso da obra de Ruy, a obviedade da renovação peculiar da ética demonstrada e distorcida no filme, o que não seria propriamente ética, mas aqui podemos abrir uma ressalva e dizer algo sobre a ética nazista, o que já foi explorado por muitos, o que seria no meu ver uma obvia contradição, mas não se define ainda a imutabilidade da ética, se vista por um princípio estruturalista, cuja aquisição de seus valores se da a partir da índole que é aperfeiçoada com o tempo e com a troca humana, com a experiência social, que atingirá a sua perfectibilidade, ou ao menos o seu estágio movimento e ação, na evolução contínua e permanente de toda estrutura, de todo indivíduo, de toda ideia aplicada em nosso organismo social. Agora, se partirmos de um princípio existencialista, onde nada existe a priori, e tudo é formado, a pisque e seus mais profundos desejos, a partir da estrutura social e das circunstâncias que ela impõem as pessoas, a “existência precede a essência”, bem como da vida e suas experiências sociais, poderíamos dizer algo sobre ética nazista, ou ética paponesa, ou ética chino-coreana setentrional, que moldaria o indivíduo de acordo com o proposto e por não haver diferença, não haveria termos de comparação, e portanto a ética, que a meu ver, distinta da moral, que é refém dos costumes e hábitos de uma sociedade, é algo imutável e atingido pela constante evolução humana, pois acredito na índole boa e na índole má do ser, mesmo considerando que aquele que possui a índole má pode se tornar uma pessoa boa, pela estrutura e pelas experiências que ela viveu, mesmo que passe uma vida má resolvida consigo própria, mas digo, apesar da índole ser má, suas atitudes serão boas, e portanto será condecorado com as raias da bondade humana, já que ainda somos julgados por nossas ações, e não pelo que pensamos. Da mesma forma, uma pessoa boa, passada por experiências traumáticas, maus tratos indescritíveis, e exemplos do pior que existe no ser humano, e ainda mais vivendo sobre um estado de miséria, se tornar uma pessoa na praticidade da vida má, um assaltante, um traficante, um político, enfim. Não quero entrar nessa discussão, pois daria outra tese. O que estava dizendo era sobre a obra impecável de Ruy Bradbury, que sugere toda uma restruturação social, inclusive mostrando mais ao fim o refúgio que simboliza Vichy, a resistência, o que hoje seria a movimentação ainda não estruturada para aniquilar as ditaduras do mundo, ou seja, propõem-se uma renovação peculiar da ética, que aqui me corrijo, e instituo um novo nome para o requsito, RENOVAÇÃO PECULIAR DA MORAL.
Arte Paliativa vs Arte Eficaz
Parte 3
Raramente acontece, mas podemos ter o caso de híbridos na literatura. Sim, isso mesmo, em raras obras, raríssimas eu diria, você consegue perceber a notoriedade do estilo, que envaidece o autor e o leitor se põem num lugar de idolatria diante da perfeição da beleza, como é o caso da Comédia, que teve o termo Divina postumamente acrescentado pelo seu primeiro revisor, Boccacio, que também, em seu Decameron, explora personagens e situações grotescas, que comprometem a lascívia da promiscuidade do clero, especialmente, com suas indulgências quase pornográficas. Agora nos atendo a hibridez do conjunto, temos, se descartarmos a pura beleza estética, que fica como segundo plano, apesar de nunca deixar de assumir o primeiro, mas hipoteticamente, faz o leitor iniciado uma cisma, e concentra seu foco no sentido do que é dito e nos nomes e ação dos personagens, que são todos figuras reais e santas, mitológicas, da obra de Dante, quase como uma revista Caras do século XIV. Iniciado leitor que não mais deixa-se seduzir apenas pela musicalidade, ou até mesmo com uma gloriosa cacofonia, como de Ulisses por exemplo, já nota os elementos paliativos, a pura beleza estética, que se sobressai com o esquema de tercetos perfeitos, através duma terza rima num esquema de ABA, BCB, CDC, DED, EFE, FGF, GHG, e assim indefinidamente até a beleza estética se purificar com a ascensão do poeta à rosa mística, conduzido pela sua amada Beatriz. Já por trás da pura beleza estética, pois aqui destacamos a diferença da pureza da beleza estética pura, da beleza estética impura, que constitui uma mácula inicial na intenção do poeta, que não é de aperfeiçoar o mundo ou elogiar as pessoas e a sociedade em que vive, mesmo sendo áspero e duro, características muitas vezes essenciais para a manutenção e imposição da ordem para se manter o equilíbrio social bem como o controle, mas sim de disseminar o ódio, disseminar a perfídia, o rancor, e a discórdia, criando uma obra esteticamente bela, porém impura, cuja beleza contaminada pela intenção do descalabro social e da balbúrdia intelectual, bem como da destruição dos valores justos para a promoção da irrazoabilidade, preconceituosa atitude, e posição extremista e fanática. A pureza da beleza estética guarnece os sentidos e as discussões por trás da máscara da beleza com uma implacabilidade invejável, e consegue assim, naquilo que tem uma natureza conceitual paliativa, se tornar momentaneamente funcional, pois opera em junção ao sistema de defesa e camuflagem, que muitas vezes é essencial para uma obra passar pela censura, que acaba vendo num aparente inocente desenho animado de uma família amarela, apenas a estranheza estética dos personagens, que são amarelos por natureza, quando um dia me vi atravessando uma favela de samba-canção, de madrugada, com a samba-canção do Bart, com vários Barts espalhados na minha cueca, o que acabou por servir como ótima camuflagem, que distraiu olhares perigosos de anseios mais perigosos ainda, de vontades que não foram executadas, porque o sentido por trás da samba-canção, não tinha sido percebido, no caso, uma loucura extremada dando abertura para um potencial sequestro, ou no mínimo um roubo, um assalto, ou uma surra, por estar em território hostil, oposto, inóspito, e de cueca, onde as leis são próprias, numa inevitável promiscuidade humana onde a lei ainda é definida e ditada pelo Código do Tráfico. De Bart à Roth...bart, quando naquela noite o séquito do tráfico foi todo transformado em cisnes, os mesmos cisnes que se por acaso estivesse ali passando uma “Elisabeth”, para atear fogo na favela, cumpririam eles a função de soar o alarme, e impedir que a obra continuasse, como se fosse uma bala na nuca, ou no fígado mesmo, como se deu em Roma; Rothbart protegeu o Bart, de forma que eu pudesse avançar com essa mata virgem, com um facão afiado na direita, criando uma trilha para que outros possam seguir, até, se todo Bem conspirar a favor, em prol de toda maldade e ignominia humana, conseguir atravessar essa perigosa selva de pedra, de pedra e de pedra, para chegar nas calmarias do litoral, onde possa refrescar os pés, tanto o direito, mas principalmente o esquerdo, dessa árdua caminhada que um dia alcançará seu fim. A duplicidade na hibridade exposta na Comedia, ganha relevo, por ser uma das obras que denunciam eficazmente a poluição latente das relações políticas entre guelfos e gibelinos, guelfos brancos e negros, e principalmente em relação ao papado, que inclusive, um deles posto no inferno, funciona como propaganda para época, eficaz, Clemente V, que serviu para dar a cara à torta na cara do alto clero da igreja, que funcionava suspensa pela meticulosa e ardente, visível corrupção sistematizada. Quando escolho o termo híbrido, para evidenciar a estrutura de obras que são paliativas, mas ao mesmo tempo eficazes, ou eficazes e ao mesmo tempo paliativas, dependendo de qual artifício estará na primeira camada. No caso da Comedia, a pura beleza estética , o próprio texto em si, concatenado com rimas delirantes, toma dianteira o organismo paliativo da obra, muito inteligentemente, pois a função denunciadora, moralizante, normativa, criadora de leis e princípios, pois veja, se o florentino até fundou a língua italiana, imaginemos o alcance de uma obra como a Divina Comédia, até onde ela perfurou os tímpanos com o martelo da pena, que apenou a consciência de vários imorais, como hoje raras obras, ao ponto de levar Salvador Dali a ilustrar cada canto da comédia com seus desenhos delirantes, e sem fazer propaganda, mas aproveitando a proximidade da oportunidade textual, quando através da impessoalidade pessoal me atrevi a contar minha “intimidade servindo como substrato para uma epopeia ficcional”, sem persona entreposta entre eu... digo, entre mim... ou entre eu mesmo e o leitor, aproveito para fazer, leiam os Castradores de Arco-Íris e Dr. Fry, duas obras que vão elucidar bastante todo esse resquício de dúvidas e falta de um teste empírico, para confirmar os conceitos e requisitos elencados. Assim, depois dessa propaganda vulgar, e gramatical polêmica não consagrada, traduzível, e resolvível, mim vai explorar o lado dessa hibridade, que somente não é uma dicotomia, pois a cisma somente pode ser imaginária, estando ambas facetas misturadas e diluídas no texto, que faz com que nos deparemos com uma locomotiva inseparável de seu trilho, como se o paliativo, que aqui se torna tão fundamental, seja vital, pois é o trilho por onde vai a locomotiva acelerada, que é toda moralização, toda imposição cristã sobre o paganismo superado, toda nova ética, a super ética sendo construída por um poeta cujo amor platônico por uma menina que conheceu quando ela tinha seus 9 anos, o fez transcender os limites proporcionais ao humano com uma obra que unificou a Itália por exemplo, culturalmente, dando aos inúmeros dialetos um único destino, o florentino, e a Garibaldi um rumo fonético de como se dirigir as suas tropas. O trilho de bitola larga é alargado pela invenção dantesca da terça rima, bem como de sua infindável disposição, contando o Inferno, com um conto introdutório e 33 cantos, o Purgatório com 33, e o Paraíso com mais 33, totalizando cem cantos onde se canta ao mesmo tempo a eficácia de uma denúncia e a estética que impôs à língua italiana o florentino, e a todo italiano, independentemente dele ser napolitano, siciliano, calabrês, genovês, veneziano, romano, milanês, veronense e assim por diante, a obrigação de se parlar com o dialeto de Florença para vermos o poder de uma pena bem usada, eficaz, aproveitada ao extremo, sem a pretensiosa e magnânima aquisição ou conquista, pois como dizem, às vezes miramos na lua, e acertamos o infinito! Podemos dizer que encontramos requisitos tanto de arte paliativa, como de arte eficaz, ou essencial, mas a eficácia promove uma ideia de operabilidade na roda estrutural da carruagem do sistema, como costumes que vão modificando regras, e regras que vão modificando costumes, como a proibição de se fumar cigarros em lugares fechados, o que era feito dentro de aeronaves, e a legalização da maconha, o costume de se fumar um inocente baseado na rua, mesmo que a lei ainda proíba, ineficazmente, o uso dessa droga. Será que legalizada será possível ainda chamar a maconha de droga? Será que a pacificação de assuntos complexos e não pacificados, outro requisito para obras literárias eficazes, a partir do desenvolvimento da obra, de sua apreciação total pelo âmbito que se inicia nos guetos e depois parte para o topo , atingindo o auge da pirâmide em questão ínfima de um tempo que não é reduzido nem ampliado pelo relógio, ira trazer uma mudança essencial na superestrutura da sociedade como um todo? Um assunto como a maconha por exemplo, ou o ópio caso mudemos de longitude, ou o absinto, caso mudemos de século, é um assunto não pacificado, que pode ser visto também como uma polêmica consagrada, traduzível, e resolvível, que se difere do requisito de não pacificação de um assunto, por se tratar da técnica ou forma de abordagem nos assuntos que geralmente não são sequer discutidos, quanto mais pacificados, os tabboos. Pode-se dizer que o fim seria a pacificação, mas isso ainda quase nunca ocorre, com polêmicas consagradas, bem como as não consagradas, as espontâneas, quando se diz sobre Sofia, não a menina que vai buscar conhecimento através de uma aventura filosófica, não, mas da maravilhosa atriz que num desbunde de atuação tem que escolher qual dos dois filhos ela escolhe para morrer, a Escolha de Sofia. É direito escolher, ou aqui no caso essa escolha abjeta é tida como impossível, quando na omissão se perde ambos? Vamos viajar para oitocentos anos antes de Cristo, e nos aventurar pela clássica jornada de Aquiles, de Agamemnon, de Menelau, de Nestor, de Ulisses, de Ajax, de Patrocolo. Aqui, além do caso da hibridez, temos o aproveitamento e a influência em toda história da literatura ocidental, a consolidação da obra como um clássico, pela passagem inexorável do tempo, que confirmava a obra com sua persistência invencível, e seu acúmulo de significados, bem como de herdeiros, duma obra onde podemos falar sobre o compromisso estético com a beleza fugaz e eterna. Algo de homérico tem nos Castradores, que apesar de não transparecer a metrificação, por não ser escrito em versos, contem uma musicalidade as vezes atordoante, mas sempre exposta feito um magnetismo que atrai beija-flores e vaga-lumes incandescentes, para transformar tal como na Ilíada, seus personagens em heróis, sua jornada épica, uma odisseia. Odisseu conseguiu pelo brilhantismo que atravessa uma mente desperta, acertar a flecha no alvo, não a de Paris, e deixar um presente que entrou para história como um dos maiores ardis já vistos por todas as eras, bem como um dos maiores engenhos belicosos. Laooconte foi o único receoso que tentou alertar os troianos que ali existia o maligno, e que a astúcia estava escondida em algum lugar, invisível ao olho nu, bem como quase todas as coisas que mudam nossas vidas para sempre, ou vai me dizer que algum dia conseguiu enxergar um vírus? O trojan Horse, conhecido vírus pelos internautas, e pelos troianos, que finalmente tiveram suas muralhas subjugadas. O que sobrou de Troia deu origem a Roma, segundo Virgílio, em seu épico, Eneida, que parte da saída dos troianos da cidade reduzida a cinzas, e vai até Cartago, para de lá partir para as planícies do Lácio, onde num combate com Latino pelo amor de Lavínia, numa batalha final, Eneias conquista o reino inimigo. O compromisso estético com a beleza fugaz e eterna, é espalhado por toda obra, como um véu que se põem sobre as palavras e revestindo as rimas de um sentido que supera a vivacidade do papel, entranhando em nossos sonhos o epos da épica construção estética e objetiva, quando por exemplo temos a partida de Eneias de Cartago, e a morte trágica exagerada de Dido, que prefere deixar a vida a viver sem seu amor, onde mesmo Vênus não contraria sua decisão, pois alerta ao herói que muito tempo se passou em lar estrangeiro, quase o mesmo que acontece com Ulisses na ilha de Calipso, e agora precisa partir pois tem uma missão que o subjuga, um destino que o ultrapassa, um fatalismo que o desconstrói, o empurrando sempre para a reta, em cada milímetro que deixe de lado, que escape da retidão da trilha, sendo por ele escavada, como um túnel numa mina de diamantes, onde a luz se atrofia em a algum lugar distante do outro lado do espelho, ou da passagem do túnel, mantendo a logicidade das narrativas desconcertantes. Essa pira de Dido, a rainha de Cartago, amante de Eneias, foi colocada bem na praia, para que o herói pudesse ver as consequências nefastas de sua partida, e o preço que pagava por ter que cumprir o seu destino, aqui tempos um compromisso não apenas estético, mas como ético com a beleza fugaz e eterna, essa força do inefável que nos cobre a todos, e controla os destinos como as três fiandeiras gregas, quando uma delas, Átropos se não me engano, era encarregada de dar o corte final na linha, ceifando a vida que acaba no momento exato e preciso de todos mortais. A Beleza da pira de Dido, a beleza trágica de uma paixão ardente, fez com que Eneias sofresse o impossível, eu diria, o impossível possível, pois a rainha fez questão de deixar suas últimas palavras em cinzas espalhadas pelo vento, atingindo as velas das naus, que sentidas pelo dissabor cabível a toda morte, com exceção da morte a vilania máxima, expoente de indignidade, e robusta resistência, faziam a cena se tornar um crematório a céu aberto. Aqui temos um exemplo de uma grande polêmica, consagrada, traduzível, pela paixão no caso, e irresolvível, pela irreversibilidade dos fatos, da morte, a irreversibilidade da morte, quando até hoje pessoas se mudam de país, para sofrerem o processo legal de uma eutanásia, que pode se dar pela aplicação de uma dose letal de medicamentos, talvez pela suspensão dos remédios, mas sempre de acordo com a lei, por ser um assunto não pacificado na sociedade dos homens em geral. Temos a Distanásia, quando um médico, ou alguém incide uma dose de medicação para sofrimento do doente, ou para matá-lo, ou para tentar salvar sua vida. Aqui ainda temos uma polêmica porque sofremos um sofrimento que não quer ser interrompido, e a família em muitos casos prolonga a dor para em si sentir aquilo que em vida não sentiu, a presença do ente amado, que foi tratado de uma forma um tanto quanto relapsa. Como acontece com Norma, a princesa dos Druidas, sacerdotisa virgem, amante de um romano, que estava em guerra contra seu povo, se sacrifica, mesmo tendo sido trocada por uma sacerdotisa mais nova, assume sua traição a priori, e apesar de todas as tentativas da corte de demove-la da punição, ela vai para morte junto ao amor de sua vida. Aqui percebe-se o auto sacrifício como um ato de justiça vingativa pela compensação irreparável daquele que a fez não ver mais a razão de viver a vida, numa apresentação que coloca o amor como bem supremo, que depois de traído, perde-se o sentido de viver, e todos enxergam nessa inesperada revelação, a superioridade de Norma diante das normas, pois tendo a chance de tê-las descumprido, salvando a própria vida, se entrega livremente as consequências de seus atos, revelando o tamanho e a profundidade de seu sentimento não somente para com o romano, mas para todos do reino, esse amor que vem acompanhado de uma maldição, quando Norma canta, Qual cor tradisti, qual cor perdesti, quest´ora orrenda ti manifesti. Da me fuggire, tentasti invano, crudel Romano, tu sei com me, un nume, un fato, di te più forte, ci vuole uniti in vita e in morte, sul rogo istesso che mi devora, sotterra ancora sarò com me. Aqui observamos a determinação obstinada e irredutível de uma nobre, de uma sacerdotisa que não era apenas mais uma sacerdotisa, mas a Rainha das sacerdotisa, o exemplo moral clássico e sociologicamente guia para a ordem e o respeito à tradição funcionarem entre o grupo, ordenando não somente a castidade, requisito obrigatório para ser uma sacerdotisa do templo, mas fazendo com que a castidade se cerque de muralhas, armadilhas e repressões, que impedem que elas se deem ao direito de viver as delícias da carne, com tantos soldados sempre a disposição, mas apenas a sobriedade e o rigor moral. Era Norma o símbolo da castidade máxima, por isso em outra ária anterior, canta ela Casta Diva, a diva casta abençoada pela rotação lunar, pela sobrenaturalidade mística da Lua. Ela atira na cara de seu amante o tamanho do coração que ele traiu, a nobreza e raridade, o sonho de todo ser humano que se permite ser tocado por amor, um coração cuja grandeza e paixão, amor, sublime amor, se sacrifica, retirando de si a própria vida, pois ela tem consciência do tamanho do ato, do sacrifício que está fazendo, e como uma Diva proibida pelas leis maiores de mentir, obrigada a sempre a dizer a verdade, sendo incrivelmente honesta, resolvendo de propósito dizer a verdade submissa ao seu caráter, dá um tapa na cara de seu grande amor, pois ele não tinha noção que perdeu um coração como o dela, e a trocou por uma jovem que não trocaria uma unha caso sua vida dependesse disso para o salvar, talvez a unha mas não a cunha. Ela o chama de cruel, e acusa-o por se manifestar num péssimo momento, dizendo que tentou fugir dela em vão, pois um Deus, um Nume, “mais forte que você”, Norma diz, os quer unidos em vida e morte, deixando claro que seu abandono, sua traição foi totalmente em vão, pois ela, demonstra aqui seu poder e sua força, provando seu amor por ele na frente de todo povo, de todas as pessoas, de todo reino, sacrificando o seu bem maior, a própria vida, e mostrando para ele, em sua vingança maior, pois não podemos deixar de notar que ela não tinha porque se entregar, pois a traição de Pollione e Adalgisa não contava com uma confissão que fez nada mais com que Norma num gesto de incomparável coragem, ao mesmo tempo, salvasse a vida de sua rival, perdoando-a ou não, e arrebentasse com esse lugar onde reside o núcleo moral de um homem que sabe ser guiado às vezes mais pela fidelidade em prol de um desejo que pode significar apenas lascívia, uma bela face jovem pulsando o desejo libidinal, que tem o poder hipnótico de convencer, mesmo que temporariamente, o soberano homem dentro do homem, que nada mais existe entre o elo que ligava o verdadeiro amor com algo parecido com a eternidade, em face dessa nova paixão, que aparentemente era provedora de segurança e solidez, o que se prova lastimável e inverídico diante da primeira prova de amor verdadeiro que os cegos e hipnotizados olhos se veem numa verdade que aparecia extinta, o amor verdadeiro frente a ardente paixão, fogo de palha, irreal e supérfluo convencimento e paupérrimo poder da jovial beleza diante da sublime verdade de um maduro e inexpugnável sentimento; mas o ponto aqui é esse “romano cruel”, que levou uma lição de algo superior a moral, uma lição de supra moral, pois ela, Norma, assim demonstra que se sacrifica não somente por ele, mas para salvar também num ato onde dois coelhos vão se com uma normatizada só, a vida de sua amante, de sua rival, de quem supostamente ele ama, e que também o traiu, supondo que ela sabia do relacionamento secreto dos dois, ou não, deixando o numa situação de arrependimento atroz, e consagrando sua vingança maior, pois ele percebe que trocou um amor verdadeiro, imortal, e profundo, por uma miragem vazia, e o perdeu, pois ambos estão à morte condenados, por uma aventura de bosque, uma bucólica brisa de tarde, uma fruta sem sabor na fruteira dos pecados frutos dos atos que levam aos sacrifícios normatizantes. E ainda satirizando um pouco a situação, Norma, se mostrando acima da morte, com sua nobreza e majestade inatacáveis, ela ironicamente diz que tudo mesmo foi em vão, sua tentativa, trocá-la por outra, mais jovem no caso, pois se abrirmos um parênteses aqui, o que Bellini está discutindo é sobre a lascívia masculina, dos homens que em geral quando suas esposas de vida atingem uma certa idade, e perdem a beleza inerente a juventude, eles não suportam, ou melhor, não controlam o desejo por uma primeira gaiata que aparece no caminho, e trocam o amor de uma vida, por uma face juvenil, um par de tetas firmes, não questionando a obrigatoriedade, na minha opinião, ultrapassada, de se manter “fiel” até que a morte os separe, pois quando existe fidelidade atemporal é porque se mantém fiel até que a vida acabe, ou melhor traduzindo e citando o grande poeta, até que o infinito deixe de durar, no caso representando aqui o infinito a própria figura incorpórea do amor, destarte que podemos abrir um outro parênteses e dissecarmos o conceito de fidelidade em pactos subjetivos e pessoais, sendo impossível encontrar uma definição genérica que abrace o pessoal que seja para todos, no máximo se aproximando de algo assim, fidelidade: o conjunto de atitudes e pensamentos que vão de acordo ao pactuado com o outro, que não destoem de uma transparência diante dos fatos da vida entre ambos, e não deixe de reportar-se sempre com a verdade, soberana sobre todas as desavenças e inoportunidades que casualmente irão ocorrer durante o relacionamento - sei que esse conceito se aproxima da definição de lealdade, mas afirmo aqui ter tratado como sinônimos, a dupla de esteios morais, não a separando, por uma questão cronológica, quando na época de Norma, ambos os conceitos, hoje habitando abrigos distintos, porém vizinhos, se confundiam na idade medieval – portanto, Norma, vencendo a morte, pois mostra-se disposta a não desistir quando na próxima ária, o coro masculino de sacerdotes tentam fazer o possível para que ela volte atrás, dando lhe a oportunidade de dizer que ela teve um breve delírio, uma “queda...de impressão”, um acesso de compaixão, por querer independentemente de tudo, salvar sua sacerdotisa, mas ela, Norma, se mostra inflexível, não hesita por um momento sequer, e decidida como a flecha que cerrou o calcanhar de Aquiles, certeira, ela se mostra sim, acima da morte, e inabalavelmente, se encaminha ao lado do seu amante, que pensou poder se livrar de seu verdadeiro amor, essa raridade de amor profundo, feroz, invencível e eterno, imortal. Aqui encontramos um exemplo de convencimento apelativo natural, se dando o convencimento se mostrar apelativo, pela inflexibilidade de Norma diante da possibilidade de ser “perdoada”, ou melhor, diante das vistas grossas oferecidas, a negativa da Diva, e a declaração de amor em um ato de nobre vingança, que chega ao extremo de passar por cima da vontade de querer ver sua rival enforcada, para ser ao lado de seu traidor amor, asfixiada pelo cumprimento moral do dever, no caso, das consequências de seu descumprimento, querendo que ele sinta, nem que seja por breves momentos, o tamanho do diamante rosa que perdeu, a dor e o arrependimento dilacerável de tê-la trocado, e profundamente se arrependa, o devolvendo a dor que ele nela causou, quando por um átimo se mantém imóvel diante da possibilidade de Adalgisa ser condenada, arrancando dele seu novo e supérfluo amor, a paixão fogo de falha, por segundos de inconfessáveis silêncios, até abrir cortar a ausência de som com a fala da sua confissão, sobre um amor que ela sentiu tão profundamente ao ponto de abrir mão da própria vida, que passa a perder o sentido, depois de retirada a base, e como dito, para ao mesmo tempo lhe devolver o sofrimento sofrido, lhe conferir, a si mesma, um status de Supra Diva, que mesmo sendo a entronizada, cumpriu com a regra do regimento, que proíbe as sacerdotisas de mentir, ou faltar com a verdade, mesmo que isso custe a vida, que deixou de ser importante, depois que Norma sente a traição de Pollione. Natural, o convencimento apelativo, por Norma agir de acordo com a naturalidade intrínseca ao seu interior, apesar de se poder alegar um certo núcleo de resistência ético-moral, que impede de ser apelativo e natural ao mesmo tempo, por se interpretar ao custo da ação de entregar-se voluntariamente a própria morte, por ser antinatural essa apelativa ação, que está reservada para casos de raridade extrema, mas isso apenas se vincularmos a não naturalidade e a dimensão moral subjetiva a uma prerrogativa que depõem contra a integridade e o valor circundante da moral em si, de seu nuclear significado, que deixa de ser moral, e passa ser ético, diferenciando aqui ética de moral, quando uma é mutável e caminhante de acordo com a mudança dos ventos e das brisas da tarde, para uma mesma direção, cujo aprimoramento em tese, ao contrário de uma suposta possível regressão em relação a ética em si, que chamamos de super ética, vai em direção a essência específica da ética em si, quando temos a moral viva através de um processo evolutivo e deformador, e mutante, e revisto, caminhando em direção, caso a revisão tenha sido bem feita, a essa redoma ética, aproveitando para elencar aqui outro requisito trazido por essa ação virtuosa de Norma, se nos atermos apenas ao fato da confissão e do laço entre a ação e o preceito, normativo, não mentir, e não transar, colocando em pauta a obrigatoriedade da virgindade, e a virgindade como valor supremo para condecoração de uma sacerdotisa cuja tradição pertence a esse espectro cultural específico, os druidas no caso, que possuem um código de conduta que atrela o cumprimento da ordem moral suprema a preceitos religiosos impositivos, por ser requisito para o posto de sacerdotisa, a virgindade, cujo descumprimento é nada mais, nada menos do que a paga com a própria vida, desta forma elencando o requisito da propositura de uma super ética, visto o exemplo eticamente moral, super moral, que é dado por Norma, quando rompe a possibilidade de ficar em silêncio, e salvar sua vida, e salva a vida de sua rival, vingando-se ao mesmo tempo que provando a dimensão infinita de seu amor pelo romano condenado, duas vezes, pela percepção da estupidez irrevogável, e do apenamento com a morte por enforcamento inimigo. Aqui, vale a pena notar, que foi levado em consideração a propositura apenas dos elementos objetivos, para elencar o requisito da propositura de uma super ética, visto a nobreza aparente e hipotética de Norma, diante da objetividade e das consequências naturais à sua demonstração de coragem, partindo da hipótese, que ela apoiou sua decisão numa solidez rigorosa de valores e causas, descartando portanto a possível motivação real, que por uma série de outros vetores, fatores indispensáveis, pode ter sido movida por um sentimento não virtuoso, que do outro lado tênue da linha que separa justiça de vingança, se movimentou pela paga, pela ação vingativa em contraste com a justiça aparente que todos olham, e enxergam, apenas a visível virtuosa demonstração de um lisura aos mandamentos da ordem religiosa suprema, visto sua inesperada confissão, quando o silêncio seria sua vestimenta mais indicada, para a esperteza e vivacidade, alocadas no princípio que assegura e justifica as ações mais contraditórias e repreensíveis para proteção da própria vida, colocando assim a vida como valor supremo, e o direito de protegê-la, custe o que custar, meios justificando os fins apenas considerando-se as circunstancias essenciais, vida ou morte, partindo aqui de uma lógica que desmonta a super ética proposta com uma ação que apenas poucos teriam a coragem, ou para outros, a estupidez, mas para a lógica da moral vigente e essencial da virtude estimada pela liberdade virtuosa que move ou deveria mover o mundo, locomotiva em trânsito da nossa existência, um exemplo, uma tempestade de aplausos, uma perfeição impossível, demovida pela possível perfeição, na possibilidade de uma perfectibilidade que ousa desafiar todos os valores e justificativas para se impor como de fato não apenas como a Rainha da Virtude, mas como uma Imperatriz da Ética. Mas como os personagens não sabem enquanto personagens, da motivação que move Norma em direção a morte, descartando assim a percepção impossível da real realidade de cada gesto, da gentileza por trás do gentil, que um ser humano pode ter diante do outro, por ser vedado ainda a possibilidade de estar dentro de sua consciência, desvendando a veracidade motriz de ações e atos, cujo valor pode ser ambíguo e oposto ao sugerido na objetividade da vida em si, a demonstração e irredutibilidade de Norma diante das chances oferecidas para ela mudar a versão dos fatos, fica consagrado a propositura da super ética, diante de tal incomparável sacrifício, se considerado apenas a objetividade dos fatos, demonstrando-se aqui a independência da renovação peculiar da ética, frente a propositura de uma super ética, visto que normalmente, através de uma lógica mais cartesiana, do penso logo amo, ou pitagórica, (a soma dos sentimentos dos catetos é igual a simulação da ética perfeita da hipotenusa), através do convencimento apelativo natural, frente a uma polêmica consagrada, e sua resolução fáctica, atinge-se a, no caso específico, a desconstrução crescente da estrutura social, pela morte da Rainha, atravessando assuntos complexos e não pacificados, a confissão ou silenciamento da participação em ato sexual com o inimigo, bastando o ato sexual, independentemente de ser ou não inimigo, visto a obrigatoriedade da virgindade sacralizada, através de esclarecimentos doutrinários, quem está mentindo, ou pode a Rainha mentir, que levam a renovação peculiar da ética, uma nova normatizadora sagrada e regina, cujo real e singular objetivo é a propositura de uma super ética, o imaculável sentimento de uma exequível e prática verdade. Quando a ação em si promove a super ética, independentemente de qualquer outro movimento e causa fatídica para o possível questionamento dos motivos ocultos, não dependendo de mudanças externas, dos valores propostos e dos princípios elencados para a aplicabilidade e operabilidade natural da moral em questão, não vincula-se a super ética, e sua propositura dada apenas com o exemplo que como uma peça de quebra cabeças já se encaixa no cu...no cubo faltante, não há necessidade de uma renovação peculiar da ética, pois a super ética é exemplificada, e não necessariamente atingida, através de um exemplo de cunho moral, onde a fatuidade da demonstração dos fatos que encadeiam a ação exemplar, já explicitam a super ética, sendo os fatos apresentados apenas passos para a propositura da mesma.
Ah! Troppo tardi t´ho conosciuta! Sublime donna, io t´ho perduta! Col mio rimorso è amor rinato, Più disperato, furente egli è! Moriamo insieme, ah, si, moriamo! L´estremo accento, sarà ch´ io t´amo. Ma tu morendo, non m´abborrire, pria di morire, perdona a me. Che feci, o ciel.
Diante da expressão pungente de Norma, Pollione responde praticamente com lágrimas no lugar das palavras, onde o arrependimento além de ser expresso, vem acordado nas entrelinhas da ária, quando se dando conta do valor de um amor verdadeiro se perde num remorso manifesto, que é aquele sentimento que se vê entorno de uma reflexão que diante de uma atitude pregressa não se contenta com o resultado, sequer com sua íntima motivação, que deu causa a ação agora colocada em cheque, que atinge e fere não somente a estrutura psíquica do autor, bem como a sua fisicalidade, lhe desabilitando, de tanta dor, ao ponto de o jogar numa cama por dias, caso isso fosse possível, frente a forca irreversível diante de si. O romano sente aqui o remorso, diferente do arrependimento, em detalhes ínfimos, porque infelizmente não é possível modificar o resultado, quando ao arrepender-se, normalmente se tenta reparar o dano, diferenciando, no meu ver, o conceito de um para com outro. Aclara que do seu remorso há a ressureição do seu amor, que vem para lhe possibilitar as últimas palavras, que são em decorrência a clareza da percepção consciente da morte de ambos, quando a então possível única preocupação, diante da inevitabilidade dos fatos, é a conquista do perdão de seu amor, Norma, que com sua atitude desafiadora, corajosa, inacreditável e inexorável, desmontou os alicerces de todo povo, que representado pelo coro, lhe pede insistentemente, Di che deliri, di che tu menti, aproximando ainda sua inamovibilidade e resoluta decisão daquilo que contém e que se espera da dignidade de uma Rainha, como ela mesmo diz aos sacerdotes, Io son la rea, silenciando todos com a dimensão quase infinita, para não dizer terminativamente sem fim, da demonstração fática de seu amor, da prova do mesmo, e da conjuntura complexa de seus sentimentos, que semeados por amarguras, ressentimentos e pela possibilidade inequívoca de vingar-se, e ao mesmo tempo, martirizar-se, escolhe morrer ao lado daquele que dela tentou fugir, mesmo lhe prometendo amor eterno, e retirar de sua rival, Adalgisa, a sacerdotisa que ficará condenada a existir presa da solidão, e assombrada por sua fraca psique, pois se tivesse uma força equiparável as unhas de Norma, teria quebrado o silêncio e confessado também o seu crime, o fato de ser amante do romano, que “comia uma leoa e uma coelha com um cajado só”, para quebrar um pouco a seriedade da normatização normativa da Norma.
As forças soterradas da terra, do mundo telúrico onde as fornalhas do ínfero momento de caldeirões e forjas, se dão a quase abrir a terra, pois aquela que tinha sido aclamada como a sacerdotisa real, a Casta Diva, agora iria pelo pecado inicial ser morta, pela punição cuja observância nem sequer a rainha poderia eximir-se. O sacrifício por amor, onde encontramos o compromisso ético com a beleza fugaz e eterna, não numa pira, mas num tablado onde o carrasco seria o selador de destinos, e novamente o eterno sendo apresentado ao público, nessa ópera que transcende o guarda mancebo do mundo, e se atira no abismo para que todos impressionados cantem com lágrimas a magnificência de sua beleza, aprimorando aqui a autoria grafada e instigante, fazendo do seu inconfundível estilo uma música arrancada das entranhas da terra.
O compromisso ético, o qual refere-se o requisito, está para a ética da obra em si, tal como para a abrangente propositura de uma super ética, através de uma renovação peculiar da mesma. O que já foi dito, é justamente a independência dos dois requisitos, que na obra conjecturada, se dá pela propositura de uma super ética, sem a necessidade de uma renovação peculiar da mesma, no caso em observância, a condenação à morte de Norma e Pollione, pois os fatos interdependentes, já enquadram o drama num ponto onde as ações propostas, se dão de acordo com os elementos fixos da história, quando apenas uma única e suficiente atitude basta para que se atinja o exemplo teórico, bem como empírico da super ética sendo demonstrada pela ação incontestável, no caso, de Norma, que afirma, quando questionada sobre seu juízo de valor, “que Norma não mente”, como de fato assim o é, pois é proibido as sacerdotisas mentirem, portanto os Druidas partem do princípio de que toda afirmação vinda da sacerdotisa rainha é verdadeira, ao menos que haja uma prova irrefutável, que poderia se dar no caso pelo testemunho de Adalgisa, que prefere silenciar-se e calar-se diante do iminente perigo e ameaça de morte, demonstrando assim, não apenas para si mesma, pois isso acaba sendo extremamente questionável, essa demonstração possivelmente inepta de valor, mas para o seu amante, o arrependido romano, de que de fato ela não tinha o comprometimento ético com o eterno, e sim apenas com o fugaz, por ser premida apenas por uma beleza transitória e oca, a qual não é abrangida pelo princípio, digo, requisito para uma obra de arte eficaz, que em relação ao requisito em pauta, o compromisso ético com a beleza fugaz e eterna, demonstra a intensidade e o valor absoluto do mesmo quando preenchido todas as prerrogativas, ou melhor, características, requisitos do requisito, compromisso ético com a beleza fugaz e eterna, lançando e propondo a ética, um conceito onde o preenchimento e demonstração do mesmo, na praticidade da vida e no cotidiano do mundo, caso seja verificado sua veracidade, faz com que seu propositor, ou melhor, com que as intenções do sujeito ativo do requisito em questão, sejam nobres a partir de sua lógica intransferível, e consigam atingir mais facilmente a eficácia necessária para de fato ser considerado eficaz, ou seja, a transformação, mesmo que paulatina, do entorno social, ou do sujeito passivo, que recebe a ação contentora dos requisitos do requisito em questão, o compromisso, ou seja, o intricamento dos valores elencados pela obra, sejam eles transitórios, porém comprometidos com o tonos de uma verdade inquestionável, sejam eles eternos, que independem da transitoriedade do tempo ficcional apresentado e representado pela obra em questão, por estarem presentes desde o inicio inicial do momento anterior ao começo da obra, partindo-se do pressuposto, que o observador esteja inserido dentro da historia, até a posteridade interminável, que continua mesmo depois do fim da obra, como se ela permeasse para sempre num espaço ilusório de existência, cuja significação seja o exemplo do significado de uma obra eficaz, operando ativamente na rotação e translação contínua, perpétua, e ininterrupta, de nosso mundo. Por que fugaz? Porque aqui admitimos toda transitoriedade da vida, a brevidade de nosso existir, quando a beleza deve, ainda mais quando suprema, ter a consciência, de que ela é temporária, destinada ao término inadiável de seus contornos, como a beleza de Norma, que tocada pelas veredas do envelhecimento, já não enveredou-se para uma sedução implacável, deixando margem, mesmo que inconsciente, para que seu amante a trocasse, a substituísse por umas pinceladas, por um contorno mais jovem, a beleza de Adalgisa, também transitória, porém ainda gloriosa e pulsante, apesar de vazia. Aqui vale a pena dizer, que o compromisso não se dá apenas com a transitoriedade dos contornos da carne, mas sim com o perpétuo, com o eterno, como alude o requisito, se valendo de um compromisso que não se firma quando vazia a beleza, descolada de uma interioridade ou verídica, caso o personagem seja do mundo, e ficcional, caso o mundo seja do personagem, que remete o espectador ao interior de si mesmo, por se tratar não de uma máscara onde se veste o personagem da existência desprovido de um conteúdo válido e invejável em sua ética e conformidade com os absurdos da existência, pronto para prontificar-se em ação notória e imediata quando posto a prova diante de alguma situação disforme, amorfa e emergencial, desprovida de fronteira impositiva de contorno e sentido, quando o alvo a ser desmistificado pela ação ativa do sujeito comprometido com a ética proposta, não mantém em si os requisitos válidos para a primazia de um caráter inatacável, como uma reputação imaculada, apesar das pequenas e aceitáveis, humanas manchas, pequenas, insisto; uma disponibilidade afetiva para com os outros, em geral, não preterindo uma raça ou um gênero especifico, mesmo sendo escusável a seletividade e consciência do outro e sua deformidade ética, o que autoriza o sujeito ativo a preterir e não se aproximar, inclusive excluir de seus afetos o expurgo humano comprometido com a falsidade e a dissimulação, bem como a indistinção entre o correto, o indicado, o desaconselhável, o grosseiro e o proibido. Essa propositura de personagem, regido por uma deformidade ética, se dá na presença interior da bela amante de Pollione, que prefere escolher o silêncio comprometedor, para salvar a própria pele, ao invés de esclarecer para o conselho a verdade dos fatos, o que poderia mudar o destino de ambas, ou não, deixando apenas mais uma morta entre os personagens eletrizantes dessa obra magnânima, pungente e eficaz.
Valendo-se da mesma obra, Norma, vamos abordar um outro requisito já comentado, que é essencial para compreendermos mais a fundo as intenções e funcionamento psíquico dos protagonistas, de forma a exemplificar com ações as atitudes de ambos analisando esse funcionamento, que poderia ser descrito como parte da gênesis dos personagens, cuja existência depende da imaginação do leitor, ou dos sentimentos do espectador, que dão razão e vida a vida ficcional desses personagens tão complexos, que destituem e desautorizam a legitimidade de seus universos particulares, microcosmos, suas realidades inextrincáveis, indissolúveis entre si, e completamente opostas. O romano monoteísta, diante do politeísmo, do paganismo de Norma, se coloca acima das suas regras e juramentos, para viver um estimulo, um ímpeto, um sentimento traduzido como amor, mas reduzido a uma letal atração, pois não se contenta apenas com Norma, e precisa se satisfazer nos anseios de Adalgisa. O que quero evidenciar agora, é o princípio, o requisito para eficácia da obra, no caso, híbrida, por oferecer a música a olhos fechados, bem fechados, que se mantidos assim será possível se envolver com as dissonâncias e personalidades distintas dos diversos instrumentos postos a serviço da orquestra, para encaixar na imagem, na representação cênica, a movimentação sonora que elevará as alturas insofismáveis, o cume da vida, todos dispostos a vivenciarem uma montagem digna de seu autor, mas se abertos, os olhos, a eficácia da totalidade da obra, se desabrochará diante do espectador presente, que experimentará no cume da voz, da soprano, o ápice dos agudos mais inatingíveis, pois Casta Diva é considerada tradicionalmente a ária mais difícil do universo das óperas. Considerando o requisito da vilania e heroísmo paradoxais, devemos sublinhar ambos com um grifa texto fluorescente, para realçar a dialética relação de Norma para com seu povo, e para com seu amor, quando permeada pela personalidade que lhe confere os costumes e hábitos dos Druidas, se constitui como uma dissimulada vilã, pois o trai com o adversário, num esquema, dormindo com o inimigo. Quando junta de Pollione, não deixa de se desprender de sua agora inautêntica vilania, subjugada pelo poder do amor, domesticada pela força de seu sentimento, curvada pela atração fatal que sente em face ao conjunto de musculatura e coração romano, vencida pelo odor do suor que escorre da pele de seu amo, envolvida com cada verso de seu colóquio, vive Norma a vilã destituída de vilania, pois seu sentimento descontrói as aparências impostas pelas leis e pela vigência de uma guerra interminável, e lhe transforma numa heroína, para com seu amante, pois estaria, como estará disposta a morrer, a dar sua vida por ele. Aqui temos um claro exemplo do principio em questão, pois inimiga e amiga ao mesmo instante, inimiga pelos preceitos, códigos, e convenções sociais, amiga pelo indomesticável sentimento que a faz trair seu berço, sentimento este dito amor, configurado pela ousadia máxima de arriscar tudo pelos braços, e pelo ereto porte de seu amor, que vestido com armaduras perfuráveis pelo afeto, e reto olhar que ultrapassa a ferrugem do romano escudo, do irrefutável olhar. Como dimensionar a infinitude terminal, finita pela efemeridade da compromissada beleza da vida, fugaz, elencando outro requisito já discutido, o compromisso ético com a beleza fugaz e eterna, que aplaca a culpa possível e fruto da traidora atitude, da vilania desperta e dissimulada, perante todos que ama e convive, já que acorda diante do olhar de seu régio pai, se aconchega em seus braços, e dorme diante dos pés que se tocam na horizontalidade libidinosa da existência, quando algo maior que o tamanho suportável de uma traição patriota, familiar, nacional, étnica, e escandalosa, perdura na insistência dos enormes lábios de uma boca que fala pela outra boca, sussurros mudos e audíveis quando o silêncio resolve falar ao mesmo tempo da tal boca que muda, de posição, de tamanho, de lugar, resolve tudo com uma só palavra, cala-te, eu ainda preciso te escutar. Quando o silêncio fala através dos tais lábios enormes, sendo encoberto pelo barulho da tempestade, que fora do improvisado, visado abrigo, aumenta de tamanho com o orifício místico dos decibéis, fazendo assim, para longe dos limites e fronteiras alcançáveis, com as mãos, com os olhos, com o pensamento, um ponto de não retorno, selvagem instinto de uma fera, ferramenta da submissão, do valor supremo, e sua servidão, invertidos os lados, as culpas, desculpas de uma cívica e reta monstruosidade, em duas palavras, lesa pátria. O que dizer de uma realidade que se torna descontruída em seus tijolos, pedras de lealdade que sustentam uma cidade de sonhos e encontros reais, perante uma civilização onde incontáveis habitantes se agrupam, e vários amigos se reúnem, para viver o lado claro da vida, quando a guerra invade a cidadela, e um doente amor, faz da cidadela uma vítima para o mundo, que agora é dividido entre ele e nós. Qual sentido procurar depois de ter que dissimular na existência cotidiana essa violência animal, essa paixão descomunal, esse sentimento inoperável, um sacerdote, um elemento sagrado, que possa purificar, quando a heroína é pura, e vive para trazer a sensação de conforto e paz, acalmando e significando a vida de suas aprendizes, de suas seguidoras, de suas irmãs, e ao mesmo tempo, quando vivida do outro lado da vida, no agasalho da sombra, a inimiga que ama, que amiga não trai, e descontrói o significado de lealdade, ou de fidelidade, que já foi exposto, quando se torna possível diante desse amor impossível, ser fiel, porém desleal. Ao mesmo tempo, diante de distintos objetos, a fidelidade e a lealdade não se conversam, ou fingem serem mudas e intocáveis, para não confrontar mundos inoperantes, vidas irrealizáveis, realidades impossíveis, diante da confrontação da indestrutível oposição, que criadora de uma neurose invisível, apagada em forma pelo poder do desejo e sua ação, a invencibilidade da paixão, mãe de uma gestação de contraditórios, de irreconciliáveis atos que serão cobrados quando revelada a verdade, ou quando o amor invencível de Norma se tornar maior que sua própria vida, e apostando na veracidade do infinito, revelar-se como a verdadeira Rainha de sua própria contradição, heroína inimiga, inimiga heroína, que quando nas veias pulsantes do corpo, exaltar-se em seu ato desconstruidor de inimizades irreais, pois se compreendido a fundo a contradição do heroísmo em sublime vilania, é capaz da eternidade dos contraditórios mundos chegarem a paz, pois somente o amor impossível, dentro da possibilidade proibida de se viver não apenas o desrespeito ao mandamento sagrado da ordem, “disvirginando a madrugada” da virgindade excelsa e mortal, literalmente transando com o inimigo, maculando a cama de pecado santo, imoral, ilimitável. Transar com o inimigo amigo, e ser amiga inimiga de si mesma, e não somente do amante, pois trair seu povo e sua pátria não é algo facilmente sublimado pela execução de alguma tarefa qualquer envolvida com a desarticulação do veneno sub-reptício da ação contradição da heroína inimiga de todos e de si, para assim facilmente se retornar a uma noite de sono. Qual a face desse amor, ou melhor, qual o tamanho desse amor, que importa do ultramundo força necessária para mascarar a vilania no cotidiano diante de suas servas, quando Rainha e detentora do cetro do exemplo e da singular versado rosto do poder. Qual peso de sua coroa, agora, depois que atravessou a fronteira, para na selva escura, no meio do caminho de sua vida, trair para satisfazer o incontrolável, a força que transforma qualquer rigor em lassidão, qualquer ordem em caos, qualquer idioma em latidos e gemidos, quando latir para um vira-lata se torna apenas mais um gesto de desumana aproximação. Quando sustentar a face da máscara diante da régia posição, é apenas uma leve e já acostumada dissimulação, pois como perdoar a si mesma, e como não, se de verdade o amor, e diante de imperdoável traição, como sequer conseguir implorar a própria coroa e ao régio cetro o impossível perdão. Quando a contradição e tal, que se torna vitima de si mesma, ao exercer constantemente um papel, um personagem, quando diante dos olhares alheios não posso contar o mínimo gesto com meu labial movimento que indicara a traição, quando sempre em paranoia, não sei se vive em conspiração, por sentir-se suspeita de revelar o crime, o amor impossível, a destruição da própria religião, com um único beijo. Exemplo maior para todas, como não se vingar de si mesma se condenando a morte, sofrendo a ira silenciosa do desmascaramento, pelas próprias mãos, pela própria confissão, quando ainda não se age em prol da reconstituição perdida dos valores principais, num ato de remorso e consciente reparação, não, se apoia na ira também silenciosa da vingança mais justa da heroína em vilania absoluta, violenta, e fatal. Como se perdoar, quando sequer se pede perdão, pois a única e complexa, altiva motivação é a total destruição do coração do amor de sua vida, da vida de seu coração. Quando em aparente ato de supremacia de valor e conduta, numa correta e até possível interpretação, Norma exerce o exemplo, quando mesmo diante das chances de alegar loucura, delírio, ou possessão, insiste na verdade, e quando acusada de estar mentindo apenas, para proteger a autoria do crime, da imperdoável traição, da ímpia dissimulação, insiste em afirmar a regra principal da ordem e do estatuto moral, que condiciona um povo a sua elevação espiritual, se cumprido por todos, a proibição da mentira, quando mesmo irada e demolidora, a sacra proibição moral impede de se amenizar, ou silenciar, ou inventar, fato outro para cobrir de veludo a perfumada seda, quando a bicha da seda e o seu azul aveludado dizem ser a ejaculação precoce de uma verdade mentirosa a razão do gozo que não se satisfaz, pois precisa de tempo para correr sobre o rio da vida, o inicio de tudo, contido num único espermatozoide chamado Eu, ou numa dupla de sentidos, chamado Nós, quando escutamos a verdade traduzida em duas línguas que se odeiam, e se mastigam por abortarem ao mesmo tempo as contradições inexistentes de qualquer ousadia e insistente proposito que se ponha sobre o poder incomensurável do amor. Assim, a coroa pesada, que podia ter sido mantida sobre sua cabeça, se torturada pelo silencio aguentasse mais um átimo de dor, e ai sim, viver a verdadeira dissimulação, pois como continuar olhando na cara dos outros, na cara de suas sacerdotisas, suas servas, suas amigas, como continuar sendo filha, olhando para a cara amorosa do próprio pai, depois de ter sido a inimiga numero um de toda sua civilização, de todo seu tempo, de sua inextinguível Era. Como perdurar um personagem que se torna a própria pessoa, vivo dentro de você, que se traduz como uma farsa ambulante, que deve desconfiar de cada piscadela de dubio ou dissonante olhar, ao transar com o indubitável inimigo, e mais do que isso, ama-lo com a própria vida, oh dupla traição, pois se fosse apenas a carne pela carne, a podridão pela podridão, o apodrecimento pelo cimento da cova de pedra, a mulher dentro de si, rainha por fora e moralmente execrável por dentro, se o amor desaparecer? O objeto...libidinal. Como existir sem Pollione, acompanhada apenas de sua consciência que durará para sempre, sem o carinho e afeto, feto de sonho gravido de um agora indubitável pesadelo moral, imoral, amoral? Ao mesmo tempo Norma existe em duas realidades paralelas, no desejo do romano capturado, e na inconfessável reflexão dos próprios atos. Será mesmo que vale tudo por amor? Será mesmo que é possível sustentar uma mentira por muito tempo por amor? Será que amor ainda significa amor? Será que essa palavra ainda não foi desprovida de vida e sentido para que se possa sentir o quanto de desamor cabe no fundo do cenário desse palavrão? Será ainda possível amar, quando o membro do exército inimigo apodrece e cai, e sobra apenas o fêmur, a escapula, a rótula? Será possível transar com um fantasma? Como Norma conseguiria viver sem a existência do romano? Fingindo agora sem satisfação, um escombro de personagem destituído de alma, de força, de táctea paixão? Percebem onde quero chegar, com a demonstração obvia, que apesar de dita difícil e admirável a escolha feita pela Rainha ao declarar-se culpada, quando fala, a Rainha não mente, e assume a traição, a lesa pátria, o amor pelo inimigo, acaba sendo sua única escolha, por perceber que na ausência da compensação da carne junto ao espirito esquecido a cada transa, visto ela ser a sacerdotisa mor, numa conjunção carnal que apagava todo resto do mundo, sento apenas o resto do mundo, as suas pessoas, simulações de encontros, quando pautada pela mentira, ninguém poderia ser de verdade mais em sua vida? Não é invejável ter isso para si? Não é invejável poder sentir isso, o que ela sentia pelo romano? Não é o que todos procuram, essa heroína invencível, que a todos ludibria por causa de um único toque? Como será Norma agora que perdeu seus contornos, não tem mais traçado, seu desenho não tem como se manter, pois a linha que define onde se começa e se termina a si própria, seus intuitos, seus desejos, seus propósitos, seus afetos, seu destino, sua crença, sua prostituição, se perdeu a cada orgasmo atingido, tingido de fel, de sangue, de traição? Como viver sem fronteiras? Sem a proteção da própria pele? Como viver em carne viva para o resto da vida? Norma não tinha opção, e apesar de ser vista como portadora da verdade, mentiu duplamente, pois ainda morre coroando-se com o martírio daquela que nunca mente, pois como respondeu a todos, “A Rainha só fala a verdade”. Será verdade que ela disse que seria por amor? Ou o gosto da vingança, quando uma mulher trocada, atropelada pelo seu amor, sim, trocada por outra mais jovem, não veste a coragem imbuída nas próprias entranhas para dar a própria vida para se vingar? Para arrancar dos braços da outra o seu homem, e ao mesmo tempo, olhar para o homem que foi seu, e dizer, eu lhe deixei viva apenar para ela sentir pelo resto da vida a sua falta. Será mesmo Norma a consciente e respeitável, idônea mulher que se sacrificaria para salvar a vida da pequena coitada Adalgisa, como Pollione chegou a pensar, o cruel romano, que não desconfiaria de tamanho ódio, de tamanha força visceral e absoluta, o poder da vingança, que reduz a justiça a uma simplória aprendiz de cálculos decimais? De soma e subtração. Quando ela divide ao meio a sua inimiga, eviscerando-a, e ainda terminando a vida vestindo a coroa da retidão! Segurando nas mãos o cetro da moralidade máxima, quando tendo a oportunidade absoluta de mentir para salvar a vida, conferida pelos sacerdotes a roupagem, o disfarce desculpa da loucura e do delírio, da desrazão, diz não, eu não minto, se engrandecendo de justeza e virtude licenciosa, retocável pelas mãos de um mestre que nunca retoca? Como tocar em si mesma sem vingar-se, como portar o cetro da virgindade, sendo uma puta? Machista eu? Não, os druidas, que não sabiam como classificar o inclassificável, e serem obrigados a aprender que com o amor, e com a pele, não se brinca? Que não existe preconceito quando amamos por amar. Não existe inimigos, apenas todos os nossos amigos, que fingem serem castos divos, ou melhor, castros divos... O que diria a Rainha que não mente nunca, quando lhe perguntarem, o que prefere primeiro, o amor ou o perdão? E sendo o primeiro, o único, “second to none”, como conseguir conciliar na resposta os dois mundos, os dois buracos negros na constelação dos afetos, os dois sois num universo de mais de um milhão de dólares, de astros, de estrelas? Assim, Norma caminha vestida pelo heroísmo de sua vilania, ou coberta pela vilania de seu heroísmo, marchando para a decapitação, perdendo pela vida e sua sobre vida, sobre si mesma, sobre sua cabeça, a coroa que lhe obrigou a não mentir, pois mesmo quando mente, ela só fala a verdade. E nas entranhas e no fígado, agraciada por arrancar das mãos de seu romano pretensioso e garanhão, traidor, que lhe trocou pela juventude, “Will you still love me When I´m no longer, Young and Beautiful?” .... E ela sorrindo para a morte, a vencendo com sua impecabilidade invejável, sua postura, sua altivez, sua altura raspando a coroa nos calcanhares das estrelas, no cume do infinito, no brilho crescente da lua. Sorrindo como uma castra diva, ou castra sacerdotisas, castradora de servidões amigas, castradora de meteoros de Hórus e Osíris e Seth! Castradora dos sete feixes de cor no arco cuja vergadura impossível somente seria viável através das mãos da Castradora de Arcos e Íris. Norma salivando sua vingança, diante de todos, sendo por todos observada, depois de anos de coroa vazia, desprovida de vida e gozo, de amor e sexo, de orgasmo e ereções do tamanho do maior pênis do reino do outro lado, do lado de lá, do outro lado...do espelho, quando invertida a imagem, côncavo ou convexo, me resta apenas a verdade do tamanho do seu sexo, que me deflora, e me devora, diz Norma como se fosse a Aurora. Vem, que será um estouro, caro crudel romano, ainda consegue esperar? Morremos juntos, agora que não resta mais nada a dizer. Eu dei uma facada em seu fígado, apenas porque não aceitou minha velha juventude, e me trocou por outra? Eu morro fingindo ainda mais, que sou nobre, mas sei que não valho o que falho, o que visto, o que mato! Diz Norma descosturada pela insaciedade da vingança iminente. Ela vencia a morte, e ao mesmo tempo, condenava a morte, a viva amiga, a cara belíssima Adalgisa, sim, condenava a morte a agora defunta e morta viva, para o resto de seus insuportáveis e deploráveis dias. Norma, a heroína do lado esquerdo, e a vilã, a maior vilã de seu povo, do lado direito, ou seria ao contrário? A inimiga número um. Apenas sua coroa e seu cetro restariam para contar a história. “Morriamo insieme”... morreremos juntos, ela dizia, para seu amor, para seu ódio, para sua desvalia. Era maravilhoso a dubiedade, a falsidade verdadeira, e a verdade falsa, ou seria a verdadeira verdade inverídica, pois é impossível mentir, assim, com essa coisa na cabeça, esse símbolo de uma vida passada, uma morte, um sorriso, uma re-puta-ação, uma coroa enferrujada e um cetro envergado, o sudário e a aliança de sua regia estatura, aquela que morreu vencendo a morte, assassinando seu afiançado de Roma ao contrário, o amigo inimigo, o inimigo amigo, assassinando a si mesma diante de seus próprios olhos, morrendo para eternidade, quando para sempre estaria condenada a sobreviver pelo ódio, pela vingança, pela indecorosa, imortal rosa decapitada!
Assim, a Rainha, brincando com a verdade, transformou sua vida numa insuspeitável mentira. Guardava dentro de si um segredo, que depois de morta, todos sabiam. Era o peso, a grama a mais da alma, a prova de seu indestrutível amor, a mor, a morte, de sua eterna transparência, invejável existência, criminosa inocente, sim, a prova de coroas e velhos acidentes de percurso, como o ar que respira, sufocado, com a ar...te... que vive em seus poros, desmanchada, como a ar..téria de seu cetro, de seu falo, desobstruída, sim, a prova de sua vida, seu verdadeiro e último, vingativo orgasmo. E o romano morreu em primeiro lugar.
Arte Paliativa vs. Arte Eficaz
Parte 2
Visto a atual visibilidade e aproximação do leitor com alguns dos requisitos fundamentais para distinguirmos uma obra literária eficaz, de uma simplesmente paliativa, não depreciando o efeito placebo que decorre da leitura dessa obras, muitas notáveis e premiadas, as quais contém seus requisitos mínimos, para serem notáveis, como uma boa narrativa, elementos psicológicos atordoantes, personagens bem desenhados, cronologia e linearidade singular, revelação e surpresa, suspense literário, provocação do personagem, e bom vocabulário, e pura beleza estética. Não queria ainda entrar nos requisitos paliativos, pois ora vamos adentrar na impessoalidade pessoal, bem como na grafada e instigante autoria, mas posso começar por traçar um paralelo entre esses dois mundos que mesmo na aparência, não se completam, pelo contrário, se rechaçam, se repelem, se descontroem. A autoria que na obra paliativa não é um elemento de suma importância, seja ela grafada, firmada pelo autor em cada página ou em cada capítulo, como melhor cair, sequer instigante, ou melhor, uma autoria muito menos instigante do que a capa, salvo em casos de escritores consagrados onde o nome aparece primeiro que a capa, mas mesmo assim, quando entenderem o conceito de grafada e instigante autoria, verão, que somente as grandes obras são capazes de oferecer ao leitor uma autoria grafada, que seria nada mais nada menos do que a possibilidade de reconhecer o escritor por uma ou duas frases, ou seja, estilo, e ainda mais intrigante, pois um estilo morno e elementar, erudito porém sem groove, simples porém sem jinga, concatenado porém sem ritmo, um estilo reformado, ou reutilizado, uma copia, de uma copia, de uma copia, que acaba por se deformar em algo novo, mas cuja matriz, se formos na genealogia do estilo, iremos encontrar, o padrinho cujo vértice literário compôs esse estilo não instigante. Quando digo ser essencial uma autoria grafada, assinada, e instigante, é porque sem esses dois elementos não criamos o laço de confiança no leitor, para ser eventualmente o leitor-personagem, caso crie-se a empatia necessária para se compreender atos dos mais absurdos, expressões de fogo literário, de incêndio, de erupção, as polêmicas, consagradas ou não, resolvíveis ou não, traduzíveis ou não, o paroxismo da obra, o clímax, numa situação onde se desconstrua, através de uma polêmica recém criada, já no topo crescente, a estrutura social, num contraste entre vilania e heroísmo, onde o leitor-personagem, caso tenha tido através de uma grafada e instigante autoria sido puxado para o lado de lá, atravessando o espelho que separa os dois mundos, quando o mundo proposto passa a existir e reverberar em sua organização ou desorganização psíquica, onde as sementes serão plantadas a 7 km de profundidade, já muito provavelmente no início da obra para irem amadurecendo conforme a leitura se aprofunda nela mesma, e da semente um talo, e dai ramos, já sendo absolutamente perceptível ao leitor, que agora decide se fecha o livro e encerra a leitura, mesmo adorando-a, mas sofrendo uma aflição incontestável, por se identificar com a carapuça sugerida, e não aguentar mais o navegar entre o mar de fúria, por mais pacífico que possa estar a narrativa e a situação proposta, mas as bases fundeadas e os tabboos, as polêmicas consagradas ou não, que vão ressuscitando no leitor fantasmagorias ditas mortas, extintas, expurgadas, ou novas revelações nunca antes pensadas, ou se pensadas reprimidas, quando acusam o outro daquilo que provavelmente são, ou em latência, ou em dormência, e não aguentam uma obra eficaz, principalmente depois desse momento X onde se decide continuar na nave dos Argonautas, ou partir e fechar e enterrar o dispositivo nuclear na instante. Quando se percebem que as sementes já são ramos, e decidirá ter o leitor a coragem de deixar a árvore crescer e germinar outras sementes, e dar frutos, numa viagem, que às vezes, dependendo do nível de eficácia da obra, e do seu propósito, pode ser uma viagem sem volta, quando por exemplo, pedófilos em potenciais, que nunca perceberam ou fingiram com a sutileza perfeita da maquiagem dos anos e das frustrações inerente a sofrimentos tardios e contínuos, quando não tinham mais como negar, que eram de fato pedófilos, ou matricidas, e uma obra eficaz e nunca paliativa, vai justamente demonstrar esse nó, colocando o espelho-quadro de Dorian ainda no princípio da beleza, invertendo, mostrando a monstruosidade interior, e a cínica e irônica beleza externa, que nunca serviu deveras de guarda-sol para sombrear tamanho clímax do meio dia da vida, quando não consegue mais escapar de ser quem é, ou minimamente assumir para si mesmo, podendo eventualmente a terminar com a própria vida, sendo esse nível de eficácia que estamos aqui parlamentando, para deixar claro, que não somos mais crianças nessa redação, nem fora dela, e se chegamos ao ponto, a culminância da vida que trouxe você pelos paralelos e meridianos até aqui, é porque nenhuma coincidência foi proposta ou ocasionada, mas apenas a sua jornada de auto conhecimento que o permitiu se deparar com a revelação do truque, ou melhor, da receita para o preparo do feitiço, caso decida estar diante de um mago, e não de um ilusionista, mas atendo-se que ambos levarão seus olhos a verem a estrutura social, moral, psíquica, sexual, etecetera, a sua digo, bem como a que sustenta a dos outros, de-sa-pa-re-cer. Essas sementes são colocadas não apenas pelos autores das obras, mas pelos criadores dos criadores nos criadores das obras, e também tiveram eles que escolher se continuavam perseguindo o coelho, ou voltavam, quando depois do ponto sem retorno, ficará para sempre suas percepções presas numa espécie de limbo, olhando sua consciência a vida com olhos completamente suspeitos e letárgicos, “we can´t go on together, with suspicious mind”. Portando, terminativamente, resolvendo numa antecipação crematória os próximos anos inúteis de uma vida que ficou sem a resposta, Mr. Hyde, ou Dr. Jekyll, ou ambos? Como Dorian, na obra de Stevenson, Dr. Jekyll brinca tanto de ser o outro, o lado escuro, que acaba por se transformar na escuridão. Mas aqui já estamos abordando e antecipando o próximo tópico, sem contar que ainda não entrei no requisito de impessoalidade pessoal, porque estamos dando substância, construindo uma espécie de base para que possamos nos aprofundar nesse requisito, que faz com que seja sine qua non, para e eficácia da obra, e a resposta de porque tantas obras são paliativas, a grande maioria, que você lê, e já na semana o dia seguinte começa outra, sem mudar a cor de um batom, o comprimento de uma saia, o jeito de olhar os outros, o jeito de olhar seus pais, ou de pensar sobre seu possível aborto de uma maneira talvez menos católica, ou não, ou mais fanática ainda, caso tenha o tiro saído pela culatra, ou sequer alterou a maneira com que fala com seus empregados, ou pelo contrário, pula do 27º andar, pois não conseguiu sequer entender a obra numa extensão onde ela pudesse deixar de ser inteligível, para continuar-se camuflando, psicopata, matricida, pedófila dos trópicos, sequer entender a si mesma, como consegue passar uma vida sem manifestar algo que talvez foi lhe imposto por um desencontro, um trauma, uma parafilia mal resolvida, um absurdo intocado pela sua linguagem, um estupro, uma violação, uma interrupção, uma vertigem, um acidente, um afogamento, uma tentativa de homicídio, um sequestro, tortura, ou simplesmente irá ler a obra com a consciência de quem é, e se revelar-se um assassino, simplesmente não será nenhuma novidade, por você ter já cometido alguns homicídios, ter já pensado em matar os seus pais, e a obra te esclarece por exemplo, nesse nível de impessoalidade pessoal, e grafia e instigante autoria – acho que agora entendem porque o “instigante”, pois como um afrodisíaco deve o autor despertar em você a total abertura dos poros, dos chacras, do terceiro, quarto, quinto, sétimo olho – que na verdade você não queria cometer qualquer homicídio, mas sim um homicídio específico que por mais absurdo que pareça ser, não é qualificado, o filicídio, ou o uxoricídio, qualificado por poder ser ao mesmo tempo feminicídio . Você pode procurar tratamento, caso tenha tido alguma revelação inóspita e perigosa, ou também pode procurar um novo marido, caso a obra aclare sua situação tóxica em relação ao seu cônjuge, sem precisar chegar ao ponto de matá-lo, pois grandes obras isso provoca em nós, esse rebuliço, e ficam martelando como sinos de igrejas que não estão mais habitadas, porém apenas os sinos badalam. Estranho tudo isso não? Pois esse é o poder da arte. Dar a vida, mas também tirar a vida. Dar as máscaras para ocultar os disfarces, mas também, principalmente digo, desmascarar cada máscara que se carrega, quando se tira um, e encontra-se outra atrás, e assim, camada a camada, até a cirurgia ético-estética chegar ao occipital do encéfalo, e o esqueleto da face. “Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder, o que não dá mais pra ocultar, e eu não posso mais calar, já que o brilho desse olhar foi traidor, e entregou o que você tentou conter, e não quis desabafar.” Agora podemos, quando explicitado a grafia de instigante autoria, condição para o laço e para transição do leitor, para condição de leitor-personagem, uma certa empatia com o estilo e com o autor, que acaba por já atrelar indícios pessoais na obra, quando os fatos narrados imaginativos apenas, sem conexão com a realidade, com a infância principalmente, se tornam nuvens soltas sem peso nem carga, e quanto mais cavar o autor, em sua pessoalidade, mais disposto estiver em se expor, em se contaminar com os personagens, da mesma forma que os contamina, e de reformular sua intimidade mais íntima, eviscerando sua vida com uma transparência inacreditável, como estivesse refém de uma nudez no meio da Broadway, na virada de ano. Assim se dá a impessoalidade pessoal, pois impessoal por estar sempre o autor fora do personagem, mesmo quando dentro está, por estar o compondo, com a pena da imaginação, não deixando que as curvas do personagem em questão se tornem retas porque seus valores e princípios partem de outro arado, e apesar do autor não ir na mesma direção na sua vida, não pode nada a fazer, se tem esse respeito pelos seus personagens, que acabam por ganhar uma autonomia bilateral, onde o que cria, cria constrito a uma certa determinação, uma cadência lógica, que mesmo num caso disruptivo, quando a filha homofóbica vira um travesti, por exemplo, vamos encontrar dentro da obra já indícios dessa trilha que culminou no paroxismo dialético de uma heroína vilã, que se tornou herói ao se assumir, ao se transformar em quem é, apesar de ter passado a obra invejando e atazanando a vida da irmã, fazendo dela um inferno. Esses exemplos estão propositalmente desconexos das minhas obras, para podermos não criar aqui uma linha de sedução nem de explicação dos romances que escrevi e criei, pois se estou explicando alguma coisa, como de fato estou, é a estética-ética-moral de uma obra eficaz, que levada as circunstâncias de seu tempo, e sua realidade empírica, demove valores, reconstrói pontes antes perdidas, inicia-se revoluções, como as obras dos autores da Revolução Francesa, como o Príncipe de Maquiavel, como funcionavam em esquema catártico as tragédias para Grécia. Podemos ir assistir uma tragédia grega hoje, depois de termos lido a tragédia em si, pois não conseguimos as lágrimas e o expurgo que os gregos manifestavam em seus teatros, e também não chegamos a uma catarse, ou termos a sorte de termos um diretor como Peter Brook ou Bob Wilson por trás da batuta, e relocarmos qualquer coisa em nosso interior ao assistir um espetáculo, que ainda assim, apesar de esteticamente brilhante, duma plasticidade e autonomia de corpos conjuntos inseparáveis incrível, mas que ainda assim não pode ser tão eficaz, por fazer parte do main stream, e ali, por mais que se contenha a crítica, ela estará numa camada tão protegida, e disfarçada com tantas plumas, que o espectador não terá um abalo sísmico ao chegar em casa, perceber que o que ainda faz com aquela estranha, e se mudar de casa, ou se demitir, por ver que seu trabalho mais o anula, como uma mula mesmo, sem cabeça, do que o promove. Ter a ousadia recrudescida nas asas que nos foram cortadas, pelas engrenagens do sistema, que confere você o caminho aparentemente mais fácil, mas apenas para você tornar-se a pior versão da sua pessoa, a pior versão de você mesmo. Essas obras de arte eficazes, podem recuperar as asas cortadas, e o fazer voar novamente. Mas agora voltando para explicar finalmente porque é essencial o requisito da impessoalidade pessoal, e porque somente poucas obras são eficazes, porque a maioria dos autores não ultrapassam do critério de uma impessoalidade impessoal, o que não os compromete com as vísceras à própria obra, e tendo uma habilidade, um certo dom para escrita, escrevem livros para serem vendidos, e para lhes dar, obviamente, um prazer e sentido na vida, mas com objetivo de estar pagando as contas. Sou escritor, basicamente conhecido, vendo alguns milhares de livros, porque vou eu me meter em polêmica, consagrada ou não consagrada, ou filha da puta ou do puto, que significa criança em Portugal. Interrompo esse ponto, para distrair um pouco a tese que se encorpa ao ganhar certo tonos ao custo de estremecer novamente os alicerces, sociais, mas enfim, a minha gerente de banco me disse com a cara mais simples do mundo, mas solene, “eu vou buscar o meu puto!”, e eu, até deixar não de me constranger, mas julgar o nível de evolução consciente para se falar sobre algo que as pessoas não falam, ainda mais sóbrias, no trabalho, e com um cliente, até ela repetir que tinha que ir buscar o puto dela, e eu, extremamente desligado, demorei a perceber que se tratava do seu filho. Por isso digo, cuidado, criança num hemisfério, puto em outro. Mas reticências a parte, retornando a impessoalidade impessoal, princípio que norteia as obras paliativas, é justamente a conclusão que esses autores medianos chegam, quando já tem um certo nome e certa clientela, que não vão se arriscar para mexer em feridas ainda abertas, aparentemente, fingidamente fechadas, ou por incapacidade mesmo, pois não é para os fracos, ou por escolha consciente, o que no meu ver, não deixa de ser um arranhão no disco ético do artista, que deve primar sempre em aperfeiçoar o mundo mesmo que isso seja a custa de dor, pois não há uma bela tatuagem sem uma suportável dor, agora, não há um belo parto, sem uma dor insuportável, um parto natural digo, portando é essa dor que estou falando, a dor que dá a vida. Essa dor que é o complemento para atingirmos a impessoalidade pessoal, que seria justamente o comprometimento do autor em transformar as suas memórias mais as memórias de sua imaginação, mais as tormentas imagináveis e inimagináveis para criar uma obra como Wagner gostava de dizer, uma obra de arte total, Gesamtkunstwerk, e assim conseguir transcender as páginas e ecoar feito uma voz ativa dentro da cabeça do leitor. A impessoalidade dever ser pessoal, porque são dos traumas, das dores, das angústias, principalmente da infância, quando a personalidade está sendo formada, que somadas as vivências e experiências do agora, sublimando algumas tensões, sexuais por exemplo, ao converter o robusto praticável e delicioso pecado da carne em prolixa verborragia clássica, outro conceito que deve fazer parte da oceanografia do obra de arte eficaz, aquela cuja poder expressivo é de tal força que é capaz de agir constantemente nas emoções, atingindo e gerando pensamentos, que se comprometerão com atitudes práticas na vida cotidiana, que serve para ser aproveitada da melhor forma possível, e mesmo eu, apesar de ser um hedonista consumado e intransigível, convenço-me que estou cumprindo o meu propósito, até mesmo para merecer e obter da vida esse hedonismo, esse erotismo provocante, que toda boa Bacanalia sabe nos oferecer. Assim, quanto mais de mim eu doo, e mais do meu sangue está misturado com o sangue do personagem, mais uma figura híbrida por um lado, mas forte por outro, resoluta, segura de si, e pulsante em seus sentimentos, que vem com uma carga emocional de anos, por isso a obrigatoriedade da exposição, pois somente assim o autor será por completo instigante, e confiará o leitor a também provocar uma mudança, ou no mínimo se por em atitude de profunda reflexão, pois se esse autor, que nem conheço, está expondo sua intimidade e revelando seus segredos, os misturando com a história, para a enriquecer, não para assim torná-la mais verdadeira, não confundam com isso, pois ficção é ficção, e por mais auto biográfica que possa ser, será sempre um personagem além do autor, em intimidade pessoal com ele, que fará que com que a obra tome uma proporção mais avassaladora, e seja ao mesmo tempo, menos fria, mais calorosa. A auto biografia não é um requisito para a obra de arte eficaz, se bem que ela se aproxima do resultado, por haver fatos que ocorreram com o autor transformados em situações paralelas para o protagonista, antagonista, ou qualquer e todos os personagens, que podem ser criados a partir de uma faceta do autor, que contém milhares, digamos assim, um diamante lapidado no meio do sol, com suas facetas brilhando pedindo mais lágrimas para se emprestar para o coadjuvante, e nisso você se lembra de um dia onde você esperou todos os seus amigos aparecerem, quando não apareceu ninguém, nesse dia você lacrimejou, e ai, o que acontece, percebem, como cria uma camada mais profunda no exemplo, justamente porque estou emprestando uma faceta da minha realidade, que não deve deixar de ser assumida na obra, e emprestada aos personagens, mas poderia ainda ter dito, como me vem agora, no dia de trevas soturnas, onde a parede escondia a luz de um quadro, eu sentei na cadeira vaga, e esperei, sem perceber que todas as cadeiras estavam vagas; olhei para as batidas do relógio sem contá-las, apenas vendo-as, e descobrir ser meia noite. Ninguém viria mais além da madrugada tumular. Talvez uma rosa num sonho, e o toque de um abraço que me faltou nesse dia que nunca mais quis novamente nascer, o dia da sombra das memórias eternas. Notam, o poder do romance acontecendo bem diante dos vossos olhos, a mágica da pessoalidade, quando ao ter passado por uma situação análoga, consegui criar um tom poético a situação, que provavelmente sem a carga emocional que é acionada quando lembro desse fato, não teria sido possível. Por isso a pessoalidade nos ajuda inclusive numa ótica mais junguiana, sobre arquétipos e forças dos subconsciente coletivo, quando usamos os nossos pais por exemplo, e o que vivemos em forte emoção, e transpomos, digo, eu transponho a emoção forte que tive com meu pai, faço isso para perceberem o princípio da impessoalidade pessoal agindo no próprio texto, para perceberem a mudança notória, pois então, transponho a emoção de uma briga x, para uma cena na obra onde o pai de uma outra pessoa, pois impessoalidade pessoal não tem nada que ver com que se colocar definitivamente no romance, apesar de você geralmente assumir uma , algumas ou todas as facetas da figura de um, ou dois, ou três personagens, depende da eficácia da narrativa e do poder argumentativo e transfigurador do poeta, ou do escritor, portanto, essa emoção uma vez vivida na vida é emprestada para o pai de uma personagem, que é segregada da família, e esse pai tem muito poder, e a trata como uma prostituta, talvez porque a filha que não soube amar se transformou em uma dominatrix, fazia filmes pornográficos para acalmar seus boletos, e regia uma pequena produtora pornô em Berlim. Tudo isso é muito mais plausível, um, quando você tem uma segregação ou teve, com seu pai de alguma forma, dois, quando você tem um fetiche ou já participou do universo pornográfico de alguma forma, mesmo que seja estar convivendo com garotos de programa, três, quando você já foi pra Berlim criando assim um núcleo de intimidade com o cenário da obra, e quatro, quando já teve alguma experiência com esse nível de exposição; pego o exemplo do mestre Lars, Ninfomaníaca, onde a cena da Charlotte Gainsbourg com os dois negros teria sido impossível, caso ela fosse virgem, ou quase pelo menos, imagino, não só essa, mas o filme todo inviável, mas para se ater em literatura, pois essa é a ideia, apesar de ter dado o exemplo de um filme eficaz, ao contrário de filmes paliativos, outra discussão, mas parecida, mas retornando, com essas convergências de mídias, e essa inter-subjetividade e conectividade entre os diferentes formatos propostos, geralmente filmes que se baseiam em livros, pois até hoje desconheço um só livro que se baseou em um filme, e essa é uma informação que gostaria muito de saber, pois é mesmo uma inquisição interessante, porque grandes filmes com roteiros originais, não podem virar grandes obras de ficção, grandes romances, pelo princípio da originalidade, ou porque ninguém ainda não tentou fazer? Sempre tem um primeiro. Certamente. Mas voltando a conectividade das mídias, dos formatos, me pergunto se o impacto no Lavora Arcaica, do estupro teria sido tão impactante se a menina não fosse menina, não é verdade? Entendem agora porque fundamental a impessoalidade pessoal, a transmigração de almas de uma vida para um personagem x, o empréstimo de emoções conhecidas pelo autor, o emparelhamento dos locais vividos e descritos, as semelhanças entre pessoas que passaram pela vida, bem como de personagens que entraram para a história, a paixão que se sente vivo, sendo transposta através da pessoalidade para a carga emocional de um personagem. Todos esses requisitos juntos vai criando uma espécie de outra dimensão, que além de ser apenas mais uma camada onde a inter-subjetividade entre leitor personagem ocorrem, quando um passa a influenciar no outro, cria-se uma espécie de zona de conforto, onde o leitor poderá se sentir acalorado em suas angústias, e confortado em seus desconfortos, que tendem a irem aparecendo irrigando sua mente, conforme a obra vai avançando, e falo isso no geral, porque no geral, toda literatura eficaz, vai criando esse crescendo, que aos poucos dobra o leitor que se atreve a ser um leitor propriamente, e não um repetidor de paginação em branco, que serve para não deixar a vida tão somente branca, mas em sua essência, é de uma polidez conservadora que embranquece até o funeral, a arte paliativa, que tende a pasteurizar as cenas e os dramas, que não chegam a ser chamados de polêmicas, pois quando polemizam, o fazem de maneira a não incomodar ninguém, não muito pelo menos, deixando tudo plasticamente em ordem, o traficante, a puta, o cafetão, o cliente, o travesti, o adolescente, o pai do filho, a tia avó, e a priminha querida. Todos dançando mais ou menos os mesmos passos, com a letargia e descompasso inerente a cada um, mas a mesma melodia, como se não tivessem uma orquestra regendo ao vivo os acontecimentos, e sim um rádio a pilhas. As obras cumprem seu papel social, as paliativas, de deixar com que as pessoas leiam, e consigam ler, mas deixam a desejar pois vivem ou censuradas pelas editoras, quando aprofundam alguma cena que poderia ter sido considerada épica, ou no mínimo formidável, para tirarmos o epos do drama, e não misturar as tragédias, gregas e nacionais. O Rei da Vela, uma obra que movimentou com tamanha eficácia a sociedade em questão, de Oswald de Andrade, dirigida pelo recentemente morto incendiado pelo fogo de um ar condicionado, Zé Celso, que foi recebida pela polícia, e salve se não me engano atores presos, a peça lacrada, e proibida de ser encenada. Quando uma obra clássica de tamanha eficácia é adaptada para os subúrbios paulistanos, em plena ditadura militar, é quase um tiro certeiro, de que a eficácia retorna aos palcos, não fugindo da literatura, mas aproveitando esse exemplo de dramaturgia, para percebemos como todas as obras de arte se intercalam, podendo eu aqui ainda usar o exemplo das obras "degeneradas" dos surrealistas, cubistas, dadaístas de acordo com o senhor bigodinho, Adolf Hitler, que foi expulsando e prendendo os intelectuais que não passassem rigorosamente na prova de estar a serviço da pura eugenia, e de um classicismo antiquado que não mais servia, senão para propósitos megalomaníacos e imperiais do louco ditador. A quantidade de obras que foram salvas, que tinham sido mandadas para o fogo, graças a estética de um oficial de alta patente, graças ao seu refinamento, que desobedecendo as ordens de Hitler, guardou-nos muitos do que temos de Munch, de Picasso, de Braque, Delaunay, de Dali, de Tristan Tzara, de Miro, de muitos outros que a essas horas já dormem, mas se não me engano foi Himmler, quem tinha uma apuração estética fora do comum, e guardou o que pode de Egon Shiele, Pissaro, Modiglianni, Lucian Freud, e de tantos outros, como esculturas dadaístas, grupos como Cabaret Voltaire, e do Blau Reuter, Kandinsky, enfim, toda vanguarda artística das primeiras décadas do século XX, literatos, pintores, escultores, filósofos, intelectuais, e os outros que somente por serem judeus ou homossexuais tiveram suas vidas tolhidas. Talvez por isso uma obra que virou até filme, e infelizmente quando tive em Amsterdam pela última vez, não consegui visitar o museu, por motivos estapafúrdios, O Diário de Anne Frank, tenha sido uma comoção mundial; se trata de uma obra recheada pelo princípio da impessoalidade pessoal, mais uma prova de uma literatura que é permeada pela força da vida verdadeira, que emprestada as emoções do livro, se tornam torrentes torrenciais de lágrimas. Se pararmos para pensar, de alguma forma, todo escritor, pegue Dostoievsky por exemplo, no seu primeiro livro, o Jogador, levou os leitores a loucura, principalmente os viciados em jogos, uma literatura eficaz, como disse, de te livrar de um vício, ou de te adquirir um novo, ou piorando o que já tem, e tudo bem, não estamos na vida para nos livrarmos dos vícios, e sim para nos livrarmos de pessoas inoportunas, os vícios fazem parte dos dias, e serão controlados conforme o empenho de cada um diante de sua cruz, e partilhado entre amigos em bons momentos de relaxamento, apesar que a cruz de um vício não ser a cruz de Cristo, é, senão uma coroa, uma algema de espinhos. Mas voltando, o autor russo conta sobre sua paixão pelo jogo, de uma forma brilhante, denunciando essa fome que se instaura em nós, quando estamos diante de algo que não conseguimos resistir. Outro livro que tem toda relação com sua vida permeada por altos e baixos, cheia de dívidas, foi A Casa dos Mortos, que retrata o tempo que ficou servindo as galés na Sibéria. O livro foi um tremendo sucesso, e isso prova mais uma vez que as obras eficazes da literatura são permeadas e preenchidas pelas emoções dos seus autores, as emoções originais, não as pensadas, imaginadas, pois emoção não se pensa, não se imagina, se sente, para depois encontrar as palavras que mais se adequam para sua descrição. Como paixão, quem é que não consegue escrever um par de versos sobre paixão, pois quem nunca foi refém de Eros que fume a primeira pedra.
Enlouquecido pelo meu palhaço Arlequino, vi meu juízo se esvaziar
Era noite natalina, e a sobriedade louca me derrubava os olhos no mar
Assim eu sentindo o frescor de lábios para sempre em mim destintos
Fui me embriagando aos poucos, com o perfume das nuvens, gotejando tinto vinho
Através da impessoalidade pessoal se cria essa atmosfera acima descrita, que funciona como uma espécie de bioma onde leitor-personagem se entrelaçam, e se enfrentam nas suas mais próximas similitudes, bem como nas mais tangíveis aberrações, quando tratamos de sujeitos totalmente díspares, com pontos de vista diferentes, totalmente, como por exemplo, um pastor luterano de esquerda, e uma prostituta católica de direita. Só o fato da prostituta e o pastor representarem os opostos, e essa contradição de opostos, um princípio quase similar ao vilania e heroísmo paradoxais, que tocam no ponto dialético da oposição constituída, bem e mal; sacro, profano; bom, ruim; bondade, maldade; ternura, malícia; amor, ódio; felicidade, tristeza; fé, desleixo; rito, coloquialidade; solenidade, espontaneidade; perspicácia e ingenuidade; torpeza e pureza; esperteza, e inteligência; cronicidade, agudez; exuberância, ordinariedade; e por ai vai, mas na contradição de opostos, não há necessariamente um personagem transitando fora da esfera de circulação do outro personagem, como se tivesse que obrigatoriamente elevar a contradição ao máximo, e se contrapor como vilã, ou antagonista do herói em causa, não, acontece que os mesmos personagens podem serem traspassados pelo heroísmo, mas apenas serem contraditórios num nível equalizado para opinião, para o conceito pessoal, para os costumes, e não atinge esse horizonte onde o sol se porá obrigatoriamente do outro lado, e a escuridão reinará numa onça voraz que representa como um dia em Dante, essa luxúria, que agora poderia ser encarnada na figura da prostituta, que deixa de confessar e tomar a hóstia, para roubar com uma navalha os seus clientes, não tendo medo de se meter em encrenca maior, percebendo ai o leitor-personagem, que nesse momento provavelmente estará mais identificado com a figura do padre, novamente sem querer, mas puxando a continuação do Ninfomaníaca, que por mais que não seja uma obra literária, é uma obra prima, de extrema eficácia, e explicita bem nosso universo, quando o padre, submisso e ouvinte, de toda e cada aventura da personagem, assume o papel de vilão, ao pensar, “se ela transou com todos eles, porque não transaria comigo, é mais do que uma obrigação, ainda mais, estar aqui escutando ela todo esse tempo”, transferindo ai a batuta para a ninfomaníaca, que atira, quase que em legítima defesa, praticamente, no padre, o mandando pro “inferno”. Aqui temos até um primeiro momento a contradição de opostos reinantes, que perdura por quase todo o filme, para somente no final assumirem os personagens o conceito de vilania e heroísmo paradoxais, quando um núcleo do tipo criminoso é matar, e o outro, excludente de punibilidade, legitima defesa. Aí está concluída a obra, que manifesta o direito uxório da ninfomaníaca, e seu empoderamento, pois ela confiou nele, talvez, pela primeira vez na vida, encontrou uma pessoa que a ouvisse, e não lhe tratasse como prostituta, com paciência, calma, e consideração, para de repente, a agarrar, como se ela fosse um objeto, e tentar estuprá-la. Realmente, aí, o heroísmo do padre vai por água abaixo, e ele assume a vilania, cometendo o crime de tentativa de estupro, sequer de importunação sexual, pois com grave ameaça, foi até descuidado, deselegante e autoritário, deixando a rapariga constrangida. Está na lei, no nosso Código Penal, que sexo com menor de 14 é crime de estupro, independentemente se a vitima pratica atos libidinosos corriqueiramente, é do meio da prostituição, e está acostumado com isso, pois devido os inúmeros acontecimentos ao longo de mais de um século, pois até 2009 não era considerado crime de estupro estuprar prostituta, por exemplo, o que mostra a vilania de um sistema de normas, a desconsideração absoluta pela dignidade humana, ato cuja lei deveria se divergir na história contada, mas não sei bem qual legislação vigente, e não me recordo se estamos falando de Londres, ou algum outro país europeu, a própria Dinamarca por exemplo, onde infelizmente sempre há algo de "podre". Mas entendem, uma receptividade onde prostituta não pode ser estuprada, e uma supra lei teve que garantir esse direito para que ela, se fosse o caso aqui no Brasil, a prostituta, pudesse arguir legitima defesa, ou seria condenada pelo homicídio doloso do padre, o assumido vilão, mesmo que temporário, a temporariedade se esticou até o começo, quando se encontra, pois coloca em cheque toda sua boa intenção, o tornando talvez a partir desde momento, não apenas um preenchedor do requisito de contradição de opostos, mas sim de vilania e heroísmo paradoxais. Aqui interrompemos o raciocínio, e o suspendemos, e pensemos em um núcleo familiar, sendo outro requisito para eficácia da obra a dramaticidade do exagero, e pensemos na cena que ocorreu entre um padre e uma prostituta, adaptada para o que o ocorre entre um pai e suas filhas, um pai violento, alcóolatra, e desempregado, viciado em crack, e ainda por cima, soro positivo, um cidadão mediano, ou sinceramente, vulgarmente medíocre, com um raciocínio redondo, sempre no mesmo raio, e ligeiramente superficial, abissalmente digo. Está ele em casa, sua mulher no trabalho, e ele se encaminha para uma das filhas que estava brincando com o que podia e prendeu o dedo na porta, chorando e tirando o réptil de seu covil instaurado no sofá, cujo tecido rasgado dava um ar de cavernoso pântano, e as almofadas como pedregulhos da caverna. Esse pai, desafivela o cinto, e sem porque, por que a filha chorou? Deixa para trás seu cachimbo e sua garrafa de pinga, e começa, com os olhos mareados de lava, espancar a mais nova, o que leva a mais velha esboçar uma reação que também foi repelida com uma grande bofetada. Acontece que a cortina da sala estava aberta, e por morarem numa comunidade, palavra politicamente correta para favela, todos amontoados em cima de si mesmo, conseguiam viver em meio a essa promiscuidade desconcertante, e acabavam por cuidar e se intrometer na vida um do outro. O vizinho mais de baixo, dono da refinaria onde o pai sempre comprava sua pinga, pois tinha um crédito devido aos anos de proximidade, e por pagar quando podia, era freguês, como diziam, pois é, esse vizinho atravessando o frontispício do barraco, como se barraco não pudesse ter frontispício, detalhe reservado pelo próprio Diabo apenas para as mansões e palacetes, mas bem, diante do frontispício, não pode deixar de ouvir os choros, e se intrometer naturalmente pela janela, quando vê o bestial homem afivelando a carne vermelha de sua pequena, e a maior agarrada na perna do pai, chorando e pedindo “papai, por favor, por favor”, sendo rechaçada como uma cadela que no cio gruda em nossas pernas para se excitar. O vizinho logo toma dianteira, e abre a porta da casa entrando dentro de casa, e logo dizendo, “o que está fazendo, pare já com isso Jó”, e na inversão possível da trama, o pai vai até o quarto, e volta com um rifle na mão, meticulosamente, o desmonta para colocar os cartuchos, e o vizinho indo até uma das crianças, passou por cima desse medo existente em situações de perigo, ou por acreditar na força que o movia sem pensar, quando o mecânico vira automático, automaticamente, ou por prever que algo de ruim iria acontecer aquelas crianças, que não tinham nada a ver com a vida dele, porém, a partir desse criador que nos cria a todo instante, nos dando a coragem necessária para enfrentarmos os lobos e suas matilhas juntos, ele se arriscou para salvar, para acobertar, abraçar a pequena que ardia em calor de ferro. Jó não pensa duas vezes, no canto do olho as garrafas de destilados dos mais vagabundos que pairavam feito moscas na carne apodrecida de uma noite de pesadelos, talhada pela manhã como um florescimento salvador, e mirando no velho conhecido dispara um tiro bem na cabeça, que se espalha explodida pelo berçário, pelas paredes, pelo tapete de quinta, voando pedaços até a mesa, caindo em seu copo fiapos do que um dia foi uma estrutura, parte de uma estrutura psíquica, e o pai, ainda não se dando por satisfeito, já que as filhas não paravam de chorar, gritava “calem a boca, ou as faço comer esses miolos todos”. Pronto, em algumas linhas conseguimos, acredito, espero, “risos”, atingir todos esses conceitos que viemos explicando, começando pela dramaticidade do exagero, a impessoalidade pessoal, pois apesar de nunca ter atirado em ninguém, já atirei com um rifle, numa escola de tiros, e isso já empresta a cena uma propriedade que talvez não existiria, se numa arma nunca tivesse pego. Agora entendam, se adicionarmos a dramaticidade do exagero, junto a uma impessoalidade pessoal, podemos criar, polêmicas ou não polêmicas, consagradas ou não, traduzíveis pelo que nesse caso, quando a bestialidade assume o controle, por uns litros de pinga? Acho que não, irresolvível, e adicionando mais um requisito a cena, construída em cima de uma dramaticidade do exagero, mas da poética do sublime aberratio criminis, ao contrário dos requisitos presente nas obras paliativas, percebemos a carência, a ausência melhor dizendo, de quase todos, das elementos psicológicos pacíficos, e atordoantes, pós aqui se trata não de um tormento, de uma pavorosa e espantosa cena de horror, personagens não estão bem desenhados, apesar de haver certa, mas imprevisível cronologia e linearidade, pois a cena pode, com foi, ser interrompida por qualquer outro plano de explicação e continuidade teleológica, que busque a primazia de seu fim, quando talvez encontramos apenas um leve suspense literário, como certa provocação inexistente do antagonista, que não provocou, nem agrediu com as mãos, entrou para dentro de casa e se armou de um rifle. Temos bom vocabulário, mas o vocabulário transcende o próprio vocábulo, se imiscuindo, se misturando numa teia de significados onde certa poiesis do macabro acaba revolvendo a cena que sequer cria distinção ou propõem uma dialética do vilão-herói, que aqui chapadamente assume o pai em todo instante a vilania, sujeitando uma contradição de opostos que se anuncia quando o vizinho entra em cena, se desconsiderarmos a oposição entre cuidado e descuido, que premia na cena, esse desleixo do pai pelas filhas, que não tinham culpa de estarem famintas, e uma delas se machucado com o dedo na porta. A fome é um elemento que não foi acrescentado, mas tacitamente, está presente em toda cena, quando um pai alcóolatra desempregado domina os escombros do sofá, é certo que a pobreza e a instabilidade do ambiente, bem como dos personagens está a priori instaurada, fazendo de uma cena que aparentemente se trata de um bêbado no sofá, uma critica social, do tamanho de um Polifemo, que fazia questão de comer vivo os marinheiros de Ulisses. No caso, comeria suas próprias filhas, pois partimos do principio que a cena já começou num ápice, num estado de nevralgia máximo, amparada por uma narrativa que apenas fornecia os dados para se sustentar imageticamente, ou inconscientemente através da experiência do sublime que se dá quando lendo imaginamos, e imaginando sentimos, o que as vezes imaginamos apenas com os fiapos, com a crina do equino, suficiente para sentir o galopar do cavalo inteiro, abrangendo o corpo e carregando a cena para um outro patamar. Já começa num auge, pois não sabemos, nós, os leitores não personagem, pois não há-se tempo para identificação com um dos quatro, a não ser no momento em que as crianças choram e apanham, quadro que facilmente pode nos remeter a infância, dependendo do rigor da educação que não precisa ser nem muito rigorosa para já termos em nós as empáticas sementes de ocitocina, para nos identificarmos comas crianças e imaginamos até os nossos pais, ou o nosso pai, fazendo isso conosco, de uma maneira brutal, é isso o que uma boa obra literária, bem como uma boa obra cinematográfica, um quadro além de suas molduras, e uma impecável escultura faz com você, o coloca em outra cena, a não ser que você tenha treino e instrução o suficiente para manter as defesas suspensas e não se deixar se envolver com os numerosos apelos, que vem através de certa musicalidade, que é operada em todo e qualquer bom livro, onde percebemos a jinga das palavras, intercalando silabas tônicas, com efusões atonais, é rimas atropeladas pelo próprio destino, descobertas pela possível incoerência de uma invisível estrofe, que estando lá, foi pensada para não estar, justamente para estar, mas em outra condição, de desaparecimento, de diluição da rima, que acontece sem querer, propositalmente, com uma palavra fora da normal lucidez do texto, que contém essa musicalidade, que quanto mais próxima da limiar que separa as batidas e as rimas, clássicas, da branquidão alva do texto, bem como dos supostos aparentes versos, invisíveis, vistos como se fossem um relâmpago dentro de casa, que não tinha como estar lá mas aconteceu, como por exemplo, “na entrada na casa alcova de uma fronteira estreita, a cova de seu futuro o esperava já transgredida pela pólvora que pedia para ser aroma.”. Percebem? Que os versos se compõem, separados por uma vírgula, que delimita o espaço do início e do fim, quando alcova e cova, por ser aqui ainda a alcova casa a verdadeira cova do desavisado, se juntam aparentemente numa dança erótica, mas quando a pólvora pede para ser aroma, é o mesmo que dizer, deu um tiro pra cima, ou algo semelhante, na cabeça, mas quando ela pede para ser aroma a dramaticidade da poética se instaura, não somente do exagero, e assim, a imagem fica muito mais fácil de ser apreendida pelo córtex frontal, quando se deixa espaços não preenchidos pela matéria se tratar de fumaça, uma fumaça doce que se vicia, escorrendo pelo espaço e deixando para que o leitor preencha de sentimentos, ou de experiências próprias a liquidez, na “liquescência” do lugar, cuja obscuridade nos detalhes técnicos e óbvios é proposital para se criar através da dramaticidade do exagero, a dramaticidade da poiesis, que vem acompanhada de musicalidade, uma musicalidade, um certo ritmo que acompanha toda obra eficaz, instaurado pelas palavras e sua espantosa sonoridade, que desafia o martelo, não do juiz, digo isso para não perder a piada, mas o martelo do complexo auditivo, que faz com que seja possível as vibrações moverem os capilares minúsculos, as cordas auditivas se posso assim dizer, para que se transforme em impulsos elétricos o que será sentido pelo cérebro como sonoplastia estética da obra performática incidental; o que seria isso? A proposital escolha espontânea, pois para obrar ser eficaz, e quanto mais eficaz maior é a coroação desse requisito, da simetria consecutiva entre a morfologia do texto, que acaba por ganhar uma unidade compacta e única, difícil de ser destruída, ou sublinhada, por não haver supérfluo, sequer elemento ou franja, para que tenha que se ou aparar, ou deixar de notar, tornando dificílimo o trabalho de um escritor de resenhas, pois não encontrará algo que permita ser descartado, sem comprometer o todo do conjunto. Essa sonoplastia intencional, vem de um elemento que consta dentro do âmago, na alma do autor, a música, evidentemente. Sem música não há movimentos. Sem música não há vida. O próprio bater cardíaco no silêncio de uma solitária em Guantánamo, porta musicalidade ao ambiente, desolador. Os tambores africanos, hoje coroados nas batidas de uma primeira camada no techno, nos remontam aos dias ancestrais, onde podíamos dançar com toda naturalidade e ancestralidade possível dentro de uma vida humana ainda desprovida de vaidade e livre da estética do belo, que conforme evolui-se para as pistas, se perdeu algo dessa espontaneidade animal, instintiva, bruta, que faz com que não nos sintamos observados, e sequer observemos, mas somente sentimos as marteladas, a filosofia musicada por um martelo, que junto a todas as partes, torna o conjunto um espetáculo audível por qualquer ser que pulse, desde uma borboleta a um felino faminto, um siamês, xifópagos que vivem juntos sem saber, demovidos pelo mesmo som ambiente de crateras, pelo mesmo angustiante e aborrecedor choro de duas crianças, bem como o estouro de uma arma feita para se caçar elefantes, ocasiona em nossa estrutura psíquica emocional, quase como se aumentassem apenas a estática de um excelente amplificador. A musicalidade é de fundamental importância para que se instaure e estabeleça uma continuidade, uma fluidez, uma ininterruptibilidade que será sentida apenas quando a tragicidade atinge o clímax, ou quando intencionalmente se altera de ritmo para cravejar outro motivo dentro da narrativa. Porém, essa musicalidade criada, é essencial para as obras eficazes para que se afirme com maior propriedade o convencimento apelativo natural, para que assim se resolvam ou apontem possibilidades e raciocínios que afirmem e desconstituam as polêmicas consagradas, as dessacralizando ao ponto de indicar-se uma direção, que naturalmente vai ser perseguida e com a ajuda das expressões de fogo literário, se atinge a renovação peculiar da ética, para que logo após ter-se através das discussões de assuntos doutrinários e não pacificados, se atinja a desconstrução crescente da estrutura social para a propositura da super ética, dando uma coesão inexpugnável para o conjunto, que não será erodido sequer pelos milênios que atravessam suas letras, seus sentidos e insinuações, seus pilares fontes de costumes, princípios, e direito, fonte da justiça, onde a virtude bebe da fons a água necessária para que ela se mantenha sempre reta, equânime e justa.
Desta forma, podemos vitalizar o requisito da musicalidade, que aqui, diferente do cinema, que possui a materialidade musical, a sonoplastia, os efeitos sonoros, dados e acabados, a famosa trilha que acompanha a narrativa até seu último suspiro, desde que som e imagem puderam ser apresentados como se fossem uma coisa só; mas na literatura, a musicalidade que se fala e a qual me refiro, e do ritmo ancestral, que vai sendo formada com o ritmo das palavras em cadeia, aparentemente e literalmente soltas no melhor posicionamento possível, que vá criando o bum, bum, bum, de qualquer dança ancestral, e que vai, junto com as outras camadas, conforme a especialização e destreza do autor, capaz de atingir músicas absurdas com somente a linearidade das palavras, do prosseguimento de uma sonoridade expressiva que vai interferindo na cenas descritas, na propositura da ação, e age também como um personagem, ou melhor, como um fundo, um leito, para que se deitem os sentidos convencidos e criados a partir das conjunções de expressões didáticas e claustro de significados que claustrofóbicos, transbordam, arrebentam, para fora do texto junto a essa musicalidade revestida de mistério é retumbância, tensionando sempre minimamente as cenas, que explodem as vezem com uma única palavra, ou como uma única frase, como no exemplo a seguir cujo livro mantenho em segredo para não tirar do leitor uma das grandes satisfações e surpresa literárias do século, sendo modesto e apreensivo ao mesmo tempo, “Eu estou grávida!”, como se da orquestra fosse o bater do tambor, o bumbo gigante, o prato que se bate uma única vez, para encerrar a cena, e dar prosseguimento a obra. A musicalidade quando muito acima da limiar citada que separa o brilhantismo da cafonagem, ou da apelação, para ser mais exato e usar um termo mais no tonos da tese, se exauri por tirar o extrato semântico das frases, que ficam reféns de uma poesia explícita, numa prosa agora poética, que não tinha a intenção original de poetizar-se a esse nível, justamente para a palavra não ficar em emergência, emergida digo, do horizonte, em prol do que está sendo discutido, mas ai, podemos dizer, que dependendo do que está sendo discutido, ou do que está sendo contemplado, pode-se ajustar esse nível, de acordo com a profundidade daquilo que se diz, cujas camadas as vezes são imperceptíveis até para o autor desatento ou embriagado, que resolve ler uma passagem, um trecho de sua obra para os amigos, pois de tão bem feita as filigranas dos significados, não apenas envoltos pela primeira armadilha, a dubiedade, mais revestidos desde a impossibilidade até o paradoxo oculto, aquele que confirma o paradoxo iluminado, como “o iluminado de escuridão apaga a luz enquanto acende as trevas”, dando a ideia de um ser iluminado, mas pelas próprias ações, pelas próprias mãos, quando a luz apaga as trevas, ou em outras palavras, apaga a si próprio, pois ele é, apesar de toda luz, um iluminado de escuridão, que deve ser acendido, e não apagado. Percebem, temos algumas classes, no mínimo conto duas, mas antevejo uma terceira, de camadas de paradoxos, que não se sobrepõem nem sequer em camadas, as vezes se misturando como o vapor de água numa sauna quente, onde os corpos ferventes estão todos transpirando de iluminação da carne, como se apenas o espírito pudesse se iluminar. Aqui vamos para o ponto onde as palavras, já ritmadas criam no leitor uma facilidade e um hipnotismo, que para leitores não iniciados não chega a ser perceptível, que devido a singularidade do estilo, a continuidade, e a inflexibilidade, trabalham em coa-autoria para o convencimento apelativo natural, outro requisito para a eficácia da obra, ou para constituição de uma obra eficaz, não querendo aqui coadunar numa única expressão ideias diferentes, quando a eficácia de uma obra pode ser levada em observação em tangência a sua capacidade expressiva, quanto a sua capacidade de convencimento, quanto a sua excelência linguística, sua inovação linguística, como nosso mestre, do neologismo e da musicalidade, Guimarães Rosa, que descrevendo as veredas do sertão, atingiu esse ponto máximo da curva, da limiar que retira da musicalidade seu papel coadjuvante, para deixar ainda com que o sentido se sobreponha com a conectividade, a conecção natural das palavras, entre si, e não seja super abduzido pela música das letras, a música que faz os poetas chorarem, e os ditadores se suicidarem com uma bala na cabeça. Antes fosse fácil assim matar a insensibilidade, por isso Ditadores não tendem a ler, com algumas exceções, obras de eficácia, pois seus próprios fantasmas estão lá expostos numa dança macabra, que fará com que o casal ditador e ditadura, terminem no fim próximo da loucura. Aqui posso introduzir Mein Kampf, escrito por Hitler jovem, enquanto cumpria pena na prisão, e teve em seu isolamento o retiro que sempre buscou para externalizar suas ideias ante semitas, de uma eugenia perigosa, e da superioridade da raça ariana. Agora aproveito para destacar que o que pode se colocar em superioridade aos requisitos, o algo que se sobrepõem a qualquer requisito, obviamente não os descartando, mas sendo apenas a maior relevância para a eficácia da obra, é a popularidade do autor, que se figura como uma celebridade entre seu povo, automaticamente, torna, ainda mais , se bem constituída a tese e bem apresentadas as ideias que o autor propõem, seu livro num best seller eficaz, pois não esqueçamos que grande parte dos best sellers são paliativos, porém elaborados o suficientemente bem para alcançar o paladar do mediano, e o satisfazer. Quanto maior a relevância da popularidade do autor, mais perigoso ele se torna, automaticamente, como Adolf Hitler, que conseguiu reunir uma massa de ante semitas que peregrinavam atrás dele como moscas na sopa. Um autor de alcance internacional, automaticamente vai vender seu livro, que pode ou não ser uma obra eficaz. Mein Kampf infelizmente era, e é uma obra cuja eficácia estremeceu uma geração, e até hoje estremece. Mas retornando a música das esferas, que foi sugerido no início, quando o raio de expressão dessa engrenagem da sedução cósmica e de disponibilidade apocalíptica, que controla o dispersar das folhas de outono, que não caem sem a sua aquiescência, e que dilatam as percepções, e treinam os destinados, pré ou pós, pós podemos ter um pósdestinado, que através da mudança do carma, ou do fluxo do seu rio natural, conseguiu incrivelmente se tornar um pós destinado, que confere o mesmo papel aos predestinados que construíram seus futuros com o determinismo fatal do acaso junto a coragem intrínseca de se acreditar que se está deveras escolhendo, e abrir aquela porta cujo enfrentamento é não apenas um mal necessário, ou desnecessário, como deveria ser parte da definição de todo mal, entrando não em uma discussão moral, mas ainda acima do bem e do mal, identificar o pernicioso, o non vedere, o piolho que estará camuflado em seus iluminados trançados descaminhos sedosos, percebem, como o uso, interrompendo um pouco, de uma expressão de fogo literário, eleva o nível de uma simples situação que poderia ser bem dita, ou mal dita através de uma única frase pobre, não orquestrando preconceitos na literatura, mas pobreza de frase e simplicidade da frase são coisas completamente diferentes, quando numa há a escassez de elementos e de objetos direitos o indiretos, ou até mesmo um predicado imprevisível, como, de manhã acordei e fui... tomar banho. Uma frase pobre, diferente de uma frase simples, como, “me levantei rapidamente e fui logo pro banho.”. Percebem, uma contem um advérbio de modo, rapidamente, existe o pronome me, que apesar de estar colocado em posição não justa pela norma, está escusado pela coloquialidade do termo, há uma certa agilidade implícita na frase, como se pudéssemos, através de toda simplicidade possível sentir a velocidade do drama. Em ambas percebemos algo, numa um silêncio, noutra já certa magia da musicalidade lexical. Mas voltando a irradiação absoluta do que pode ser dito, pois mais que bendito, é o axis mundi de um sistema tão complexo que é ainda impossível de ser definido por palavras, por ainda não terem sido inventadas palavras para compreender todas as ideias propostas e sugeridas por esse elencar de devaneios e delírios concretos e assertivos, e antagonismos de nuvens virgens, desprovidas de significados, por estaticamente não mudarem suas formas no celeste, e volúveis feito uma dona que mobile não se firma ao lado de sua esposa. Esse sistema aos poucos vai sendo traduzido em linguagem, a emersão dos 7 km submarinos, diante de um arco íris cujas 7 cores estavam em saturação, essa é a vibração do toque dos dedos do nosso irreversível futuro, onde responsabilidades evasivas hoje serão recompensadas, e figuras marginais no sistema dos colóquios da maldade, invejosos comentários de cicuta envenenada, serão elevadas a postos significativos, e reconhecidas como humanos humanistas e verdadeiros, desmarginalizando-se uma onda de pessoas que por séculos sofrem ou por terem sido diferentes, como toda diferença é característica inerente a igualdade dos homens, ou por nascerem ainda em lugares errados, onde leis não são culminadas de legalidade, partindo-se do princípio que é justamente esse principio que eiva uma lei de justiça, a legalidade abstrata e genérica, a lato senso, que protege os pilares do mundo, bem como impede que o consciente, calculado, ganancioso, insaciável, maldosa bocarra se arraste adiante, devorando o que poderia ser as nossas sobras, caso o Eixo, mais no caso a Alemanha, tivesse ganho a segunda guerra mundial.
Arte Paliativa vs. Arte Eficaz
Parte 1
Incidimos nosso olhar sobre uma paisagem e sobre ela pousamos os olhos como se fosse feita para isso, para que pudéssemos apreciar toda beleza que nela contém, variantes tons de verde, um resquício de céu granulado em vermelhidão, algumas vacas pastando sobre o monte, e até mesmo quase o movimento do vento posso apreender, quando descansando a vista divago sobre a vida, e sobre os momentos que já tive quando um dia morei no campo, quando criança, me lembrando de um avô que costumava regar as plantas, molhar os jardins, todos os dias logo após a força do sol esmorecer, umas cinco da tarde. Por outro lado, estou diante de uma cena, nada bucólica, onde meus olhos pairam sobre uma mãe com um bebê chorando no colo, e atrás um carro de cabeça pra baixo no acostamento, gotas de chuva deixam tudo mais úmido e dramático, e dentro do carro, no banco, uma criança presa ao cinto de segurança, e a mãe gritando, “ajude-me por favor, ajude-me, meu filho, meu filho”. O que faço, imediatamente entro na cena, e com a força bruta de um homem, quebro a fivela que estava prendendo o cinto, e retiro o menino em segurança do carro. O que fiz? Tudo, posso inclusive ter salvo a vida da criança. A diferenciação do conceito de arte paliativa para arte eficaz é justamente a contraposição que encontramos diante dessas duas cenas, onde numa participo apenas com os movimentos internos, quase como uma desculpa para relaxar os olhos e apreciar a paisagem, e na outra sou obrigado a me mexer, a entrar no quadro, e movimentar minhas forças para retirar o menino do carro, que apesar de não precisar contar para vocês, explodiu dois minutos depois. Sim, exatamente isso, enquanto a maioria das obras de arte o impele a descansar os olhos na beleza, ou até mesmo na monstruosidade de suas cenas, de sua história, de sua narrativa que começa sempre num contexto que vai se acumulando de sentido, até ser recolhida a linha atirada, e normalmente, numa boa obra, teremos os pontos elencados elucidados, que fazem com que nos contentemos com mais uma boa leitura, que nos leva a algumas boas reflexões, contém algumas boas frases de efeito, mas não atinge os ossos, não penetra na epiderme da mente, feito uma agulha de medicação intra muscular, que ultrapassa as primeiras camadas de uma mortalha humana insensibilizada por questões de amadurecimento viril ou precoce, quando no amadurecimento viril a constelação de sentimentos orbita ao redor de estrelas que já naturalmente ganharam tonos ao longo dos anos de evolução intelectual, e precoce, quando a constelação de sentimentos se vê capturada por uma nebulosa, no momento onde as moléculas de hélio e hidrogênio estão a contrair-se, orbitando portanto ao redor de uma estrela super nova, novíssima, e não de uma supernova, quando há uma explosão luminosa poderosa na estrela em seus últimos estágios evolutivos. Porque começamos a falar de estrelas, pois acho que podemos fazer uma comparação, quando a arte paliativa, é toda estrela que pendurada no céu, nos empresta sua luz que viaja no espaço por milhões de anos luz, podendo ser a luz de uma estrela morta inclusive, se pensarmos mais mórbido estreladamente, e basta olharmos ao céu e vemos milhares delas, como livros expostos em prateleiras num cebo ou numa livraria, literatura para ser apreciada com olhos mornos. Já a arte eficaz é como o sol, quando um livro está tão quente e próximo de você, que durante a leitura, criam uma relação de dependência, você do livro, que passa a ser o combustível da sua fotossíntese, pronto para se tornar crucial na sua vida, ao ponto de mudá-la, praticamente no dia a dia, ou acrescentando ou deixando para trás algum hábito, ou te engajando em algum tipo de atividade social, ou lhe obrigando a retomar um velho vício, ou propondo que o pare, com uma investidura autoritária cuja dificuldade de dizer não fica confinada em sua mente aprovando a todo instante essa mudança efetiva, que certamente, de acordo com seus cálculos positivos, lhe fará enorme bem, como parar de fumar por exemplo, ou de se drogar, ou de comer açúcar, ou de irritar o vizinho com música alta. Se formos buscar uma definição para arte paliativa na literatura, diria se tratar de toda obra cujo efeito da leitura é apreciado passivamente por quase todo complexo sistema de sentidos, acrescentando informações que desligam e ligam memórias, bem como criam fantasias, e o impele a sonhar com a narrativa, experimentando em você as experiências que mais lhe aproxime do personagem ou de vários, que tem uma conjuntura de valores parecidos com os seus. Agora, se formos pensar numa definição para arte eficaz, é aquela cuja proposta literária ultrapassa os confins da literatura em si, e lhe toca no submerso inconsciente, ao ponto de trazer para consciência uma necessidade normalmente ligada a um dever ou direito moral, que suprimido tem causado uma ferida aberta constantemente em sua psique, ao ponto de você ser obrigado a agir praticamente com propriedade no mundo, escolhendo um ponto de partida, para não apenas curar essa ferida, bem como satisfazer seu mais profundo ou até mesmo relativo propósito, para que algo relegado volte a ter sentido prático e relevante na especificidade dos dias. O que percebemos aqui, que poderíamos facilmente resumir numa palavra, passiva, ativa, toda essa conceitualização, que nos impinge a penetrar um pouco mais adentro em nosso arcabouço mental, para identificarmos o porque a maioria das obras se tratam como estrelas frias, e o que nelas as determina a insuperável distância, que jamais fará com que o combustível das palavras incandescentes nos faça arder ao ponto de sentirmos o calor do sol aquecendo nossa pele. Porque o céu tem apenas um sol, e milhares de estrelas, notando-se a aparente impossibilidade da comparação, pois sol e milhares de estrelas são praticamente a mesma coisa, diferenciados apenas por uma questão de distância, quase como dizer, a cada milhares de obras paliativas, encontramos uma eficaz. Quais são os requisitos obrigatórios para relegarmos uma a bilhões de anos luz e outras ao centro da mesma galáxia? O que torna tão rara uma obra eficaz, e porque seu valor transborda o céu e nos esquenta, tornando quase insuportável aturá-la ao meio dia, e quase impossível, para não dizer impossível caso queiramos permanecer menos cegos ou tão cegos e não mais do que antes, ao olhar fixamente para seu ponto luminoso da onde irradia toda a luz? Outra questão interessante, é se é possível existir a coexistência equilibrada de dois sóis, na mesma galáxia, como se fosse um sistema solar binário, duas obras eficazes no mesmo instante, ou dividindo momentos intercalados de leitura, o que obrigaria o leitor se comprometer ativamente com mais de uma estrela.
Bem, primeiramente, gostaria de esclarecer um pouco a frase que diz o seguinte, de que a cada milhares de obra paliativas, encontramos uma eficaz. Vamos começar por elencar os principais requisitos para uma obra eficaz, como raridade intrínseca do impasse, impessoalidade pessoal, grafada e instigante autoria, dramaticidade do exagero, convencimento apelativo natural, ritmo musical, polêmicas consagradas intraduzíveis e irresolvíveis, ou resolvíveis, polêmicas recém criadas, desconstrução crescente da estrutura social, vilania e heroísmo paradoxais, expressões de fogo literário, como “abortar uma maldita estrela de coca” , assuntos complexos e não pacificados, esclarecimentos doutrinários, e compromisso estético com a beleza fugaz e eterna, bem como renovação peculiar da ética, junto a propositura de uma super ética. Vejamos, não são obrigatórios constarem todos os requisitos, e esses são alguns dos mais constantes, podendo eu ter me distraído diante de alguns outros, o que pretendo remendar com a continuidade do processo, mas além de ser dispensável a totalidade elencada, o grau de compromisso de cada característica se torna variável de obra pra obra, bem como o nível de comprometimento da obra com o mundo irá sempre depender da extremada clareza com que o interlace desses motivos se tornam aparentemente ocultos e ao mesmo tempo evidenciados, traduzindo esse movimento de respiração expande, contrai, e entranhados na obra, que parece ser mais que fluída, pintada, musicada, contada acompanhada de constante melodia, escrita em sutil ou exagerada provocação, podendo ser a sutileza muito mais grave do que o exagero, que se torna as vezes tragicômico, ou até mesmo ridículo, em cenas onde o esvaziamento de conteúdo e o preenchimento do cenário com elementos podemos assim dizer, pitorescos, fellinianos, circenses, mórbidos, horripilantes, perversos e extremamente peculiares, justamente para folgar o leitor de um antecedente capítulo ou parágrafo onde a discrição do objeto libidinal, ou até mesmo do objeto abjeto, é constrita por um raciocínio complexo e extremamente filosófico, arriscando um psicologismo que não aprofunda mais a agulha na carne, mas oferece níveis de baixa luz, no caso de estarmos a 6, 7 mil metros de profundidade, quando sempre traçando a impressão de estar atingido a maior profundidade oceânica conhecida, para se recuar e elevar-se afastando do fundo levemente, fazendo esse ondular, esse constante ondular, que como um pêndulo hipnotizado, vai enfeitiçando o leitor, e intrometendo ideias e pensamentos, e conclusões bem como elaboradas hipóteses no core de sua estrutura psíquica, novas sementes que serão adubadas com o aparecimento do específico leitmotiv, que constantemente reaparece com cautela necessária para não se tornar uma tatuagem mental, para engrandecer essas sementes, regando-as, as ideias, com os absurdos e praticidades necessárias a inerência de uma boa horticultura, só que feita a quase sete quilômetros de profundidade. Além do esvaziamento do conteúdo, bem como de seu preenchimento do cenário com objetos superficiais, em sua forma, formais em sua apresentação estereotipada, traduz-se o que seria dito em palavras através do contexto formado pelo equilíbrio desconcertante dos objetos em cena, que juntos opõem-se em gravidade, que pulsa para fora das páginas a cena de uma transgressora absurda pintura apocalíptica, deixando não somente o leitor descansar de seu pregresso conteúdo mais técnico, ao mesmo tempo que o absorve e o digere através do entretenimento barato, holístico, ontológico, vulgar, e aparentemente superficial, conectando entre si os laços que vistos como uma fotografia, caso o leitor consiga capturar essa imagem que lhe está sendo proposta, com um flash do olhar, e revelar ao mesmo tempo na química escura do laboratório a imagem que aos poucos vai formando o rosto de um monstro profundo escondido dentro de nós, como aquela cena do Jaws, onde uma foto vai sendo analisada e conforme os detalhes vão aparecendo o chefe de polícia é convencido que o que inicialmente se tratava de bolhas submarinas, poderia ser um olho, e a aparente estaticidade plástica do fundo, uma escama de peixe, figurando o todo como uma parte de um tubarão. As vezes encontramos apenas a inversão de um palhaço, como se fosse uma espécie de anticristo do circo, o encontramos afogado em si mesmo, respirando debaixo d´água, o símbolo que satiriza toda a seriedade de uma vida apoiada numa brevidade as vezes intolerável, e muitas vezes impensável, quando encontramos dentro desse abismo, como aquele outro filme The Abyss, quando um elemento exógeno a toda cultura conhecível, a nossa estrutura cultural, quase como vamos passar uma semana em visita a uma tribo Maori, e nos sentamos diante de aparentes divindades, que se deslocam no mundo em uma outra dimensão, e por ora, em algum sonho ou pesadelo, ou através de algum ritual, aquela elevação emerge das profundezas, mostrando que todas as nossas defesas não passam de minúsculos brinquedos de artilharia infantil, de barquinhos de papel, de criança, diante da complexidade e tamanho da estrutura que está por trás, ou nesse caso, por baixo de nós, nos suspendendo até a superfície, onde poderemos ter uma noção de nossa insignificância, bem como de qualquer subjetividade em comparação ao estrutural organismo que pulsa dentro e fora, ao redor, atingindo proporções homéricas, apenas porque se estivéssemos diante do tal iceberg, avistando o topo acima d´água, deixaríamos de perceber todo congelado sistema predatório submerso, que dirigido pelo acaso, nos afunda novamente, para profundidades onde não conseguimos respirar, se não formos meticulosamente e arduamente treinados para suportar a profunda e impactante pressão. Essa suspensão feita não de acordo com nossa capacidade de descompressão, e sim na velocidade da complexa estrutura intrincada por debaixo do solo entre suas próprias redes internas, e infindáveis conexões que gestadas também pela casualidade das proposituras acionadas pelo pensar-agir, de cada personagem, sobe de acordo com a clareza da consciência que o leitor-personagem adquiri do todo, uma consciência que desperta o olhar para os meandros do ínfero por debaixo do oceano, onde repousava por muito tempo, no canto mais remoto e silencioso, tal como o escuro da Terra, onde as guarnições, não somente de pedra e areia, são camuflagens especializadas em distrair o olhar aguçado do iniciado que começa a desconfiar de uma autoridade maior reinante por debaixo de seus pés, vibrando equações de espaço e tempo por toda circunferência num raio de inatingível metragem, a olho nu, quando precisaremos não apenas de um micro, mas de um macroscópio, para termos uma ínfima noção do tamanho das cercanias, dos limites que nos cercam, e que mesmo onde acreditamos existir liberdade, lá estará pulsante a frequência, que além de infligir dor e relaxamento em nosso sistema fisio psíquico, determina o grau de profundidade que podemos alcançar devida a proporcionalidade de nossa percepção, adequadas com o mérito, as sutilezas gentis de nossas gentilezas aplicadas no mundo, que retribuirá, por esse mecanismo gigante de recompensa e cobrança, que gesta não somente os laços mais distintos da sociedade, bem como os antros de escurecidos antros, comunidades perdidas na pobreza intrínseca ao mundo, onde o destaque daquele que passa a não mais ignorar o algo por entorno a tudo, não deixa de ser supervisionado e notado, como gratificado, de acordo com seu merecimento. A expansão da consciência se dá por duas formas, ou como um relâmpago, o insight, que de imediata presteza num átimo de lucidez espontânea nos permite aumentar o alcance do radar, aumentando nossa capacidade constitutiva de elementos e signos que vão arbitrariamente funcionar como objetos operacionais de um sistema maior, e pessoal, que junto a subjetividade oceânica, submersa em sua camuflagem irreversível ao leigo e diluidora de disfarce, a medida que a consciência se expande livremente, numa espécie de epifania mística, rosários epifânicos de uma mística rosa, ou por meio de uma árdua e recompensante força de esforço e treino, permanente, ininterrupto e constante, que como em aprendizes de mergulhadores de recifes e corais, onde ainda a primária beleza é o que constitui a razão para o mergulho esclarecedor, será trocada aos poucos por uma metragem mais significativa conforme os recifes não proporcionarão encontros com monstruosidades relevantes de nossa psique, o tal tubarão revelado no laboratório, que devido ao tamanho, não estará ao lado do peixe palhaço, nem da serpente do mar, que não mais satisfaz a curiosidade inata e a necessidade de aprofundamento do treino específico. Essa analogia com as desrazões e inclinações de uma tese pautada na Oceania das Esferas Celestes, é feita para aclarar as dimensões e profundidade aguda que podendo ser medida em metragem, consegue a partir do ponto inicial da percepção, expandir seu raio até proporções espaciais, onde a metafísica do sujeito se confundirá com a metafísica dos sonhos, que a obra traz para ludibriar a vigília, e afogar o ente em seu mergulho profundo, em sua profundidade existencial, em sua consciência aflorada, ao ponto da descompressão realizada nos iniciantes mergulhadores de sonhos, ser ou retardada pela dificuldade de foco e irredutibilidade dos ruídos aquáticos, aéreos, terrestres, espaciais, ou ampliada e fortificada pela concentração elementar e fincada no elogio diante da presteza, do cálculo, do equilíbrio e da significação operante, a operabilidade manual que se dá agora de forma automática.
Agora, abordando os requisitos que tornará uma obra eficaz, lembrando da definição que a coloca como fonte de criação de responsabilidade e consciência ética perante si, ao propor a investigação que suspenderá os óbices que tornam o que deveria ser mecânico em automático, e o automático em mecânico, o suspeito de evidente e o evidente de suspeito, o oceânico de cerúleo, e o cerúleo de oceânico, ao classificarmos ainda utilizando a triagem freudiana clássica da divisão de ego, super ego, subconsciente-inconsciente, o que inflige um calo ou como um espinho, uma inflamação, primeira suspeita de que há uma pedra que pode atrapalhar o caminhar, a pedra no bico do sapato, ou alertar, que através dela se tem oportunidade de retirar as meias e colocar os pés no chão, caso que o ente além de se incomodar apenas com a pedra, percebe que existe ali o pedido para relaxar seus pés. Sem base nada será atingido, e fincar os pés no chão, ao se equilibrar parado de pé, como se estivesse diante de uma sabatina de anjos, é se deixar flutuar, e fechando os olhos, iniciar o princípio da expansão, que está diretamente ligada ao requisitos da raridade intrínseca do impasse, quando no extremo raro momento de concentração ordenada pela simples gestualidade de descalço ficar de pé, perceberá o leitor-personagem, que o impasse é justamente sua resistência, aos primeiros acordes de uma obra dodecafônica, ou cacofônica, para melhor situar o sistema auditivo diante da leitura de uma voz mental que acompanha a eficiência da narrativa, e essa raridade é intrínseca ao impasse, justamente por ser raro não oferecer resistência a obra que se eleva ao óbvio, e passa a ser eficaz, não somente para a vida do leitor-personagem, outro conceito que será postumamente destrinchado, que parte da identificação do leitor com o herói, o anti-herói, e todos os personagens humanizados e monstrificados que agem com uma gota de humanidade, bem como em certas situações clímax, com um oceano de desumanidade, onde a identificação conectará as duas realidades premeditadas, a do personagem, que supostamente constitui um universo próprio, com ideias e vontades, com opiniões e gostos próprios, com características únicas e envolto pelo acorde da unicidade, por jamais existir outro personagem igual, no caso da obra eficaz, que mesmo numa símile, trata a composição a partir do princípio da originalidade, para não egoicamente ser transformado em marca exclusiva uma ideia humana, mas para a humanidade não já ter sido retratada por outrém de forma obtusa e caricata, essa humanidade, ou desumanidade específica, que deixará ao nosso leitor a impressão robusta da veracidade do discurso, quebrando as barreiras que os opõem, e mesmo se tratando de uma desumanidade insuportável para os níveis da sociedade dita virtuosa e justa, como a pedofilia por exemplo, ou um pirofágico, que incendiou a própria mãe, antecipando aqui um pouco o requisito que se trata sobre polêmicas consagradas intraduzíveis e irresolvíveis, como de polêmicas recém criadas, junto a vilania e heroísmo paradoxais. As polêmicas consagradas são as facilmente elencadas entre os aforismos ou jargões mais simples e comuns a nossa linguística, como o filho matou o pai, num caso de parricídio, após ser estuprado pelo mesmo, percebem? Notamos aqui uma polêmica que está diretamente ligada ao princípio da vilania e do heroísmo paradoxais, pois o sofredor do estupro teve uma atitude não de legítima defesa, segundo os meandros psicológicos da obra, no calor da emoção, mas esperou seu pai adormecer, para calculada e friamente cortar-lhe o pescoço com uma afiada faca de cortar sashimis. Ainda permeia o conceito de heroísmo, que teria sido consagrado caso o filho o assassinasse no momento do estupro, sendo uma reação proporcional ao ato do agente, que ultrapassa por toda e qualquer ética, e numa ação pacificada, no terror impingido, no destronar-se de todo espírito de bondade e conciliação com o divino, o moral, o bom, o justo, o correto, como se fosse possível não existir o correto, o divino, o moral, o bom e o justo, havendo somente um id descompensado, um instinto descontrolado, que foi rechaçado pelas algemas morais naturais, ou milenarmente esculpidas que já se tornam parte do próprio corpo, e atropelou todo sentimento de culpa, remorso, e arrependimento, distinguindo aqui o arrependimento do remorso, quando num encontra-se a aflição a partir da consciência do dano, e no outro, a iminente vontade de reparação, no caso do arrependimento, caso seja ainda possível. Aqui talvez estejamos diante do caso de uma polêmica consagrada, por não ser inovativa, criada a partir da complexidade única e espontânea das circunstâncias propostas. Intraduzíveis pois não podem ser expressas por uma atitude análoga, por ser de todo impossível a analogia visto a calamidade expressiva da monstrificação do ato em si, incomparável, e coberto pelo princípio da unicidade, não podendo haver uma compactação em uma mídia específica, como a resenha do romance, e a transposição da descompactação numa cena cinematográfica, onde através da sinestésica e sinérgica transmigração de texto para imagem, se perde o quesito fundamental de um romance, que é a criação individual pelo leitor-personagem, que atravessa o umbral dos infernos e paraísos da obra com suas próprias referências e significantes, transformando a experiência em algo impalpável, íntimo e pessoal, usando aqui um exemplo onde uma descompactação seja possível na quase impessoalidade da mídia, ao traduzir um gibi para um filme, tendo já nesse caso o sistema imagético constituído, como a cena onde Michele Pfeiffer decapita a cabeça dos bonecos, dos manequins, uma analogia aos mudos modelos de beleza cuja proporcionalidade dos corpos é o bem sugerido e negociado em questão, mas que não precisam de cabeças, pois dispensado são os que pensam e detém opinião pessoal, sendo procurados pelo padrão da face e exuberância dos músculos. Ali ela termina a cena pulando cordas com o chicote, e temos um explícito caso de vilania heroísmo, bem como de uma polêmica consagrada traduzível, resolvível, pois basta ela sair da loja antes do alarme alarmar a polícia, e diante da decepação das cabeças, vilã por ser a que denuncia e os elimina, os equiparando todos ao mesmo perfil, a mesma coisa, como se uma mesma cabeça servisse para todos, e heroica no sentido de na mesma denúncia fazer um alarde traduzido como critica positiva à sociedade da beleza e da estética, impulsionando assim, as pessoas a buscarem mais de si mesmas, do que apenas a aparente futilidade da beleza desprovida do belo, que pode ser recheada de conteúdo, no quesito conteúdo-forma, dando o toque necessário para ou o sistema acordar, e começar a contratar corpos com cabeças, ou o próprio modelo pensar que um dia o tempo terá passado, e sua beleza não será nada sem uma cabeça.
Peguemos os exemplos da pedofilia, e do pirofágico que ateou fogo na própria mãe, quando numa temos um caso de polêmica consagrada intraduzível, resolvível, no caso, uma castração química ou a remoção do elemento da sociedade, mas irresolvível para a vítima, a criança, caso nada seja feito, que arcará com o trauma e sua silenciosa ruidosa dor até provavelmente um dia conseguir encontrar um analista fora da curva que consiga o puxar de volta para o mundo onde existe afeto, carinho e amor, e não apenas sexo e violência sexual, desrespeito a integridade e incolumidade física do outro, e bestialidade, quando depois de aflorado no agente, o homem bestial, não haverá reparação possível para compensar um dano que foi motivado ou pela até justificável, pois se nasce um monstro ou se torna um, a partir dos traumas e agressões que a vida vai acumulando nessa caixinha de correios que todos temos e as vezes ficamos anos sem sair de casa para ir até o portão para olhar, que quando percebemos, estamos atolados de contas, anúncios, e numa polêmica não consagrada traduzível, pelo poder do perdão, e resolvível, pelo poder do perdoar-se, uma carta da vítima, uma carta de perdão. Assim percebemos a dimensão do perdão, outro fator requisito inominado para os requisitos fundamentais para a diferenciação entre uma obra paliativa e outra eficaz. A infinitude do poder do perdão. A sua liberação, a liberdade atrelada a sinceridade desse ato. O alívio, e estar-se novamente apto a sorrir cheio sorriso, da direita para a esquerda. A dimensão do perdão atrelada ou a perfectibilidade e competência do analista, ou, e somado a habilidade de superação de trauma e recomposição com a monstruosidade interna que sempre assombrará diante do resquício de ódio ou impensada demolidora tristeza, que pode ser diluída e evaporada caso haja essa iluminação necessária para o perdão genuíno, que é mais uma atitude para consigo próprio, para liberar os espaços ocupados por assombrações e fantasmas, e recomeçar a preencher de disponibilidade afetiva os enormes vazios deixados pela aberração cometida. Agora, aproveitando a oportunidade, aclaro que mesmo culturalmente, uma sociedade onde a maioridade seja irrisória, diminuta, quase atrelada a pré-adolescência, como no caso do nosso código penal que determina ser crime de estupro relação sexual com menor de 14 anos de idade, mesmo sendo a vitima prostituta, e já iniciada no universo das perversões eficazes, relativiza-se o crime de efebofilia, sendo uma polêmica clara consagrada, traduzível, por haver respaldo até no ordenamento, e irresolvível, caso não se aplique o perdão mútuo como já discutido, e sim o suicídio póstumo da vitima, o que determina a irresolvibilidade da questão, pois o efebo, de 13 anos nesse caso, apesar de ser drogado e prostituído, não perdeu a afetividade e a sensibilidade inerente a uma pessoa humana, que a declara e institui como pessoa, independentemente dela trabalhar com sexo ou não, ou por ser ainda muito jovem onde a esperança de uma vida futura menos conturbada e mais salutar reanime a cada relação esse lugar de sonhos sagrados onde performamos nossos sonhos ao sonhar-se com eles todas as noites, ao pedir que o pior passe, e que haja uma transformação na vida, por ainda haver mais que a esperança que apesar de ser a última a morrer, é a primeira que ressuscita, como uma Lolita ou um “piro Lolito”, que deixam de ser apenas carne mal passada ou carne crua, símbolos sexuais e do desejo, por haverem já aflorada a sexualidade demonstrada em cada propaganda que contém um menino chupando um sorvete, ou uma menina soprando bolas de sabão, quando o que vemos pode estar na nossa mente por estar lá, incomodar, ou não incomodar, ou estar na nossa mente por ter sido induzido a estar, como as sementes de gira sois? Não, as sementes fundeadas a 7 km submarinos. Aqui insistimos no requisito da vilania e heroísmo paradoxais, quando o pedófilo, ao extremo de sua ambição de conjunção carnal ou importunação sexual com o filho da vizinha, ou com a filha, incluindo aqui também as pedófilas, abrindo somente um parênteses, vamos pensar numa polêmica não consagrada, que é a quase inexistência ou mutismo de mulheres pedófilas, e o porque que essa condição é corriqueiramente mais atribuída a um homem, por ser a sociedade machista, ou, e por não querer se divulgar algo que destruiria no subconsciente coletivo o arquétipo da mãe, maculando a maternidade, talvez não a destruindo por completo, mas podendo ser gestora de uma equacional vibração genérica e ultra hiperbólica, ao ponto de incorrer em danos gerais para toda estrutura social, essa imagem distribuída pelo cinema por exemplo, ou essa história contada por um grande escritor, ou até mesmo o assunto discutido por grandes jornalistas, mas continuando, no paradoxo vilão herói, na dialética relação estipulada como requisitos básicos para obras eficazes, temos a figura do monstro, que ao se perder em pensamentos diante do filho da vizinha, ou, novamente, da filha, sendo o vilão uma vilã, e acho que devemos aproveitar a oportunidade para explorar aquilo que se pretende esconder, e aclarar os fatos, pelo menos lançando uma lanterna quando os faróis se apagam a 7 km de profundidade, ela se controla, e ao mesmo tempo que sua vilania transpira pelos poros, por sair de seu âmago, ela olha para a menina, ou menino, e pensa, eu não vou abusar dessa criança. Esquecemos aqui que a alienação parental, apensar de não ser equiparado juridicamente ao crime de pedofilia, pode ter efeitos psicológicos análogos, se tratando de polêmica não consagrada, traduzível, e as vezes, novamente dependendo do analista e da infinitude do perdão, resolvível, e talvez por ser tão natural, e não sexual, visto que a hipocrisia de nossa sociedade reveste as vezes anjos de demônios e demônios de anjos apenas para confundir Deus com o Diabo, e o Diabo com Deus, fazendo a criança em última analise pecar. Isso mesmo, por ela se sentir culpada diante do inexplicável, podemos relativizar não normativamente mas essencialmente, a alienação parental a um estupro psicológico, uma espécie de tortura, psicológica, que as vezes temos que aturar por uma vida inteira, vistos os fantasmas que se divertem com suas maledicências benditas e beatitudes malditas, bem como seus complexos, não lhe deixarão de lhe atormentar até que você crie uma resposta a altura do dano infligindo, e a devolva para o mundo, reduzindo o estupro psicológico a mais uma cicatriz na psique que deixará de pulsar viva, mas para sempre continuará sendo uma determinante, ou um determinador do que passou e se digeriu ou não, da sua personalidade, que por oras ser exagerada ou compulsiva, denota apenas os traços de um abuso que não tem uma conotação criminosa, por ser cometida por todos, ou quase todos os pais que sem preparo de ser pais, resolveram ter filhos e naturalmente venham a se divorciar. Eu confesso, a minha decisão de ter abandonado a paternidade, por nunca ter tido esse sonho, talvez por medo do que venha fazer com a cabeça do meu filho, por terem feito algo com minha cabeça, como acontece normalmente com todos nós, vitimas de uma sociedade doentia, que aprecia o sadomasoquismo em detrimento de uma caminhada de mãos dadas no parque, sem juízo de valor, mas por não querer que um dia ter que meu filho venha a me enterrar, como eu não gostaria de ter que enterrar os meus pais. Aproveito para esclarecer que não se trata aqui de nenhuma acusação, pois o instituto do divórcio no meu ver, é mais do que um esteio sólido que promove a dignidade da nossa sociedade, pois lei nenhuma deveria ter tido o poder de obrigar duas pessoas a ficarem juntas sem mútua vontade, mas em contrapartida é mais danoso quando elaborado a idade da criança que flutua entre 5 e 8 anos de idade, do que se o divórcio ocorrer na pré ou na adolescência, bem como nos primeiros anos de vida dos filhos. Daí a necessidade, no meu ver, de uma preparação prévia para a pater e maternidade, caso haja uma dissolução no período crucial que a psicologia entende como de formação nuclear da personalidade, que determinará as bases do sujeito para o resto da vida, devendo ser essa passagem uma transição mais pacífica possível, desprovida de traumas e de abusos, que pode ser entendidos como um leve ou grave alcoolismo, bem como violência doméstica, ou até mesmo brigas aparentemente normais, o que para criança acaba por ser sentido e de certa forma interpretado a medida do possível, do entendimento apropriador de signos, ou como uma chuva num dia de sol, ou até mesmo como uma tempestade num copo de tequila, bem como um furacão num dia de terremoto. Digo isso, para exemplificar mais um dos requisitos, a desconstrução crescente da estrutura social, quando tacitamente, ou melhor, tácita e subliminarmente, sugeri, na imaginação de uma eficaz utopia, a leve equiparação do crime de alienação parental, ao crime de pedofilia, por se tratarem ambos de um estupro, ocorrendo que nessa utopia, os conceitos da criminologia auferem a um ordenamento jurídico tamanha precisão, por serem todos mais evoluídos, a começar pela não escassez de recursos para seus habitantes, bem como a obrigatoriedade de uma espécie de curso, de preparo para a paternidade, já que um filho não é um bem móvel que se arranhar pode mandar polir, não, é uma potencialidade evolutiva humana para o resto da vida, portanto, atingido esse nível de consciência, equipara-se os crimes, que podem serem julgados em concurso, para uma criança bem infeliz, que além de ter sofrido um estupro psicológico, sofreu abuso sexual por um dos pais. Não, não estou falando de mim, deixo isso bem claro por ter o hábil costume nas minhas obras de me misturar com meus personagens ao ponto de não saber mais onde eu e o outro começa, sendo o personagem um possível impossível outro, que age e sofre, as mesmas dores e mazelas que eu poderia sofrer. Falo do que poderia ser, caso uma obra resolvesse tratar do assunto com pinça e bisturi, a demonstração do que é uma desconstrução crescente de uma estrutura social, e porque a obra é eficaz, por contê-lo, pois a desconstrução de uma norma básica ou previamente do valor que a sustenta, seu núcleo objetivo, e ao evoluir a leitura, essa norma, ou melhor, primeiramente esse valor, vai sendo descontruído, ao ponto de desautorizar a norma, e destituir um costume, impregnado, que de repente, terá que ser mudado da noite para o dia, e o que era um passeio com a mamãe no supermercado aos 7 anos, se transforma num autêntico passeio no supermercado, sem assuntos sensíveis, apesar da liberdade existente entre uma mãe e um filho, mas caso sejam ambos divorciados, os assuntos têm que ser de todo mais seletivos, e cuidadosos. Assim, com o crescendo, “crescendo”, muda-se a estrutura social, sendo esses um dos requisitos fundamentais para uma obra ser considerada eficaz, e não meramente paliativa, pois assim sentimos na realidade prática da vida, as mudanças que ideias e pensamentos organizados no papel, podem trazer e ocasionar ao mundo, e assim, novamente com o nosso impecável mestre, na “Última Cruzada”, aquele que um dia foi James Bond, 007, diz, “A pena é maior que a espada”.
Agora tratemos do pirofágico que ateou fogo na própria mãe. Aqui temos um claro caso de polêmica consagrada, intraduzível e irresolvível. Não se precisa dizer muito. A espécie, a natureza humana de um pirofágico é atear fogo nas coisas. Mãe nunca serão coisas. Mãe é o símbolo do sagrado, do perpétuo, do divino. A polêmica é não somente consagrada, mas não é polêmica, por se tratar de uma decisão, uma opinião, uma resolução determinativa universal. Esse pilar é mais que pétreo, é titânico. Irremovível, em todas e quaisquer civilizações humanas desde a pré-história, até os dias que Musk nos conecta com Marte. Inclusive civilizações onde o matriarcado imperava, havia muito mais consensualmente um consenso propriamente de justiça e compaixão. Apenas quem dá a vida sabe inequivocadamente o valor dela. As mulheres deveriam serem as novas presidentes do mundo, ou alterando já um pouco as coisas, presidentas. Lembro de uma civilização das mais avançadas na antiguidade, a Minoica, onde a vida cultural fervia, as pessoas viviam felizes e em estado de graça, poucos registros ou nenhum de corpos mutilados ou agredidos foram encontrados, e digo que podíamos recuperar mais os valores dessas civilizações, e compararmos com o nosso patriarcado, que começa a dar sinais de falência em alguns lugares mais avançados do mundo. O ato é intraduzível, pois não se existe palavras ou atitudes capazes de reparar um ato como esse, e imperdoável, se alcançando aqui a dimensão da finitude infinita do perdão, não diminuindo a gravidade de outros crimes já elencados, mas apenas escolhendo um único que ocupe o primeiro lugar na inversão do podium, o ante podium maldito. Supomos que o pirofágico esteja bêbado, ou totalmente alcoolizado, ele passa a ser por uma certa forma de interpretar os fatos, mais perdoável, porém, numa esfera da supra consciência do inefável, e não na esfera dos fatos, da justiça dos homens, e do mundo tangível que vivemos e interferirmos com os objetos, coisas, animais e pessoas. Pois ao saber-se portador de uma deficiência não devemos provocar ações que as realcem, como o descontrole visto um nível de alcoolismo onde ficamos suscetíveis a sermos domados pelos animais mais ferais e monstruosos que habitam nossos piores pesadelos, quando transferimos o core vital do pulsar cardíaco, para a esfera da sombras, que raramente é plenamente inexistente, somente em alguns magos iluminados, como em pessoas que conseguiram praticamente alimentando as próprias trevas com luz, apagar a escuridão. Assim, penso que ao transferirmos nosso transitar para o domínio da escuridão, das trevas, não no sentido maniqueísta de Deus e Diabo, mas de Bondade e Maldade. Acho que assim, caso fosse possível provar que espíritos de fato existem, poderíamos abrir a discussão para uma outra alçada, ao invés de nos ocuparmos com a indeterminação do tempo para gerarmos desculpas para o ente conseguir ou se perdoar, diante do imperdoável, no caso analisado, ou acreditar numa desculpa formal que retire e anule de seus ombros o peso da responsabilidade de suas ações. Dizer estamos possuídos por um espírito, e por isso atirou ela no marido, é uma coisa, mas dizer o mesmo, e por isso ateou ele fogo na mãe, não é dizer a mesma coisa? Lembro de um filme do Leonardo Di Caprio, What is eating Gilbert Grape, onde uma mãe obesa e um filho autista se relacionam através da ternura capaz de ser contida e expressada entre ambos, que viviam limitados por suas condições limitadoras de mundos, de experiências, de vivências. Acontece, que no final do filme, por um acidente imbuído pelas raias do acaso, quando o irmão mais velho coloca fogo em casa, quando ela está vazia, contando apenas com a presença da mãe, já morta, recente vítima de uma parada csrdíaca, que por ser ultra obesa, mórbida, não podia ser removida da cama. A comoção no olhar do Di Caprio, ao ver a casa em chamas, é uma cena que se não existiu até hoje não sai da minha nebulosa porém insistente memória, uma das preciosidades maiores do cinema, quando aquela casa tomada pelo fogo, e a mãe sendo devorada pelas chamas, o que na obra, veio mais com um ato de libertação, do que como uma punição, onde as forças imortais do mundo se reúnem e decidem aplacar o sofrimento de alguém, que vive numa condição intraduzível. Imaginem agora vocês, o irmão do personagem de Di Caprio, interpretado pelo ator Jhonny Depp, numa situação polêmica, consagrada, traduzível, e irresolvível, caso ele ateasse fogo na cama da mãe, para livrá-la do sofrimento. Conscientemente, não alcoolizado, nem amortizado por nenhum psicotrópico, não passaria a situação ser traduzível, por ter que ser obrigado a se considerar a percepção do filho do sofrimento e dor da mãe em uma condição imutável, e ter ele a coragem para praticar uma eutanásia contestável, pois porque não a sufocar com o travesseiro, numa asfixia, crime que gera também muito sofrimento, porque não dar remédios apenas, porque atear fogo? Não retornaríamos a vestimenta do valor como intraduzível? Imaginemos então que ele lhe provoca uma overdose com medicação, sem infringir dor. Agora passamos a considerar a hipótese do “basta, não quero ver minha mãe sofrer mais”, e aqui temos outro exemplo de desconstrução crescente da estrutura social, concorrendo com renovação peculiar da ética. Sem querer perder a oportunidade de explicitar um humor negro, aludir o exemplo incitado pela obra literária adaptada ao cinema, como requisito de expressões de fogo literário. Aqui temos literalmente uma expressão de fogo literário, ultrapassando o conceito do próprio conceito, que trava o léxico expressão em um significado mais redutivo, que se refere a expressões de cunho literário, como “abortar uma maldita estrela de coca”, caso seja percebida numa frase, ou “casamento do lobo solitário”, ou “a balada na agulha”, quando algo na expressão corriqueira é introduzido para atear fogo no senso comum, que apenas funcionaria, como em qualquer caso, “o bicho papão apareceu na noite do pesadelo”, ao invés, da “bicha papona apareceu na noite dos sonhos”, para reafirmar, recolocar, revalidar o óbvio, torna assim a frase mais como paliativo, pois não oferece ao leitor uma possibilidade de pensamento nítido e investigativo diante de uma situação que aparentemente nova é diferente, por mais que possa se referir a mesma ideia por traz da corriqueira expressão, muitas vez não, sugerindo justamente o oposto, como do bom samaritano, chegarmos ao bom sassaricando. Acontece aqui que o requisito de “expressões de fogo literário” é fundamental para deixar a obra mais apelativa aos olhos da realidade, e atento o leitor, que ao mesmo tempo que pensará na expressão original sugerida por trás de sua nova vestimenta, sugere ao mesmo tempo dois significados, matando dois urubus com uma cajadada só, ou melhor, matando dois urubus com uma cajadada solitária. Percebem? A própria expressão de fogo literário numa cena onde a mãe está sendo queimada pelo fogo na própria cama sugere essa dubiedade essencial para uma obra não ser apenas paliativa, e sim eficaz, lembrando que no núcleo do tipo da definição da obra eficaz está em outras palavras, a necessidade de que o leitor se engaje socialmente em alguma causa, ou mude algum hábito, ou acrescente algum. “If you wanna make the world a better place, take a look at the mirror and make a…change”. Acho que esclareci o entendimento de um requisito fundamental, como o das expressões de fogo literário, aproveitando o exemplo onde se incendiava uma cena, mas pensem vocês no incêndio como uma construção gramatical, onde a união de palavras, acometidas pelo uso de alguma figura de linguagem, podem além de atingirem em si o paradoxo do significado, incendiando a madeira podre da obviedade e do senso comum, e instaurando uma nova pira onde a magnitude de Dido será posta diante de vossos olhos. Porque evitar jargões, apesar que se dominar a ciência que confere a exata precisão dermatológica dos mesmos, de unir as peles do que está sendo dito com o que se quer dizer, o uso de um jargão num determinado ponto crucial, pode ser muito bem quisto, e funcionar com a mesma eficácia de uma expressão de fogo literário, como numa narrativa por exemplo, quando os donos de casa retornam e ao invés de encontrar Miu Miu, o gatinho da família, se deparam com um leão de esfaimado olhar no meio da sala, e um dos personagens vira e fala “Mamãe, acho que estiquei o bebê”. Percebem, o fogo incendiando a narrativa, bem como em outro exemplo, o uso de palavrões, que na minha opinião são cartas na manga, percebem, poderia ter dito, são “envelopes na manga”, ou são “cartas no morango”, mas diante da originalidade suportada pela precisão do uso no momento correto, levando em relação sempre o contexto, pois os outros dois outros exemplos muito bem serviriam com maior teor incendiário caso ao invés de estar se escrevendo um texto técnico, estivéssemos diante de mil e um anos de solidão, ou cento e uma noites. Ou seja, depois de um longo capítulo, narrando exaustivamente as dores do parto, o pai, quando vê a criança saindo vivo para vida, exclama para clamor de alguns médicos, “Puta que pariu”. Notem, não há momento melhor para se utilizar esse palavrão, essa expressão que se já vem sendo gasta na obra, que apela a recorrentes palavrões por falta de prolixidade e verborragia vernacular, não teria o efeito que teve, nem sequer alcançaria a dimensão, de uma expressão de fogo literário, que não poderia ter sido melhor usada, e sequer alterada para alguma inovação que jamais substituiria o impacto consolidado da expressão original. Pois é deveras intenso e absurdo, bem como desconcertante e absolutamente plausível, e crível, um pai, dizer “Puta que pariu” ao se deparar com os primeiros chorinhos e imagem do bebê. Novamente no pirofágico que ateia fogo na mãe, podemos elencar mais dois requisitos, o da “dramaticidade do exagero”, bem como da “impessoalidade pessoal”. Por que? Bem, a dramaticidade do exagero estará sempre elencada com as consequênciais que são inamovíveis, e irreparáveis, caso não haja a mudança proposta, caso “não se pegue em armas contra um mar de angústia, e combatendo-o dar-lhe fim” , pois somente através de uma lupa que conseguimos enxergar as pernas de um carrapato, as vezes temos que aumentar ao cúmulo do exagero, trazendo tempestade no copo de tequila, para que o leitor perceba as consequências danosas de sua inércia, ou de sua prolongada teimosia, ou não aceitação de um novo padrão, ou até mesmo a repetição cabal do mesmo, ou a não prevalência de um novo costume, não agindo a favor do determinismo da nova ordem, essa que por traz das macieiras do mundo, por debaixo dela, vai encorajando a serpente crescer, e se tornar cada vez mais elucidativa diante do olhar de uma humanidade calejada e condicionada a notá-la como o perigo ao invés da salvação, quando na verdade foi ela que proporcionou que o homem saísse de um conto de fadas, onde o mundo era um mar de rosas, quando o vermelhidão das rosas, depois do holocausto, ficou claramente identificado com os demônios da carnificina, e com a cor do sangue no mar da Normandia mesmo, e não com as rosas do Jardim Botânico de Hiroshima, as rosas mudas telepáticas. Impossível, apesar do peso dos negacionistas serem sempre uma anedota perigosa e inoportuna diante da verdade comprovada pela reiteração das atitudes conflitantes e seus idênticos resultados, continuar olhando o mar como uma mar de rosas e não como um mar de sangue, percebendo-se aqui, uma expressão de fogo literário, na dramaticidade do exagero, quando ao se narrar um assassínio diante do mar, se diz tingir as águas feito um mar de rosas, ou diante da visita de Mefistófeles aos céus, ficou as nuvens banhadas todas como se fossem um mar de sangue. Aqui notamos a importância de ambos princípios, ao elevar ao extremo uma passagem que poderia ser resolvida como algo, sobre a visita do cornudo mestre, aos céus, ficaram as nuvens todas vermelhas. Há uma pequena dose de exagero considerável, que se impõem para que o princípio básico da legitimidade ética, bem como renovação peculiar da ética, junto a propositura de uma super ética, sejam atingidos. Quero clarear que através da desconstrução crescente da estrutura social, atingimos o outro requisito, tanto a renovação peculiar da ética, como a propositura de uma super ética, pois a própria renovação peculiar da ética é um degrau para se alcançar uma super ética, mas havendo aqui uma pequena diferenciação, pois apesar que a propositura de uma super ética imprescindir da renovação peculiar da ética, essa renovação pode apenas dirimir conflitos já existente, consagrando valores já propostos, estabelecendo normatividades ainda não totalmente cobertas pelo princípio da legalidade, como a paternidade e maternidade homossexuais, em termos universais, ou nem precisa ir tão longe, a própria aceitação do casamento ou união de pessoas do mesmo sexo, em âmbito global, ou seja, a eficácia de um novo costume, e sua proteção, contra qualquer aviltamento, compreender a renovação peculiar da ética, não significa estar ela já conjuntamente enganchada na propositura de uma super ética, que somente será possível, quando já pacificados os polêmicos para uns, e naturais pontos cardinais para outros, por ser os exemplos da mais estrita naturalidade e ordem comunal do dia a dia, principalmente para pessoas que moram em cidades como Nova Iorque, Paris, Los Angeles, Rio de Janeiro e outras, mas ainda imorais para pessoas não urbanas, ou até mesmo cidadãos de países controversos, polêmicos e retrógados, além de resistentes em alguns casos. Vejamos, não estamos atrelando aqui o desenvolvimento financeiro, a super ética, ou a renovação peculiar da mesma, mas sim a ampliação da consciência, ou seja, do nível de empatia que somos capazes de sentir, bem como da percepção da fraternidade, não apenas como um principio ético, mas como uma eficácia ética reinante, bem como a igualdade, material e isonômica, e a liberdade de ser e de expressar-se, dentro dos ditames éticos, onde não há liberdade sem disciplina, quando não se utiliza dessa expressão para enfraquecer e censurar a liberdade, mas apenas para não deixarmos que ela ultrapasse os contornos cósmicos e universais que impedem ela agir sobre terreno do homem bestial, quando a desumanização é tamanha, visto o não pirofágico por exemplo, aquele que não tem o costume de atear fogo sobre as coisas, atear fogo na mãe enquanto dormia, deixando assim claro para o mundo, que existem fronteiras que se ultrapassáveis o humano jamais poderá voltar a ser um humano, pois a humanidade exige requisitos básicos de civilidade e amor, a humanidade do nosso século, não podendo-se contra argumentar sobre uma humanidade pre histórica, ou até mesmo feudal, medieval, onde o mais bruto e forte costumava a prevalecer seu suposto direito e vontade sobre o outro. Não, aqui reforçamos que a propositura de uma super ética, não significa ela estar na eminente cadência rastro obrigatório de significação de uma renovação peculiar da ética , que será um requisito que será lido em todas as entre linhas da obra, pois ao percebermos que vivemos em um mundo “perfeitamente” falho, para não cair na ideia de reclamação e ingratidão diante do que somos e temos, mas sequer no comodismo de achar que nada precisa ser feito efetivamente com nossas próprias mãos, por girar o mundo sozinho sem o desespero dos astros, o calor da estrela mais próxima, e a gravidade dos corpos universais.
O SER, ANOS PACÍFICOS
Hoje é o dia internacional da paz. Acho que bem vale a pena dizer algumas palavras sobre isso, já que estamos, como de hábito, vivendo numa época onde os conflitos continuam instigando o lucro e o desenvolvimento da indústria da guerra, ou indústria bélica. Por que se faz uma guerra, num século onde ja filosofamos o suficiente para desincharmos todos os conceitos e razoes possíveis, para mantermos um status de paz, em prol de guerras, que mais que destruir cidades, matar militares, exterminam civis. Acho que é esse o grande ponto, pois um militar de certa forma, escolheu, ou mesmo não tendo escolha, ele acabou por escolher seu destino, que se pensarmos nas condições que o cercavam talvez fosse o único possível, pois ainda demorará muito para vermos o dia onde as nações não precisarão de armas para se defender, onde a diplomacia atingirá o cume dos entendimentos, e fará com que a palavra e o argumento tenha mais força do que uma k-47. Pois não é possível se matar com uma palavra, apesar de eu conhecer algumas palavras letais, que junto de outras palavras criam uma frase que junto de outras frases criam um argumento, que pode dissuadir a pessoa da própria vontade de viver, ao invés de insuflá-la de vida, caso a autoajuda oferecida seja recebida com tanto recalque, e rancor, e ausência de experiências, que ao se deparar com o tempo que já está mais que na metade da ampulheta, cada grão despedindo-se da vida a cada instante não vivido, podem, as palavras, levarem uma pessoa a morte, sim, a tirar a própria vida. Então é o caso de proibirmos as palavras, pois assim não criaremos argumentos nem contra argumentos, e nem uma discussão será possível nessa utopia, onde reinará por fim a paz. No silêncio absoluto do mundo se instaura a paz como comandante suprema dos homens, por não haver como instituir uma disputa. Portanto, aforisticamente, podemos concluir que a palavra é mais letal do que a metralhadora? Como ja foi dito, no famoso jargão, a pena é maior que a espada! Sim, temos que pensar que ideias levam os homens à ação, e essa pode estar suprida de ódio, caso as palavras tenham sido contaminadas por uma intenção mergulhada na belicosidade, na supremacia, no totalitarismo. Sem palavra não existe guerra. Sem guerra não existe a ausência da paz, que é diferente que a presença pacífica, durante uma era, onde a ausência de belicosidade não determina a paz, e sim a presença do pacifismo, que garante com que a paz seja estabelecida. A ausência de belicosidade é um estado onde esta pode estar a espreita, a qualquer instante, como fomos surpreendidos com a declaração de Putin, hoje o representante da ditadura em seu estado simbólico, ou melhor da ditadura autocrata, distinta da ditadura democrática, que se serve de esteios e princípios democráticos, para velar-se e camuflar-se, mascarar-se e apresentar-se para o mundo sua face sorridente, enquanto para seu próprio povo os caninos de fera se alojam a cada noite cidadã, onde os civis estão sendo caçados meticulosamente, os que são contra o regime, professores, artistas, jornalistas, filósofos e assim por diante, dentistas, empinadores de pipe, caçadores de ratos, dedetizadores de insetos, funcionários do zoológico, do instituto Butanta, as vezes confundido com o Congresso Nacional, mas enfim, como dizia, fomos pegos de supresa, nós, os leigos, que esquecemos já de 2015 da guerra na Crimeia, e o início da expansão territorialista de um fanático do Poder, como se deu a anexação da Áustria uma vez na história, por um ditador eleito democraticamente, assim como Putin, só que sem manipulação das eleições, o Anschluss, para notarem que democracias podem produzir grandes aberrações, isso por não ter o povo as mesmas condições intelectuais, ininteligíveis, a mesma educação, bem como o mesmo desenvolvimento cerebral, visto a deficiência de vitaminas no período de amamentação, e as condições alimentares aquém do mínimo indicado, o que oferece um automático desempate entre cérebros pensantes, que podem não pensar com o pensamento, e sim com a barriga, elegendo as massas populistas insanos e perigosos, que logo após a eleição, ou no momento de devolverem o poder pra geladeira, ou melhor, o passarem como um bastão ao próximo, institui-se um punch, um cup, um golpe. Portanto, se tiverem parado o homem do Sputnik no início, no cenário perfeito de um conto de Tchecov, poderíamos manter a Gaivota livre, fora de uma cela, ou de uma gaiola, não dos loucos, ou das loucas, mas dos contrários, dos inimigos, das possíveis ameaças, sejam elas ainda um pintinho. Saindo dessa pira zoomorfica e aviária, do calvário das penas, a pena de um pavão careca, para comparar Putin ao nosso pequeno ditador nacional do momento, que já vem se perpetuando no podium supremo por algum tempo, o homem da calcinha…rouge! ou melhor, escarlate, pois se digo vermelha, os esquerdistas se ofendem, por ser claro o tom da palavra, mas acredito que rouge, como um mulin sem cabeças, ou escarlate, como a letra X escarlate, passa na censura, e todos compreenderão que o que combato aqui é a pretensiosa esquerda que se apropria da palavra “esquerda” para dizer que não são nem extremistas, muito menos de direita, conquistando assim os mais ou os menos sapientes, incautos e jovens eleitores que acreditam na ideologia, bem como velhos, que acreditaram por uma vida, e simplesmente não conseguem abrir mão de quem são, aceitar nem perceber que mudou-se as regras, o jogo apesar dos jogadores permanecerem, mesmo caquéticos, os mesmos. A esquerda maior de nosso país é um projeto inescusável de poder e domínio, totalitário, que se apropria dos ideais e dos significados relacionados a história da esquerda no passado do país, e no passado do mundo, bem como no presente em raros países desenvolvidos, para ludibriarem as massas e os artistas, que por vezes terem passado uma vida no palco, não perceberam a mudança entre o primeiro e o terceiro mandato, digo, sinal. Foi mesmo um sinal, e sinalizado para todos, desde que FHC se encarregou de passar o bastão para o Injustiçado, o que culminou na indicação de Moraes pelo inofensivo Temer. A esquerda se apropriando da esquerda para agir como agiria quem, a direita? Sim, exatamente igual, abjeto poder supremo de domínio, pois se chegamos a um ponto onde os votos para os projetos de leis eram pagos com mesadas, a distinção esquerda direita não faz muito sentido, a não ser que apenas se opere esse pagamento para os de casa, mas quando a coisa vasa, é todo mundo na Casa da Mãe Diná, porque como já disse, a santa Joana foi queimada na fogueira. O que certamente ainda se passaria por aqui, se de alguma forma não tivéssemos um patrono as vezes malo as vezes buono, o símbolo da liberdade, o Anjo da democracia, os Estados Unidos da América. Querendo assumir ou não, eles “cuidam" de nós, colônia de exploração, ao contrário de uma colônia de habitação, que foi feita para que as leis sejam eficazes, e os princípios constitucionais se mantenham vivos e atuantes, como "louros régios" da República, que tem como a Liberdade, e a Igualdade material entre os homens, bem como a igualdade espiritual, a Fraternidade, que garante que o povo seja apesar de mestiço por várias raças, um único bloco, com identidade própria e vox popoli, que se faz escutar nos recantos encantados sem cantos do Congresso, bem como na eficácia de leis que partiram de costumes, que mudaram e revogaram outras leis, ou criaram do nada, uma nova norma, para regulamentar fatos típicos bem como atípicos ao ordenamento, que precisava ser constantemente revisto e atualizado, como todos os ordenamentos do planeta, que sofrem uma carência objetivada pela não atemporalidade dos fatores nucleares do tipo, bem como de seus predicados. Agora, é possível um sujeito não pacífico, conectado ao predicado da paz? Será isso possível? O prêmio máximo da paz ser entregue a não pacificadores, mas a belicosos que resolvem por uma intenção particular terminarem com uma guerra, uma ausência de paz, que já havia destruído o suficiente para falência de um par de companhias de seguro. Como estabelecer a paz num país polarizado, num maniqueísmo que servirá para ambos os lados, sendo sempre o mal o que está do lado de lá, e nunca minhas calcinhas verde amarelas penduradas no varal, expondo pro vizinho uma intimidade que ele não seria de todo obrigado a ver, caso houvesse mais espaço entre as pessoas cujo estômago ainda não se viu representado verdadeiramente, no Executivo, pois a picanha não chegou, mas pelo menos evitamos uma chuva de canivetes, que poderia impedir que escolhêssemos o próprio queijo, no caso o Brie. Estamos aparentemente em paz, no meio de uma silenciosa guerra, dos entendidos contra um Judiciário Ditador e Tirânico, que promove uma hierarquia desproporcional entre os poderes, e serve apenas para garantir a impunidade daqueles cujo foro privilegiado protegem da justiça comum, onde felizmente há ainda juízes honestos, que apesar de serem tolhidos pelas súmulas vinculantes, dentro de certos assuntos, ainda não vinculados as súmulas, podem arbitrar de acordo com a lei, ja que quando não há divergência de interpretação, dubiedade, omissão, falta de clareza, ou lacuna, não há necessidade de sumular-se nada, pois a lei ja exerce esse papel, no caso o artigo da lei, que dispõem sobre determinado apêndice da mesma. "A ditadura da suprema magistratura”, pois basta-se observar em grandes regimes autocráticos, o papel fundamental que exerce a corte Suprema, por ser um carimbo de confiabilidade e legitimidade para com o governo ensandecido, que não pode primar-se ainda de uma certa legalidade declarada, mesmo que seja apenas uma inócua declaração, oca e desconectada da substância que preencha de legalidade atos absurdos, a ética, digo, e nem tanto a moral, pois visto a imoralidade invertida em inúmeros casos dos sistemas de governo, como do Pinochet por exemplo, teremos a imoralidade moral como norma e atmosfera vinculante de um Estado, quando se tem a aparente legitimidade do Poder, adquirido por um golpe, ou seja, ilegítimo por nascença, que poderá justificar-se como um governo provisório, adoram essa, para assim se regulamentarem de uma apropriada e manipulada eleição. A imoralidade moral vs a moralidade imoral, essa mais difícil de ser justificada, mas não de todo impossível, pois o que mais vemos também em regimes sinuosos é essa maleabilidade dos princípios supostamente eretos. A imoralidade moral é justificada por ter-se no descalabro uma tese ou uma filosofia desenvolvida justamente para eivar de naturalidade e justiça aquilo que por si só é imoral, dentro de uma ética absoluta, possivelmente inatingível, mas cujo fim seria o caminhar salutar de todo e qualquer regime em sua direção, sendo uma monarquia, sendo uma República. A moralidade imoral já tinge a bandeira tricolor com sangue, é quando existe um funcionamento típico e organizado num sistema que aparentemente perfeito, pela sua grandeza e respeito ao ser humano, está corroído por dentro, ou por trás, não sendo aparente a sua desfuncionalidade, apenas perceptível quando la maison est tombé, quando a casa cai, ai sim, aclarando-se e completando o termo moralidade, com o posfixo imoral, quando fica aclarado para todos que aquela perfeição não era apenas uma bandeira para cegos, como um cata vento para tempestades, onde a aparente funcionalidade só funcionava por estar a podridão não escancarada, mas guarnecida por leis que a impediam no caso, por exemplo, de um país com a China, que tem uma legislação específica para o caso, mas utiliza-se de trabalho escravo, ou análogo a escravidão,fazendo vistas grossas como impulsionando o mesmo, nas condições ideais que acusam o exercício do trabalho como algo já superado pelo ocidente desde o século XIX. Portanto, temos de um lado a imoralidade moral e do outro a moralidade imoral, sendo que na primeira se transforma em justo o injusto, e na segunda se identifica o injusto no justo, uma pequena, porém singular diferença. Agora pergunto? É possível a paz imoral? Aquela tratada pelo Tratado de Versailles, foi um acordo de paz moral? Logicamente que não.Ou podemos dizer que foi moral para os franceses, e imoral para os alemães, sendo anti-ético para ambos. Temos ao longo do planeta, principalmente nas substituições de regimes, uma série de acordos de Paz imorais, que privilegiam no poder a casta da minoria, relegando a pobreza a maioria da população, ja acamada pela guerra civil, como os Sunitas no Iraque,ou até mesmo pelos bolcheviques, vermelhos e brancos, que entre si resolveram na espada o que deveria ter sido diplomaticamente resolvido na pena. Agora vale a pena, diplomaticamente universos como o da ONU, se não possuem uma alçada de interferência na soberania dos Estados em conflitos, emitindo pareceres que promulgam a paz, mas não a outorgam? Voltando ao Tratado de Versailles, que mais que um tratado de paz foi uma humilhação, que serve para exemplo maior que as vezes é preferível uma guerra cujo término seja adiado temporariamente, do que um tratado de paz mal feito, injusto e comprometedor. Assim deixo minhas últimas palavras louvando Nelson Mandela, que mais do que conseguir sobreviver aos anos infindáveis de confinamento, 15 longos anos, conseguiu impedir uma guerra civil em seu país, entre brancos e negros, e entre os negros, entre negros e negros, entre aqueles que não aceitavam de qualquer maneira um convívio pacífico com os brancos, que por muito tempo humilharam e agiram como bestas brancas em relação ao resto da população segregada, apartada dos mesmos direitos. Deixo que a paz é uma palavra como o amor, cujo significado compreende uma infinita definição, bem como finitos porém valoroso adeptos, pacifistas do mundo, obrigado por ajudarem a nós, humanistas da ainda manca humanidade, continuarmos acreditando de que o sonho não morreu, The Dream is not Over, principalmente depois de estarmos finalmente começando a levar mais em consideração o ser humano por de trás das fronteiras, apesar que ainda hajam fronteiras que apartam seres humanos de direitos fundamentais. Agradeço a todos que avançam juntos nesse projeto de pacificação global, para que um dia bazucas e metralhadoras sejam vistas em museus, não desprezando a funcionalidade de uma arma, mas apenas levantando uma questão, alguém ja imaginou um mundo sem elas? Isso mesmo, não precisava ser a arma proibida, apenas inexistente, teríamos alcançado a civilização que chegamos, ou teríamos a superado. Pois as vezes a comunhão total entre os povos, por mais utópico que pareça ser, é o fim a ser conquistado e implementado, depois de longa caminhada, nos aproximarmos de nossas conjuntas morais, e estivermos próximos da tal ética universal, absoluta, e inamovível.
TORRE GÊMEOS
Dez anos depois do final da guerra de independência americana, os EUA receberam de presente da França, ainda exausta por tanto auxiliar a América nessa batalha exaustiva contra a Inglaterra, o símbolo maior do continente, a Estátua da Liberdade, que acendia a sua tocha para iluminar esse país que viria a ser o mais poderoso do mundo, que na época ainda teria que atravessar a consolidação da sua independência, a promulgação de sua Constituição, por George Washington, e algum tempo depois a justíssima guerra da secessão, cuja primazia nobre do direito tornava um imperativo categórico para todo país a prontidão de uma nova e ensaiada união, quando o norte, abolicionista, venceu o sul, escravocrata. A Liberdade simbolizada na estátua por muitos anos cobriu de luz e aureolou como nas pinturas bizantinas, a face da América, perfeita e quase livre dessa pátria cuja aureola impunha aos seus detratores um sinal pacífico de paz, igualdade, e respeito, apesar que o preconceito racial ainda existe, e foi sendo razoavelmente pacificado ao longo das primeiras décadas do século XX. Agora me respondam. Qual o pior dia do mundo? O dia que assassinaram Martin Luther King, o profeta do amor, da ante segregação, da igualdade, em 1968, ou o dia Onze de Setembro, de 2002, quando um grupo terrorista conhecido por Al Qaeda, derrubou o World Trade Center colidindo um avião em cada torre, bem com destruiu parte do Pentágono, centro militar de comando do país. Foram desmoralizados no mesmo instante a maior nação do mundo perdendo seu símbolo econômico, o maior de todos os tempos, que tinham sua força não apenas pela altura inalcançável, mas pela paridade, pela irmandade, que ambos representavam, irmãos, gêmeos, unidos, representando sim a Fraternidade, tal como a cor vermelha a representa na bandeira da França. O dia que a estátua da Liberdade ficou de luto, para todo sempre a cada Onze de Setembro, uma estrela se apaga no céu. Na paridade entre a bandeira da França e dos EUA, temos as mesmas cores, agora faltando a azul para Liberdade, e a branca para a Fraternidade. Ambas as bandeiras estavam manchadas de sangue, e um explode quarteirão, o blockbuster do terror, estava com suas toneladas de destroços espalhados pelas ruas, enquanto bombeiros procuravam sobreviventes mortos, e cães farejadores já começavam a farejar os culpados, o que terminou com mais de década de tropas americanas no Afeganistão. O que um dia tinha sido uma mera brincadeira de adultos, um exercício paramilitar, para um lado, e em off para o outro, o treinamento de nada mais nada menos que Osama Bin Laden, para auxiliar os americanos contra o que se pensava ser o último inimigo do mundo ocidental, Saddam Hussein. O que restou, depois que detonado e persuadido a regressar feito um cachorro com o rabo entre as pernas para seu palácio em Baghdad, perdeu a guerra, e os EUA assegurara o controle do Kuwait. Osama relegado ao esquecimento, ao abandono, e a operações ultra secretas coordenadas pela CIA, se via cada vez mais isolado, quando traído pelos americanos não se considerou carta fora do baralho, e treinou e recrutou um exército ainda maior, ensinando tudo aquilo que tinha aprendido, para seus companheiros, que juntos, resolveram tomar dianteira do maior e mais megalomaníaco atentado terrorista da história. Como ficou a América depois desse estrago, quando um trauma dessa magnitude deixa toda uma nação não apenas de luto, mas fragilizada, esburacada, como uma cortina alvejada por balas onde feixes de luz penetram, e agasalham a sala de estar com dardos solares, que mais parecem com infra vermelho, pois de sangue e medo está repleto as lágrimas da nação, que tentava se erguer compartilhando sentimentos de compaixão, solidariedade, amor, e perseverança, perseverança para continuar o trabalho de todo dia e acreditar que o trauma iria sim passar, e a América seria um lugar seguro novamente. Se soubessem o esforço que foi feito para mobilizar operações infindáveis nos aeroportos, pois pegos pelo quesito surpresa, num ato de pura audácia que jamais poderia ter sido previsto, apesar de rumores de que alguns dados sobre um possível atentado tinham escapado das mentes cordatas dos supervisores que caíram do posto junto com os aviões. O quadro foi todo trocado, e uma operação muito mais agressiva institui o país no que ficou conhecida como caça ao terror, isolando e perseguindo células terroristas espalhadas pelo país e pelo mundo. Atirando para matar. O terror teria que ser expulso da pátria e do planeta, e voltar para as areias mortas do deserto Afegão, quando década depois de uma implacável caçada, num país cuja geografia era extremamente favorável para esconderijos inatingíveis, buracos e grutas irrastreáveis, ou melhor, impossível de serem rastreadas, mesmo com os melhores equipamentos militares, tem que se pensar em toda logística de como é se locomover num território completamente desértico e inóspito como esse. Finalmente, depois de inúmeras tentativas, e inconclusivas missões abortadas ou falhadas, se achou a serpente insidiosa do deserto pardo das areias, o detestável Osama, que agora seria definitivamente não apenas uma carta fora do baralho, mas fora de todo e qualquer próximo jogo, no dia 02 de maio de 2011. Sua morte foi anunciada pela autoridade máxima do Presidente dos Estados Unidos Barak Obama, com toda solenidade, orgulho, e parcialidade presente nesse ato que marcou a história, e os calendários norte-americanos. Para entender esse quadro, voltemos um pouco a segunda guerra do Iraque, que tinha por objetivo não apenas neutralizá-lo como na primeira ofensiva, de Bush pai, mas de eliminá-lo do jogo, no governo de Bush filho, atirando seu corpo ao mar, para evitar qualquer tentativa de martirizá-lo. Nesses anos que se concluíram entre a morte de um ditador perigoso, e a captura e morte do homem mais procurando do mundo, Osama, capturado no Paquistão, os EUA se concentraram em operações norteadas pela busca do alvo principal, que foi demovendo um grupo de terroristas, da organização Al-Qaeda, para assassinar os soldados norte americanos, numa guerra silenciosa, televisionada ao necessário apenas, para manter sigiloso o máximo possível a posição dos agentes americanos. O que aconteceu, quando Bin Laden, desnutrido após a guerra do Kuwait, ataca os EUA em 2002, vê seu mercenário inimigo sendo capturado e atirado aos peixes em 2006, e passa os próximos cinco anos fugindo até ser capturado em 2011. O que aconteceu nesse meio tempo nos EUA? A nação se recuperou na medida do possível do trauma indelével, se ajuntou, compassivamente, aprendeu a amar mais o próximo, e a respeitar a própria grama, como a do seu vizinho, não secando-a, mas o ajudando com o regador. As flores voltaram a florir o país de norte a sul, o outono voltou a ser magnifico em Vermont, e uma consciência de proximidade, de unidade, de povo, de patriotismo, recrudesceu entre os americanos, que passaram a cuidar mais uns dos outros, bem como desacelerar o constante racismo que permeia ainda até hoje os estados sulistas, nessa segregação ativa subliminar que faz com que um negro ainda se sinta preterido por algum branco idiota, bem como um branco também se sinta preterido por algum negro imbecil. Racistas para ser de claro termo. O que gostaria de aclarar, é o motivo das Torres serem Gêmeos, quando um país atravessado pela faca da barbárie absoluta se não se une e reveste cada ponto com o imperioso límpido da anestésica e asséptica limpeza da cicatriz, o amor, corre o risco de ser contagiado por uma infecção, a infecção do medo, da paranoia, do pânico. Para isso, se olharmos o que acontece apenas quatro anos mais tarde no país, vamos entender que alguma coisa mudou profundamente na base sustentável da América, num processo que já vinha sendo construído desde 1969, quando em Stonewall ouve-se a primeira passeata gay da história da América. Eu seu que é bem sensível sugerir essa hipótese, ou tocar em pontos aparentemente tão distantes, mas se relevarmos a gravidade da situação que vivia mergulhado o país enquanto Osama vivia, era como se a ferida mais grave permanecesse aberta e precisasse de total atenção, para ai poder se tocar numa secundária, ou até terciária, relevando a questão racial que sempre representou, desde a guerra da secessão um motivo de ódio entre os odiosos membros da KKK que instituíram uma verdadeira caça aos negros, e uma recrudescente vilã antipatia pelos negros contra os branquelos racistas, que desprezavam as palavras do Dr. King. Assim que Osama foi capturado, pode a população americana olhar para aquilo que as aproximou, a empatia crescida nessa ultima década de guerra ao terror, gerada pelo sentimento de compaixão e solidariedade nascidos da queda das Torres, onde todos se abraçaram para permanecerem juntos. Quatro, apenas quatro anos após o anúncio da morte de Bin Laden, novamente o impecável Obama anuncia que a Suprema Corte Americana autorizou em todo país a união de pessoas do mesmo sexo. Voi lá! Aqui temos as Torres Gêmeos, quando a partir de um desastre, o sentimento de amor nascido pela empatia quando um se põem verdadeiramente no lugar do outro, a nação aprendeu a se amar mais, e a dissolver as diferenças, aproximando as semelhanças, apesar de muito ainda faltar principalmente na questão racial, e nos estados sulistas, que ainda nutrem um mentalidade um tanto quanto arcaica, com exceção da turística Florida em suas principais cidades, onde o dia da Disney Gay contrasta com os bíceps e biquinis de uma Miami Beach cheia de coloridos beijos e abraços. Articulando que as vezes é através da dor que evoluímos, partindo desse ponto de vista, atesto, que foi fundamental esses últimos acontecimentos traumáticos para enveredar a América para aquilo que ela de verdade representa, a Liberdade, entre os homens, entre as mulheres, entre todo e qualquer ser humano que sinta que mais que superar um trauma, o usamos a nosso favor.
FUJI MORRA
Ditador-Maldita Dor-Ditadura
De onde buscamos a régua mágica para traçarmos um limite entre aquilo que é realidade, e o outro mundo, o irreal, criado por mentes adoecidas, destituídas de qualquer ética, que veem apenas no dinheiro, a satisfação e justificativa primordial da vida, excluindo valores como solidariedade, compaixão, virtudes como justiça intrínseca, moral idônea, e costumes de acordo com o mínimo de regramento em sociedades que cada vez mais parecem-se com amálgamas de verdades, onde cada cidadão escolhe o que ouvir previamente sabendo o que ouve, para reforçar suas ideias desacordadas do mundo em vigília. Morreu semana passada um ditador, Alberto Fujimori, um ex-ditador, mas fazendo uma ressalva, não acredito em ex-ditadores, por mais desempregado que você esteja, apenas aguarda uma oportunidade para retomar o poder ou posição de controle para exibir novamente suas garras reptilianas, suas presas de cobra, suas escamas de crocodilo, que junto as lágrimas, tornam sua faceta uma mímese do mal, onde se esconde o total desprezo pela vida humana, e pelas suas conquistas, pelos seus valores, entendendo como valores, o conjunto de princípios que norteiam uma sociedade em direção ao seu apogeu, ao seu auge. Fazendo isso, é de clara esperança que a cidadania seja aplicada na veia de cada um de nós, com exemplos de pessoas que se sacrificam pelas outras, fazendo caridade, e trabalhando em projetos sociais. Esse tal Fujimori ainda almejava voltar ao poder, para o Senado, mas felizmente um câncer o vitimou, na garganta e ironicamente na língua, viperina, que acho eu, por tanto dizer mentiras ao longo de uma vida, adoeceu da forma mais vilipendiosa possível. O mais incrível, é que ao planejar seu retorno à política, pleiteando uma vaga ao Senado, era cotado nas pesquisas como um dos possíveis vitoriosos, e contava com apoiadores e eleitores entre pessoas mais idosas e ricas, por incrível que pareça, pessoas de alta classe social. É de se perguntar, o que há de comum entre a idade e a riqueza, no mundo atual, que atuaram como características base dos eleitores do ditador, que eleito em 1990, fechou o Congresso em 1992 e ficou no poder até os anos 2000. Foi acusado de inúmeros crimes contra a humanidade, como massacre, ligações a grupos milicianos, assassinatos e tortura, e mesmo assim, consegue entre uma classe esclarecida, ser novamente reaceso para transitar na política peruana? O que devemos identificar nesses cidadãos que prestam um desfavor a democracia, e deveriam ter seus títulos de eleitores caçados, pois votar em um ditador, nos tempos de hoje, num ex-ditador, claro, pois ditadores normalmente acendem através de golpes, com algumas exceções entre elas a sua mais brilhante estrela, Adolf Hitler, que foi eleito democraticamente, por seu partido nacional socialismo, e conseguiu armar uma trama diabólica ao incendiar o Reichstag, o parlamento de Berlin, acusando os judeus e decretando assim Estado de Sítio, Estado de Exceção, suspendendo toda a Constituição e qualquer e toda lei infra-constitucional, para legitimamente, de acordo com a própria Constituição, Verfassung, governar a Alemanha com sanguinários punhos de ferro. Mas voltando a Fujimori, estávamos justamente tentando encontrar o que na idade, e o que na riqueza torna palatável esse tirano, depois de todos os crimes confessos que fez, a esse tipo de eleitor, que ora idosos, ora idosos e ricos, ora somente ricos, mas em sua prevalência, ricos e idosos. Bem, acredito que a velhice, para quem não aprende com a vida a importância do afeto humano, da companhia, do sorriso faceiro diante de uma poesia disfarçada de nuvem, de beija flor, de florida roseira rosa, é difícil e está difícil se adequar a imensa proporção de solidão e desprazer que o mundo hoje oferece, onde o divertimento, já por uma questão de saúde, acaba sendo uma memória presa no passado nostálgico, que assombra com fantasmas os corredores das casas quase abandonadas dessas pessoas tristes e infelizes. Assim, quando é insuportável sua infelicidade, passa-se ser mais suportável caso o outro também seja infeliz, como aquele conto dos dois peruanos que estavam sendo torturados numa cela escondida nos escombros de um calabouço, acharam uma lâmpada mágica, e o gênio ao ser acionado, conferiu um pedido a cada um. O primeiro foi logo impensadamente sem hesitar, “me tira daqui, e me leve para Paris, a terra da Liberdade”, e pronto, o coitado desapareceu feito fumaça de campos de concentração, dispersas ao ar. Já o segundo, logo de maneira ríspida e grosseira, decidido, olhou para o fundo dos olhos do gênio, e disse autoritariamente, “Eu quero que você o traga de volta”. Assombroso, não? Essa perseguição do outro e de sua infelicidade, quando ruminamos dentro cupins roedores, corrosivos roedores de sentimentos, que acabam por transformar um ser humano num espectro de maldade, que projeta suas insatisfações no outro, como se aquele fosse culpado de uma vida de escolhas torpes ou mal indicadas, ou de desavenças afetuosas, sem o sublime absoluto desprovimento do orgulho humano, para se reatar uma velha amizade com uma palavra, perdão. Assim, a velhice, corroída por esses cupins, nessas pessoas que não souberam se livrar da praga da solidão com amigos, ou hábitos saudáveis, com arte por exemplo, sequer pacificar seus remorsos que pela noite viram monstros e pela madrugada demônios, todas as noites, consecutivamente, ininterruptamente, perpetuamente, até o dia de suas mortes. Esses que ninguém se importam, e consequentemente não se importam com ninguém, votam em Alberto Fujimori, por no fundo da superfície, não tão fundo assim, pois já são tão rasas que não possuem fundo, desejarem o mal à comunidade, na ideia de quanto pior melhor, na sintomática atitude de transferir assim indiretamente os seus cupins para todas as outras pessoas. Existe no direito um tipo de homicídio que é conhecido como homicídio patológico, que basicamente constitui-se ao transmitir um vírus mortal ou não, intencionalmente, a outra pessoa. É o que esses velhos fazem, inserem seu vírus da angústia e do desprezo em toda a sociedade. Por estarem conclusos e certos, na morte próxima, inadiável, e iminente, não ligam de serem piores que o Scrooges, o velho solitário que somente tinha seu dinheiro como verdadeiro amigo, apesar que nele vemos a redenção, através do espírito natalino, e do arrependimento real, o que lhe traz uma paz calorosa para terminar seus dias, pois ainda nele os cupins não tinham chegado na válvula mitral, enquanto os outros velhos eleitores do país, passavam sozinhos o fim do ano, sozinhos com o Peru de Natal. Agora paremos para pensarmos um pouco sobre os ricos, pois quando tratamos de velhos pobres, temos sempre a desculpa da ignorância, e do andar da carruagem do mundo, que acelerada cada vez mais, deixa os retardatários literalmente retardados, fora da realidade, quando perdem a noção do que está de fato acontecendo no mundo, e o que é real, e o que não é real, sendo alimentado agora por essa onda de fake News, como introduzi no início, o que os aliena ainda mais, e os tornam prisioneiros de uma utopia distópica que somente existem em suas cabeças apodrecidas. Mas sobre os ricos, que tiveram toda instrução necessária para serem esclarecidos, e não votarem jamais num ex-ditador, continuam a incorrer reincidentemente no crime, com a consciência hipocritamente limpa, com discursos como, “o nosso país está tomados por bandidos, assaltantes, e ladrões, já não bastavam esses drogados, agora temos que aturar esses homossexuais”. Pronto, acho que não preciso escrever mais nada, pois já ficou claro o que há, pior que cupins, nos corações desses pobres de merda, pobres de espírito, de luz, pobres de amor, um ninho de vespas, ou de baratinhas baratas, ou de envenenados escorpiões da própria devassidão. Um complexo de inferioridade misturado com uma megalomania, cercado por um narcisismo nível doentio, e um desprezo por tudo que não sejam eles próprios, num egoísmo aflorado, que ultrapassa os limites de contenção e isolação do ego, e beira as raias de uma misantropia altiva e autocrática. Funcional, institucional, aplicada no dia a dia dentro dos menores detalhes, numa indiscreta repulsa a burguesia, a verdadeira classe burguesa, trabalhadora sustentáculo de uma vida monetariamente mediana, que tem o suficiente, mas certamente não estão sozinhos do dia do Peru do Natal. Esses ricos, endinheirados, muitos, nouveau riches, muitos falidos, de fortunas que não têm mais um único bem que não estejam penhorados, preferem viver essa vida de aparências ridículas, usando estolas de animais vivos mortos, tomando apenas champanhe e arrotando caviar, mesmo sendo alérgicos a ovas de peixe, desprezam o mundo ao redor, por terem passados uma vida vivendo um personagem, alimentando um vazio, precisando de bens e objetos como joias e carros para não os usarem, e sim causarem inveja aos seus outros amigos da tal onça, que bebe água nos confins do nosso distrito federal, não querendo misturar muito as coisas, mas recentemente tivemos uma assombração que não foi identificada em sua espécie, um objeto voador não identificado, que não se sabia se vinha com os escritos fascismo, ou faz-se isso, mas sem perder o raciocínio, o perdendo, digo que esses ricos se tornam cada dia mais pobres. Analisando melhor o complexo e hediondo ato que faz uma pessoa educada votar num ditador, é começar pelo princípio onde desde o início de um educação mal formada, o isolamento psíquico, e sua fragilidade, quando se tem tudo pelo que se normalmente luta na vida, faz criar aos poucos na personalidade desse seres, uma necessidade de se envaidecer com futilidades das mais esdrúxulas, ao invés de tentarem se ocupar com coisas relevantes para a humanidade e o mundo, ocupam-se de um falso hedonismo, enraizado no pudor, e se juntam apenas para se divertirem ao falar mal das outras pessoas, se endeusando enquanto podem, ou se exibindo mesmo quando não podem. Essas são também vitimas de uma realidade que foi sendo aos poucos distorcida, o utópico distópico, onde hoje em dia pagam-se programadores para disseminar notícias falsas, as famosas fake News, que caem como uma luva, afinal, o que há de melhor e mais instigante no mundo do que notícias falsas para pessoas falsas? Essa distorção do outro, que passa ser objeto exclusivo do meu egóico querer, do meu atemporal desejo, da minha lua de fel, quando deixamos de andar na vida para nos paralisarmos em um ponto falso, apenas porque somos atracados num porto onde cantam hipnóticas sereias. As propagandas e a publicidade do mundo moderno. Ali, no shopping elas podem gastar o que têm e o que não têm para sentirem a adrenalina da vida, e voltarem para casa mais preenchidas por coisas, que serão descartáveis ou inúteis, em alguns belos anos, enquanto os verdadeiros encontros são relegados a cocktails onde nada se fala, e as temporadas de veraneio, onde nada se conversa. Esse desprezo por tudo que existe fora da bolha vai tomando forma, e alcança a coragem de conscientemente votar num candidato que confessadamente torturou pessoas, participou de massacres, e traindo a confiança que nele foi depositada, assassinou seus inimigos políticos e pessoais. Posso sem arrependimento e com firmeza dizer que essas pessoas são cúmplices dos crimes cometidos pelo ditador peruano, essas tantas, pelo ditador líbio, pelo ditador sírio, pelo ditador de Ruanda, pelo ditador da China, pelo ditador da Rússia, do Irã, e pelos inúmeros outros ditadores que se disfarçam ou de democratas autocratas, uma impossibilidade já semântica, por não terem coragem de tirarem a totalidade da máscara, ou de autocratas legitimados por uma grande parcela da população, no caso do Peru, pelos ricos e velhos, que sem perspectiva de vida, uns pelo estrago que um cupim faz num coração de madeira, noutro pelo próprio organismo, devido a toxidade dos pensamentos e da percepção deletéria da consciência dos próprios atos, produz internamente, na vesícula, um veneno mais poderoso que cicuta, DDT, que serve para desaninhar essas vespas, baratas, insetos do lodo cardíaco, que aprenderam a uma vida toda dissimular. Esse perfil refinado, que tem toda culpa dos assassinatos por eleger um confesso assassino, aos poucos se satisfaz, pois sente que tem no ditador uma figura paterna, isso inconscientemente, pois nele se espelha a figura do pai, que sempre foi mais do que rígido ao impor as normas e condutas repressivas da alta sociedade, e encarna em Fujimori para apadrinhar os seus filhos caridosos e saudosos. Eles sequer percebem que existem outras pessoas no país, pois sequer percebem os sentimentos deles mesmos, atravessando a vida em branco entre jogos de golf e bridge, e envoltos por uma névoa moderna de vapor cancerígeno e fake News, criam uma redoma impenetrável, onde somente os do clube podem se adoentar. Esse mal estar na “incivilização”, hoje é atualizado pelos disseminadores de notíciais falsas que prendem os espectadores em um mundo de fantasias infectantes, disseminadores que cometem esse homicídio patológico, infundindo nas vítimas adormecidas uma substância viral que aos poucos as fazem trocar o eletrocardiograma por uma necropsia. Mortos-vivos, o tempo passa, e cada vez mais aprofundados em mentiras e dissimulações, vão ganhando uma magreza esquelética que é a resposta dada ao mundo, aos seus mundos, mundo cadavérico, onde a grandeza passa ser encoberta por tortura, genocídio, massacre, assassinatos, e outros crimes bárbaros, que não são descontados da folha de pagamento, ou dos juros das aplicações, pois já pagaram com o voto. No fundo, são tomados de um profundo ódio por tudo e todos, por não terem nunca experimentado a realidade fora da bolha, sem nunca ousarem a coragem não de um Sidarta, mas de um Lobo da Estepe.
Assim, portanto, concluímos, que dia 11 de setembro foi um dia para o mundo comemorar, nós, humanos da humanidade, humanistas das faixas coloridas, onde todas as cores se misturam num éden interno que abre as portas para o coronário, fazendo de nossas vidas lugares mais aconchegantes e calorosos para se habitar, com amigos, com família, com o necessário para se comprar um bom vinho, mas com a delícia de viver empurrado por um propósito, um propósito humano, quando às vezes sendo o mais inútil dos homens, através do nosso ócio ou do nosso negócio, nos tornamos os homens mais úteis da Terra. “Assim caminha a humanidade, com passos de formiga, mas com vontade.” Pelo menos a humanidade que não carrega cupins e baratas nos corações, Verwandlung, a metamorfose do amor, que está sujeitando mesmo os velhos insensíveis, porém com uma centelha de esperança, a última que morre, mas a primeira que renasce; e os ricos também insensibilizados pela miragem contida em cada nota de dinheiro, que se olhado muito de perto, se transforma em uma algema, uma cobra, um abismo. Os ricos velhos sofrem um pouco dos dois mundos, a iminência da morte sem sentido, e a prisão na bolha dos dourados castiçais. Comemoremos então com os nossos, o dia que Fujimori mori mori mori morreu... apesar de seu câncer ainda estar contido na língua de vários outros ditadores do mundo, que mentem para poderem dizer a verdade, e citando uma passagem de uma peça de Shakespeare que muito me agrada encerro, quando Lady Ann pergunta para Ricardo III sobre suas intenções, e ele cinicamente responde, “My heart is in my tongue”. (Meu coração está na minha língua).
007 de SETEMBRO
Poderia começar a dizer que sete é um número mágico, que além das 7 esferas, temos as 7 notas musicais, temos os 7 mares, temos as 7 cores do arco-íris, temos os 7 dias da semana, temos os 7 corpos celestes na antiguidade, os 7 chacras, as 7 ondas que pulamos na passagem de ano, e assim por diante, até chegarmos no dia 7 de setembro, quando comemoramos nossa independência, nesse dia onde o invólucro numérico sugere uma espécie de magia, de transcendência, de motivo e razão especial para ser cuidado embaixo de nosso céu, nosso povo, que tão sofrido, ignora muitas vezes o porque se comemorar uma independência, se na pele sofrida da maior parte das pessoas, a dependência diante de quase tudo que importa, a família, os amigos, o trabalho, os óbices para a realização pessoal, de si mesmo, dos governantes, já que vivemos num país democrático, se vê nublada por uma onda onde a miséria, ou a miserabilidade de algumas situações humanas precárias, invade como um tsunami esse mundo interior, atando o povo brasileiro em si mesmo, numa dependência cordial e sofrida, por estarmos de um lado ostentando o que não deveríamos, e por outro sendo atingidos pela magra face da pobreza. Como comemorar uma independência, se nem colônia do mundo ainda deixamos de ser, um país aviltado em suas matrizes energéticas, explorados em seus minérios, destorcido em seu lado mais humano, desrespeitado diante dos outros povos, que nos associam a sexo, futebol e carnaval, já englobado no sexo, mas enfatizando o descompasso de um fluxo que a essa altura do século já deveria ter se enraizado mais firmemente nele mesmo, e prosseguido seu caminho ao mar, extravasando diques e barragens que nos são impostas, para frear nosso avanço intelectual, principalmente da população brasileira, que carece de um patamar de ensino sobre elevado diante do precário, do básico, e ainda cego pela falta de profissionais decentes, que exigem no mínimo um salário decente, não criticando os professores das redes estaduais, que fazem muito mais por amor ao que fazem do que pelo nada folgado salário, mas enaltecendo a necessidade de provermos nossos alunos com uma tecnicidade que muitas vezes não pode ser suprida por um professor de ensino médio. Vemos apenas a ignorância sendo patrocinada pelo descuido e relapso de mais de um século de desculpas, as mesmas desculpas, que nos confere alunos sem capacidade de digerir um enunciado, resolver um problema de matemática, ou até mesmo interpretar um texto, ou entender a diferença entre amperagem e voltagem em pleno ano de vestibular. Vemos esse desleixo, essa ignorância patrocinada pelo governo sendo realocada ano a ano, para manter uma maioria ignorante, se levarmos em conta que os ricos e a classe alta do país não chegam aos 20%, que acabam sendo guiados, a presteza e a leve elocubração dialética diante dos reveses da vida, que exigem um raciocínio rápido e claro, uma autossuficiência distinta de autômatos criados para servirem de estômagos votantes, não encontrando soluções e sim novos problemas, e sequer damos conta que essa engrenagem funciona desde o império, desde a lei Áurea, desde a proclamação da República, desde o Marechal Teodoro ao Lula, que engambelam a população com promessas afrodisíacas, desde sempre, com exceção, por mais contraditório que isso parece, da era Vargas, onde o país experimentou uma dose relevante de crescimento, de JK, e dos militares em infra estrutura e telecomunicações. Mas a educação base, o ensino do dois mais dois, esse não está satisfatório, principalmente nas ultimas décadas, onde o país aprendeu enriquecer os ricos, e emburrar, ou seja, burrificar, os pobres. Essa estrutura onde cada cidadão representa um voto, e cada estômago uma barriga, não funciona num país onde a desigualdade social é deveras tão acirrada, pois sempre reinará a opinião da maioria, que como já dizia o dramaturgo, é burra. A maioria analfabeta também vota, mesmo sem saber escrever o nome, como se tivessem o real discernimento para entender a diferença entre a e b, e como se fossem feitos para entender, e não apenas para comparecer. Brasil, país emergente que teve na década de 2010 todas as oportunidades, ou pelo menos, as melhores, Copa do Mundo e Olimpíadas, conseguiu ao invés de transformar o país, sucatear estádios superfaturados, e relegar ao esquecimento a transformação que um dia o povo tanto sonhou, como a criação de novos empregos fixos, nova infraestrutura, estradas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos metros, etc, como se as forças externas fossem permitir um país nominalmente corrupto, cheio de comodities, minerais e inclusive petróleo, se desenvolver a esse nível, quando tem a hierarquia de seus representantes internacionais infiltradas no nosso poder, e sempre, através da política das propinas, consegue travar investimentos cruciais na infraestrutura e em áreas como tecnologia e indústria. Imaginem vocês, uma década onde uma fortuna entrou para o país, onde uma operação anti corrupção foi deflagrada, uma das maiores do mundo, a lava-jato, estrangeiros se amotinando nos aeroportos, uma expectativa enorme de um superavit crescente e contínuo, o que acontece? O presidente é impeachmado, a corrupção solapa a criação, a renovação, e as potências internacionais, interferindo por debaixo do tapete, nos bastidores do poder, conseguem fazer com que os recursos sejam desviados, a educação se mantenha estúpida, assim como a saúde, diante de uma serie de hospitais sucateados, o judiciário se livra da algema da lava-jato, permanece corrupto e negociador, impedindo e dificultando alvarás para os pequenos e até mesmo para as empresas nacionais, e concedendo autorizações especiais para empresas europeias, americanas e até mesmo chinesas, para operar no país, fatiando um mercado cuja melhor parte jamais foi preterida para as expectativas de gigantes nacionais, que com exceção da Embraer e alguns outros, a Vale por exemplo, não conseguem se desenvolver por entraves burocráticos, numa máquina feita para privilegiar aquele que paga em dólar, os nossos políticos, que não mais apreciam a nossa moeda real. Antes fosse ela falsa, como de fato é, pois com acordos escusos, desde o governo do FHC, o dólar foi lentamente mitigando o real, mastigando, até que a impressão que teríamos uma paridade econômica com a América, isso para os leigos somente, claro, pois não nos esquecemos que esse plano irreal elegeu o nosso presidente ilibadíssimo, que, desculpe dizer, hipoteticamente, pois não posso alegar aquilo que não posso provar, preparou o terreno e o deixou mais do que fértil para o que um dia desembocou no mensalão, arando a terra para o PT, que tinha assim, digamos, mais descaramento e menos pudor, e laicidade o suficiente para tocar o germinal plano de corromper o país de ponta a ponta, emparelhar sua máquina estatal de militantes, e transformar o judiciário no verdadeiro chefe executivo do país, por estar alinhado com ditadores democráticos que tinham garantida sua permanente influência, governo após governo, veja a ingerência de Gilmar Mendes, que está conosco em nossa corte suprema desde o Fernando Henrique, e aos poucos iam fazendo com que cada representante se adequasse as normas já impostas pela cartilha do executivo-judiciário, deixando o Congresso uma espécie de zoológico onde os gorilas davam risada pra quem lhes atirassem bananas, irrelevantes no cerne da justiça, inexistente, porém cruciais para aprovarem os projetos pelos quais eram pagos, independentemente de suas crenças pessoais, da opinião do partido, ou de qualquer fator que não fosse um caso fortuito de força maior, como um raio caindo dentro do teto solar da BMW do filho da puta, o deixando eletricamente cardíaco paralisado, dando com o importado no primeiro poste que foi justamente lá colocado para agradar os interesses alemães em nossas reservas de água por exemplo, ou em nossas florestas, o que sobrou delas, pois a cada ano apenas o mesmo teatro é feito para dizer e informar o povo que estão lutando pela garantia e sobrevivência bem como pela recuperação de nossa fauna e flora, enquanto nosso mico só aumenta, quando ninguém se preocupa se o devastamento ampliou em dez estádios de futebol, como vem sendo ampliado desde que sou criança, até não caberem mais estádios de futebol na floresta, que vendida para o estrangeiro, garante no mercado negro uma quantia exorbitante para todo esquema, quadrilha digo, infiltrada no poder, ou melhor, uma quadrilha legal, legalizada pelo empossamento do cargo, pela sabatina, pelo juramento da porra da bandeira, que em desordem e atraso, fica apenas atrás de países como Ruanda, Eritréia, Republica Democrática do Congo, Quenia, Marrocos, Costa do Marfim, Botswanna, África do Sul, Tunísia, Egito e outros representantes do continente mais atrasado e primitivo do mundo, apesar que essa palavra não será mais vista, não em meu texto , como uma ofensa, e sim como uma contestação que compara duas realidade distintas, cada uma com seus pros e seus contras, pois antes ser primitivo e decente, do que avançado, “progresso”, é imoral. O que ainda acho difícil de compreender, é porque tanta influência estrangeira, nos relegando ao verdadeiro status de colônia disfarçada, com medidas protecionistas que servem apenas para contrabalancear os juros, e chantagear grupos que tecnicamente, tem que oferecer algo, digo, fortunas em troca, para mudar-se novamente as regras do jogo, ou conceder uma anistia a determinados grupos e investidores donos de empresas que estão em déficit com a receita federal, que acaba por perdoar os gigantes, mediante suborno, para não viajar na metáfora e utilizar o termo mais apropriado, e sufocar os pequenos e médios para suprir o caixa que ficará com alguns bilhões a menos, isso, bilhões, pelo menos acho que ainda não chega em trilhão, o desvio de verbas e o lucro com o negócio do estado, desde as licitações, até as privatizações, até as medidas provisórias, até os decretos encomendados, quando o executivo legisla, até as súmulas providenciais, quando o judiciário legisla, até as leis complementares, ordinárias, infra-constitucionais, que se encarregam ou de regular projetos de lei, ou de preencher lacunas que o legislador deixou em branco, bem como as quase pétreas PECS derruba seringueiras, que alteram a constituinte em seu núcleo, emprestando um ar de atualização mas em grandes casos apenas contornando um empecilho legal que atrapalha o desenvolvimento de determinando nicho ou setor, ou se destinam a estancar a polêmica que continuará sendo polêmica, em assuntos sensíveis, como liberação das drogas, por exemplo, e do jogo, que deve ser ainda melhor acordado, visto o tamanho da operação, que engloba milhares de pessoas, como de beneficiados, e bilhões em investimentos, que sempre, considerando-se a taxa de serviço, vai ter lá os seus 10, 15, 20 as vezes os inacreditáveis 40 por cento descontando todas as cadeias das etapas de pagamento, desde a mesada do deputado, até o fiscal da receita, até o prefeito da cidade, os vereadores necessários para se aprovar, isso no município, presumindo que já tenha sido feito todo o tramite e pagamentos no âmbito federal e estadual, percebem? E dizem que estão preocupados com a educação, depois de tudo isso. Apenas mais uma palavra vazia, que tem tido seu orçamento esvaziado a cada governo, e fica devendo para os níveis mundiais de desenvolvimento, tendo nossos alunos demonstrado péssimo desempenho até mesmo em português, ou seja, é capaz de considerar para nível de índice e pavoneamento, triste opulência, alfabetizado os analfabetos que apenas conseguem assinar o nome e escrever, “mamãe eu ti amo”, ou nem isso, pois assim pega melhor na honestíssima pesquisa do data folha, ou do IBGE, esse ainda acredito que pelos profissionais e dedicação que eles têm para com seu trabalho, se não depender de umas movimentações de peças dos andares superiores, são mais honestos e correlativos a realidade, mais contundentes, mas não coloco nem a unha no fogo, quanto mais a mão. Com um país de minoria rica, e maioria classe B, C, D, E, F, G, H, I,D,I,O,T,A, fica fácil manter a velha política café com leite que sempre dominou os bastidores da nossa democracia, palavra que deveria ser proibida, pois ao desvelarmos os seus sete véus, os sete véus de Ishtar, a dança dos sete véus, novamente incorrendo no mundo mágico para algum espírito auxiliar nossa missão, de salvar o país do esgoto, da movediça areia, da lama em podre ebulição, descobrimos que giramos num carrossel, com as mesmas opções na vitrine, e que a ilusão da nossa escolha, principalmente entre deputados e senadores, não vai, depois do mensalão, interferir no direcionamento das posições expressas na votação ora aberta, ora fechada. Espero somente que essa hediondez tenha sido sanada, e que os cargos de emparelhamento do estado, da petização do país, não venham no futuro inviabilizar a nossa mal dita democracia, como digo, palavra amaldiçoada em antros tupiniquins, pois se dermos o estado a um ou dois partidos, que opostos, resolvem repartir as perdas e os danos, os lucros e os dividendos, como a lava jato revelou, numa próxima operação, lava porta-aviões , perdemos de vez o leme da condução da brasilidade que até hoje busca sua identidade, mas não vai conseguir nada sem educação, e novamente insisto, investimento maciço em educação, ao ponto das escolas públicas voltarem a ser comparadas as escolas privadas. Quer algo mais absurdo que essa instituição de cotas? Por mais que concorde com a necessidade, discordo plenamente com o fato gerador, pois num país onde precisa-se deixar cotas para negros e pardos, para que eles possam ter garantido um lugar de estudo nas universidades públicas, é fato de que não estamos escolhendo os melhores alunos que mereciam e preencheriam e doariam muito mais para o país do que os alunos “desnutridos” , “deseducatizados”, e obrigando ao assumir nossa extrema deficiência na educação pública, pois caso fosse minimamente regular e párea ao que se exige de um aluno no ensino fundamental, não precisaria de cotas, pois estariam ambos, públicos e privados, lutando na mesma categoria, de iguais para iguais, mas como “tudo é tão desigual, num lado esse carnaval, do outro a fome total”, temos que garantir uma porcentagem para que os “coitados” do ensino público possam ter acesso as faculdades, que por incrível que pareça, são de tradição e consideradas as melhores do país, apenas que feita para os ricos, e não para os pobres. Assim, os ricos continuam experts e dominando o mercado, e os pobres vendendo o voto por uma banana, de dinamite, pois deve se chegar o dia que tem se vontade de explodir o barraco, e mandar tudo para o filho que não foge da luta que pariu, pariu uma desigualdade cada vez mais desigual, mesmo com esse lance de cotas, pariu um sistema cada vez mais corrupto, mesmo com o desfigurado pacote ante crimes, cada vez mais hipócrita, ao termos que aguentar um lulismo que se diz preocupado com os famigerados, como, já disse e repito, da picanha não chegou nem a pica, pois até isso, num país brochado, a falta de libido, o tesão pela vida, as cores explodindo nas fachadas, ficam mais cinzas, menos brilhantes, e hipocritamente patrióticas.
Agora imaginem vocês, num país onde os juízes da suprema corte tem cargo vitalício, isso é, por toda a vida, onde deve-se reclamar a obrigação estatal de investimentos em escolas, creches, e febens, já que o legislativo apenas maquia a vontade, mantendo na pauta, o executivo também camufla, destinando algumas migalhas à educação de tempos em tempos e fazendo disso grande propaganda e alarde, como se fossem os salvadores da pátria, quando no que vejo, tudo pegando fogo, eles são os “extintores da pátria”, mas voltando, essas migalhas destinadas a educação muitas vezes não chegam no destino final, e param pelo meio do caminho. Portanto, vejamos, porque o judiciário, o STF não obriga sobre pena de multa diária, investimentos maciços na fonte, e não na burocracia do meio do caminho, pois no meio do caminho tinha uma burocracia, não, porque não declaram a obrigatoriedade de se cumprir a Constituição Federal em suas cláusulas pétreas, que garante educação, saúde e segurança para todos. Por que? Porque sinceramente, vocês esperam que um judiciário vitalício, sempre alinhado, com algumas pequenas desavenças, mas unidos, pois é a união e não contradição que mantem a força pungente e vibrante, fazendo o sistema coeso, tanto para a competência de zelar pela Constituição Federal, tanto como para transmitir credibilidade para os brasileiros de que possuem a competência para tal tarefa, e por isso todo o rito, a toga, uniforme, as cadeiras impolutas, o “vacabulário” truncado, os pareceres com mais de 20 páginas, todo um arsenal de assessores que custam mais que um cometa particular por mês, tudo para deixar o rebanho pacificado e crente de que estão sobre a égide da lei. Realmente, estamos guarnecidos por um código civil e um penal, onde discordâncias e reparações, lides, litígios, crimes, delitos encontrarão nas primeiras instâncias uma resolução para os pequenos icebergs que transitam ao redor da glacial infernal bacia da antiga Guanabara atual praça dos três poderes, capital, caso haja alguma discordância processual ou um erro na interpretação dúbia de determinada lei, o STJ e o Supremo acabam por serem acionados, dependendo também do acesso do seu advogado, o quanto mais caro puder pagar, mas fácil ter sua sentença reformada, ou até mesmo prescrita, visto a não inevitabilidade de se aplicar o princípio da celeridade, diante do número díspar, incontável de processos. O sistema garante que o presidente da casa paute os mais urgentes, e essa prerrogativa, de declarar qual urgência é mais urgente que a outra, fica a cargo do Ministro. O que tento dizer, em poucas palavras, é, justamente, porque não força o Supremo ao investimento obrigatório na educação, coagindo prefeitos sobre a máxima dos princípios basilares, que garante acesso igual a todos, apesar disso não deixar de ser uma boa incrementada utopia, mas são mais de cem anos, e as coisas, como diz o poeta, continuam tudo igual. Por que vocês acham que um Supremo tem interesse em governar cabritos ao invés de leões? Não vão esclarecer para população que eles são os verdadeiros presidentes do país, os 11, que alinhados norteiam o barco para o rumo que quiserem, e inclusive destituem cargos de deputados estaduais, federais, senadores, dos ministros do estado, do presidente da republica, que apesar de responder pro crime de responsabilidade para o congresso, responde a crime comum para o Supremo. E com eles, tudo se ajeita. Você acha, que esses mandantes do país, esses usurpadores disfarçados de bem intencionados togados, vão querer que o povo chegue a essa conclusão, atingindo esse nível de percepção, para eventualmente instaurarem ou um verdadeiro motim, um verdadeiro atentado contra o Judiciário, e não contra o Estado Democrático de Direito, notando-se a aparente contradição nessa frase, se levarmos em conta as circunstâncias, percebemos que o judiciário autocrático é o impasse para se atingir propriamente o Estado Democrático de Direito, que de Estado Democrático de Direito, só tem a máscara, pois a ditadura da toga, como já ouvi por ai, ou a ditadura do judiciário, começa a deixar de ser apenas uma expressão hiperbólica, para começar a fazer sentido como aquela peça do quebra cabeça que sempre passou sem chamar atenção, sem ninguém nunca desconfiar que ela estava de ponta cabeças. Sinceramente, iremos educar o povo para que ele perceba que estamos debaixo de um esquema onde juízes apadrinhados por presidentes, apadrinharão presidentes para sempre, invisivelmente, bem na cara de todos, quando dizem que é o melhor jeito de fazer algo desaparecer, diante de todos os olhos, e o que desapareceu, eu pergunto, nossa dignidade, nossa inocência, nossa ignorância. Imaginem esses 11 sendo revelados a luz do meio dia, desmascarados, e mostrados como abutres que são, violadores de todos e quaisquer princípios, por julgarem a si mesmos, em caso de crime comum, e pelo Senado, no caso de crime de responsabilidade. Até hoje, desde 1889 nem um único juiz foi processado pelo Senado, não é isso uma coincidência terrível? Com tantos disparates, no país da corrupção endêmica, sistêmica, um único Ministro enfrentou um processo de impeachment, e foi destituído de seu cargo? Os togados não querem educação, por isso o país continua burro, pois é a maioria burra que os continua reelegendo, as figuras do legislativo e os governadores, prefeitos e presidente, os postes, as marionetes vivas e as marionetes mortas do executivo. Depois pensamos em dar uma definição, para cada uma delas, ou melhor, marionetes vivas, aquelas que possuem a autodeterminação e autonomia em relação ao partido, certa autonomia, e tem liberdade de constituir seu corpo operacional da maneira que acharem melhor, dentre outros detalhes; marionetes mortas, aquelas que não possuem autonomia sequer crítica, e são figuras postas apenas para obedecer as ordens dadas de seus superiores, sejam figurões do partido, sejam calhordas de ordem mais elevada, como governadores, ministros, e presidentes. Dado isto posto, atesto que os ditadores da toga, não mexerão um milímetro e declararão qualquer tentativa do Congresso de mudar as regras do jogo Inconstitucional, sentenciando uma simples Ação Direta de Inconstitucionalidade, ajuizada pela própria OAB, que está com a lama até o pescoço, ou por um partido qualquer, até mesmo chegarem a julgar mais que um caso com o mesmo núcleo subjetivo, para assim gerarem, criarem, monistas, do nada, jurisprudência, e dependendo do caso até uma súmula vinculante, ou seja, uma decisão assertiva e revista pelo plenário da corte que pacifica um tema em questão, obrigando a todas as instâncias inferiores a julgarem conforme o mesmo entendimento, mesmo se divergirem em algum ponto, amarrando o Judiciário de carreira, ao contrário do STF, ao judiciário de indicação, a um entendimento obrigatório e não discricionário, arbitrário. Ou seja, la vie c´est une merd! Je crois que c´est juste comme ça! La vie en Rose, mon cher, Rose Weber, que deu o teatral voto simulacro de minerva, já que seu voto era decisivo por não ter revelado a sua posição ao contrário dos restantes dos votantes, cuja opinião já era sabida, mas não foi a última a votar, por isso simulacro de minerva, naquele inesquecível julgamento que apreciava a validação da prisão em segunda instância. Diante de todos esses fatos, percebemos que continuamos como Dom Quixote lutando contra moinhos de vento, e o que inaugurou o primeiro romance considerado moderno na literatura, poderia nos inspirar, e inaugurar o primeiro impeachment de um juiz, no mínimo a pauta, a apreciação do pedido. Moraes deve sair por ter além de tudo que já foi explicitado, coordenado uma ação quase que tacitamente, organizando sua tropa, tomando para si o controle da corte e não se declarado suspeito ao julgar seu inimigo confesso. Hoje é vexatório e humilhante se colocar de baixo de um guarda-chuva furado, com estampas de uma onça cor de rosa, bebendo água do incendiado pantanal. Analmente, posso dizer que literalmente, cagaram em nossas cabeças, desculpe o termo chulo, mas nada melhor para explicitar o que fazem, errata, cagam nas nossas cabeças. Assim, insisto que devemos voltar a nos reunir em grupos do Whatsapp e Telegram, já que o Twitter já foi banido de nosso território, espero pelo menos ficar com o Insta e o Face, mais “moraizinhos”. Contudo, concluo que enquanto uma PEC não for exigida do Congresso, onde deputados e senadores poderão começar a debater a perversa e ardilosa, esperta, traíra autorização que a Constituição Federal outorga ao presidente da República, de indicar os membros da suprema corte, e se prontificarem a corrigir esse erro intencional, para manter sempre o sistema na equanimidade de séculos, sem avanço burocrático, ou prático, sequer teórico, pois os calcanhares de Aquiles que devem ser mexidos, ficam disfarçados, camuflados como máscaras democráticas, infiltradas como cavalos de Troia na CF, que funcionam para a manutenção do mecanismo, por sinal uma excelente série, de toda engrenagem do sistema, corrupto, e funcional, altamente prático, e estável, visto que desde a proclamação da República, muito menos nesse século vimos alguma manifestação, fora as diretas já, no século passado, e em 2012, aproximadamente, o povo maravilhosamente reunido na esplanada, na praça dos três poderes, tomando o espelho d´água, e exigindo um novo país. Recentemente tivemos esse infeliz episódio do 8 de janeiro que sequer conta como uma sublevação. Mas chega de motins, de sublevações, de revoltas, precisamos mesmo de uma REVOLUÇÃO, onde seja deposto os 11, ou no mínimo, impeachmado o “um”. Isso caso não consigamos pelas vias ordinárias e legais pautar a extinção e proibição da indicação dos Ministros Supremos pelo chefe do Executivo, e aclaremos um método muito mais justo que ai sim, garantirá a eficaz transparência e independências dos poderes, bem como seus freios e contrapesos, pois um freio de um poder no outro, jamais, pode ser entendido, como um favor que fico a prestar, quando se coloca um freio no judiciário, ou quando se finge que coloca, para tupiniquim ver, um freio que não funciona nem como freio de mão, pois a mão está sempre segurando a direita uma caneta, e a esquerda um chumaço de notas de dólares. Assim seja, amém. Que consiga se discutir isso no plenário da Câmara Legislativa, e do Senado, já ficarei imensamente grato aos anjos da guarda desse laico país. Pois o que adianta você acreditar no Supremo, se o Supremo não quer acreditar em você, ás no baralho, semente de carvalho, gozo do caralho!
O QUE É LIBERDADE DE EXPRESSÃO?
O que é liberdade de expressão? Além de ser um dos fundamentos do regime democrático, é o pilar que sustenta o princípio da transparência, que vem da publicidade legitimando desta forma os atos do poder público. Liberdade de expressão é você poder exibir suas ideias, opiniões, teses e conclusões a respeito de um fato ou pessoa que se sucedeu, propondo uma nova visão que por exemplo venha contradizer o governo e a ideologia em voga, sem sofrer as consequências que numa autocracia, num despotismo você provavelmente iria ter que arcar. Liberdade de expressão é a prerrogativa que garante a um regime não autoritário aos seus cidadãos a livre expressão de ideias, bem como de sua circulação, sendo crime qualquer agente de Estado que venha interferir em sua propagação e no direito de expressão com fulcro nos artigos que garantem a inviolabilidade do Estado de Direito, utilizando-se assim dos remédios constitucionais para uma eventual epidemia, contra a própria Constituição, cerceando a voz do povo e ainda mais, perseguindo metodicamente aqueles que possuem opinião controversa ou contrária. O que seria do debate público sem a polêmica? A própria ideia de polêmica sugere embate conflitantes entre ideias opostas porém equilibradas, para que o assunto posso ao invés de seguir cegamente ignorado, ele possa ser aclarado através do embate de ideias, onde chega-se a uma conclusão, quando possível um meio termo, quando não com a frustração de um dos lados, mas respaldado por argumentos que o validem, como a discussão do aborto se dá hoje em dia, e como um dia se deu sobre o direito dos homossexuais de casarem e constituir família, adotando inclusive crianças. O que um dia foi polêmico, hoje é normal perante a sociedade apenas porque houve pessoas corajosas o suficiente para debater, para polemizar, para encarar os poderosos inimigos de sua verdade, e não se atrofiar pelo medo, talvez, porque houve espaço para isso, e não perseguições contra a liberdade, pois duvido muito que seja preferível passar anos na cadeia do que calar-se diante de um estado autocrático que não demonstra nenhuma pretensão de mudar sequer de permitir o debate sobre certos pontos, como é o caso do Irã por exemplo, país que hoje trás grandes semelhanças com o Brasil, que se escondendo atrás de uma máscara democrática, instaurou uma desmesura do judiciário, encabeçada pelo Ministro Alexandre de Moraes, quando certamente vem provando que é do careca que elas gostam menos. Brincadeiras a parte, a liberdade de expressão no Irã não chega a ser equitativa ao Brasil, mas estamos caminhando para esse posto, ao lado de países como a Nicarágua, Cuba, Venezuela, e uma série de reinos Africanos onde por mais de anos permanece no poder aquele que manda como quer. O mesmo acontece no Brasil, mas abram os olhos, ao invés de ser o chefe do executivo que permanece uma vida, são os chefes da Suprema Corte, que possuem mandato vitalício, e chegam a passar em média 30 anos no cargo, como será o caso do advogado ex do futuro ex presidente, que o indicou para uma sabatina pro forma, placebo no Senado, que nunca disside do rei, por estar já ajustado nos bastidores quem será o novo cavaleiro da távola redonda, que ao invés de 11, contava com 12 permanentes membros, porém numa época dita medieval, onde ainda era possível a crença no não rodízio de membros de uma corte, para melhor equilíbrio e verificação da real independência dos Poderes. Com o chefe do Executivo trocado a cada 4 anos, com a possibilidade de permanecer mais 4, o mesmo com os deputados, e senadores, que permanecem na casa por 8 anos. Onde está o X da questão? Na perca de liberdade de expressão qualitativa depois que uma das maiores plataformas de informação do mundo se viu coagida a encerrar suas atividades no território nacional. Está no impedimento de tal liberdade pelas conjunturas do medo imposto e tácito, e prático, e real, de que a opinião contrária a estrutura do governo, bem de como seus representantes, sofrerá uma vertiginosa caçada, onde somente haverá descanso quando aqueles que atentam contra a suposta democracia, se veem isolados, presos no caso. Quando um país tem sua voz calada pela própria instrumentária jurídica, é porque algo não vai bem. O que podemos confabular, quando Moraes era presidente do TSE agindo com clara parcialidade ao candidato recém saído do presídio, obrigou-o, praticamente, sugerindo que poderia lhe ser útil, ao vedar mais propagandas políticas de um lado do que do outro, mas em troca queria estar a frente do poder, sem intrigas com o executivo, que não moveria uma palha para mitigar seus atos de inquisidor. O plano deu certo. O projeto de domínio do país, da reconquista vermelha, vem alargando suas asas, apesar da economia ainda da picanha não ter nem a pica, ao ponto da atual oposição começar a emigrar, para outros países, para a América, para Europa, pois não conseguem ficar calados caso fiquem, e caso se calem não conseguirão sentir no profundo do ser aquela honra própria e bem estar consigo mesmo, de estar cumprindo o papel relegado pelo universo a nossas vidas, que devem não carecer de proposito, apesar, se entrarmos numa discussão niilista aqui, paramos o trem para todos descerem, pois realmente ficará mais difícil achar um sentindo, mas como estamos diante de uma crua análise das circunstancias propostas, damos a vida esse proposito, de zelar pelos interesses difusos, ou coletivos. Sem liberdade de expressão não podemos apontar nossos detratores, e os próprios atos emanados da res pública, da coisa pública, da República em si, perdem autonomia e destaque legal, bem como carecem de legitimidade, pois minoram o direito ao contraditório, que todo jornal, não apenas o judiciário, é obrigado a conceder ao noticiar um escândalo por exemplo, ou uma mínima manchete turbulenta ou não, sobre pena de serem processados e condenados, não pela inveracidade da informação, mas pelo não oferecimento ao retratado a seu direito de se defender publicamente. Direito de resposta. O que faz Moraes, ao majorar todas as penas, como ampliar crimes, como a tentativa de dissolução do Estado de Direito, atentar contra a Democracia, para um bando de bandalheiros que mais queriam se sentir ouvidos e notados, por um judiciário e um Congresso surdos a opinião do povo, como se eles tivessem parado lá por sorteio, od congressistas, e não pela eleição que os permite representar as vontades dissonantes desse grande e gigante país que é o Brasil. Se Deus mais ou menos assim, o pobre infeliz, morrendo de fome, vai até a padaria, e rouba uma caixa de fósforos, para acender em sua casa o fogão e requentar sua última batata; ao ser visto colocando a caixa no bolso por um policial a paisana, é enquadrado e preso. O juiz, além de não levar em relevância a insignificância do objeto roubado, diminuidor e motivo de perdão caso outros requisitos estejam presentes, ausência de grave ameaça, o uso não bruto da força, a primariedade, entre outros, o acusa de ter roubado o fósforo para botar fogo no barraco, apenas porque assim decidiu, e ao invés do pobre ser absolvido, ele é condenado por tentativa de homicídio, dano contra o patrimônio, mais furto qualificado, por ter o juiz traçado alguma analogia da pólvora do palito, com as dos explosivos do papa léguas. Entendem, o que aconteceu nesse famoso dia 8 de janeiro, que inclusive foi de tão mais valia para o governo que serviu de motivação para se construírem um museu da democracia. Que democracia é está meus senhores? Onde os juízes vitalícios, indicados sempre pelo presidente, que os ficam devendo favores também vitalícios, e se olharmos atualmente para o STF, 7 são do PT, formando maioria absoluta. Claro, que ai entra o principio da imparcialidade, para cobrir feito um véu o gramado da manhã na cerração da cegueira da justiça que nada vê, nada de nada, mesmo, que funciona como um carimbo para chancelar as sentenças como se elas não fosse proferidas por um homem, um ser humano com suas inclinações e vontades pessoais, que devem mais que gratidão, favores, que se misturam no mesmo balde, construindo um raciocínio jurídico que vá de encontro a sentença prévia, e não ao contrário, se construir uma sentença baseada num raciocínio jurídico. Esse princípio seria a toga que veste e cobre o corpo do juiz, o da imparcialidade, que lhe confere autoridade para ser no mínimo crível, quando Moraes somente não abusou de sua confeitaria, mas ultrapassou os limites escolhendo a dedo quem deveriam ser os novos inimigos da República, caçando implacavelmente seus inimigos. O que se da na cabeça de um homem, que se vê investido de tanto poder, principalmente sendo esse homem um claro e manifesto megalomaníaco e psicopata, além de sádico, pois suas penas desproporcionais serviram apenas como exemplo de intimidação futura, como chamo, para inibir uma marcha coordenada e ai sim, imbuída do intuito não de destituir o estado de Direito, pois já basta a ditadura que vivemos, e a que vivemos, mas sim de destituir o ministro de seu cargo. Ai sim, uma turba organizada, com 500 mil pessoas no mínimo, o espelho d´água novamente tomado por gente brasileira, um líder, uma mesa diretora, walk talks, e todo um esquema de munição para alguns entes específicos, bem como as devidas armas, para os mesmos entes específicos, para pacificamente garantir a segurança de seus manifestantes contra possíveis ataques originários dos policiais, dragões da independência, que atualmente estão acorrentados e proibido de cuspir fogo, sobre pena de elevação do potencial maçarico, que só cumrem ordens, esses dragões domesticados, quando ai sim, pressionando o STF, seriamente teríamos um caso que julgado poderia incorrer nos crimes elencados pelo Ministro, que faz isso não para e pela justiça, mas para calar as outras milhares de vozes indignadas com sua soberba e empáfia, e criminosa atitude de abuso de poder, prevaricação, e cerceamento da liberdade de expressão. Até a mídia foi censurada, fato que ocorreu com a Crusoé por causa de uma matéria não ortodoxa, e vem sendo, cada vez que se distância das diretrizes de Moraes, hoje o “chefe” e não presidente do STF, que conseguiu ludibriar seus colegas e crescer sobre suas cabeças, quando a sombra de um golpe de estado sobrevoou a Alvorada e Carmen Lucia apavorada, bem como os outros colegas se viram ameaçados, pelos mandos e desmandos do Executivo, na época Bolsonaro, que apesar de ter encontrado um jeito de adiar o julgamento de seu filho, pagou um caro preço, a fazer concessões a Toffoli, que provavelmente foi quem indicou, auxiliado de seus pares, o novo procurador da Republica, esse que enterrou por fim a lava-jato, perseguindo seus instauradores, seus criadores, seus pais, Augusto f d p Aras.
Assim temos que não há crime mais grave numa democracia, do que impedi-la de ser democrata. Ao calar a boca de seus inimigos, não os deixando sequer proferir suas defesas aos olhos da nação, isolando-os em presídios de segurança máxima como se fossem Hannibal Lecter, vamos criando uma cortina sobre a cortina de fumaça, mas agora com tijolos do silêncio, onde os muros vão sendo construídos ao redor de cada cidadão que se vê emparelhado por uma prisão de tijolos silenciosos e invisíveis, pois se falassem não seriam os anti tijolos amarelos, e se fossem vistos, não seriam as celas invisíveis postas ao longo da vida sobre cada humano, sendo adaptada conforme o crescimento de cada um, mas tendo a maioria a sua base métrica mediana, não passando de 3 ou 4 metros quadrados, no máximo, quando colocados ao lado da cela ainda metafórica desse juiz que da onde se encontra não é possível ver os contornos de seu muro. O problema de possuir uma “cela” de tamanha extensão, é que nunca saberemos quando alguma facção ou até mesmo um inimigo, lobo solitário, com o tal maçarico supracitado, não invadirá, para mais que pedir, buscar sua cabeça, que já, de uma certa forma, se levarmos em consideração todas as conjecturas das atuais circunstâncias, já foi entregue numa bandeja, e agora é somente uma questão de se decidir o que se fazer com ela, empalhá-la, cremá-la, ou costurá-la numa mula ou num cavaleiro sem cabeças. O que faz um homem se antecipar dessa forma, se destacando e constrangido seus pares, como se não os respeitasse, numa guerra, cujo final ganho deve trazer alguma vantagem para seu amo? Mais poder? Mais dinheiro? Será que de alguma forma ele sublimou o tirano que existe em si exercendo dentro dos limites expandidos e inflados da lei, senão estourados, a lei de seu mando e desmando, por puro gozo pessoal, ou será que por ser quem definiu ser, pela baixeza e impiedade de suas atitudes, já está no complexo de paranoia, que uma vez assolou Calígula, ou Nero, ou bem como Justiniano, Constantino, e quase todos os outros imperadores romanos, de que até seu motorista é seu inimigo, emprestando o modus operantes de Stalin, que na dúvida se o mordomo ainda o...amava?... respeitava, melhor, pois certas pessoas que não conhecem o amor, não o reconhecem quando diante deles, e os rechaçam, por atribui-lo, o sentimento, como sinal de fraqueza, os considerando sempre com desconfiança. Mas recapitulando, o mordomo de Stalin, já não está mais seguro, pois saiu pela porta da direita, quando sempre entrava por ela e saia pela esquerda, o que levou o tirano suspeitar de uma intromissão na meticulosidade absurda e detalhadamente cruel emparelhamento de manias que cercam esses vilões para garantir a eles um certo equilíbrio, uma certa noção de controle; e o que mais descontrolável, do que os inúmeros vetores, e os pensamentos de alguém que usa a máscara democrática finge lutar pela lei e pela ordem, tem o poder discricionário de decretar prisões, e tudo isso em nome da democracia, bem como de relaxá-las, juntos? Como prever o movimento de seus milhares de inimigos, senão coberto pela mortalha da toga a prova de bala, que não prevê, mas suspende a aferição do gatilho, numa careca que não usa capacete para ser lustrosa, e exibir suas perspicazes percepções, fingindo que não é com ele o papo, se entretendo de continuar a esbaforir cinzas pelo nariz, para passar, e apenas passar uma impressão de inviolabilidade, para novamente, como fez com a não razoabilidade das sentenças, comento outro ius pecado, ao desrespeitar o princípio da proporcionalidade das penas, quando um sujeito quebra uma estátua, mesmo sendo a estátua do Ruy Barbosa, e é condenando a 18 anos de prisão. Alguém, que não teve a coragem de sequer ir em uma manifestação na paulista para lutar pelos direitos de seu país, já se colocou no lugar desse temerário incauto, porém temerário guerreiro, ou melhor, justiceiro, que se viu guarido e impingido pela autotutela, proibida pelo Estado, que é a ação de justamente fazer justiça com as próprias mãos, e pensou o que é passar duas décadas num presídio, tudo isso porque a motivação original foi defender a pátria e não atacá-la, dissolve-la, como a tese da procuradoria fez questão de arguir. Destarte, consumado aqui nas palavras amarradas em torno da tese de que ainda não se concluiu, por ainda haver uma neblina pairante ao redor desse redoma jurídico, esmiuçamos que Moraes usa do princípio da imparcialidade, sendo extremamente parcial, o que só ai já o impede de julgar a coisa julgada, para disfarçar, sobre a toga negra, suas vis intenções, que ainda não me parecem claras, que poderia ser norteada por uma expressão “projeto espúrio de poder”. Ele, que não deve ter mais que 50 anos, ainda tem pelo menos mais 25, ou seja, quase até a sua permanente invalidez funcional, de mando e controle sobre o país - caso não mudemos em caráter de urgência a lei - sabendo muito bem costurar alianças e impor sua vontade, assumindo as rédeas do tribunal, relegando aos outros juízes papeis de corcéis da charrete Luis XIV, avexados, e chicoteados, com as desproporcionalidades que não levam para lama somente o nome de Moraes, mas de toda corte como é vista como um único Órgão institucional. Os outros ministros já não estão querendo sair na manchete ao lado dele, e a ideia de desassociar-se de Moraes, pode ser visto ou como ou sábio que não insiste para o asno onde está o ás no baralho, ou como o esperto que diz ir ao banheiro na hora da foto. Voltando as intenções espúrias, o que mais pode querer Moraes, além de descartar do baralho seu grande inimigo e ainda páreo para enfrentar o desgoverno do Lula, o Bolsonaro, para não correr o risco de um retorno da terra plana para fazer com que ele sinta os caninos brutos do capitão, que apesar de tudo, pelo menos não foi um rato ao abandonar primeiramente o navio. Com a extinção de Bolsonaro, ainda inelegível, Moraes pode armar-se de emparelhamento de controle extra jurídico da nação, quase como um para militar, e aliciar não somente a ABIN, mas o próprio órgão de controle que criou para monitorar ligações, contas, encontros, e suma, a vida dos seus expostos adversários, e dos ainda encobertos. Eu acredito que Bolsonaro possa recuperar o direito de concorrer nas próximas eleições, não pelo Supremo, mas pelo Congresso, depois de ter visto o Lula, figura dada como morta, para os não sapientes do jogo, pois hoje mais do que claro está que Lula só tirou umas férias arranjadas no spa da Federal, para se munir de livros lulíveis e tédio, quando acordado “eu não abro o bico, mas vocês armem uma PEC da absolvição inabsolvível, ou meu bico irá acabar com o bico de metade dos tucanos que ainda restam no país, bem como de seus financiadores de campanha” . Para quem achou que Lula ficaria preso, e hoje é novamente o presidente, esses também agora podem achar que Bolsonaro poderá voltar ao Alvorada, não por mérito, mas por falta de opção. Ainda as forças articuladoras de heróis não conseguiram criar um mito que fosse tão desprendido do medo de ser assassinado, como aconteceu com Eduardo Campos, para enfrentar esse desafio superior ao Himalaia; a saber, subir a rampa da esplanada.
Intercalando num simplório porém ilusório rodízio o presidente do STF, cria-se a miragem de uma independência intersubjetiva de seus membros, que estão, literalmente no mesmo barco, no yatch no caso, mas mancebos a parte, guarda mancebos eu digo, pois sempre haverá um mancebo para você se segurar na tempestade, e senão como laranja, virar ou seu amante, ou seu bode expiatório. Me pergunto quanto bodes expiatórios deve Moraes conter em sua agenda vermelha, ou rubro negra, de couro de crocodilo, reptiliano lustroso, que arma em prévia antecipação de jogada, os meios para se livrar de um tremor mais calamitoso, caso a casa, la Maison, venha a tombé. Assim, eu trago um pensamento que talvez só tenha sido notado pelos seus inimigos, e não para o povo em geral, de que o tragos, o bode da tragédia grega, o filho de Jó, foi mesmo sacrificado, mesmo ao perdão divino, pois quis o Ministro que Deus lhe ficasse em débito, e assim é a politica no país, com exceção de pouquíssimas exceções, que acabam com o Brasil para salvar seus filhos, normalmente, entregam não apenas um bode, mas manadas inteiras de fazendeiros aliados, alaranjados, que existem apenas para que a fortuna acumulada no tribunal dos negócios não fique assim tão na cara caso o leão resolva dar uma leve, suave, quase inofensiva averiguada, sobre o que se passa nos bastidores do poder. Acontece que o faro dos felinos é melhor, bem melhor do que o asséptico faro humano do distrito, que mal tem narinas, por colombiamente as corroerem por dentro, na capital, da selvageria humana, do desregramento desproporcional, dos jatos particulares, jatos sujos e ainda impregnados com o cheiro dos cubanos charutos. Assim, tentamos prever 10 jogadas no tabuleiro de xadrez contra Moraes, para podermos também nos anteciparmos, visto que atualmente ele já pode ser impeachmado, por não ter se declarado suspeito no julgamento de um de seus maiores inimigos Elon Musk, o condenando como um vingador e não como um juiz, um fazedor de justiça. Moraes é pela lei 1079 art 39, proibido proferir julgamento quando por lei seja suspeito na causa. Notem que a lei não exige nem o impedimento, uma causa mais grave de suspeição, mas a mera suspeição, que é, também segundo a lei, declarada nos casos de amigos íntimos ou inimigos pessoais. Ora, como ousa Moraes a Julgar Musk, com qual estupidez ele se embrenhou nessa tarefa, com a soberba que precede a queda, enfeitado como Adão de uma folha de comigo ninguém pode, com a segurança inabalável de jamais receber uma cutucada, de vara curta na sua onça que bebia..., mas pensem comigo, porque teria ele essa segurança, que é a única razão que o faria enfrentar um país, um Congresso, um Estado? Será que há algo de podre no reino do Senado Federal? Será que Moraes se vê “Impautável”? Será que ele se julga acima do bem e do mal, e sobre a lei que condena os homens, sabe que por ela não será condenado, pois não tem a humildade de relegar para outro juiz uma causa contra um dos homens mais poderosos do mundo, seu inimigo e desafeto pessoal? Será que seu ego está de tal forma corrompido e cego a esta lastimosa sucessão de erros, imperdoáveis, que foram o arrastando cada vez mais para o ostracismo. Será que sua cela encolheu para o tamanho de uma ostra? Será ele condenado ao exílio dos homens, por ter se julgado algo muito acima, muito superior a nossa espécie, algo do tipo, ao invés de Homus Sapiens, Ultra Über Homus Sapiens Homus, retira todas as manchas! Será que é mais fácil diante de todos os olhos continuar julgando quando legalmente está impedido, um homem cuja relevância para nossa época, cujo aparente senso de justiça, ao contrario de Moraes, o Vingador, Musk, o Justiceiro, é inquestionável, e pode não somente transformar nosso país assim que o mesmo assegure uma madura segurança jurídica, mas o transformar num dos novos pátios de atração de investimentos do mundo. Em poucos anos teríamos um crescimento como a China, se não fosse pessoas como Alexandre, o grande. Aproveitando a anedota, deixo claro que esse Alexandre ao invés de controlar a informação e não redistribuí-la para quem não fosse de seu clã, manipulando o sistema para conseguir mais informações que ele por livre e espontânea vontade declarava suspeita, a disseminou pelo mundo, fazendo com que Aristóteles chegasse a Índia, enquanto nosso Alexandre, faz com que uma agência pessoal de controle e checagem leve a informação somente a ele, e ninguém mais. Não é possível falar nem num conluio do Supremo, que aos poucos foi ficando cada vez mais acuado, percebendo a exposição do outro, e sentindo-se constrangidos perante uma nação que passava a perceber o supremo como um antro de víboras, ou um pote de maçãs podres. Já diz o ditado, basta uma podridão excelsa que todas as outras liberdades uníssonas irão junto para a prisão... da humana podridão. A aproximação de Moraes a Lula, que se transformou num capacho do emérito Ministro, ilustríssimo, confirma ainda mais as suspeitas que há uma aliança já pensada para as eleições de 2026. Com a oposição exilada, calada, silenciada, com a mídia comprada, a mídia de esquerda, tradição esquerdista, que cega, não consegue perceber que não tem nada de esquerda essa quadrilha, e sim apenas da esquerda um simulacro. Usam ideias nobres e pautas apelativas para elegerem seus deputados e vereadores, prefeitos e governadores, e continuam a um locupletamento dos maiores da história da humanidade, para financiar assim o tal “espúrio projeto de poder”, ou pensam que saiu barato o plano para virar o navio 180 graus e soltar o Lula e torna-lo elegível e presidente, em? Pensam que foi barato comprar todas essas pessoas? Toda maquinaria envolvida nessa gigantesca operação, que transforma o Rock in Rio num show no boteco do senhor Zé. Regressando a Moraes, pois ele nunca saiu das entrelinhas, vamos supor que hipoteticamente concluímos que o projeto de perpetuação no poder não seja apenas um desquite da direita, uma fake News, mas a real intenção do PT. Meus senhores, é essa esquerda que querem para o vosso país? Outro ponto que chama atenção na lei, é que no mesmo artigo ela determina que está condenado o juiz por crime de responsabilidade caso ele exerça atividade político-partidária. Assim, Moraes, além de não ter se declarado impedido, tendo proferido julgamento, pode-se, por um viés da doutrina, obviamente considerando os entendimentos em contrário, mas o juiz ter exercido atividade político partidária por ter se inclinado ao PT nas eleições a presidência, bem na frente dos olhos de todos, ao meio dia, onde qualquer leigo, não precisando ser nem aquém do aquém do jurista para responder a questão. Praticou Alexandre de Moraes atividade politico partidária? Sim, é quase óbvio. A única razão de não se declarar aqui a certeza da obviedade, é por saber que minha vida está mais segura assim e que sempre há uma distorção na defesa que não irá considerar favorecimento os inúmeros atos que decretou o juiz no favorecimento do PT, desde decretos, despachos, sentenças, diligências que deveria ter sido feitas ficaram relevadas a bruma do mar, e assim por diante. Esse é uma segunda bala, caso a primeira não tenha gosto de menta. Jumenta é a nação que permite um Ministro, representante do poder do Estado, cujo todo poder a ele investido somente tem validade pelo vínculo amparado de legalidade que o une ao ordenamento jurídico. Para não deixar passar uma última balinha de alcaçuz... alca...alca..cuz...hão de dizer vocês se não merece destacar outra restrição da mesma lei caso o Ministro proceda de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções. Acho que depois de tudo que esclarecemos, deixo encerrada, como um nascer de uma nova Alvorada, uma nova manhã, esse gostinho de excremento na boca, ou melhor, de alca...cus.... para voltarmos a esse nascer do dia em um outro momento breve de nossa imemorável República, nosso indistinguível Estado Democrático de Direito... veja bem, não Estado de Exceção... não abrimos exceções, e sim novos caminhos. Um Estado Democrático de... uma Ditadura Democrática de aDireito.
AMORAIS IV
O papelão criado por Moraes, ao não conseguir conduzir a situação do X com maestria o suficiente, e a devida imparcialidade, impedindo as coisas chegarem onde chegaram, agora expõem a embaixada americana e constrange Ministros do Supremo, por estarem expostos a um arbítrio jurídico que exageradamente decidiu o extremo, como um extremista faria atirando um balde d´água para apagar um palito de fósforo. Assim se deu o maior vexame, por não conseguir controlar-se diante de um empasse que poderia ter sido arbitrado diplomaticamente entre os convictos opositores. A tudo isso cabe uma questão. O X da questão. Foi Moraes imparcial ao decidir suspender o Twitter?
A imparcialidade parte de um supra conceito, esses que abrigam debaixo de sua cópula outros conceitos relativos e semelhantes, onde deve-se abster da opinião pessoal, que pode e normalmente está eivada de vícios, de agregamentos, inclinações, paixões, humor, alterações na empatia, e afetividade jurídica, quando se inclina a uma das partes num processo, em detrimento da outra, por as vezes questões inconscientes, tendo o juiz simpatizando mais com x ou y, quando o santo bate, ou o santo não bate, e assim se arrefece o ânimo do julgador em prol da parcialidade subjetiva e camuflada. Sim, é possível que ao não se inclinar ao juízo de valor que compele gostar ou não de alguém, a um juízo onde gostar de uma parte mais do que a outra interferirá no resultado, e que inevitavelmente, será um pressuposto a ser considerado, mesmo que desconsiderado pela tentativa de mitigar os ruídos da sentença, terá o juiz inconscientemente favorecido o réu por ter se simpatizado com ele, ou prejudica-lo, por ter percebido um paranoico desafeto. No momento de decidir se leva em consideração as circunstâncias de majoração da pena declara impossibilidade ou insuficiência probatória das circunstâncias de aumento de pena, justamente para não aumentá-la, ou aumenta-la, caso a canoa reme para o lado oposto. A questão é se foi o ministro imparcial, quando de cara Musk desafiou sua vaidade, ao contrariar seu entendimento, gestando o germen do orgulho ferido, que não suporta ser contrariado, ainda mais numa personalidade autoritária e descompensada como de Moraes, que acabou por criar uma parcialidade consciente, na minha modesta opinião, quando creio que o ministro sabendo estar inclinado ao desgosto e desafeto em relação a Musk, jogou querosene no incêndio na floresta. Tomo essa oportunidade para esclarecer alguns pontos, ao meu ver, a insustentabilidade de um princípio como o da imparcialidade, apoiado em frágeis pilares de calcário, é de iminente descoberta, estando o mesmo sido defendido para garantir e emprestar as sentenças um ar de rigidez de acordo com a lei, e perfectibilidade diante dos limites impostos pelos artigos invocados que sustentam a sentença e a justificam, agindo sempre de acordo com o princípio da legalidade, diante de um ação que tem obrigação ser justa, para infligir ao réu somente aquela proximidade mais precisa a compensação do dano possível, ao direito violado, ao ato descreditado de legalidade, que ora é julgado. Veja bem, esse principio, da imparcialidade, atesta que o juiz estará livre de preconceitos e juízos de calores constituídos a priori do julgamento para poder de consciência aclarada e límpida, não inclinar e ser tendencioso para assim não violar o tal princípio, que garantiria uma vestimenta da justiça, mortalha de ferro, blindando o nosso réu com a certeza de que o juiz jamais foi influenciado por questões de cunho pessoal, e mesmo se você, o tivesse ofendido, em alguma esfera de sua moralidade, de propósito ou não, juiz este, não deixaria a contenda atingir o amago do julgamento, para noa macular a sentença com o vício da opinião, da doxi, da parcialidade. Assim, agiria o juiz como uma espécie de robô, desprovido de sentimentos e um sistema neurológico que regula e afere emoções sentidas pelo organismo que influenciará ações, atos, falas, olhares, gestos, pensamentos principalmente, que geram ideias íntimas, conclusões secretas, que naturalmente influenciarão na impressão que temos do outro, e em nossa forma e maneira de resposta, diante de uma agressão. Não podemos supor apenas que por estar o ente humano revestido de uma blindagem de cunho pessoal, como um personagem, ou melhor, uma persona, que o reforma inteiramente para que cumpra o papel de uma outra coisa, uma função especifica exercida por uma entidade cujos movimentos são previamente calculados e descritos na circunscrição que compete um ordenamento, seja num código, num decreto, num regulamento interno, numa disposição e proclamação jurídica, numa jurisprudência, súmula ou lei, portanto, seguro de uma previsibilidade inerente a própria competência. Todavia, não podemos desprezar o sistema neurológico e independente dos esteios funcionais e técnicos de uma diretriz de operabilidade, a coisa em si guardada e revestida por inúmeras regras e doutrinas, bem como princípios, o princípio da imparcialidade, implantado no consciente como se fosse uma máquina, ou melhor, um uniforme, a ser vestido a cada jornada de trabalho, como se ao retirar-se esse uniforme, estivesse o juiz novamente vulnerável as parcialidades e juízos de valores, e principalmente, a própria opinião, podendo exerce-la de acordo com seu arbítrio pessoal, sendo mais rigoroso e veemente do que o necessário ao dar uma ordem ao seu mordomo que ao invés de prosseguir pela direita, virou totalmente a esquerda. Esse principio é apenas da ordem das ideias, invioláveis, perfectíveis, inatingíveis, impolutas, porém impraticável na sua eficácia empírica diante dos efeitos no mundo, por ser sempre absorto por um sistema de pensar e reagir a estímulos particulares, no caso do juiz Moraes, que fica refém de sua própria alegoria, quando cons ou inconscientemente, se deixa levar pelo impasse e inóspito olhar que sentiu de Musk, o suposto réu, visto que se a ordem e determinação não estão premidos de legalidade por estar suspenso o princípio de imparcialidade, não possui validade, por contaminada de opinião, e não de uma incrível, porém ainda obrigatória imparcialidade, visto a obrigação de declarar impedimento ou suspeição, caso esteja diante de um amigo ou inimigo, ou tomado por sentimentos que invalidam a condução do processo, e podem interferir no devido processo legal, por estar se condicionando o réu a não somente se constranger diante de determinações e despachos corroídos por nulidades presentes explícitas ou submersas, bem como denegri-lo diante do autoritarismo impraticável obrigando-o a cumprir diligencias desproporcionais, ou até mesmo ser apenado por uma sentença que foge as margens da razoabilidade e empurra o réu para o quiasma da injustiça, quando o direito é utilizado não mais para ser justo e fazendo justiça ser direito, mas para corroborar com intenções subordinadas a uma imperativa vontade de vingança pessoal, celebrada pela não observância de todos os pontos obrigatórios processuais, bem como do exagero e majoração dos pontos jurídicos onde a voz contrária, guarida pela ampla defesa é cerceada por uma condução arbitrária e injusta, por ser, como digo inicialmente, totalmente parcial. Assim, acuso a situação supracitada, de distorção da norma jurídica em favor da tirania anti democrática de uma monocrática decisão que contrapõem-se a proporcionalidade do dolo julgado, e cerceia o réu sem dar-lhe outra opção de resposta, a não ser a cedência ao ultimato que lhe foi imposto por uma ordem parcial e nula. Nula a sentença, desobriga-se o réu de cumprir qualquer tipo de determinação, quando um juiz perde a imparcialidade visto suas impressões pessoais serem mais imperativas do que a neutralidade obrigatória e difícil de ser abraçada por corações autocráticos. Por isso a minha descrença na eficácia do principio da imparcialidade, pois ainda não temos uma maquina para julgar corações, os corações magistrados, que deveriam conseguir serem rítmicos diante de um percalço pessoal com o réu, e não arrítmicos visto a primeira indisposição. Diante da crença da ineficácia do principio da imparcialidade, por não poder a neutralidade ser apreensível e auditada diante de todos, fazendo assim com que se assuma a total, ou parcial parcialidade de um juiz que é movido pelos ímpetos despóticos, que vem gerando uma onda de assombrações, e assustando inclusive seus colegas, que ficam numa situação de degelo, por estarem condenados ao resfriamento imediato e consequente do autoritarismo glacial que vem congelando a corte, e seus membros, num país onde o calor da chama do direito não chega, e pobres deles, por serem parte do mesmo grupo, apesar de independentes, acabam pagando o preço de um inverno antecipado visto a desmesura e agressividade de Moraes, condenando todos os outros 10 a aparecerem juntos, como sempre, na mesma foto. E quem queimou o filme? Se pudesse ser provado a parcialidade, havendo uma espécie de câmera fotográfica cardíaca certamente Moraes o teria queimado, mas metaforicamente, fugindo da linearidade das convenções naturais e literais, deveras já o queimou. Desta forma, atesto o direito de Musk de ter o processo anulado, visto a clara suspeição do juiz, e redistribuído para outro membro da corte, que, espero, certamente, mais neutro e menos feroz, conduzirá os conformes de acordo com os ditames principais da justiça, que eleva o Judiciário, não por ser suas asas, mas por estar embriagada em sua essência, beijando prestimosamente os seus pés.
AMORAIS III
Qual a desculpa que um ditador usa para continuar imperando em seu governo autocrático diante das inúmeras denúncias sobre atos de abuso de autoridade, bem como de abuso de poder, bem como de censura entre outros crimes que decoram o rol desse cenário pérfido e ofídico? De que os atos da oposição, ou mesmo daqueles que se opõem de alguma maneira, mesmo que branda, não os condecorados a oposição, mas cidadãos normais que veem seus direitos sendo subtraídos por um governo com autoridade máxima e punhos de ferro. Que se trata de impor medidas que garantam a democracia, já que esta está sendo violada pelos opositores que se aglomeram ao redor de ato anti democráticos, e planejam excluir o direito dos cidadãos através ou de um golpe ou de uma manifestação ilegal, que promove a balbúrdia e a discórdia, quando em último caso, estão apenas se opondo a própria autoridade desmedida que é emanada de cada ato desse ditador, que não esconde hipocrisia para poder velar suas ações como arques da democracia, quando essa palavra apenas passa ser esvaziada de sentido, utilizada para proteger o autoritarismo, e disfarçar suas garras e cruéis intenções, que visam o domínio perpetuo de uma intenção de poder indisfarçável para quem enxerga, que seja pleno e ininterrupto, quando digo num exemplo notório, fazendo o advogado do diabo, apontando para o tempo de serviço na nossa suprema corte, cuja cargo é vitalício, e a aposentadoria se dá apenas aos 75 anos. Ou seja, o advogado e melhor amigo, amigo pessoal e íntimo do nosso presidente, tem apenas 48 anos. Isso significa que teremos que digerir ou aceitar seu mando por 27 anos. Isso tem lógica? Quando a lei obriga declarar um juiz de suspeito, caso se trate de um amigo ou inimigo íntimo, nã podendo assim a julgar a causa, temos uma brecha, que até hoje nunca foi contornada, propositalmente, de manter amigos íntimos na Suprema Corte, apenas por indicação. Se temos uma ilusória renovação do Executivo de 4 em 4 anos, com direito a reeleição, 8 anos possíveis de um mesmo presidente, temos em menos de 2 anos de governo Lula duas indicações, do seu advogado, e de seu ministro da Justiça, Flavio Dino, que tem 56 anos de idade, ou seja, mais 19 anos no cargo supremo da magistratura, corte que sequer a cúpula do CNJ está submetida, e pode ser avaliada, digamos assim, somente pelo Senado, que normalmente evita de alardes e avacalhações supremas, sendo que até hoje, em cargos que levam em média 20, 30 anos de duração, que decidem e dão a palavra final sobre toda e qualquer divergência jurídica seja política, social, econômica, etc, nunca pautaram um impeachment de um juiz do STF, apesar dos inúmeros pedidos, e tentativas de esclarecimentos diante de absurdos, apesar dos juízes terem arbitrado leis aos invés de segui-las, terem orquestrado uma dança mefistotélica, entre uma maioria governante, empaticamente conduzidas pelo fio da mesma desrazão, ou o que chamo de acórdão da máscara, quando somente proferem e sentenciam já de acordo com decisão tomada intencionalmente a priori, “antes mesmo da analise dos processos”, quando o mérito da causa especifica, já determina a aliança que sempre se completa, proferindo uma mascarada ao invés de uma sentença. Digo que se não formamos uma ditadura pelo executivo, que é resguardado pela máscara democrática do voto, sufrágio universal, outro ponto que merece ser discutido, temos uma aliança espúria do poder com a Suprema Corte velando os interesses de um grupo que domina e usa os recursos do país, a saber, a classe política. Não existe, raramente uma rixa aqui outra ali, mas não existe uma cisma entre partidos que por muito tempo se colocaram como inimigos, como o PMDM, o PSDB e o PT, quando o desafeto não atingia o núcleo dos mesmos, que nos bastidores acabavam por dividir o país aos pedaços, com os mesmos que se revezavam sempre nas eleições figuradas, pois nada mais são do que esteios para o povo acreditar que exerce um crucial papel nas trincheiras democráticas, quando estás estão deveras nas mãos dos juízes supremos. O que aconteceu com a ameaça de um golpe de estado, que foi sendo plantada e distribuída a cada esquina do país, foi o empoderamendo do judiciário, que novamente assumiu o papel de juiz da causa. Com o advento da lava-jato os partidos aprenderam a ser amigos, entre si, dividiam a pizza, e deixaram divergências para proteger a corrupção sistemática que estava e digo, ouso dizer, ainda está instaurada nesse país, mas digo isso por faro, como por tino. Gilmar Mendes já estava com a imagem muito desgastada desde que ele encabeçou a campanha para destituir o julgamento que tornou legal a aplicação da pena após acórdão em 2ª instancia, visto as instancias superiores julgarem apenas detalhes processuais e não mais elementos probatórios, ou seja, a media de reforma era menor de 1 por cento. Ele conseguiu, não apenas encurralar seus pares num labirinto sem saída, mas se detratar e retratar com a opinião pública, defendendo que havia abuso de autoridade. Oi? Abuso de autoridade? Sim, ele encabeçou na mídia a questão, a mesma que ele já tinha defendido entendimento contrário, anos antes, e convenceu pelo menos a parte mais burra do eleitorado, do povo, dos cidadãos a se pacificarem, diante de uma situação que pedia correção, apenas porque atingia subsolos profundos demais para virem a tona, o que eclodiria uma 1ª guerra nacional, ou se melhor posso dizer, uma Revolução Brasileira, aquela que todo país de estirpe carrega, e nós, bem, nós tivemos pequenas sublevações ao longo da história, e nenhuma cabeça de rei ou rainha, de presidente ou presidenta, juiz togado, digo, ministro supremo decapitada, o que sustenta, fato este, não somente a sensação como dizem corriqueiramente, de impunidade, mas a segurança da impunidade como um todo, com um alicerce do sistema. Com essa segurança, se tripudia na cabeça do povo, e muda-se de entendimento jurídico conforme a politica dança, lógico, que pelo órgão do judiciário, e pela composição do legislativo, como deveria ser. Tudo isso para apontar que com a guerrilha para convencer a opinião publica, o que acalmava também os ânimos de seus pares, que se sentiam mais a vontades de votar reformando uma reforma, eticamente irreformável, lhes conferindo condições bucólicas para passearem com os poodles e comer brioches em lugares públicos. Assim se fez, a troca do algoz de nossa democracia, entra a lustrosa careca se posso assim me referir ao careca lustrosa, Moraes, que assume as rédeas no TSE tiranicamente, e desde então, não parou de perseguir seus inimigos e detratores, e eliminando qualquer célula que possa se tornar um grupo potencial ofensivo, não apenas se digladiando com Musk, nos retirando o acesso a uma das maiores redes sociais do planeta, mas se colocando num pedestal de supra supremo, ou supra juiz, se alheando de seus pares, que já se assustaram por demais com suas atitudes ferozes, e se encolheram numa espécie de claustro jurídico, procurando disfarçar a sensação que ser par de Moraes, ser colega do ministro, causa diante do país, e da opinião das pessoas, que acabam vendo o STF como uma espécie de instituição medieval, imbuída de projetos espúrios de poder, e sendo respaldado pelo governo, que pretende se perpetuar, até o dia que quase 30 anos depois, teremos Zanin, o advogado do presidente, se aposentando em 2050, durante um período, onde junto a Carmem Lucia, Toffoli, Fux, Barroso, Fachin, Dino, indicados pelo PT, Lula e Dilma, junto a Gilmar, pelo Fernando Henrique, Alexandre de Moraes, pelo Temer, André Mendonça e Kássio Marques pelo Bolsonaro, fazendo uma conta básica, 7 indicados pelo PT, mais a soma de 1, Moraes, 8, e 1 pelo FHC, 9, se funcionasse como uma exata tabela periódica. Mas felizmente, percebemos uma influencia pessoal do estilo do presidente no desempenho de seu candidato, o que ocorre, com as discordâncias fatais de Fux e Barroso diante de seus colegas Toffoli e Moraes, apesar que todos tiveram que se unir, quando a instituição foi atacada, e pela força do mais forte, unidos venceram o que poderia ter sido a abertura do primeiro processo de impeachment de um juiz. O que leva a blindar um magistrado que agora nos privou do Twitter, pois se há um exacerbamento de direita, como ele acusa, há também de esquerda, e as pessoas devem aprender a filtrar o que veem, Conteúdos dos mais celerados estão disponíveis na internet, basta acessar o site justo, ou a deep web, para os mais iniciados, e verão cenas que não valem a pena ser citadas. O que insisto é no isolamento de Moraes, visto que a população o colocou nesse lugar frio e gelado, abrigado por trogloditas, e a vergonha de seus pares de terem uma vez se aliado a seus projetos ou se protegido debaixo de suas asas, pois ele assumiu o que um dia Gilmar foi para o tribunal, o Escudo a prova de Balas, faça o que fizer, e será sempre mantido intacto no cargo, manchando o Senado Federal, que não deixa de transparecer sua intrínseca covardia, passando a ser um ninho de covardes, que não tem resolvidas suas próprias questões com a lei, e ficam nas mãos dos magistrados. Essa é a resposta que tanto pediu o X da questão! Não pautam impeachment pois a maioria está com o rabo preso. Isso deve mudar. O Senado tem obrigação de exigir uma prestação de conta desse juiz desautorizado pela constituição federal de abusar da sua autoridade, e interferir na vida de milhões que usam essas plataformas para trabalho e entretenimento. Não mais estamos na infância de nossa democracia onde poderemos deixar passar um ato desta magnanimidade como água corrente, água suja, de esgoto. Não. Basta. O Senado é a casa do povo, e é lá que o povo terá que começar a aprender a confiar em seus representantes, caso eles de fato os representem.
AMORAIS II
De acordo com a lei, um juiz deve se declarar impedido, entre outras hipóteses, no caso dele ser parte ou parente de alguma das partes. Já quanto a suspeição, deve ser declarada, entre as hipóteses, caso o juiz seja amigo íntimo ou inimigo capital” da parte. A diferença de uma para outra, é que no impedimento se declara por suspeita absoluta de parcialidade, enquanto na suspeição, suspeita parcial, ou relativa. Mas acordo que isso seja bem relativo, pois um inimigo íntimo as vezes se torna mais absoluto e fomentador desse fato que gera a suspeição, ou melhor, o ato solene que impede um juiz de julgar a causa, por questões íntima e pessoais. O que muito me chama a atenção é obrigar-se por lei um juiz declarar-se suspeito ou impedido diante dos fatos, e um presidente não ser impedido de indicar um poste para o Supremo, com seu ex advogado por exemplo, se tratando de amigo íntimo, no caso que se refere a lei. Algo está de errado com esse ponto, e obviamente o legislador da constituinte original não teria a menor intenção, uma vez que considera suspeito o juiz caso uma das partes seja amiga ou inimigo íntimo, de deixar escapar para o chefe do executivo a possibilidade de indicar seu advogado, íntimo e pessoal. Imagine se cada presidente indicasse o seu advogado, que provavelmente tem muito mais competência do que seu próprio filho para lhe defender, caso esse tenha notório saber jurídico, apesar de ser um médico por exemplo. Essa discrepância deve ser imediatamente corrigida pelo Congresso, para que aberrações como Zanin não se repitam, e digo ainda mais, que a efeito ex tunc, retroativo, caso seja aprovado a extensão do impedimento aclarado e extendido no artigo 135 do CPC, a indicação do executivo de representantes para suprema corte, deve-se opor a solenidade da investidura ao cargo do magistrado em questão, que passará ser nula. É óbvio que deve se estender o entendimento a indicação pelo presidente, pois se o constituinte já observou e deixou claro a suspeição do juiz o fato dele ser amigo intimo ou inimigo pessoal, quando ai é obrigado o juiz declarar-se impedido, vocês acham que ele deixaria um juiz indicado pelo executivo ser mais que suspeito, um termômetro e um prevaricador contínuo, constante e pontual? Claro que não. A indicação do Zanin, e digo ainda, do Dino devem ser revistas mediante a uma lei complementar aprovada no Congresso, com urgência, caso queiram os deputados e senadores serem levados a sério, e não mais vistos como aproveitadores e insígnia do locupletamento. A questão é clara, impedir a indicação, que passa ser ilegal, do executivo para membros da suprema corte, cortando assim o elo de sujeição e controle que a corte suprema fica ligada ao poder executivo. Assim não teremos mais algozes da lei defendendo a Constituição, que na prática serve para qualquer um que consiga arcar com as despesas de recursos extraordinários. Tudo isso para indicar que estamos, entre Moraes e Musk, lidando com um caso claro de suspeição, que deveria ser declarado pelo próprio Moraes. A própria proporção que esse assunto tomou na mídia, e a maneira que ambos são vinculados, o ditador da autonomia e o paladino da justiça, cria um âmbito de guerrilha, onde não mais estará Moraes, como de costume, agindo pelos interesses constitucionais do país, mas sim, pelo seu egóico mecanismo de revanche para além da linha da justiça, transformando tudo em vingança. Aqui seria interessante abrigarmos o ponto de que a justiça, apesar de ser um conceito que envolve virtude nobre e elevação de espírito, bem como a imparcialidade vital para se aproximar dos calcanhares do simbolismo de sua estátua, uma decisão, que se não for 100 por cento justa, será 89, e não por vontade intencional do julgador, e sim por incapacidade técnica do mesmo de conseguir proferir decisão que tomada relevância todas as variações, será sempre uma obra humana, e por isso, com falhas inerentes a sua constituição! Aqui entramos numa seara onde Moraes procura utilizar os mecanismos da justiça para se vingar, e não para ser justo. Por achar que teve sua reputação abalada, ou sua moral preterida, provocada, insultada, resolve como juiz agir como supra juiz, e utilizar do que for possível, já que sua palavra é inquestionável, quando apenas uma decisão de alto teor jurídico, monocrática, é levada ao plenário, que pode lhe autorizar ou reformar o entendimento, desconstituindo a eficácia da mesma. Mas quem julga os atos do juiz supremo? Onde está a corregedoria, que deveria ter uma comissão, como a CNJ, atuante no Congresso. Que absurdo, a CNJ, por falar no assunto, não arbitrar sobre as pautas e discussões do STF. Precisamos de um órgão competente e urgente, que funcione como uma corregedoria, já que o Senado não se presta ao papel. Nesse ano tivemos atos absurdos, como a canetada de Toffoly. Que entrou para história do mundo jurídico como uma das canetas mais perto do cume da justiça que a própria Mont Blanc. Nem o Mont Blanc arriscou a subir tão alto. Tendo desmascarado a máscara do juiz, e vestido a faceta do ódio e da vingança, fica Moraes encurralado entre o ódio e o dever. A vingança arranha a face da justiça, lhe deixando com três cortes na cara, um por abuso, outro por raiva, outro por desproporção. Esses são os três pilares onde a vingança se instaura, se institui, quando um se alimenta do outro. Confesso que abuso e desproporção estão bem próximos, mas há uma pequena diferença, quando no abuso intencionalmente se ultrapassa os limites impostos por lei, e na desproporção, de uma forma genérica, não se avalia a intenção do autor, mas sim somente os resultados, em face daquele que seria o preterido, diante daquele que foi o escolhido, e a desmesura existente entre esses dois pontos, digamos assim. A vingança nunca será de todo ilegítima, pois ela também visa uma compensação de danos, mas não é selada pelo carimbo legal da lei, por ser originária de um desautorizado ente que pode resolver terminar com a questão da forma que lhe convir, e não da forma que foi instituída por um princípio onde a maioria, representada ou não, estipular. Essa pequena armadilha do pessoal para o genérico, e a “ritualidade” da execução, que deve ser a mesma ao se aplicar os pormenores da justiça, que confere uma solenidade, pois o rito será o mesmo para todos os casos semelhantes, bem como a punição, adequada a cada caso, mas iguais em casos iguais. Esse efeito genérico e esse rito armam o ato com a venda que representa a isonomia, e a exclusão de prioridade onde ela, a Justiça, não vê o julgado, não distinguindo-o de sua preferencia pessoal ou não, não deixando seu ser atingir seu âmago. O rito torna a justiça justa, pois será performada da mesma maneira, não importa quem esteja na ribalta. A justiça é a consequência de uma consciência social que investida de poder procura atingir o mais próximo de um consenso comum e ao mesmo tempo proporcional ao dano específico, enquanto a vingança é a consequência de um ato munido de um ou mais indivíduos que procuram saciar os seus próprios instintos de saciedade diante de um fato que não foi em muitas vezes decidido e amparado pelo âmbito da consciência social de uma maioria, que deixa de ser levada pela consciência social, e passa a se mover pelo instinto, adjunto da razão, que usará o sadismo como mola propulsora para revestir o ato de aparente justiça, o que não deixa de ser real, visto a necessidade da compensação do dano, mas não se faz para reformular a consciência e a atitude do outro em face seu delito, não, isso sequer é levado em conta, é apenas performado para saciar a saciedade de se ver recompensado pelo arbítrio da existência, que fará com que o injustiçado, seja motivo de alegria de acordo com sua desgraça. Sim, agora, feita essa distinção, podemos enquadrar a conduta do magistrado em uma espécie de vingança disfarçada, quando utiliza-se a justiça, por ser membro ou representante de sua ordem, para espezinhar a vingança, para introjetá-la nos rigores da justiça, e camufla-la, ao ponto de não saber mais onde termina a vingança, e onde começa a justiça, se é possível conciliá-las numa mesma ação, por mais concatenadas que sejam, ações, me pergunto se o vício de uma não contamina todas, tornando todo o conjunto ilegal, pois não estará mais amparado pelos esteios nobres da justiça, e sim, eivado pelo mesquinho e menor poder cabível a vingança, que não deixa de ter sua relevância em outras discussões, e até seu papel em situações onde a justiça não alcança seus tentáculos, como no mais seco brejo do sertão por exemplo, mas isso é assunto para outra discussão. Infelizmente o juiz não entendeu que Musk é um justiceiro, se assim posso dizer, e o trata como seu espelho, um vingador. Agora, qual a diferença para um justiceiro para um vingador? Digamos que o justiceiro, não querendo defender Musk nem tomar partido, mas apenas tentando analisar o mais friamente possível os dados para chegarmos ao caso e sua conclusão. O justiceiro seria aquele que é movido pela consciência social e preme seus atos comedidos e fundados a partir de uma ética pessoal, pautada na ética cívica, que molda seus contornos e define seus limites. O vingador, no caso, é aquele que é movido por sua própria consciência, bem como por sua própria noção de certo e errado, para em detrimento da justiça, cumprir o ato que lhe defere o poder de servir a si mesmo extinguindo ou punindo o outro, independentemente do que a sociedade julgará. Qual está mais correto? Isso depende dos atributos a serem considerados numa análise que tentará diferenciar um do outro. Mas ambos cumprem seu papel e agem como forças atuantes na sociedade. Digamos que temos um embate de forças opostas, um justiceiro contra um vingador, e os dois se opondo, fazendo como podem pressões para que no fim, a moral, do outro, que deve ser conquistada, ou melhor, relegada a lama, fique explicitamente podre, caso seja, para todos os olhos que já enxergam no patrocínio da vingança um exacerbamento da justiça.
AMORAIS
O que seria abuso de poder se não uma caçada sanguinária a seus inimigos e a todos seus detratores no Estado, julgando implacavelmente com rigor máximo, exacerbando a majorando as sentenças ao seu máximo? Ao legitimar uma autoridade com um poder extra senso, incomum, que se sobressai sobre os demais poderes corriqueiros de um cidadão da republica, como inclusive o direito não usado de dar voz de prisão a algum criminoso ou infrator de alguma lei em flagrante, como violência doméstica, furto, roubo, ou outro qualquer, ao investir e instituir um cidadão com poderes sobre cívicos, para não dizer sobre naturais, já que direito acima dos direitos naturais é raramente expresso e realizável, por ferir preceitos basilares e pétreos do ordenamento jurídico, de uma forma geral, extrapolando aqui somente a jurisdição nacional, mas encontrando um meridiano em comum com as jurisdições internacionais, e o comum que perpassa todos ou quase todos os países, repúblicas, que tem o direito a vida por exemplo, como um direito impenetrável. O que aponto, é que ao investir um magistrado, que de certa forma, dentro de uma lógica linear, concursou e seguiu carreira para estar presidindo uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, apesar de sabermos que pelo absurdo da lei, esta exige apenas um notável saber jurídico, para investidura do cargo, o que é lamentável, pois abre as brechas para ratos do judiciário, se apoderarem de cargos e manejarem seu prumo de acordo com entendimentos políticos pré-determinados, quando um próximo é indicado, como recentemente aconteceu, de termos a aberração indigesta de termos o advogado pessoal do presidente como ministro do supremo, quando dai sobressai-se que as decisões e apenamentos serão de acordo com seu viés de proximidade pessoal àquele que por anos defendeu, e o apossou, indicou, concluiu seu mandato com legitimidade, pela lei assim permitir, não tornando impedido aqueles mais próximos do chefe do executivo, que não deveria sequer ingerência sobre a corte suprema ter, por ter o dote de sempre indicar aquele cão farejador de seus infortúnios, para ocupar um cargo que na teoria exige mais que imparcialidade, mas extrema agudez e independência para julgar livremente processos nos quais as partes que o indicaram fazem parte do rol de testemunhas, ou em outros casos, são partes, réus ou acusação. O que tendo exprimir é a proximidade ocorrida entre Moraes e Lula, não só na esfera política, mas pessoal, quando este abraçando seus ideais, passou a corroborar com o projeto da suposta esquerda no poder, e travar uma guerra suja utilizando dos meios judiciários, do poder investido a ele, do poder propriamente de mandar prender ou relaxar uma prisão, de prorrogar uma provisória, de relevar provas, ou relevar elementos que não serviriam de meio probatório para acentuar sentenças nas quais o nível de ruído fica bem acima da média se considerarmos casos semelhantes, incluindo a própria acusação, da abolição do estado de direito, por exemplo, que não se configura sem uma clara rede de operação que ultrapassa o vandalismo abjeto no qual todos presenciamos, e sequer chegamos a pensar com os outros olhos, de cidadãos indignados que tomaram em armas, pedaços de pau, para fazerem aquilo que entendem como justiça com o próprio animo. Eu sei que muito parece contraditório, mas uma força ímpar, instintiva quase, que leva o sujeito a fazer parte de uma turba acéfala, uma multidão cega, desprovida de direcionamento e condução, não caracteriza o rigor no qual as sentenças foram seladas, que apenas serviram para inibirem atos futuros contra um judiciário que já se enlameava de culpa e sujeira desde a reconsideração da reconsideração da prisão em segunda instância, encabeçada pelo colega de Moraes, Gilmar Mendes, que por ter ficando muito tempo sobre o holofote, com o capacete do demônio sobre si, cedeu lugar a Moraes, que assumiu os chifres, e sumiu da mídia, ficando relegado quase ao ostracismo, para que o povo pudesse esquecer, que sim, ele também, e principalmente ele foi um inimigo numero 1 do Estado, Gilmar Mendes, ao corromper a justiça ao ponto de coagir seus pares a votarem de acordo com prévio entendimento, numa pauta já imposta pela inclinação política do até então ministro que aguardava na fila para presidência da casa. Desde de então foi se traçando um esmiuçado plano para livrar entes queridos e especiais que tinham muito a dizer, e não podiam ficar mantidos presos por muito tempo, como o nosso excelente presidente, que se abrisse a boca enterrava metade do país nos até então novos presídios, por não caber tanta sujeira em pequeno curral. A dança foi sendo trazida de leve, até chegarmos na clara perseguição de Aras a Lava Jato, e a nulidade de provas essenciais em processos que garantiam a prisão de corruptos sempre sabidos como tal, só que até então intocáveis. O jogo virou, e os pais da revolução viram suas cabeças sendo cortadas, e graças a um governo atribulado por pequenos delitos familiares, concessões das mais espúrias foram sendo feitas, ao ponto de se empoderar o judiciário que cresceu num processo de eleição pautado pela proximidade do Moraes com a oposição. Uma autoridade cuja afabilidade com o direito, a proximidade com a razão, a justeza com a temperança, a necessidade de pautar sua conduta através do bom senso e da razoabilidade, de ser um legatário da Constituição, um pilar no qual outros podem se apoiar para obter amparo e justiça, uma autoridade cujo Estado confiou pela trilha de seu caminho, mérito e merecimento, o poder de julgar outros cidadãos ao violar essa confiança que nele foi depositada, ao desrespeitar o justo julgo, e exercer sua autoridade desmedida e fora de propósito não pode manter o direito de continuar investido no cargo, sobre o mérito de não apenas reincidir no abuso, uma vez quebrado o vaso, mas pelo próprio estilhaçamento do vaso, do emblema do poder que a ele foi confiado. Não existe mais lastro, foi rompida a continuidade de coerência que lhe garantia o poder ao qual foi investido, uma vez que o poder deve ser usado para e a favor do exercício pleno da cidadania, e não contra ela, ou em favor próprio, em detrimento da ordem e da razão cívica, jurídica, constituinte, cometer-se ato de abuso de autoridade. Ao se utilizar das prerrogativas do cargo em favor próprio está claramente se desconstituindo do legitimo direito de agir, em representação direta do Estado democrático de Direito. Uma autoridade representa em si um poder manifesto específico, que pode a qualquer momento ser acionado e exercido em favor da justiça, para garanti-la sobre todos os percalços que hão hipoteticamente haver nos descuidos dos acometimentos gerais das situações inúmeras numa estrutura social. A autoridade se destaca dos demais justamente por ter provado através de claro processo de seleção, a competência necessária para possuir esse poder a ele investido, e ter no demérito e na desproporção, e na obscuridade da razão humana, em seu descompasso, na dúvida e na inclinação a parcialidade em determinada situação, um claro fio de conduta que o indicará não somente a certa e justa atitude a ser proferida, mas bem o esclarecimento racional diante dos imperativos contraditórios que podem obnubilar uma decisão diante de um fato. Essa clareza diante do obscuro, e da incerteza, deve permanecer para que a autoridade seja e continue agindo legitimamente de acordo com o embasamento da justiça cujo ordenamento sustenta e impõem a todo e qualquer cidadão, não estando ninguém acima da lei, muito menos a própria autoridade, que fica submetida as consequências legais de suas ações ainda em maior relevância do que um leigo, por ter a obrigação de distinguir o certo do errado, o legal do ilegal, o justo do injusto. Essa prerrogativa, que está tacitamente implícita na investidura do poder ao pretenso portador da autoridade, da consciência jurídica e factual de sua responsabilidade diante da justiça, ou melhor, do organismo funcional da estrutura cívica, comum, social, deve pautar os comandos precedidos desse lugar de onde nasce a clareza imbuída da perfectibilidade da norma para com a conduta, da lei para com o fato, da justiça para a ação. É mais do que um dever a autoridade se pautar com moderação e justeza diante de uma situação adversa aos princípios legais, que exige uma tomada de decisão para conduzir o direcionamento da ação movida em favor a lei e a justiça. Quando se interrompe essa função, esse mandamento que impele a toda autoridade não ultrapassar a linha que define a clareza do abuso, fica desmerecida a autoridade de autoridade, não sendo esta mais válida para suportar sua constituição, por ter disso invalidada pela própria ação disruptiva daquilo que sustenta o direito de punir, a justiça e o embasamento da ação na lei, que é justamente o peso e a medida para se contrapor atitudes e direcionar ordens e comandos. A legitimidade da ação de uma autoridade está nela cumprir seu dever para com a sociedade, agindo com temperança e legalidade, jamais ultrapassando as barreiras que cerceiam e blindam os cidadãos com direitos inalienáveis e o sistema com uma lógica jurídica que não pode ser dispensada ou subjugada. Ao se valer da posição de autoridade para agir em beneficio próprio, de acordo com seus ideais pessoais, e não com os ideias socias, que são resguardados pela constituição federal, que norteiam os valores de uma sociedade, está desmerecendo todo o esforço e acumulo de ínfimos detalhes criteriosos que foram necessários serem denotados para se atingir um esclarecimento nobre e funcional para acolher as pessoas como seres humanos, bem como a sociedade como um ente que exige o devido respeito de cada um de seus membros para diante de seus preceitos. O bom senso é mais do que uma obrigação, não somente a uma autoridade, mas a qualquer cidadão, mas ele em muitas situações deve ser regulamentado por uma normatividade instituída por lei, para deixar claro o posicionamento de uma atitude diante de determinado fato, se está de acordo com o entendimento legal ou fere direito adquirido, estabelecido, garantido. Assim, ao trair a confiança depositada em sua pessoa, agindo em desproporção, ou até mesmo em notória desmesura, ou ainda em contradição com a norma, deve a autoridade ser destituída de seu poder, para que a sociedade substitua o incólume detrator, traidor da confiança geral, e coloque em seu lugar alguém que possa oferecer uma resposta a altura da normatividade que o ordenamento jurídico do Estado impõem, obrigando a todos ao cumprimento dos deveres, e a exequibilidade dos direitos, que devem automaticamente serem exercidos, num âmbito onde a ordem e a justiça prevalecem. A autoridade que descumpre o preceito básico que uma autoridade supõe, eficácia na promoção da lei, desorganiza-se ao ponto de diluir o direito que lhe amparava como pilar para o exercício da autoridade em questão, e lhe rebaixa, ou reconduz ao status de um cidadão que deve responder pelos seus atos, no sentido não de rebaixar moralmente, o que também é o caso, mas hierarquicamente, na régua base de um organismo social. O que justifica uma autoridade deter certos atributos que a distingue de um civil, é ela representar o poder que não pode ser percebido senão materializado num ser humano, capaz de raciocinar e aplicar a lei, julgando casos e situações que demandam um carimbo providencialmente supra comum, por se entender que a ele se reveste um poder cujo ato manifesto confirma uma decisão que mais que imposta, deve ser respeitada perante o todo, sobre pena de punição caso descumprimento. Ao Estado compete o poder de punir e exercer essa esfera de punição onde todos os cidadãos ficam a ela submetidos, agindo por meio de seus agentes, as ditas autoridades, revestidas cada qual de sua função especifica, para agir diante de cada caso, com poder decisório, sendo em alguns casos arbitrários, onde a ela apenas reflete o espelho de um espectro da autoridade automática, que não pode ser munida de discernimento, em outros, discricionários, onde a autoridade compete o exercício da tomada de decisão, partindo de si, de acordo com as diretrizes do ordenamento, que passa ser uma bússola em face a sua sentença ou ato.
A essência que presume a legitimidade de uma ação proveniente de uma autoridade, é o embasamento legal e o amparo jurídico que essa ação está constituída, para assim servir a comunidade como um sustento e garantia da ordem e da segurança jurídica, elementos essenciais para um bom convívio social, onde o respeito e a equanimidade prevalecem sobre o degredo. Para garantir o exercício e o funcionamento da aplicabilidade das leis que sustentam o ordenamento jurídico de uma sociedade, e como um recheio, suprem de sentido e de coerência esse sistema, que é pautado por valores estabelecidos na constituinte originária, que na verdade, tenta se aproximar ao máximo dos costumes e regras sociais pré-existentes, dando um contorno ao livre arbítrio e novelos de direitos e deveres que prevalecem uns sobre os outros, havendo sempre um pensamento basilar que sustenta a razão diante de uma contradição factual, para dirimir as injustiças cabíveis em uma gama de situações impensáveis, ocorridas de acordo com o desenvolvimento natural das interações humanas. Esse pensamento basilar é o que deve estar contido no embasamento da decisão tomada pela autoridade, que está posta para garantir o direito bem como o dever de cada um, imbuindo assim de legitimidade a decisão proferida, o ato autoritário, ou melhor, decisivo e demovedor de um impasse. Quando a autoridade deixa de agir de acordo com os princípios que sustentam sua própria estrutura basilar, que justificam sua legitimidade diante de todo sistema, ela perde o direito de se perpetuar no poder a ela investido, por haver corrompido não somente na essência, essencialmente, mas na prática, praticamente, o exercício do poder, que dever ser mantido dentro das fronteiras pré-estabelecidas através de normatizações que complementam a constituinte original, bem como de leis ordinárias que garantem o implementado pela constituinte, suportando o contexto jurídico dentro de uma logica que se ferida perde o sentido, a eficácia. Essa autoridade desautorizando o direito garantido pela justiça inerente aquele limite imposto ao seu exercício, está claramente violando um principio inviolável, que é o da legalidade, que garante a cada decisão tomada ou advinda de uma autoridade vinculo legal, ou seja, respaldo pelo ordenamento jurídico. Assim, violando o que lhe empodera, a ética e a moral constituinte da autoridade por excelência, o direito que a ela compete de se limitar a agir dentro de fronteiras desenhadas e determinadas, e jamais romper a linha, a cerca que lhe restringe o agir dentro de uma lógica constituída pela razão jurídica e pelo mérito da justiça, ela se deforma ao ponto de deixar de existir praticamente, nos contornos da realidade, na fatualidade da existência, evaporando-se como se fosse uma gota d´água diante do imperativo solar, do sistema categórico que sustenta sua existência e sua exequibilidade, sua força imperativa, deixando assim, ao violar seu limite regulador e constituinte, de perpetuar o direito que lhe confere punir ou exigir determinada conduta diante de determinado fato, bem como de conceder um beneficio diante de determinada situação, ou de atestar a legalidade de algo diante de determinado fato, ou seja, perde-se a competência que lhe é imposta pela sua caracterização, e constituição, para agir inviolavelmente nos percalços da vida comum, regulando as ações básicas entre os seres e conferindo eficácia aos seus atos, bem como atestando a solenidade necessária aos atos corriqueiros que devem ser selados por uma ordem maior, da estrutura social do sistema. Violar a ética que sustenta a investidura do poder a uma autoridade é quebrar o vinculo que ela sugere automaticamente com a lei, com o estatuto, com a justiça, deixando assim a autoridade de representar a emanação do poder do estado competente e inapreensível, constituído pela presença fictícia de uma força que reveste uma verdade, que confere a determinados cidadão poderes específicos que em junção exercerão propriamente a ação do estado em si, seu funcionamento em praticidade e organização, vigorando a partir da constituição principal, elaborada por mentes humanas, que deferiram a sustentabilidade e a confecção de um sistema com regramento próprio e capacidade autônoma de compensar os danos ocasionais através do exercício regular da justiça, que apesar de ser um etéreo conceito variante, que se adapta a diferente costumes e realidades culturais, expressa em sua essência a tentativa de abranger uma totalidade onde o cerne de sua proporção atinge a todos com o mesmo valor. Por isso não são verificadas variações extremas, com exceções de algumas situações ainda polemicas, entre as diferentes justiças das nações, presumindo que cada estado seja soberano e que possa por si só definir o seu próprio conceito de justiça, ou se apropriar dele da forma que melhor lhe aprouver. Assim, uma autoridade fica submetida aos contornos e ao cerne dessa justiça que foi apreendida por determinada cultura, em essência, para normatizar as condutas de seus cidadãos, ao peso de perder a autoridade a ela conferida.
BraZildae os tumores de uma terra sem LEI
(Parte 2 )
Nós, Fer, Ato, assim nessa de se compreender parlando o inevitável sem mover os lábios, pois aqui eles tem pessoas treinadas para essa labiação afiada que os homens se dedicam quando estão longe de seus inimigos, para ludibriá-los quando perto, caluniá-los quando possível, humilhá-lhos ao máximo, e assim por diante... depois do terceiro ato o Congresso ficou vazio, quando não tinham a polêmica por trás do decoro, a polemização da verborragia clássica, transmitida ao vivo por uma tv que carregava os recordes de piores e maiores audiências do país. Quando aquele que arrumou problema com o irmão, um dos primeiros delatores da nossa vã democracia, quando delatar ainda não era essa aptidão corajosa de quente bravura, de encorajamento brutal e inteligente, quando não existia a opção de se quebrar a linha do time, quando ainda havia algum escrúpulo...nao se levava um frango porque o inimigo assinalou a frangaçada com meio...um...dois...cinco milhões de libras. O cara era decapitação, decapitamento frangoso, isso era que dava o cara ser um rato sem Mikey, sem Jerry, sem Bernado, um cagueta, um covarde que entrega o próprio sócio para se livrar da cadeia... bom, uns vão achar que o cognoscível do ser inteligível agiu em prol dos preceitos morais e disse um belo foda-se para a estrutura do super ego, mas como dizer goodbye ao grupo, que o perseguirá pela vida, principalmente se retomar o poder? Como está o sono de Palocci, ou até mesmo do Dudinha... isso, o Mendonça? Será que não há um medo incutido em cada piscada de olho, piscadela de uma janela que está pra sempre dentro dos olhos, com barras e rede para os gatinhos não caírem do 30o andar... ou seria algo mais Empire States, visto o alcance da deflação intelectual entre primos diante de uma banca acionária baseada em um roubo de alguns bilhões. Como fica a situação da empresa na stock exchange? Eu pergunto porque não entendo mesmo qual saída.... processo crime internacional, diplomacia arruinada, corte de Haia, pois então, onde um colarinho branco é julgado, um internacional, vai depender do acordo de extradição do país em que foi pego, ou a sede da empresa onde trabalhava, vai depender se tem ou não o greencard, ou se somente o visto B2 já abre as portas de Oklahoma Maximo Security, ou do acordo com o país natural, born to kill, que quer por as mãos no desgraçado.... Na verdade, estava falando do Pedro Collor, e do tempo que arrasta rugas mas reescreve os fatos. Fernando foi obrigado a cumprir os anos de inelegibilidade, e depois saiu como senador de Alagoas, senão me falha a memória, para depois ouvir da casa, que feito um feitiço de Alice, encolheu, do Alvorada de Niemeyer ao semblante iconicamnete oco bicameral, dessa arruinação de reputação mal reconstituída, mesmo com o perdão, melhor, a absolvição dos crimes a ele imputado. O negocio é que ele quis deixar o legislativo de lado, esse é o problema desses presidentes, finórios adeptos a uma despótica lei invisível, que carregam junto ao germem da ditadura, ou melhor, a face oculta de um ditador. Essa inigualável presença no homem dele poder fazer o que quiser, e estar acima da lei, além do mal e do bem, como se a lei fosse apenas uma engenhoca para sustentar um globo o qual eles assistem girar sentados em uma cadeira de sol. Ser contra a ditadura é bem diferente de não ser um ditador. Esse último que saiu, provocando o país sem a máscara no baile de máscara, os repórteres com a má educação, e a Globo com o Alaska..... ou com um iceberg a la Perito Moreno, para consagrar turismo no nosso hemisfério. Deixar a Globo no gelo foi um dos maiores erros da sua ingovernabilidade. Habilidade de não governar. Mas por que? Dinheiro que não entrava para fazer propaganda da Petrobras, mas a Petrobras estava falida, pelo pt psdb, pmdb, sangraram o país, e sequer a licença partidária perderam, o registro, tendo o psdb mudado de nome, ou foi o Pmdb, qual partido virou Mdb, na presidência do mesmo bolo pestilento que foi absolvido pelo supremo, o tal do JUCA, mas primeiro o Temer. Tem um ditado no meio político depois disso, é que hoje quando um deputado vai pra a recepção da lºa mala d 500 mil, dizem, “não vai enfiar o pé na JUCÁ”, pois apesar de Temerem-se por motivos cuja égide de Lincoln e seus pares estampados num papel que queima e pega fogo falar alto, e ainda aparentemente distantes, só nas câmeras, dividiam a mesma sigla, e um acabou por aprisionar nos dentes a impunidade garantida a seu curto mandato, visto a anta democrática ter sido recolhida para o pão de queijo sem calor. A bancada no caso é que o bolsa por contar com uma mão gigantesca na bancada evangéelica, tudo postergado e adiantado pelo poder incomensuráravel do BISPO, ele pensou que conseguiria inchar a RECORD, e manter o controle ideológico do país, com uma emissora, que, por contar com uma população na sua maioria religiosa, mas não estúpida, fez com que se aumentasse as fichas no imaginário fictício crescimento de audiência do quintal do Macedo, não levando em consideração, que mesmo havendo no país uma infinidade ignorante de crentes e adeptos da igreja universal, temos a mesma quantidade de adeptos de Heleninha Roitman, que são tão bem retratados como celebrados em seu universo, em sua pobreza e em principalmente em sua dignidade. A pintura da Globo está muito mais humana do que o pastiche moralista da Record....é como comparar os afrescos de Rafael com um hiperealismo de baixa qualidade dos clãs que tentaram pixar o muro de verdadee, mas foram presos pelos pais com as fraldas nas mãos. Eles não contaram com isso. Com o poder barroco da Rede Globo, com sua contra reforma, com sua capacidade de ressurreeição mesmo sem os milionários salários de sempree, reduzidos, mas com o investimento em novos talentos e na crença de que arte se faz com artista, e o público, por mais acostumado que está com certo séquito, se reacostumarse quando existe um princípio básico de Stanislaviski, coisa que a Record até hoje está tentando aprender: fé cênica... Pode ter havido problemas financeiros, superados. A Globo tirou a corja do PT apenas para devolver o cetro para a mesma quadrilha que ela foi obrigada estrategicamente, mas que ainda não desistiu de caçar. Já a anta de Passadena caiu com sua impossibilidade de não deixar de responsabilizarse solidariamente, empurrando a culpa para algum diretor, por assinaturas suas constarem no documento que lhe custou a cabeça, a gota d´água, para citar outro importante autor, a quem devo certa dose de.... como foi dito, no início, essa não delatou... tudo para lembrar de Pedro Paulo que invejava o irmão, que fez o que fez para demonstrar da onde vinha o terror da caneta mais poderosa do país, congelando ativos da poupança do povo, isso quando Itamar Franco nem sonhava ainda em um dia relançar o fusca e continuar o processo que Collor iniciou, de abrir as portas da importação, quando na época ainda tivemos que engolir o tal fusca Itamar, uma especie de lada do Sputnik, que não colou muito, e graças aos investidores externos e internacionais o plano real veio para dar uma aparente estabilidade com o dólar americano, o que não durou nem dois anos, mas o suficiente para eleger o outro Fernando, que nem para direita, mas para uma esquerda moderada, central, atraiu quantias absurdas de investimento bem como empresas internacionais, desde montadoras de carro, até apareelhos domésticos, impulsionando inclusivie a indústria brasileira, não somente mineradoras como a Vale, mas empresas como a Embraer por exemplo, e o incentivo para Petrobras comçar a avançar terreno. As quantias foram exatas para depois se ganhar dinheiro com a subida dos juros e a inflação nebulosamente acomodada, e a aqueles oligopólios que tinham comprado dólar a 1.... e depois venderam a 3, 4, 5....hoje, continuam sua ingrência tácita no país.. Essa escada do dólar foi pensada proposital num país onde os recursos alimentavam meio mundo, mas não possuiuam vias de escoamento, portos, ferrovias, e outras infra estruturas básicas. O básico para infraestrutura foi feito, mesmo com as balas assassinas do PC FARIAS , o helicóptero do Ulisses Guimarães, o recentee jato do Teori Zavasky, o avião dee Eduardo Campos, ilucidável Celso Daniel, Mariele Franco... e tantos outros! Uma varredura cerlúea onde comstigaram as aeronaves de aço para delinquentementeementeemente queimareem arquivos, fustigaram com brasa brasileira, com braseiro de terreiro, com brasador do povo, com brasilidadee diabololica, com a bandeira avermelhada com um leve toque de sangue, aqueles panos de chão que ficam muito tempo de molho no balde encardido, e acabam sendo tingidas com a cor...principal! Eu era muito pequeno nessa historia toda e me lembro bem de Bebeto e Cafu, e confesso que já reparava naquelas pernas do Roberto Carlos, num ano onde nos deram tanto, e tiraram muito, em Imola, Senna se foi para um milagre, um que o Brasil inteiro torceu, mas não aconteeceeu, infelizmente.... essas coisas que não tem explicação, quando Jim Morrison foi assassinado naquela banheira por falar demais.... e assim, vão sumindo sem querer, sem querer! Uma pergunta pro vice, se ele tivesse a chance de ter o filho de volta, ele levaria a sério palavras como integridade, honra, e incorruptibilidade? Eu prefiro pensar que sim, mas os fatos me avançam na direção dilacerada do não, quando a aliança espúria, essa que homem faz nos destroços da alma humana, onde não existe mais quase princípio para sustentar a palavra, nos escombros sítios mesmo, nessa treva destronada pela escuridão, essa trevada que nos arrebenta, e nos faz sorrir e chorar sem maquiagem, sem o cuidado do himel, sem a base, sabem, a base...essa que segura a face de um homem, que o mantém de pé, acreditando em si mesmo, essa que faz ele valer mais do que um mendigo sem fé, pois muitos mendigos com fé ainda valem mais do que um punhado desses homens que passam a perna no seu melhor amigo, no sócio de todos os dias, no leitinho das crianças, quando você aprender a cuidar do outro como se fosse uma coisa sua, e o problema do outro um problema seu, ai eu pergunto, o que torna essa relação de falsa para verdadeira como uma moeda dispara na sua cara cara ou coroa.......
O amor.
Ele transforma o profano do outro na sua sacra pureza, a malícia do teste alheio, no seu eenfrentamento de peito abrto, a dissimulação óbvia do pernicioso, na credulidade mais tenuee que pode existir na face da teerra, a malignidade em carícia, o olhar suspeito em um sorriso que se da pra dentro, o assunto sem começo e final num meio para chegar naquela paralisia de olhar, de lágrima que não chora, apenas por se bastar com a emoção, essa lágrima que tantas vezes sentimos diante do miraculoso e seguramos, ao borrar a maquiagem, ou entumecer o lago do olhar com uma profundidade maior de profundezas, de sonhos que são trocados no calor de um único instante, essse sabor que a política mata, essa inocência revivida em um átimo de instante, essa bênção de sentirmos a criança rindo outra vez, que a política mata, que nos leva ao palanque, e com raras, mas raras, quando digo raras digo, Martin Luther King, digo Nelson Mandela, digo John Kennedy, digo Amy Winehouse, em sua desconcertante inocência quase impura, que a levou direto ao abismo,.... digo de uma mulher que admiro profundamente, apesar de pensar as vezes que ela agiu mais por culpa do passado, por um nó na garganta qu não desatava, não conseguia reespirar nem chorar, e por isso fez concessões que levaram hoje o país as mãos de quem teem garras ao invés de dedos, Angela Merkeel, que seja abençoada e profícua a sua volta, o seu regresso, Wir brauchen dir, meine Himmelich Freunde! O que seria do mundo sem pessoas como você, pena que aqui em casa acho difícil encontrar um exemplo, um que esteja vivo, aléem do claro, não escondo minha estima por ele para ninguém, Senador e futuro Juiz da Suprema Corte, se Deus e o SB for brasileiro, possível, um juiz ser exonerado e depois... indicado pelo presidente, se Toffoly chegou la, não é isso um absurdo, se Christiano Zanin está como ministro do STF qual credibilidade pode essa instituição alegar, reclamar para si, qual crédito temos diante de um quadro não apenas suspeito, mas do advogado do presidente, por anos, que combateu a anti corrupção, o anti peculato, o anti tráfico de influências, o tribalismo poliítico, as anestias incertas desmerecidas, o ódio entre partidos que nunca foram fora dos olhos do público rivais. Qual credibilidade uma instituição como o STF nos confia se guarda em seu bojo o advogado, ex, do atual presidente, ex, presidiário, condenado em todas instancias cabíveis, que sabe de entranhas que nao deve um ministro saber para poder imparcialmente proferir seu caminho e sua escalada nessa montanha ardua que é o supremo, íngrime, cheia de abismos criados pelo homem, que impoem o decoro e a decencia como imperativos mais que cateogoricos, mas constitucionais de um juiz que ousa sentar numa das onzee cadeiras. Como vamos confiar em suas diretrizes, em seu julgamento, em sua voz, quando ceifado pela foice maior do vermelho escarlate, do gigante que suportou quase 9 meses de prisão, com suas mordomias, mas o gigante que proferiu palavras de silêncio e poderia ter acabado com metade da classe política, se não mais, fora os empresários, fora as centenas de pessoas que estão envolvidas até o pescoço num esquema internacional de lavagem de dinheiro, e ouso dizer, até aproximações com organizações criminosas, see formos deixar de sermos um pouco ingênuos, e condenar com a pena o que não tiveram coragem de fazer com a espada. Ele era, como dizia Gogol, Alma Morta? Era, e porque o mantiveram intacto, silenciosamente intacto, quando ele mais que aguardava uma sentença, ou um apreço de recurso, sim a previa e estipulada reviravolta que traria livre suas mãos de algemas, de culpa, pois essa é uma caracteristica, um elemento ausente em psicopatas, e o que acham ser politicos do nivel de LULA e ALKMIN, entre outros? Ausencia de sentimento e compadecimento por qualquer coisas que nao seja o comprometimento com o plano da organização. Será ela o PT, o PT e o MDB, o PT o MDB a RECORD, enfim, as possibilidades são infinitas, quem sabe nao temos até uns figurões de Las Vegas junto na pocilga de luxo, esperando o país legalizar o jogo, ou o lobby com a indústria de tabaco, hoje evoluída para o plantio e cultivo de Mary Juana, enfim, não quero me estender pois acredito que já passei a mensagem. Peço que encarecidamente que ampliem vossa consciência para que meu tempo aqui não seja em vão. Já tomamos o espelho d´água uma vez, mas esquecemos de olharmos nosso reflexo, para nao como narciso se afogar, mas como um guerreiro, um Parsival, tomar noção de quem é, não voltar a dormir na primeira onda de sonolência, na crueza de um quebra cabeça que ainda faltam várias peças, no cansaço e no vazio de se achar que tudo já foi feito, quando na verdade, e essa podem anotar no caderno, a LAVA-JATO foi só a pontinha, do grafite de uma lapiseira quilométrica, de um cipó que atravessa o Amazonas, de um Iceberg que faz Titanics parecerem canoas furadas.
BraZilda e os tumores de uma terra sem LEI
(Parte 1)
A ilha da terra de santa cruz isolada
Era um calor de fome matada
Dessas que esmigalha a dor desatada
Do centro do estômago desvairado, cuja boca desidratada mastiga as unhas s
Da manhã, castigo da Alvorada
Uns sobem para o escombro do palácio,
Desritmitificar a dança do populacho que pensa escolher
Esses carnavalhaços de palha de oca indica, de paçoca de palhaço e faz o circo circense todo tremer de perdulhaço pautado para ser vingança do dossiê do calhamaço.
O diacho é que o governante mor, quando escuta atras da porta a escuta de seu alfajor, dizendo que seu pescoço esta por um fiapo
Ele logo se apruma e como diz apruma, disaprumando o primeiro ordenança, homem de triste adúltera confiança, tem de capacho achar para queimar não somente os dedos, mas o pouso que levanta, de ponta cabeça, o astro do mar
Assim levado, na capital onde o inquérito do jagunço mor estará enguiçado, não adianta do povo populacho, muito menos estardalhaço, pois como se diz na breca, foi-se antecipando o vil Careca, lustrando as barras de fome de seus inimigos doutro nome, apenas para contemplar que um dia sobre o calor da telha de zinco quente, como escreveu aquele douto americano experiente, que telhado de vidro é coisa de arquiteto indecente, e foi logo no desmando canetando o reprisionamento de meia dúzia de quilates de homens feito éguas, e éguas feito jumento, que por um tal período de preventivo esclarecimento, iriam os pobres caimentos se dar do erário o preço para cada cabeça de encarcerário. O Careca dizem não temer ameaça pois manda e desmanda na gentil praça e consegue antes de uma central burra de inteligência, ser mais perspicaz e no sentido contrário da revolta e irreverência, ele transmite a nado seu código fumaça, com as pestilentas baforadas para os vis carrapatos assim desembestarem de vez, de serem inúteis imundos enfeites enfeitados, deixando o sarro para quem quer rir de cueca da lustrosa imperiosa careca, que com uma bala na cabeça foi entretida, quando no fundo bastava uma peruca tao querida, que sem piolho ou restolho de acúmulo de processo judicial, esses que carimbam a primeira página, e levam a assinatura do douto no final, quando a equipe de acessoria busca na estrebaria alguma vacina eficaz, ou mais eficaz que a quetamina, para as vozes que até então o ministro alucina, fiquem mesmo presas dentro da cortina, e não impeçam a russa diplomata bailarina deixar o tango em paris fora da reta com o Careca, porque faltou margarina, mesmo porque o que nos bastidores paira é que ele gosta mesmo de uma vermelha calcinha, e de uma égua equina que não seja feminina, ou seja, enquanto o ministro procurando seu equídeo bailarino travesti, ou a primeira égua que mudou de sexo, ao invés do garanhão que virou purpurina e faz no contexto mais nexo, ele traduz da bandeira a ordem e o progresso, com o papel higiênico do Congresso! Ai, se soubessem que podiam ter feito tudo impresso! Cesso de cutucar o enxame parasita , da curva retilínea que escolhe a meta, rede social que vai caindo a breca, e que perfil contraditório a calcinha sem cueca é expurgado como foi do fogão frances a perereca, que dizia “não defeca”, ou algo como “je ne mange pas du cus cus”, assim, lôbrega fala do monsieur desse que dá ordem tinha para matar a fome, dos famélicos resíduos , pois ja classificavam os tóxicos entes biológicos, como neoplatelmintos desvalidos, que pensam com a Lombriga, e que eram para manter a fome no equilíbrio santo, não exorcizando as lombrigas, cabos e postes, e estômagos eleitorais, para as eleições municipais, do ano que tanto fez como tanto faz. Os outros, alombrigados, eram considerados nefastos, pois fora o esfíncter e o clítoris, bem como a glande do prepúcio, ou vice versa, podiam escolher, e assim deviam, pelo gabinete do clorofórmio, antigo gabinete do “hasse”…. “Hate”….”hediondez”, como se diz mesmo ódio em frances, mas enfim… esse novo gabinete agora deveria feito do voddoo o alfinete, perseguir quem perseguiu, e assim da ordem e do caos, mandar todos para puta que sorriu, no escalhamaço do pário parto de um chumaço de codifigado hieroglifografado, helioantropomorfizado, codicilo, para além do ventre e do sobrecilho, arrumarem logo esse despautério da espiga de milho, mulher conhecida por ser do Alvorado o espantalho, e do magico da Foz, do Iguaçu mesmo, onde a droga entrava sem receber tiro ou tiroteio, um algaviteiro algarvezeiro de uma
Puta sem dono e sem puteiro. Era assim no Paraguai, como era no Braso Brasil Brasileiro, totalmente inteiro, era mesmo fogo no puteiro, o que quis deixar bem claro, “era como era no país inteiro”. Drogas, sexo e armas. Crianças no norte eram e faziam parte da rota de prostituição infantil internacional, e os gringos vinham e pagavam dólares de 100 para o turismo liberal, esse que os governadores do tal nordestes, estado da ignorância e pobreza víscera e intelectual, da vereda do sertão e da seca, que depois de meia dúzia de novos já velhos baianos e uma Tropicália que sobreviveu no exílio, vota feito Santa Catharina, que agora estava embrulhada em ofegação de trombadas de águas, onde no varal a calcinha tal do ritmo do aguaceiro que deixou afundado um estado inteiro, contaminado pela imprudência, negligência e imperícia de um escalabro presidente, de um submisso governador, e de uma incompetência geral, que se não fosse pelo clima sensacional e viral do jornal nacional, ainda estariam no atoleiro, quando de novo a mídia ganhou pano de fundo para não discutir o que ontem foi chamado da anistia dos partidos, cujas dividas referente aos repasses obrigatórios, a negros e mulheres, e outros animais domésticos, como considera o hostil Senado, vão continuar perturbados, pelos tantos caminhos delinquentes que levam a gente, se não ao desespero, a um fuminho, esse que Fux quis dar uma aliviada, mas a direita evangélica da insabesoria da casa, junto a outras duas inominadas bancadas, fez questão de luta travar, por achar que a erva é crime e não o fato do PADRE demonizar, ou melhor, o dízimo cobrar, e arrancar do cu as calças de uma empobretada familia, sagrada enrustida familia no milagre bento desse epígrafe de Jesus, pois cada um diz uma coisa e nada com nada a nada conduz, apenas, “eu sangro, eu tenho ereção, eu fiz uma surubada com os meus apostólicos a postos, Maria Madalena era minha divisível prostituta, e eu, bem, era por muitos vistos como um autêntico filho da puta, até que eu vi no fósforo cachimbo e luz, e morto fui na maldita cruz. Antes destruiu o azedume da ambição desmedida do templo, bem como expliquei a Pôncio Pilatos o que ele nunca compreendeu. Quo vadis? Moi, je suis la verité!!!! Qu ‘est ce que cette ça? Je ne comprend pas! Tu ne parle pas frances! Tu parle hebron, ou latin, ou aramaico, ou sanscrito, mas pas portugues, pas la verité! Je suis mort a cause de la verité. Jamais dit la verité. La mensonge cette le grand ami des hommes. What is the truth? I am.
Não obstante, Pilatos solta Barrabas, e crucifica a pre encarnação do Caravaggio, Michelangelo Mersi, mostrando a todos que a verdade não é imortal. Mas qu’est que c’est cette la vrai façon de la verité Cette moi! Pas plus, pas rien! E assim, careca lustrosa mesmo com a golden gun mirando em sua cabeça, desencosturou nas rimas das ditas duras penas, um capa, uma capa, capa kacete, capacete de amianto para poder presidir a extinção de seus cargos de presidente, e responsável pelo gabinete da lulificativa, sempre lulificou o que pode para voltarmos aos campos de gira sois entorno das lula sois, e assim, sem guarda sois, fomos queimando tudo menos a ruela dos anos que lulificador deveria ter passado, caso não soubessem que uma lula delação, colocaria os holofotes, os grasneis da república em cima de régias cabeças que hoje aos poucos, canetamentos de Dias T. , de Fachin submisso e contraditório, e monocráticos pensamentos divergentes de turmas que são esquadrinhadas para pensarem iguais, dando a ilusão de um judis ciário independente, quando até o minerva voto do presidente, em questões eloquentes não deixa de promover a segurança insegura da instituição em prol da ventania política que está em voga. Por exemplificação, quando na turnê de difamação da 2a instância, Gilmares que vem pra bem, ou nem tudo é um Gilmares de Rosa, castro rosa, identificou o exacerbamento do desgaste da desfolhação da próprio face, através do descabimento do peeling de gil e mares, giliorilizado, mares turbulentos, ele saiu da ribalta e trocou de papel com lustrosa careca, para assim, ja ter recebido porrada o suficiente, dar ao povo um novo jurisdouto delinquente, para assim ser encoberto pela escuma dos mares e esquecido em mares gilmares nunca dantes navegados, pois reverter a prisão em segunda instancia é preciso, navegar não é preciso. E assim, foi o novo tirano do bicórneo invisível, que só os 10, somente seus pares podem ver, pois mutuamente, eles uns dos outros, enxergam alem do disfarce, e na corte teatro tribunal, aquele Aras maldito Araras via também por estar vestido placidamente, escondendo seu diabólico rosto demoníaco e grandiloquente, como ainda fazem alguns bem quistos do senado, recentemente Renan e Jarbas Caralho, foram cartas devolvidas ao baralho, por sugerir Genet o arquivamento de tanto suplício e lamento, quando ousaram dizer falta de probatório elemento, com pilhas de documentos, e reabilitaram o jagunço Calheiros…. Meu deus, onde vamos parar. Se me lembro de Renan cada vez que espio o filme O Cangaçeiro, o demônio de Suassuna, e o Diabo na terra do Sol, bem como na Genesis de Sebastião, tem um pedaço dele revolvendo o intestino feito por gente, como Jarbas comumente não ousa a contracenar com o ex presidente, da casa do povo, e prefere comemorar discretamente, ainda mais que a soltura veio pelas mãos do DT, ou do Gilmar, não me recordo mais, e com costume de não pesquisar para não desequilibrar demais adversários café com leite, como agora é soja e boi, sei lá o que ainda foi, quando digo o arquivamento do inquestionável inquérito, imaculável, sabiamente sabíamos que era pena incondicionalmente, mas as provas eram elementos probatórios insuficiente. Assim zombam da verdade iluminadeira, e rasgam a constituição federal norteadora de tamareira, no deserto da seca do antro capital, escondem na cidade das putas, apenas coca, michês, e segredo federal.
Alumiava um dos pequenos eruditos da comarca, cujo processo do réu presidente não pode ser vigiado por crimes anteriores ao mandato, salva bruta hediondez em flagrante preparação, como se deu com aquele deputado que foi um dos inícios disso tudo, do fio da meada, o tal da familia do futuro, os Jeffersons, esses que ainda sonhavam com um Brasil melhor, prefiro achar que não foi vingança, esse ato de esperança, que junto aquele outro do pacto do sangue, o Palocci, foram deixando claro como era desaluviado o esquematório todo. De fato invejável preparamento, e uma condição infinita de provimento e recursos federais para comprar os votos dos deputados federais, bem como assegurar a caneta de postes ministros, que trocavam favores por cargos na pasta, numa cidade piloto do cabide, onde tudo que é verme e fumaça aos pés dó arco-íris está na fila do emprego fácil, dos mil e um gabinetes apodrecidos, e sucatas estatais, pois agora me alembrei, quem foi por tanto tempo do Norte o rei, e teve na onda recente e quase diria imprudente se houvesse federal empoderada como teve uma época de feliz felizmente, o tal do homem de bolero, o nosso querido respeitável honosprezável público, ele, que nunca foi de verdade, pois nunca partiu, e cria já tem no esquema, pois se isso fosse uma pincelada do que é a Paponésia, eu diria que ofício de filho de pai na oficina do demo até ter o próprio tridente, é mais que lustrar os cornos, mas polir o canino dos dentes. Ele, o bolero romero de Romero Jucá!!!! Outro confesso reincidente absolvido pelo nossa STF como quem emilha resto de gente, com seus jagunços ao redor das terras, desmatamento ilegal, e abertura da fronteira com novas rotas para colombianos e peruanos experientes.
Aqui assoma-se a conduta do expressa do nosso ex vil atual presidente, que nomeou como ministro dessa respeitável corte seu advogado pessoal. Raios que nos partam. Como pode isso ser legal? Quando impeachmaram a anta belicosa refizeram na cara de todos, ao vivo em plenário, o artigo que impedia a antagonista manter seus direitos políticos, inelegível se não me engano por 8 anos… e o que esse injustiça ministro da justiça nos fez, esse, depois que Dino também virou supremo e que era supremo e para continuar colaborando com a organização criminosa, resolveu nao se aposentar, e o que ele fez diante se todos com a miss Passadena? Lhe “exonerou”, lhe impeachmou do cargo porém não lhe caçou os direitos políticos! Que absurdos é esse! Aberrario criminis!!! Não se pode dizer que sequer é um impeachment isso!!!! Sensacional, verborragendo as palavras da gente encontram termos que são indefinidamente atípicos ate para Buarque de Holanda???
LAiCÚ
Não votar em deputados evangélicos, é salvar o país do atraso intelectual, e aprimorar sua capacidade de interlocução com o que há de mais moderno e sofisticado em termos de tecnologia, educação, e segurança, e claro, saúde, pois com esses pilares fincados na terra, podemos construir um país não apoiado em mentiras, em fumaça de ilusões, em uma mitológica ficção ultrapassada. Amem Jesus, tudo bem, mas não o amem como o filho de Deus, e sim como o filho de um homem.
DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
O que define o conceito de liberdade visto numa ótica psíquica, onde abraçar as próprias ideias e tomadas de decisões pode ser uma prova para si próprio, se, independentemente do outro, conseguimos chegar a uma, as vezes, mesmo que conflituosa, mas livre decisão? Para estarmos deliberadamente livres ao ponto de tomarmos nossas decisões de maneira clara isso infere que não dependemos psicologicamente de nenhum ente externo que incida em nosso momento que difere de um simples aceite para um consciente deliberado determinador de opinião. O que se sugere quando não estamos deveras livres, para decidirmos as situações em nossas vidas, as escolhas, é uma gama de opções, cujo termo mais adequado para expressar essa ideia é dependência. A dependência pode se manifestar de diversas formas e conversar com diversos parâmetros externos, e até mesmo internos, como dependência a drogas por exemplo, que determina a tomada de decisão de um indivíduo sempre de forma previamente estipulada, como se não houvesse a outra opção, o não, ou até mesmo a dependência emocional, em relação a outro indivíduo, numa relação que se iniciou numa aparente simbiose, para aos poucos se deteriorar num mutualismo delituoso, pérfido, e muitas vezes inconsciente. Essa dependência é construída a partir de um preâmbulo de fragilidades incutidas no subconsciente, na estrincada trama da psique, e de forças ocultas que trafegam no inconsciente como marés oceânicas, arrastando torrentes caudalosas de simbólicos conteúdos submersos nesse abismo profundo, que submerge em face a determinantes situações, e pode acarretar em reforçar as fragilidades existentes, que deixando uma lacuna naquilo que entende-se como formação do ego, cria buracos que vão aos poucos sendo preenchidos pelo outro, ou melhor, pela forma com que o outro relaciona-se com você. Essas fissuras psíquicas, essas brechas, essas deformações nos pilares do psiquismo, ao serem preenchidos dão maior suporte ao ego, que se sente mais bem apoiado em sua base, pensando que se trata muitas vezes de pilares fundeados em um terreno arenoso, cuja manutenção constante é condição sine qua non para uma boa manutenção psíquica, e apoiado e melhor, com as fissuras preenchidas pela harmonia existente entre dois seres, sente-se melhor compactado. Essa harmonia, devido ao constante desgaste, por ser, digamos assim, em um exemplo fácil, tentar preencher o concreto com argila, precisa de constante reparo, o que cria ai, nesse universo de relações, uma constante dependência, pelo reparo, para que a estrutura mantenha-se firme, e engatada nela mesma, e a sensação de conformidade com o mundo, o bem estar em certos casos, ou até mesmo o mal estar em outros, permaneça com a impressão de durabilidade, e o desgaste, que quando só não trazia o suspiro do conforto, mesmo sendo esse conforto em alguns casos angustiante, mas relaxava o todo, o self, para mais um dia de noite bem dormida. O que deve se explicar, é porque temos uma situação onde há um suspiro de alívio e felicidade, e em outros um tormento constante. Bem, podemos dizer, que a constante troca as vezes torna o processo desgastante, ao ponto de não conseguir suprir a “argila” a totalidade da fissura no pilar, que aumenta, somando se a dependência emocional a falta de emoção. Como assim? A insuficiência emocional, que acaba por não mais aliviar o processo, e deixar em carência parte do pretenso mutualismo, ignóbil, que se deteriora com a falta do ente, bem como com sua presença. Essa carência aumentada com a supressão do ente provedor, pode causar uma fissura irreparável na estrutura psíquica, ao ponto de um transtorno agudo se cronificar, ou até mesmo um trauma recalcado submergir à tona. A dependência emocional nada mais é do que a carência de si suprida pelo outro. A carência emocional, como assim? A carência da aparente emoção de bem estar e amor, que disfarçada de esparadrapo, remenda um corte no profundo de nossa psique. Esse esparadrapo não servirá para sempre, sequer remediará ou estancará toda sangria, e precisará ser trocado, dai o novo esparadrapo, ou a continuidade da sangria, que por estar acostumada a ser consertada constantemente, perde em si a auto capacidade de regeneração, desaprende, e dai a dependência, pois novamente um novo esparadrapo será necessário, e assim, um ciclo vicioso. Quanto mais atenção eu dou, mais eu serei premido a dar, quanto mais eu recebo, mais eu serei carente em receber. Pois como disse, elas se desfazem, feito argila grudado no concreto. Agora perguntamos como é possível remediar esse “dano”, visto que várias relações constituídas e estabelecidas a partir da dependência emocional são estáveis, e mantém seus constituintes acostumados com essa maneira de viver a vida. Bom, eu diria, que quanto mais independente formos mais próximos estaremos das condições da verdade de nosso caminho, não significa que uma independência emocional é uma unicidade para conquista do graal interior, não, mas apenas uma condição para o início da jornada, que deve ser munida de muito auto crítica, muito esforço intelectual, e extrema relevância sensorial, aprimorando o corte das arestas do jardim da alma, e mantendo sempre limpo o jardim, livre de ervas daninhas. Por isso, recomendo análise como uma possível arma contra essa co-dependência, que por mais estabilizada e estável que possa ser, a qualquer tremor estrutural psíquico pode se agravar o caso, e passarmos para uma dependência destrutiva, não querendo eximir a potencialidade destrutiva da menor dependência que seja.
BRAIN INTERNET
Tendo em vista a comunicação brain net, que se utiliza de eletrodos para conectarem um
cérebro a uma central e essa central a outro cérebro, conseguindo assim transmitir comandos
ao cérebro executor, que repete a ação enviada, como se tivesse sido originária de seu próprio
sistema nervoso; eu disse como, pois aqui há a diferenciação de um comando oco, no executor
que recebe a “ordem”, daquela ação provida de um desejo originário, que através de um
estímulo, ou de uma fabricação de vontade, performa uma ação, atrelada ao livre arbítrio do
executor.
O que não podemos perder de vista nessa simples troca de comandos, é o ponto crucial do
desejo, pois ainda não se pode codificar o mesmo para o comando ser transmitido de forma
orgânica, e não oco, onde sem lastro de origem ao executor compete receber, compreender e
executar. Aqui entra um dado que merece ser levado em consideração, pois difere-se o quadro
quando o comando é apenas “levante a mão esquerda”, do que “pegue a arma e atire”. Deve-
se levar em conta o sistema inibitório do executor, que devido a constituição de suas
memórias, preceitos, valores, percepções e princípios morais, enraizados na circuitaria de seu
cérebro, pode inibir o comando, não executando a ordem. A questão é se o comando
ultrapassa esse sistema inibitório, ou até mesmo aja de acordo com certo grau de
inconsciência do executor. A questão levantada é se existe esse grau de inconsciência e como
ele pode ser mesurado? Se o teor do comando interfere nesse grau, ou se, aleatoriamente,
dependendo desse grau de inconsciência, ou desativação do sistema inibitório, o comando
será performado?
Chamamos atenção para o desenvolvimento lógico e esperado de tal tecnologia, e seus
desdobramentos, que atingirá o momento onde o desejo também será transmitido, dando
uma organicidade e autenticidade a ação, que agora fica pendente as circunstancias inscritas
no cérebro do executor, que poderá ou não executar o comando. Quando, em hipótese,
atingirmos um nível, onde uma simples organela sintética, possa ser introduzida no corpo do
executor, e ultrapassando a barreira encefálica, se acoplar no cérebro específico, se
conectando a todo o seu sistema, isso sem considerarmos uma cirurgia onde abre-se o crânio
para introduzir esse mecanismo, ou chip, o que dificultaria a entrada simples do corpo
estranho no organismo em questão. Quando o desejo for incutido no executor, o desejo de
performar a ação, não será essa uma via natural de ultrapassar seu sistema inibitório, seus
princípios e valores, para fazer sim, com que a ordem, independentemente de sua natureza,
seja executada, como por exemplo, atire a arma?
Devemos levar em consideração se será, ou seria possível tal tecnologia se acoplar
definitivamente no sistema nervoso central do executor, e não só enviar comandos, mas atuar
como uma segunda intuição, se imiscuindo e diluindo na intuição originária, ao ponto do
executor não saber mais quem intui, se ele mesmo, ou o invasor, o mandante. Esse é o perigo
posto diante desse esquema de captação de comandos, a evolução tecnológica e o sequestro
da vontade de maneira insidiosa, quase sorrateiramente, o que induzirá muitas vezes o
executor ao erro, que por mais que parece estar agindo de acordo com sua vontade, está
agindo contra ela, ou até mesmo sem o livre arbítrio que lhe compete. Devemos estipular se
livre arbítrio nesse caso, é um bem particular, um direito, um mecanismo ou até mesmo uma
característica, uma capacidade do ser humano, mesmo que a vontade seja criada
nanosegundos antes da consciência da mesma, num nível racional, ele faz parte do organismo
e sua engrenagem como um todo, naturalmente, e em hipótese alguma admite ser
sequestrado, ou deposto, para atuar de acordo com uma vontade externa.
Também devemos considerar o estímulo criado, que ensejará numa ação específica, ou numa
concatenação de ações atreladas a esse estímulo oriundo de uma vontade exógena, que
acoplada no sistema nervoso central do executor, através de uma organela sintética ou mesmo
um chip de alto desenvolvimento tecnológico, a evolução da brain net, que acabará por não
apenas conectar dois cérebros, mas desmembrar tecnologias como essas, que tomarão conta
do SNC, penetrando quase que tacitamente na circuitaria neurológica, ao ponto de conseguir
não só transmitir, mas extrair informações, decupar sonhos, implantar ideias, e seguramente,
se instituir como uma segunda pele, uma segunda intuição. A questão é sobre o dolo eventual
e o dolo produzido, quais as ferramentas originais do cérebro do executor que são capazes de
identificar e barrar o comando ou ideia, ou estimulo derivado, e se é possível destacar a
diferenças de um estimulo originário para um estimulo derivado? As implicações jurídicas são
enormes, sem mencionar as implicações éticas, pois podemos imaginar um cenário onde o
implante foi acoplado sem o consentimento do executor, se pensarmos em tecnologia militar,
espionagem, e outros tipos de estratégias para se dominar um ser humano.
A questão é se essa tecnologia não só permite um domínio de dentro para fora, se mal
versada, mas não consegue ser facilmente identificada? Deve se analisar o grau de ciência que
é possível diante de um estímulo terrorista ou um comando simples, como atire a arma, agora
munido de desejo e vontade interior, pois a organela em simbiose age diretamente na
formação de vontade, e deve-se ressaltar e conferir se ela pode da mesma forma que agir
numa área específica, agir numa outra, no sistema inibitório por exemplo, desativando-o, para
facilitar o cumprimento de sua intenção. Temos o desenvolvimento possível de algo que
possibilite tornar um cérebro refém de um sistema qualquer, de uma organização, ou de uma
outra pessoa, enfim, de um governo. A pergunta é se eticamente a evolução dessa tecnologia
é sugerida, levada em conta as implicações que até agora foram levantadas?
Outra questão, é se existe algum sistema ou dispositivo orgânico capaz de identificar e
diferenciar os estímulos, o originário do derivado, ou algum meio para que se saiba de qual
origem provém determinado pensamento, se originário ou derivado, e se sim, como aplicar em
um gap de tempo tão irrisório, que tornará eficaz sua finalidade. Ou se não, se estamos
falando de uma total imersão na mente do executor, refém de si mesmo sem o ser, pois chega-
se ao ponto que não se sabe mais da onde origina a autonomia das tomadas de decisões, de si
mesmo ou de uma força exógena, que funciona como se fosse parte do sistema orgânico do
executor. É possível uma checagem, diante de uma ação impulsiva por exemplo, atire a arma,
é possível auditar esse estímulo, esse desejo, com um antídoto tecnológico, que determinará
se o desejo foi originário ou derivado? Como se prova, caso negativo, que a pessoa é isenta de
responsabilidade?
Se o executor passa a funcionar com dois livres arbítrios, um não livre e derivado, outro
original, condicionado a seu próprio aparelho e sugestionabilidade, com duas intuições, uma
derivada mesclada a originária, com duas fontes de comando e autonomia de vontades em seu
organismo, uma originária, outra sobreposta, derivada, como distinguir mais quem é a
personalidade por traz de cada ação, e como separar as ações de uma forma que essas se
desconectem da personalidade do indivíduo, de forma a não defini-lo, já que somos definidos
por nossas ações, de uma certa forma, como autenticar a existência do próprio executor, se
este está tomado por uma força que ultrapassa as condições que o mantem íntegro em sua
identidade? Assim, reforma-se a identidade de uma pessoa, depois de sucessivas ações que
não são orquestradas em comum com a circuitaria original do cérebro do executor, e sim
operadas por um sistema externo, com fins e objetivos específicos, ao ponto de um sujeito não
mais se reconhecer diante de certo tempo, pois absorvido em uma intuição que lhe guiará por
caminhos estranhos a seu ente, esse se decompõem e se transforma em outra coisa, um
híbrido no máximo, ou em sua potencialidade expressiva, se bem conduzido.
Assim, abre-se o precedente para nos conectarmos com outro “ser”, que opera como se fosse
a entidade autônoma, de tomadas de decisões de nosso cérebro, ou até mesmo, sugerindo
ações através de comandos sucessivos, que podem ser descritos como intuição, ou até
mesmo, ordens sutis, camufladas de conselhos líquidos como a água. Essa fluidez entre um
sistema e outro, é o que dificulta sua intercepção, ou até mesmo, o deslocamento do centro
do córtex dessa força de comando, um agente, um “patógeno tecnológico”, infiltrado em seu
organismo.
Ficamos em decidir o que me parece óbvio, a ausência de responsabilidade é possível, caso o
invasor aja em detrimento da crítica, que se esvanece, para o executor atirar a arma, ou
respondemos que não, que sempre restará no executor um poder originário que se
contraponha a esse desligamento, que supere os descaminhos, e mantenha a consciência em
alerta para não agir em desacordo com sua real vontade? E quanto ao álcool e substâncias
entorpecentes que diminuem a atividade do sistema nervoso central bem como os centros
controladores do cérebro tal como a autonomia de suas funções, não seria uma forma de
quebrar a barreira protetora e assumir totalmente o comando do executor, ao ponto que esse
se transforme em um fantoche? Outra pergunta, se o sistema de processamento de dados é
funcional o bastante para identificar e coibir um comando aleatório, sendo que se pode estar
dirigindo numa autovia, e de repente virar à esquerda, sem nenhum motivo aparente, a não
ser de ser condicionado ao lugar exato que o mandante determina, por exemplo.
Desta forma concluímos que a evolução lógica da tecnologia em questão, torna solvente a
autonomia da vontade, e coloca em possível risco a independência do ser humano como um
todo, podendo não somente suprimir desejos, como bem, incitá-los, devendo ser muito bem
administrada, com cautela, apenas em voluntários que conscientemente aquiescem com o
experimento ou teste, para que possa-se explorar mais os desígnios do cérebro, e
eventualmente um dia, ter mapeado sua totalidade.
Do outro lado, se formos perseguir os prós de tal sistema, podemos inferir que o mesmo
possibilita um treinamento eficaz para coibir os pensamentos disfuncionais, bem como os
complexos e neuroses do indivíduo, uma vez operado por capacitadores e profissionais
altamente condecorados, é possível interferir na engrenagem mental do executor ao ponto de
aperfeiçoá-la, ou seja, melhorá-la em alguns aspectos, bem como na concentração, no foco, na
resolução imediata de problemas corriqueiros, desvelamento de traumas, e maior nível de
auto-confiança, quando se detém a voz por de trás da voz de nossa consciência, pode-se guia-
la com primor, dirimindo inseguranças e medos que se tem diante da vida.
AMOR INVISÍVEL
O que é o amor? Um sentimento, uma essência que preenche o sentimento, como se este fosse um invólucro, um balão, cujo calor o suspende as alturas, um respeito que existe incondicionalmente perante tudo e todos, ou será o amor apenas mais uma palavra descarregada, esvaziada de significado, por ser dita por todos, e sentida por quase ninguém. Será o amor a evolução de uma paixão. Sempre acreditei que a paixão fosse a porta de entrada para o reino do amor, que ao ser transformada, diluída pelos poros do corpo, abraçasse o coração como uma concha o caramujo, como um casco de tartaruga, que protege o que há dentro, para poder, como uma muralha, afastar-nos do sentimento. O que prova que ele existe? A convivência longínqua, ou basta alguns encontros para se estabelecer uma conexão que nos deixa além de nossos próprios preconceitos, para estar ao lado da presença da pessoa amada. Amor é saber digerir os defeitos do outro e estar próximo de suas fraquezas principalmente, pois perto das qualidades é algo fácil de lidar, de estar, de usufruir. Quando derrubamos em nós aquilo que nos afastaria do outro, pelo sentimento que arde e pulsa feito uma febre, a tal paixão, estamos percorrendo a estrada cujo final é esse pote, essa cornucópia onde o amor reside e pode nascer no continuar nascendo, a cada instante se renovando a cada gesto, transbordado a cada olhar, e presente, principalmente na distância, a ausência quase obrigatória e comum que faz a saudades ser pilar desse sentimento, o confirmando, quando sentimos saudades do ente amado. Ai é o ponto onde o amor pode se dizer nascente, quando a rebeldia e violência da paixão é controlada por uma consciência que abarca o todo, e sabe que precisa dar ao outro espaço, para evitar um desgaste, erodido pela permanência da convivência, e não pela convivência em si. Amor é esse fogo fátuo que não se apaga, uma tocha olímpica que além de rara, simboliza muita coisa, como o querer estar perto, quando apenas um toque é necessário para reconfirmar o encontro passado, e preencher o espaço vazio que se encontra entre um encontro e outro, o intermezzo, esse período de “abstinência” do outro, que faz corroborar nosso sentimento e encerrar com as costumeiras duvidas que surgem quando estamos ao lado da pessoa amada, se estamos sendo bons o suficiente, se estamos conectados o suficiente, se estamos reciprocamente ligados, por esse cordão invisível que ata um ser no outro, quando mesmo na distancia, suportamos alegres a falta, pois sentimos que o cordão está ligado, e que nada separa essa virtude, esse afeto, esse carinho, que é muito maior quando as inseguranças dos primeiros pulos no desconhecido, já estão aplacadas, e os nomes apagados num rastro de um passado costumeiro e particular, cujas experiencias mutuas não devem interferir no presente, pois o que conta é daqui para frente, o presente rumando ao futuro, juntos, como parceiros de vida, pessoa esta que quer carregar para todo resto dos tempos. Qual a verdadeira importância se um dia meu afeto assaltou um banco, e hoje, livre, depois de ter sofrido as consequências, estar quite com a sociedade, ser meu amante, meu amor, meu querido irmão. A amizade é o sustentáculo do amor, pois através dela conquistamos uma intimidade que jamais estará confeccionada com nenhuma outra pessoa senão aquela. As vezes temos que mudar de vida para poder amar, temos que mudar de país para poder viver o grande amor, quando um dos entes recebe uma proposta de emprego irrecusável na China, por exemplo, ou ate mesmo mudarmos de profissão, ao começarmos a vida em outro lugar, na cidade onde nosso amante se encontra. Amor é essa confissão de um desespero calmo. É uma sangria atada por um nó. É um perfume exalado para as nuvens, que se mistura com a tempestade. Amor é abrir mão dos preconceitos e limitações para desfrutar a companhia do outro. Amor é a leveza das plumas. Rosas plumas que nos seduzem a uma distancia incalculável. Amor é a incerteza certa de que tudo vai ocorrer bem. É o medo de perder a pessoa amada. É os ciúmes sublimados. É a arte, a poesia, a literatura. Amor é um quadro pintado a duas mãos. O que interessa hoje nessa nossa sociedade consumista e fútil, é a satisfação da carne e nada mais. Não há paciência, não há espera. A pressa domina os instintos, e se confunde amor com sexo. Sexo com amor já é outra coisa, mas é a raridade personificada entre duas pessoas. É o cochilo da tarde, junto a pessoa amada. Amor é sacrifício. Nada vem fácil. Amor é conquista. É você estar disposto a abrir mãos dos seus interesses para configurar uma intimidade real entre você e quem você ama. Existe uma ideia de que para amar é preciso transar. Somo que o sexo pode ser uma consequência de uma serie de pequenas conquistas que vai crescendo, acumuladas, num pote que carregamos no coração, e ao transbordar se ocorre a epifania do sagrado. Amor é a sacralização de toda gentileza. É o se preocupar de verdade com o outro, ao ponto de não fazer nada para machucá-lo. Entrega, confiança, destino. Ouso dizer destino, se interpretarmos a condicionante primordial do encontro, como um perfazer continuo e perpetuo entre duas pessoas desconhecidas que estão dispostas a se penetrarem cada qual no abismo alheio, mostrando assim suas obscuridades, não ter vergonha da sombra, e principalmente, carência de julgamento. Jamais podemos julgar uma pessoa pelo ontem, em strictus senso, pois nós também carregamos um passado. O presente fortifica o carinho, que aos poucos vai sendo conquistado como uma abelha no néctar de uma flor. É calma, pois atravessado o vulcão, que novamente adormece, há espaço para paz necessária para não haver atritos e complicações. Estar junto, em parceria constante, ininterrupta, eterna. Que seja mais do que eterno enquanto dure, que seja infinito. A eternidade tem a qualidade de que sempre foi, e será, enquanto o infinito acontece a partir do primeiro olhar. Isso é amor. Os calcanhares dos deuses. O infinito sem tempo para acabar. Amor é luto e perda. É dor, quando se perde ou não se tem quem se quer. Amor é a rochosa superfície de um penedo que vai sendo emoldurada, talhada pela violência das ondas, quase imutável, quase inabalável, quase exterminador. Por que nos apaixonamos antes de amar? Ou porque amamos antes de se apaixonar? A paixão pode ser fruto da continuidade dos encontros amorosos, como o amor pode ser consequência dos encontros apaixonantes. Não existe uma formula, e sim uma poção, uma magia invisível que feito imã conecta umbilicalmente duas pessoas estranhas que não tem mais vontade de deixarem de ficar juntas. Amor é o que sentimos pelo nosso pai, nossa mãe, nosso irmão, nossos amigos. Como o branco que tem diversas variações de termos linguísticos para definir de qual branco se fala, assim também é o amor, que deveria ser dissecado, como o é, em conceitos como ternura por exemplo, ou até mesmo admiração. Essa idolatria pode chegar ao cume, quando um se torna o deus do outro, e somente haverá olhares para aquele para de olhos que te prescrutam procurando algo pois é deveras inacreditável ter uma preciosidade dessas dentro de nossa intimidade, casa, vida.
Além de ressaltarmos o amor como uma energia presente em todo e cada gesto de bondade, ressaltamos também que por de trás de cada gentileza existe amor. Se como disse, os 50 tons de amor, poderíamos catalogar uma infinidade de tipos de amor, mas o que os une na mesma categoria, taxonomicamente falando? A pureza. Todas as formas de amor são preenchidas por uma pureza inigualável, uma pureza que torna o bem estar comum um prêmio, uma dádiva, uma vitória. Amor também é vitória. É vencer a si mesmo, através da troca, para poder sustentar uma relação madura e sensível ao menor tremor, apesar da estabilidade impressa em cada grão de amor espalhado como grão de areia na praia, o amor também é vulnerável, e deve ser constantemente alimentado, como uma rosa que precisa de água, como um rio caudaloso que não pode ser interrompido, que rompe barragens e inunda os corações de quem está aberto para sentir esse elixir revigorante. Amor é esse estado simbiótico de placidez e calma, que proporciona ao outro uma elevação da auto estima, e uma segurança em si, pois deve estar no caminho certo para ser atropelado por esse sentimento, paixão, respeito, confiança e amor. Mais ou menos nessa ordem. Para se encontrar o amor deve-se estar na estação correta, esperando o trem chegar, sem pressa. Deve estar na encruzilhada certa, para vir de encontro, ou ser encontrado por ele. Amor é um toque de mãos. Um afago, um carinho, é dividir o mesmo espaço com a mesma pessoa e se sentir a vontade, por horas a fio, e não querer que o tempo passe. Amor é se sentir a vontade também no silêncio, onde palavra não precisa ser dita, pois a tensão do ligamento dos corpos substitui a verborragia das palavras, a necessidade obrigatória de entretenimento e conversa. Amor é olhar dentro dos olhos da pessoa e enxergar tudo que ela não fala com a língua. Tudo mundo interior do outro que as vezes está precisando apenas de um amigo, de um colo, de um companheiro. Amor neutraliza o ódio. Neutraliza todo e qualquer pensamento negativo. É poder abrir as portas do nosso inferno, e mostrar os demônios, e saber que o outro não vai te julgar, sentenciar, apenar. É confiança máxima, entrega sem medo, desejo sem carne. Sexo é outra coisa. É feito e pronto, não queremos mais dividir intimidade, ao contrario do amor, onde se goza além da companhia, o prazer de estar juntos e assim, depois do gozo vem a vontade de abraçar quem se ama. É raro encontrar alguém que podemos sentir o absoluto e se entregar, num fanatismo quase frenético, paixão que corrói os pensamentos, terreno fértil para semear as sementes do amor nessa terra roxa onde brotará uma arvore que além de flores dará frutos. Esse cuidado com o outro, e ao mesmo tempo, o cuidado de si, é o que faz com que saibamos que existe um sentimento especial, uma profundidade abissal, uma loucura quase obsessiva, quando não se para de pensar no ente querido, e ao mesmo tempo, sem dizer para o mundo, sofre calado a ausência, numa carência madura, que tem espaço para dividir a vida com quem se ama. Isso é amor, disponibilidade afetiva. Isso é amor, pura fascinação. Isso é amor, estar completamente hipnotizado por você.
CORAÇÃO DE MÃE
Como podemos ser mais claros, quando digo que o direito a decisão do aborto pertence a mulher, apesar da opinião do homem ser relevante, ela dá a ultima palavra. Isso numa constituição natural, onde um casal resolve ter filhos. É de extrema importância que sejamos claros que a decisão de levar adiante a gravidez é sim mais propriedade da mulher, por ser dela o corpo que passará por profundas transformações, do que do homem, que apenas se envolve afetuosamente com o processo. Estou avançando a discussão de abortar em casos específicos, como estupro e risco da gestante, para instituir o direito ao aborto a todas as mulheres em toda e qualquer situação, pois devemos entender que um filho não é um brinquedo, e sim algo preenchido de vida, e deve ser amado e desejado, condições sine qua non para nascer. Não podemos por questões morais e um atraso de um pensamento ético obrigarmos uma mulher ter um filho que ela não deseja, muito menos não ama. O direito a vida é sim guardado pela nossa Constituição desde a concepção, mas não estamos falando de algo que sente a dor, ou o sofrimento, e sim de uma possibilidade de vida, que se não desejada sofrerá muito mais enquanto viva do que abortada. O aborto é um direito que deve ser normatizado. O aborto volitivo, ligado a vontade dos pais, mais do que a uma obrigação cujo cunho religioso esteja sustentando veladamente o esteio normativo, a obrigatoriedade de se impor a um casal uma obrigação, e não uma realização. Ter um filho por obrigação não é ter um filho por amor, por liberdade, por opção. Ter um filho por medo de uma punição legal não é argumento suficiente para expor um feto ao nascimento, que precisará de extremos cuidados para poder levar uma vida repleta de afetos, conquistas e necessidades, principalmente. A liberdade que disfrutamos garantida por quase todo país democrático, não pode ser tolhida numa questão tão fundamental quanto ao nascimento e o direito a vida, como o direito a morte. Não somos obrigados a viver se assim não queremos, viver sofrendo, como não somos obrigados a termos um filho, porque uma relação sexual casual se transformou num imperativo de responsabilidade de forma não planejada e espontânea. Não devemos sermos obrigados a transar com preservativos se assim optamos para prevenir um possível acidente, da mesma forma que pílulas anti concepcionais devem ser tomadas livremente, e não obrigatoriamente, já que junto a elas vêm os efeitos colaterais, e não são todas as mulheres que sentem-se bem com seus efeitos. Tomar precauções para não engravidar deve ser um atitude advinda da escolha e da postura que se tem diante do assunto, e não uma obrigação social por medo de uma possível gravidez que depois não terá o direito de ser interrompida, pela legislação não te amparar, e ainda possivelmente lhe condenar por isso, te transformando numa espécie de mutiladora de vida, assassina, transformando sua simples vontade de não ser mãe numa monstruosidade social, como se você fosse mesmo uma vilã de uma história cujo protagonismo é imposto pelo atraso de um retórica de costume, um apêndice religioso que traduz a síntese da hipocrisia católica sobre nosso país, e um vício social que acostumou as pessoas acharem que aborto é passível de ser equiparado a um assassinato. O que estão se propondo agora, a equiparação do ato a partir da 22 segunda semana a um crime, a uma atitude criminosa definida como homicídio é mais do que apenas um absurdo, mas um verdadeiro acinte, pois viola todo direito que a mulher tem de não ser mãe de uma gestação indesejada e proveniente de um estupro. Eu vou além, pois para mim essa discussão é mais do que descabida, desnecessária pois é claro o direito que a uma mulher pertence, a sua autonomia diante da direção da própria vida, e o direito de não querer ser mãe de um filho que nascerá com a face estampada do ato da violação. É um absurdo quem pensa que pode obrigar uma mulher ser mãe não só de um filho, mas eternamente de um momento hediondo o qual ela quer e precisa esquecer para continuar sua vida, sem a agudez de um trauma. Impor uma mulher essa obrigação apenas por uma retrógada e machista visão, e tradicional maneira de se ver uma situação, tradição embutida em famílias vítimas de crentes ambiciosos, que mais que hipócritas, não estão dispostos a abrir mão de como regulam a vida das pessoas em sociedade de uma maneira particular, advinda de um clã, a visão de um clã que dissipa a razão por trás desse ato, e a possibilidade de se raciocinar de mente aberta, fora do cabresto, e livre de pressões religiosas. Admito que nem todo crente, ou religioso pense dessa forma, mas temos que identificar que o cerne, o pilar que sustenta esse proibitivo, essa sanção misógina, hipócrita e medieval é o dogma. A religião mesmo num país laico como o nosso, num Congresso com uma bancada evangélica de muitos vários deputados atravessa toda e qualquer pauta, principalmente a questão do aborto, e toma um viés moralista que tenta elevar ainda mais a carga proibitiva e culpabilidade diante de uma ação que deveria ser um direito garantido por lei e visto como normal, como assim o é na maioria dos países mais desenvolvidos e emancipados religiosamente comparados com o nosso. Quando digo hipócrita, é porque a maioria dos determinadores dessa lei são homens, que não sabem o que é carregar uma barriga cheia de esperanças e medos, muito menos serem violentados com a possibilidade de gravidez. Quando digo misógina, e porque a opinião da mulher, a sua vontade é desprezada pela lei que como um trator passa por cima de sua autonomia e vontade, lhe impondo uma obrigação que muitas vezes significará o fim da felicidade tanto para sua vida quanto para da criança indesejada que ai está, também por uma maioria de homens que em muitos casos ainda notam a mulher como apenas um objeto de procriação, uma dona de casa, uma doméstica. Quando digo medieval, é porque não é possível na laicidade de uma nação ainda termos tentáculos que remetem a era das trevas, quando ainda o antropocentrismo imperava na mente de pessoas que defendiam que a Terra é plana, discussão que recentemente afrontou a comunidade científica e a razão de qualquer pessoa que se dignifique como pensante, ou adequada ao seu tempo. Sim, medieval, misógina e hipócrita. A discussão atual deveria ser justamente a descriminalização do aborto, pauta que merece atenção urgente e deve ser discutida amplamente por mentes livres da ignorância presente do eleitorado, que em muitos casos condiciona o voto de um parlamentar a negação de sua própria erudição e a escravidão voluntária a repercussão possível que sua escolha sofrerá em seu eleitorado, de como será julgada por ele, não tornando possível se exercer a liberdade num parlamento por um congressista que avançaria os costumes o desprendendo da tradição, mas não tem ainda o culhão para ir contra a horda que o elegeu. Essa é uma outra discussão, mas somente hipoteticamente, o que adianta elegermos um representante que se destaca dos demais se ele não pode exercer sua sabedoria estando atrelado ao populismo ou ao raso das massas, o celeiro das multidões? O que leva essa discussão do aborto que deveria estar abraçada por elementos progressistas, uma visão que empodere a mulher, que lhe dê o direito de querer ou não ser mãe, lhe afirme o direito de ter ou não um filho, lhe traga as rédeas da própria vida para suas mãos, e não as afaste por uma norma que lhe obrigue ser tratada literalmente como uma vaca, me desculpem o termo. Estamos regredindo em nossa civilidade, e reduzindo a mulher a uma escrava da vida, ao invés de lhe darmos o direito de escolha. Novamente insisto, condição fundamental para se ter um filho, amor. A vontade é crucial, ou a desestabilidade do lar criará mais um pária de afeto, mais um problemático ocasional, mais um futuro destroçado, trazendo ao mundo mais um grão de tempestuosa infelicidade e depressão ao invés de alguém que aprecie de todas as formas a vida, por ter sido criado com amor. Amor é fundamental, para mover uma gravidez, principalmente. Amor não nasce do estupro, e indo além, da vontade e direito que uma mulher tem de não querer ser mãe. Já desassociamos a mulher da função de mãe, pois como disse, isso é reduzir toda sua possibilidade existencial a maternidade, como se sua única e principal função fosse proporcionar um herdeiro a seu marido. Tempos medievais. Já nos emancipamos dessa visão que conduz a mulher a uma parteira e se realiza na vida, pronto, como se todas os outros seus vieses fossem ignorados e inexistentes, quando muito bem na multiplicidade das diferenças, encontramos na liberdade a existência feminina enaltecida e realizada de múltiplas formas, sendo o ser mãe apenas uma delas. Assim sendo, temos que entender que não podemos retroceder na discussão, e sim avançar, e elevarmos a mulher ao status de mulher, independente do homem e de sua vontade condicionante, independente de suas trompas de falópio. Isso é respeitar o que a Constituição garante, a independência de um ser em relação ao outro, isso é respeitar o que a lei universal dos homens estipula ao dar a liberdade de escolha do ser que é criado para ser quem quer ser, ir ao encontro de quem é, e não àquilo que querem que seja. Também temos que pensar no ponto que onde ainda são os homens que fabricam as leis, em sua maioria das casas legislativas, não existe a compreensão do que é atravessar uma gravidez, um processo que muda toda química, e estrutura fisiológica como emocional de uma pessoa, e não é qualquer um que está preparado para viver essa radical mudança. Temos que ter responsabilidade de entender que nem toda mãe tem capacidade para ser mãe, que ser mãe é um papel que exige muito mais do que a habilidade de adestramento de cães, ou horticultura, ou cálculos complexos numa planilha da CEO da Petrobrás por exemplo. Que o fato de você ser boa em matemática ou em geografia, não significa necessariamente que você está apta ou quer se embrenhar nas demandas e no universo da maternidade. O pai tem o direito de opinar, mas não de definir. A última palavra é da mulher, que sustentará a gravidez. Lógico que normalmente a decisão tomada em conjunto é tacitamente respeitada pelo homem, se este for minimamente guiado pelo humanismo que precede cada e toda gentileza, que faz o papel de aceitar o que a mulher decide. Assim deveria ser em todo e qualquer caso. Essa é a discussão que deve ser tratada num Congresso exemplo de uma nação avançada, onde a tradição e o dogma é ultrapassado pelo respeito e pela razão. Uma mulher que não quer ser mãe, nunca será apenas pela obrigação, e sim pela impossibilidade ou medo, que um dia ela teve de realizar um aborto.
OLHOS DE RAPOSA
As vezes me sinto estancado. Paralisado. Sinto-me estancado diante de uma série de conluios, que se formam diante de nós, de uma maneira quase tênue demais para ser percebida, mas que ainda assim deixam um rastro de sordidez que dão a entender que o que se passa não é propriamente devido o motivo que assim é apresentado para justificar determinado ato ou conduta, e que por debaixo do lençol tem tantas outras razões que não possuem a claridade da justiça para serem reveladas. Digo isso pelo senador Moro novamente se ver nos holofotes da justiça, agora tendo que responder por crime de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. “Comprar um habeas corpus”, como se ele não pudesse vender. De fato, não pode. Mas se lembrarmos a lista dos acusados que foram beneficiados por um habeas corpus de Gilmar começamos a entender a frase, não apenas como uma piada, mas como uma piada com lastro. Recentemente na conversa entre os dois, quando Moro teve que engolir a seco as duras críticas do magistrado, ninguém levantou a hipótese de Moro processar Gilmar por calúnia, quando o acusou de abusos entre outras coisas, insinuando que o ex-juiz fazia parte de um conluio contra o que chamou democracia, e que deliberadamente perseguiu personagens da política. Ninguém pensou que Moro estava sendo caluniado, e por a balança de forças pender para o lado do peixe maior, ninguém na mídia fez alarde, tratando a conversa como um puxão de orelha. Ofensivo, desmesurado, calunioso. Ninguém parece se lembrar que o mesmo ministro Gilmar é um dos instituidores da impunidade no país, de sua recondução, ao possibilitar a execução da pena apenas depois do trânsito em julgado, acabado os recursos, o que num país como o Brasil, muitas vezes demora anos, ou décadas. Mas dizem, ele não pode ser um perseguido político, pois foi absolvido no TSE por unanimidade de votos, num tribunal que precisa, e urgentemente vem precisando mostrar pro país que não sofre influências políticas, depois do banho que Alexandre de Moraes deu no Lula, para o deixar mais limpinho, digamos assim, durante a campanha a presidência. Um partidarismo claro, e um anti-bolsonarismo evidente. Não estou discutindo aqui o ser ou não ser bolsonarista, mesmo porque, acho esse radicalismo político um erro, e vejo nas duas militâncias um nível inaceitável de fanatismo, como se os candidatos fossem entidades religiosas. O que me moveu foi sempre o anti-lulismo, até que chegou um ponto, que o que movia, também era um anti-bolsonarismo. No final, se ainda tivermos que fazer uma escolha, tendo para o lado anti-quadrilha, não insinuando mas sendo bem direto, temos uma quadrilha no poder. Sempre tivemos? É bem possível que com a extensão dessa quadrilha, ramificada do Oiapoque ao Chuí, sempre sofremos de sua nefasta influência, e a questão irrefutável, é que a lava a jato se apresentou como uma possibilidade de exterminar ou minguar, mitigando os efeitos dessa quadrilha ao extremo, quando por fim, foi sendo difamada, quando usaram a justiça contra ela mesma. O vazamento intencional do hacker do fim do mundo, deu a justiça meios dela agir contra ela mesma. Numa ação geral onde está se promovendo a justiça, clareando o submundo do crime da política, meios, as vezes, obtusos, que são um ínfimo nada perto do que se geralmente obtém com o efeito de ameaças contra a família daqueles que estão lutando por um grande causa, ou contra o crime propriamente dito, são utilizados, como uma relação entre a magistratura e o ministério público, uma relação digo quase natural visto o tamanho do alvo. Nada que estivesse fora do todo probatório foi arguido, cada sentença foi justificada, e os elementos probatórios surgiram de delações onde os próprios réus se comprometeram em entregar os materiais, as provas, como entregaram. Agora tem que ser cego para não perceber a orquestra que foi feita as sombras da legalidade, espúria e degradante, para desde a reversão da prisão a segunda instância, o que possibilitou o afrouxamento e a liberdade de uma série de figuras que eram essenciais, inclusive para a manutenção da prisão do atual presidente, para que assim se começasse uma tramitação onde claramente a desculpa já era dada desde o início, a questão da comarca, da falta de competência e jurisdição, mas que somente não era ouvida pois assim os ventos da política determinavam, sim, determinavam dentro das cercanias dos tribunais superiores as suas diretrizes. Ou o recurso interpelado pelo advogado do presidente, atual ministro do STF – vejam se há algum bom senso nisso – não poderia ter sido analisado de antemão, em outra circunstância. Uma decisão de Fachin que submetida a um plenário que de lupa fingiu precisar de óculos. Pois se haviam se cansado de Bolsonaro, por algum motivo específico, que arrumassem alguém que pudesse legitimamente concorrer contra ele, e não numa “legitimidade aparente”, não através de uma ação que manchou a ata jurídica da nação. Mas quem está preocupado com ata jurídica, visto os milhões que poderiam voltar a correr no Brasil como antigamente? O que me intriga, é a indicação de Aras por Bolsonaro, ambos algozes da lava jato, sendo ai o ex presidente ou um ex pau mandado, ou um “acordista” , aquele que vende as luvas sujas para quem está com frio mas aparece de mãos limpas diante de todos. Um procurador que no meu ver foi muito mais um inquisidor do que outra coisa, e declarado inimigo público de uma operação que colocou corruptos poderosos na cadeia, e que poderia ter colocado muito mais. Agora vê seus êxitos anulados e seu nome queimado, e isso diante de uma população apática que se satisfaz com a promessa de uma picanha. Como de repente os amigos se tornam traidores, e os podres poderes retomam toda garra que sempre tiveram para rirem na cara do povo. Quem domina a mídia nesse país? Pois ali poderíamos ter tido um amparo e um zelo, uma maior transparência, mas aliada aos dois outros poderes determinaram recolocar aquele que tinha sido publicamente desmascarado, já pela segunda vez, ou nos esquecemos do mensalão. E como somos assim, desse tipo que diz querer um Brasil melhor e lutar pela justiça, e votamos em alguém sabiamente corrupto. Por isso, quando vejo novamente Moro perseguido, um frio na espinha me arrepia, pois quem ousou dizer que ele é um cadáver político é algum zumbi do pântano do Congresso, pois cadáveres não são perseguidos. Moro foi não uma, mas duas, três, intermináveis vezes, e continua sendo. Fica a pergunta, o que Sérgio Moro representa que deixa sem dormir os seus inimigos? E o que ele representou, podendo uma resposta colidir com a outra, que fez com que tanto fizessem para literalmente queimarem seu filme?
O QUE É LIBERDADE?
O que é liberdade? Em uma metáfora, o perfume quando esborrifado. Em uma literalidade, a possibilidade de ser você mesmo sem a opressão do outro, do meio, de si próprio. Claro que vamos entrar numa seara onde para ser você mesmo, terá que ter uma manifestação da própria essência que tange uma linha de normalidade, que não invalide o outro, ou não o desrespeite em sua constituição. Por isso não basta apenas você ser você mesmo, mas você deve ser você mesmo levando o outro em consideração. Talvez por isso o mandamento, ame o próximo como a você mesmo, pois desde sempre as diferenças são notáveis, e a civilidade do mundo tenta nos ensinar, educando com princípios relevantes, claro, que nos adeque a alguma circunstância que possa ser aparentemente provocativa da parte alheia, ou em última análise, totalmente distinta daquilo que somos, em última instância. Aí entra um paradigma, o paradigma da sexualidade. O que define um homem, uma pessoa, senão o desejo? O desejo por quem, isso marca o ser como uma tatuagem na alma, e o coloca nesse caldeirão de individualidades onde o normal seria desejar alguém do sexo oposto por ter a questão da reprodução sempre sido uma desculpa para o desejo, ao contrário de poucas sociedades que conseguiram se libertar desse grilhão, e serem de verdade livres, mas condenadas pela história, como Pompeia e Sodoma e Gomorra. Quando olhamos para o outro que deseja algo distinto que nós, no caso uma mulher se desejo um homem, mas prioritariamente um homem, quando nessa sociedade da reprodução se deseja uma mulher, aclamamos que encontramos um paradoxo vital, que desconstitui nosso desejo, ou por ampliá-lo, e a maioria dos povos e pessoas não querem refletir sobre uma maior carga no complexo de vontades, por deixar o costume prevalecer dentro de um ambiente que agregado as regras, e padrões sexuais, se torna mais controlado, mais fácil de manter submissa a plebe e a massa, principalmente, sem sublevações. Quando o diferente não amplia, ele pode artificialmente negar, e o desejante ordinário se sente desconstituído de sua autoridade, de seu ser, de seu mais puro caráter, de sua essência intrincada em tudo que faz e acredita, por encontrar alguém que ousa desejar de outra forma, outro “objeto”, outro sexo. Ao negar, nos fechamos, quando muito ou em introspecção depressiva, por nos depararmos com algo que tem a “coragem” de ir além ou diferentemente de nós, ou nos tornamos agressivos, para desconstruir esse outro que ousa ser o outro, não uma reprodução esboçada de mim mesmo. Assim se dá a amplidão no conceito de liberdade, ao levar o outro em consideração, temos que levar em consideração o seu desejo, e a possibilidade de se desejar diferente, para assim, respeitarmos, e mais que amar o outro como a nós mesmos, por ser deliberadamente um pouco forte aqui o verbo amar, visto o conceito individualista atual que essa palavra ganha contorno, respeitar. Respeitar o outro como a si mesmo. Assim acho que tornamos a frase mais palatável, atualizada e possível. Pois nós nos respeitamos, ao ponto de ignorarmos aquilo que traz desprazer e dor, e incrementamos nas nossas vidas os ingredientes que engendram felicidade e prazer. Crucial a questão do desejo, até mais do que da etnia, que também torna relevante e leva a discussão para o mesmo ponto, a anulação de mim mesmo pelo outro ser de outra cor, o que não me pertence e não me representa, por imageticamente termos uma notável diferença de raça. Essa questão fica mais fácil de ser resolvida, pois não é levado em consideração o prazer que se obtém com o outro, ao se deitar com ele, e digo isso, por ser mais fácil e tolerante os povos se aceitarem entre si, com diferentes culturas e origens, por questões geográficas, do que por questões libidinosas. A libido interfere em como enxergamos uns aos outros, e institui uma definição de quem somos, ao nos caracterizarmos pelas ações que determinam nossos atos que gerem nosso sistema, que por sua vez, define quem somos, novamente, somos o que fazemos. E se nos deitamos com um homem, somos comumente falados gays. Esse rótulo, além de rótulo, é uma palavra explicativa, que determina o sujeito em sua ação vital, principal, e que se tornou necessário para melhor nos entendermos, quando temos a palavra lésbica, bem como transexual, palavras que deixam mais claro esse cerne que as vezes oculto pode causar um certo desconforto em quem não consegue ainda lidar bem com essa crucial diferença, a inclinação do desejo, para onde ele se guia, e por onde, e com quem. Essa questão, de se incomodar com o vizinho porque ele recebe apenas homens em sua casa, deve ser refletida ao ponto de você se perguntar se queria receber mais homens na sua, ou se além de receber sua mulher, o que lhe falta, para que não se sinta seguro de ser quem é, para deixar de se incomodar com quem o outro vai pra cama, e se realizar mais sinceramente sexualmente. Apenas isso demonstra uma falta de auto conhecimento, o que geralmente, mantém na superfície essas pessoas que não conseguem digerir o outro em sua prevalência, se tornando consequentemente não livres, pessoas presas a um padrão, se assim posso resumir esse tornado existencial, e roboticamente condicionadas a responderem e reagirem sempre da mesma forma diante de uma situação. Cabeças duras. Expressão que arranha a outra expressão, “cega teimosia”, ou “teimosia ignorante”, por ignorar que no sexo oposto, por exemplo, digo, no mesmo sexo, também se encontra prazer, a mesma oportunidade de desfrutar a excelência do corpo, dos sentidos, se dá entre duas pessoas que maduras, estão dispostas a compartilhar momentos de intimidade, e isso avança até um ponto onde os próprios rótulos são quebrados, mas apenas mantidos, para evidenciar o básico, e estruturar em uma certa dose aristotélica de taxonomia inibitória, a grande estrutura humana de nossa sociedade. Por isso digo, sejam livres de verdade, e não apenas na ideia que se tem de liberdade. Naturalmente, a liberdade se professa na disciplina. Atravessar o farol vermelho não é ser livre, é ser um imbecil. Esses limites não condicionam a um aprisionamento do ser, pois novamente estão ligados ao respeito ao outro, tal como não passar no sinal vermelho estou respeitando a segurança das outras pessoas, e a minha. Esses valores estão intrínsecos ao conceito de liberdade, que se aprofunda em outras discussões. Pretendo retomar esse texto, para cada vez mais aclararmos o que nos importa de verdade, nos entendermos, como nosso funcionamento opera no mundo e entre os outros que convivemos, para cada vez mais nos sentirmos a vontade no mundo que vivemos, independentemente se a vizinha transa com uma cabra ou com um javali.
Feliz Mente
O que nos torna felizes? Se pudéssemos definir felicidade em uma simples aglomeração de palavras, poderíamos dizer algo como felicidade é o estado contínuo que age profundamente na vida de um ser humano, o tornando grato pelo conjunto de sua vida e suas circunstâncias, ao mesmo tempo que professador de uma manejável alegria, que não varia de acordo com as pequenas intempéries do dia a dia. Se sua felicidade está relacionada com fatores relevantes para sua existência e esses fatores não estão culminando ser alvo de ataques, seja por agressões externas seja por agressões internas, quando desenvolvemos uma reação pejorativa diante de alguma situação que poderia ter sido manejada de alguma outra forma, é possível manter esse estado por um longo período, onde o que varia são as marolas da superfície, não a placidez do fundo. Novamente, o que nos torna felizes, além das superficialidades manejáveis, como um carro novo, um namorado, uma casa, amigos, um aspirador de pó de última geração, uma promoção no emprego, essas coisas que ocorrem na vida e que auxiliam para uma alegria contagiante bem como uma felicidade duradoura. Mas se apenas auxiliam, é porque não são as principais responsáveis, quando há um outro núcleo, esse que investigo, que fica abaixo das marolas, no profundo do lago existencial, onde sedimenta-se o constante, o contínuo, o célebre. Ali tem algo que depende de um desenvolvimento tanto psíquico quanto físico, para se encorpar e ganhar uma nitidez relevante para que nosso aparato seja influenciado por ele, e sinta-se aconchegado dentro de si mesmo, como um caramujo em sua concha. Essa jornada de autorrealização quando perceptível ao ritmo de que sim, o mundo está andando e eu com ele, ou eu estou andando e o mundo comigo, que a jornada ruma a sua compleição, o fator felicidade é acionado para amparar a viagem e deixar com que as curvas sejam mais fáceis de serem proferidas. A sensação de evolução. Para ser mais curto, é fundamental para que nos alicerces a felicidade comece a destilar seu néctar e irradiar, de baixo para cima, essa fragrância que vai deixando as coisas mais coloridas, naturalmente. A cor mais saturada a um ponto que a vida não só parece, como se torna mais lúdica, e simples encontros inoportunos não ganham mais espaço para abalar ou até mesmo irritar-nos. Nos retirar essa paz orgânica, essa alegria contundente, esse estado de espírito onde a leveza substitui o peso do pessimismo, do trauma, e da culpa, por asas que nos pés nos carregam como mensageiros dos deuses, em busca de nós mesmos, para adiante de nossa causa. Acredito que quando o básico foi alcançado, é viável pensarmos em uma missão, algo próximo de um propósito, que será dada de cada um para cada um, como quando você se dá um presente. Geralmente ela envolve melhorar ou reparar o mundo, o meio em que estamos inseridos, para garantir não apenas para nós mesmos, mas para o todo, uma centelha a mais de iluminação. Isso envolve também a passagem do egoísmo para o altruísmo, como quem sai da crisálida e percebe um mundo além do próprio umbigo, do próprio casulo. Esse estar feliz, diretamente em acordo com o ser feliz, conecta nosso ser a maneira com que vivemos hoje, projetada no amanhã os sonhos que acreditamos ser possíveis de realizar, principalmente o intrínseco sonho de todos nós, de sermos melhores. O sentir dessa carruagem em movimento é o que garante a placidez do fundo, independentemente das marolas da superfície, do namorado, do carro, do emprego, dos amigos, é algo de você para com você. Todos nós temos um termômetro e sabemos o que deve ser feito para mantermos o barco a prumo. Cada qual com sua jornada, mas o importante é estar no trem. As vezes paramos em uma estação, e ali ficamos, até percebemos que já ficamos o tempo suficiente para ela ser mais uma lembrança aprendizado, pois quando começa ser apenas uma lembrança é porque tempo demais decorreu conosco em vias do medo de esquecer, ao invés da contemplação automática, que faz com que desapeguemos de todos os momentos incríveis que tivemos, para em busca do próximo, continuarmos a caminhar. Os momentos tristes também são feitos para completar as lacunas do jogo, do jogo da vida. Para realçarmos a felicidade quando ela estiver no topo, brilhando, para lhe darmos valor. Valor por ser feliz. Espalhar essa semente, que se cultivada, com certeza alegria trará não somente para nós mesmos, mas para o mundo ao nosso redor.
BRASIL COLORIDO
A interjeição em que nos encontramos nesse momento, aponta para duas velhas e corroídas direções. Bolsonaro e Lula. O que dizer de dois políticos tão opostos, mas que em algum lugar das constelações dos afetos humanos, tem algo de tão similar, tão semelhante. A maneira obtusa e radical de enxergar o mundo. Será que o Brasil precisa de governantes assim? Um vive num mundo de ideias retrógadas, não aceita que o ser humano e a sociedade evoluem, em ideias, em valores, em princípios, e camufla seu lado mais preconceituoso, mais tirânico, mais violento, pois sabe que precisa se mostrar viável para uma sociedade que não aceita mais tiranos, sequer traços de racismo, vestígios de um machismo ultrapassado e fora de época. O outro também vive preso no passado, num mundo onde a “Mother Russia” comandava o jogo, pelo menos, grande metade do mundo, e dava as cartas. Acha que é possível um grande revival, usando a América Latina como protótipo de sua ambição comunista, e mais do que isso, usando sua ambição comunista para justificar o empoderamento dos seu núcleo próximo, os alçando a um patamar de poder onde poucos políticos alcançam, monopolizando estatais e as usando como moeda de troca, utilizando-se de meios fraudulentos, para não dizer não muito ortodoxos, para corromper pessoas para assim garantir que seus projetos, sua visão perpetue-se, não se importando muito com conceitos como lei, moral, ética. Pois é, meus senhores, temos em ambos essa ganância desmedida, essa ânsia pelo poder absoluto, esse clamor pela grande pátria, esse populismo cansativo e já démodé. Não é possível que tanto lulistas quanto bolsonaristas não movam de lugar? Ninguém é estático, e temos que perceber que o país somente sairá do atraso que se afundou, essa areia movediça na qual não sai, estagnado a décadas, se mudarmos o topo da hierarquia. As ordens vêm de cima, sempre foi assim. Num governo mais indulgente, teremos uma aproximação com o crime e a corrupção instalada; num governo mais restritivo digamos, para não dizer rigoroso, teremos um possível estabilidade mas conseguida a base do medo, e do desrespeito ao contraditório. Muito disso está acontecendo aqui e agora, esse passar por cima da lei, por sem uma notória falange do poder, como Toffoli, ao ter a ousadia de anular as condenações e todas as ações contra o famoso empreiteiro, numa canetada só. Isso não é garantir estabilidade jurídica ao sistema, pelo contrário. A lei não muda conforme o vento, o que muda são costumes, sim, mas a sagaz opinião do juiz. Ela muda, conforme a política muda. Por isso costumo dizer que chegará o momento que será mais confiável uma inteligência artificial como juiz do que um ser humano, que provou não deixar de ser corruptível, em toda e qualquer esfera do poder. O direito seria simples, pois tenta, ao seu modo falível, deixar claro um posicionamento diante de um fato, na linguagem conhecido como fato gerador, pois muito bem: o que se tenta quando se depara com um fato que não condiz com a norma, e você está ganhando uma vantagem de alguma forma, seja econômica, seja social, quer que ele condize. Você vai usar de uma estratégia, para com outros artigos, outros elementos do código, burlar aquele impedimento, aquele limite, aquela determinação que é imposta por certa lei, ou por uma simples alínea de um artigo da Constituição, a lei maior. Você usa o direito para corromper o direito. Esse é o trabalho do bom advogado, e a maneira que um bom juiz utiliza para adequar a sentença aos seus objetivos, e não aos objetivos explícitos da lei. Assim, se prova, através de uma ficção jurídica, que passa a ser vista como um sólido argumento, que determinado interpretação pode ser aceita, naquele caso especifico, e se solta um ladrão da cadeia, por exemplo, ou torna-se inelegível outro revoltado, ou como no exemplo, inocenta-se Marcelo Odebrecht. Esse jogo muito me afastou da vontade de advogar. Por ver mais um palco onde a farsa é empenhada com QI e oratória, e se atinge resultados dos mais injustos num organismo feito para gerar justiça. O Brasil não pode mais ficar a mercê de opiniões que oscilam com a maré. Quem me garante que não ganhou nada um juiz para desfazer uma sentença? Quem o fiscaliza, quando ele está no topo do judiciário, e tem os senadores na mão. Se ao menos o Senado fosse honesto, digo, conseguisse ter representantes que não estejam enrolados com a justiça, como Calheiros e Juca, absolvidos, processo arquivado a pedido da Procuradoria Geral da República, corruptos quase confessos, que exercem um domínio sobre o alto escalão político. Quando um Calheiros da vida iria propor, como presidente da casa que foi, um processo de impeachment contra um juiz supremo, se faz o que faz, e precisa deles para ser absolvido, para ter seu processo arquivado, para se livrar de sua pena, como ocorreu essa semana? Aqui voltamos a Lula e Bolsonaro. Esse tipo de radicalismo apenas favorece um cenário politico onde os senadores, deputados e juízes, brincam com as leis, as deturpando e as tolhendo, as completando em caso de suposta omissão, as envergando para o cômodo, para o favorável. Os extremos ficam isolados, e criam-se alas mediadoras que acabam vendendo, barganhando seus votos em tomada de decisões, em aprovações e elaborações de projetos de lei. O jogo fica complicado, facilmente complicado, pois temos apenas duas cores e uma mancha cinza no meio, ao invés de termos um arco-íris.
A SEMENTE DO AMOR
Se todos buscamos a felicidade individual, e consequentemente, a comum, pois já atingimos uma suficiência de entendimento para saber que a individualidade feliz, depende da felicidade comum, pois é no outro que encontramos respaldo de nosso reconhecimento como ser humano, nossa afirmação, porque estamos sempre sendo feridos por nossas opiniões distintas e não conseguimos sequer politicamente encontrar um meio termo que satisfaça a todos, a maioria, a parte mais consciente do todo? O que nos torna tão distintos ao ponto de não nos reconhecermos como irmãos biologicamente falando, impondo as necessidades a priori da boa convivência, como se a existência de uns anulasse a existência de outros? Porque nossas convicções ganham um peso elementar na constituição dos afetos, e separa familiares, vizinhos, conterrâneos, povos e nações? Para tentar responder esses questionamentos temos que levar em conta a dose fundamental de egoísmo humano, e sua relevância diante das inúmeras escolhas que são postas diante de nós. É mais fácil ser egoísta ou altruísta? Depende de qual valor está em foco? Depende do sujeito? Depende da relevância da escolha, e suas consequências? O que torna o homem bom e compassivo? Apenas sua educação, ou existe uma aura, uma semente preconcebida aos valores que lhe serão incutidos através da cultura, que lhe condiciona, lhe aprisiona num circulo de valores que se tornam o símbolo de sua liberdade, pois ali, aparentemente preso a uma escolha pré determinada devido a índole que lhe toca, pré ciente, ele exerce a liberdade escolhendo exatamente o que escolheria, pois sendo ele, ele é livre de verdade, ao contrario do que ser a sua antinomia, escolhendo algo que vai contra seu mais profundo eco, invalidando seu ser, o negando ao invés de afirmá-lo. Essa escolha se conectada com essa essência que admitimos ser em alguns casos boa será de todo a mais adequada, para si mesmo e para o outro. Será possível admitirmos uma essência a priori da educação? Se todos que recebem uma boa influência da cultura, são bem educados, com exceção de psicopatas que aí se trata de uma dissertação a parte, mas partindo de uma estreita normalidade, todos conseguem entender o avance no sinal verde e o pare no sinal vermelho, podemos pensar que existe algo que nos define como humanos que consta em todos nós, essa massa disforme que vai aos poucos sendo condicionada pelas experiências, pela educação, pelas consequências das escolhas, pelo contato com o outro, pela vida em sua excelência. Esse algo é bom. Como poderia ser chamado? Amor? Será isso amor, ou amor é o resultado do desabrochar da semente? Amor é um fiapo de luz que aos poucos vai se tonificando, fortalecendo-se, se tornando um ramo, para enveredar ainda mais profundo do ser, e se tornar um galho, um sustentáculo, uma raiz. E da raiz o caule, e conforme a vida vai se mostrando em faces, esse caule tem a chance de se tornar uma árvore, e quanto mais no outro se reconhecer compassivamente, o substrato da compaixão, essa arvore se torna grande, imensa, e sua copa atinge as estrelas. Se todos podemos trocar experiências, e experimentar felicidade com a felicidade alheia, todos nós podemos ser verdadeiramente felizes, quando a existência do outro nos acolhe, nos afirma, nos ajuda a compreender que o mundo é feito dessa multiplicidade de ganhos, de formas, de escolhas, e que se estamos adequados com essa essência que a priori desabrochou na semente de acordo com o planejado, sem obscuridades no caminho, nem traumas desconstrutores da aparente e real eficácia do amor, vamos amar em comum, e se preocupar com o outro como nos preocupamos conosco. Vamos afirmar a existência de uma sociedade comum, onde todos merecem sentir o cume da majestade da temperança, da felicidade, da bondade, onde todos podem e devem se ajudar, confiando nessa semente e naquilo que ela porta, mais do que na malícia tangível que as desilusões da vida trazem para se alojar em nossos corações, como uma sombra que nega o homem. Nega seu amor. A falta torna o homem obscuro, e isso é uma questão de organização, ou melhor, desorganização social, mas não o torna ruim. Nem todo homem que comete uma “ruindade” é ruim, bem como nem todo que comete uma bondade é bom. As vezes os papeis estão invertidos, e um político por exemplo, que doou ou inaugurou um hospital é muitas vezes mais ruim do que aquele que roubou no farol, pois sua filha esta sem comer. Relativizando não o homem, mas as aparências. Não estou aqui querendo colocar que todos somos bons, e a vida é um conto de fadas, pelo contrário. Estamos sujeitos a sermos corrompidos, a termos nossa semente corrompida pelos acontecimentos, ou por uma própria inclinação que ao invés de ser abafada é seguida, e torna ruim um poço que traria felicidade para muitos. O egoísmo supremo, a ambição desmedida, a ganância impalpável, transforma o homem em um fantoche do desejo, da matéria, da escravidão, pois dará sua alma, trocará a mais pura benção de sua consciência para conseguir o que quer. Assim, deturpada consciência age presa por uma ilusão, uma vontade egoísta, ao invés de fluir conforme os acontecimentos naturais. Portanto é uma ficção a bondade natural? Claro que não. Todo texto vai no sentido de sugerir essa bondade, a semente do amor, que pode e deve ser desenvolvida em cada um de nós. E o que é o amor senão a coordenação consciente com a virtude? O exercício e prática dessa virtude, que desabrocha, depois de algumas quedas, e flui para que possamos ter sempre a certeza de que na escuridão fomos uma centelha de luz. Essa discordância entre os homens, natural, pois pontos de vista diferentes sobre o mesmo ângulo vão trazer percepções diferentes, porém, em vários aspectos que foram sendo sujeito de discussões ao longo de nossa existência, a conformidade com o altruísmo real, com aquilo que torna possível o entendimento da percepção alheia, o seu auferimento, dissolve a miragem da discordância, e faz brotar um ponto de vista em comum, ou uma aura de sensatez em volta do problema, que faz com que a parte discordante, talvez, em sua teima, ou inocente aclamação, veja o quanto o outro está certo, e que isso não o desconstitui como ser, pelo contrário, lhe afirma, quando dá nos poder de perceber a percepção alheia inteiramente, como algo real, e que possivelmente, em outras condições, poderia ser exatamente a nossa. Aí se valida o diferente, e o que antes poderia ser uma semente da discórdia, um cisto de preconceito, passa ser um entendimento em comum. Percebam, não tenho que exatamente ser igual para constituir uma igualdade. Posso perceber algo através da sensibilidade de meus sentidos sem obrigatoriamente ter que fazer para ser ou não ser. Não preciso beijar um homem para “ser gay”, ao menos aceitá-lo como uma vertente de mim em outro lugar, em outro universo, em outro ser. Essa multiplicidade recorrente de que podemos ser muito mais do que somos, nos leva a entender o outro em suas piores dificuldades, em suas mais relevantes discrepâncias, ou seja, nos leva a aceitar de que todas as diferenças nos tornam absolutamente iguais.
O DADO DE MIL FACES
Hoje é o dia internacional contra a homofobia, a bifobia, a transfobia. O que dizer de um mundo que graças a luta de tantos conseguiu vencer os primeiros estágios de um câncer, mas que ainda em quimioterapia, cuida para que a remissão seja completa. Será que um dia chegaremos num mundo onde haja o dia da heterofobia? Por que o estranhamento nessa pergunta? Porque ainda é visto como padrão, como normal, como natural um casal heterossexual em comparação com um casal gay. Ainda arraigada a questão da procriação, mas desde muito emancipamos a mulher da função única criacionista, e lhe demos o direito de também desejar. De sentir desejo, tal como o homem, e de usufruir desse desejo na sociedade, que ainda se arrepia quando se depara com uma mulher que deseja demais. O que nos torna iguais, senão o desejo, de pele, de boca, de sexo. Desejo pelo outro. Esse outro não precisa ser igual o outro, do outro, seguir um modelo que o transforme em estereótipo, e não mais num humano com qualidades peculiares. Esse outro precisa caber dentro desse lugar onde não cabe o preconceito. Quantos amores ainda não deram certo porque de antemão você não se permite viver com aquele que não é delimitado pelos seus traços? E pensar que pessoas chegam a agressão verbal, e física, terrivelmente, ao lidarem com o diferente, e por não suportarem no mundo essa diferença, com uma crença atrofiada de que não há diferença e que os detalhes são iguais. Se o diabo mora nos detalhes, o preconceito mora nesse lugar que não admite a diferença essencial. Não usando essa palavra para conotar uma essência humana que habita os corpos de cada um de nós, e que se moldada as circunstâncias de vida de cada um ganhando contornos únicos, em contrapartida ao pensamento que dirá que ela segue imutável, pois transformada a personalidade, de duas pessoas absolutamente iguais. Gêmeos que são completamente diferentes. A vida nos molda, e a cultura certamente exerce um poderoso papel sobre as características de nossa personalidade, mas há algo que nasce com cada um, e é esse algo que precisa ser respeitado, o que difere cada pessoa entre si, e lhe deixa vestir a roupa que quiser. Isso conquistamos, o direito de usarmos a roupa que quisermos, na maioria dos países civilizados. A cultura ocidental pode carregar seus mortos, mas atingiu uma proximidade prática com os conceitos de fraternidade, igualdade, e liberdade, que nos empurram pra frente e sustentam uma visão de mundo ameaçada por um arcaico dessabor religioso que mais que ultrapassado é venoso, envenena mentes e sociedades inteiras, determinando como e com quem um homem deve se deitar, como e com quem uma mulher pode se relacionar, se mostrar, ser vista. A aberração desse tipo de cultura normalmente já aceita por nós, permissivos, é tamanha, porém passou a ser vista como um desvio cultural, uma gafe, aceitável pois se trata de outra sociedade com seus modos de criar e educar seus entes. Me desculpem, mas o mundo não é obrigado a engolir esse tipo de atitude somente porque há petróleo no jogo. Isso sem falar de comunidades religiosas da tradição judaico-cristã que são ortodoxas, o que é ainda pior, pois temos em nossa raiz o desfrute da liberdade sexual, que foi sendo reforçado após décadas de luta, e transposto geração a geração, de um lugar escuro para uma prateleira iluminada, onde se podia ver claramente, que sim, é possível muitas formas de amor. Sim, é possível sexo com pessoas do mesmo sexo. Isso parece óbvio, quando chegamos ao cume da liberdade, que lhe permite mudar de sexo, indo de encontro ao sexo que sempre predominou em você e se atrair por pessoas do mesmo sexo. Entendemos que é primeiro uma questão de estar à vontade consigo, para depois com o outro. O nosso mundo hoje protege a biodiversidade em todos os seus sentidos. Plural e inclusivo. O nosso mundo não se submete mais a visão preconceituosa do velho patriarcado, que somente deu ao machismo um chicote para que esse maltrate tudo que fuja do estereotipado previsível, do macho enquanto macho, detentor da vontade feminina, ogro em potencial, detentor da força bruta, e da necessidade de provar que é e está de acordo com sua lógica falida de pertencimento. Um dia para vibrarmos contra a extrema direita, para lhe vencermos o instante que diz que o mundo e intimidade sexual de um ser humano a ele pertence e não te ofende por ser diferente do seu, pelo contrário, te afirma, como uma identidade paralela, constituída, feliz.
A CHAVE E A FENDA
Sobre um país dividido. O que pensar, quando os que pensam não chegam em um acordo, e continuam sendo pautados por rivalidades ideológicas de longas datas, do que por atualidades “fisiológicas” de datas próximas? Essa é uma boa pergunta para nos avaliarmos se vale a pena buscar fora, nessa questão política, de encontrar um grupo que seja, o que deixamos em algum momento de buscar, ou até mesmo, de conseguir ser bem sucedidos na busca, de encontrar dentro, essa chave para o claro mistério do mundo. Quantos enxergam na política, e não apenas na política em si, mas na rivalidade política, um fator fundamental para o equilíbrio e razão de seus próprios seres. Quando a política deixa de ser um fundamento e passa ser única razão é porque algo está em desacordo. O que acontece de uma forma geral é um problema estrutural na organização do self, que por falta de capacitação e treino deixa a margem suas questões, iniciante de uma sedimentação de base, para se preocupar com supérfluos estímulos que distanciam seu foco de si mesmo. Com as incontáveis distrações que encontramos em redes sociais, um sistema construído para você depositar seu tempo, reativar sua crença no inútil, e se manter sempre a margem de si mesmo devido ao fenômeno da comparação, que lhe institui algo externo para pautar seu próprio destino, que deveria estar sendo escrito pela percepção das ansiedades internas e compleição dessas ansiedades, através da satisfação no cotidiano daquilo que é necessário para deixar um ser preenchido minimamente para a próxima elaboração de si mesmo. A vida é um constante elaborar-se, uma mutação que deve ser acompanhada com olhos abertos. A política na maioria dos casos não é uma arma eficaz e utilizada a partir da consciência de que se quer e pode mudar alguma coisa, de acordo com um preceito interior, que urge em detectar no mundo algo que pode ser transformado, para o deixar melhor, no sentido utilitarista, que traga um maior bem para uma maior quantidade de pessoas, ou num sentido pragmático, que traga esse bem para uma exímia quantidade de pessoas, mas que indiretamente estará regozijando o bem maior, maiores quantidades de pessoas, que indiretamente são afetadas pelo bem alheio, quando se promove uma ação que melhorará a vida do próximo, e por tabela, a sua, por ampliar o nível de felicidade, se pode ser medido, nível vibracional de uma frequência que torna o mundo um lugar melhor. O que difere dessa postura, são ações egoístas que levam a melhora individual somente, quando se obtém vantagem sobre o outro, e não numa escala de valores, aquilo que não seria uma vantagem, mas um argumento positivo, um direito exercido onde o outro se não for diretamente beneficiado, não será diretamente ultrajado. Utilizar a política como arma para se proteger do vazio que assola os homens, lhe dará uma falsa sensação de preenchimento, pois o que deve justifica-la ainda está esmorecido, não latente, adormecido num ninho de sementes que ainda não sacrificaram seu invólucro. Isso percebemos muito entre as massas, tanto as de esquerda quanto as de direita, bem como aquelas que tentam se posicionar no centro, porém mais exíguas. Essa necessidade de vencer no grito, ou no anteparo da razão, na sua contraditória especulação, quando irracionalmente se vence o argumento saudável para projetar um dado ficcional construído num discurso sem fundamento com os fatos. A mentira politizada, criada para sustentar um raciocínio oco e desprovido de valor prático, que se submerge nas vagas das verdadeiras verdades, que por mais que se oponham, estão enraizadas no fundo desse oceano como verdadeiras plantas frutíferas, dessas frutas que só dão embaixo do mar. Mergulhando na consciência, atingimos na subconsciência raciocínios prontos que se dão a partir de uma lógica qualquer, porém não ilógica. Quando navegamos para o norte com a cega bussola, corremos bem o risco de atingirmos ares austrais. Não podemos recortar uma verdade a partir de um mito por exemplo, e a transformarmos em algo além de uma alegoria, como se faz com a Bíblia comumente, ou com o Alcorão, quando em sentido anagógico transformamos um mito em verdade.
ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE
O que dizer, Tarcísio? Acho que não foi muito do coração que barrou o “pacote GLS”, pois me permitam a licença poética, sou de um tempo onde essas três letras juntas tinham uma força tão poderosa e um impacto tão real e imediato, que ouso dizer, deixa o piquete de alfabeto de hoje em dia em devedoras condições. Pensando de uma maneira pragmática, podemos dizer que falta, os detalhes, de toda situação, mas se formos mais utilitaristas, podemos dizer, que tudo que uma quer dizer na outra já inclui, mas esse não é o ponto; o ponto é insistir que estamos sexualizando as crianças, como se elas não tivessem sexo. Eu sei quão polêmico pode ser essa discussão, mas ela vem crescendo, justamente porque trabalhos sérios de psicólogos, como Winnicott por exemplo, esmiuçaram o funcionamento psíquico das crianças, e junto com outros psicólogos, até o próprio Freud, se entendido sem eufemismos, evidenciam esse dado que é muito melhor trabalhado se não for ignorado. O que está em discussão não é a sexualidade das crianças, mas se discutimos ou ignoramos esse fato. O que fazer, preventivamente, para que traumas sejam evitados, não somente bullying, mas a maneira de se lidar com crianças que manifestam uma tendência oposta ao sexo da cisgeneridade, ao encaixe físico com o próprio metabolismo inclusive, e as vezes, sem precisar ir longe, traços de feminilidade em homens, bem como traços de masculinidade em mulheres, que por sempre terem sido ignorados, relegava-se ao ostracismo, ou ao relento de uma dor interna que só pode ser sentida por aquele que sente que não pertence, ou que alguma coisa está errada com ele. Não estamos sexualizando crianças, pelo amor de Deus, se ainda posso usar essa dúbia e ultrapassada expressão, mas apenas identificando características para melhor cuidar dessas crianças. Orientá-las quando for preciso, quando chegar a hora, assumir os cuidadores e professores, o protagonismo dos pais, que muitas vezes levam para o gelo essa conversa, e deixam as coisas irem como um navio a deriva em plena tempestade. O quão mais cedo essas crianças forem empoderadas delas mesmas, mais fortes e seguras elas serão, e menos traumas e bullyings enfrentarão na vida. Eu posso falar disso, não como mera opinião, pois aos 5,6,7 anos já fazia questão de encostar no pênis dos meus amigos na piscina. Aos 11 dormi com um garoto em casa, e nós fizemos felação. Aos treze transei com minha primeira prostituta, olhando para o pênis do companheiro que me levou no puteiro. Ou seja, eu sei o que é desejar o "proibido". Cresci com isso. Hoje transformei o proibido em permissão obrigatória, não hoje, há anos digo, quando resolvi quebrar o casulo. Essa discussão é também muito interessante, pois se formos perceber, mais a fino lócuo, são ínfimas a quantidade de casulos que a vida nos impõem, ou que naturalmente crescem ao nosso redor e precisam ser quebrados. Parece que não acaba, essa trajetória de transformação. Poderia trocar a palavra casulo para cela, e seria quase o mesmo contexto no mesmo contexto. A cela que nos envolve, e nos mantem controlados, submissos, e educados. Aprendemos de gatos do mato a sermos cães domesticados. Damos a pata e nos fingimos de morto quando é preciso, isso claro, quase sempre com a bonificação de um pequeno osso. Digo quase sempre, pois as vezes agimos pelo medo mesmo, para evitar uma surra. Assim é a vida, dura e áspera, para qualquer um, por mais sedoso que possa ser o seu hobby, você vai ter que sangrar os dedos se quiser tocar guitarra. A discussão sim, é bem interessante, pois nos acusam de demoníacos, ou sátiras do demônio, pois acredito que nem eles levam a sério, com exceções de poucos kkk, que somos assim tão terríveis. As crianças brincam entre elas, e o que mais atiça a imaginação da infância é o beijo, é o outro lado, é o sexo ainda velado nas entrelinhas das relações, que não se sabe muito bem o que é, mas se suspeita, e eu me lembro, ter ficado chocado quando um amigo de infância me contou que sim, não era apenas “roçar” o pênis na vagina, literalmente se entrava com ele dentro. Lembro que fiquei com essa imagem, essa tara, essa vontade, por semanas, imaginando, e me conformando, que tinha sido por demais inocente, ao achar que se roçava o pênis apenas, quando na verdade a palavra, expressão “meter” apareceria nos próximos anos já com a imagem correspondida. Tinha isso, uns 6,7 anos. Comecei a ver o mundo de outra forma, onde as pessoas colocavam seus membros dentro de umas com as outras. Isso mudou minha percepção, mudou tudo, mudou meu mundo. Eu, tentando entender esse benfazejo feminino, sentindo em mim cada vez mais atração pelos meninos. Fazia questão de roçar nas brincadeiras de luta. Sempre era o pênis do “inimigo” o alvo principal. Assim fui crescendo, e confesso que teria evitado um fuzuê na minha vida, se tivesse sido aparado ao invés de ter escutado “o que você fez foi errado, vá conversar com seu amigo e lhe explicar isso”. E assim eu o fiz, e vai lá saber quanto tempo fiquei com aquele rubor católico apostólico enrustido em mim, realmente condenando meu desejo, que graças a deus, novamente incorro no hábito, fez questão de ser mais forte do que as amarras que me seguravam. Logo “sai do armário”. Tive a certeza de que era gay, pois a dúvida sempre paira, apesar de você já saber, e ir apenas de encontro com uma verdade a muito escancarada em sua face ao longo dos dias da vida, você precisa de uma resposta abrupta, uma tacada de realidade dessas que se torna impossível negar. E ela eu tive. E assim se foi a ilusão do casamento na igreja.
FARRA DO PANO DE CHÃO
E a farra agora dos panos de chão continua embalando Brasília numa ruidosa sinfonia. Tanta sujeira para limpar, não sabem por onde começar. Não entendo um país que condecora uma suprema corte com peças de xadrez ao invés de juízes. Todos atrelados aos pactos tácitos que existe em cada sentença, onde velam os acusados, senadores e deputados, para serem velados por eles. É uma grande troca de favor, essa filantropia magnifica instituída no circuito Senado-STF, onde não se encaminha uma peça, contra um senador, e no Senado, não se encaminha um impeachment contra juízes que já não contam com o aval e a confiança do povo para regerem as batutas legais da nação. Um juiz deve presar por seu decoro, e acima de tudo, ter legitimidade, ter, como poderia dizer, a consciência minimamente fora de disputas que os colocam contra o povo brasileiro, e lhes devem fazer pensar, que não são mais queridos, perdendo assim o direito a obrigar, de representar a Constituição, que garante que o decoro e a ilibada reputação são requisitos mínimos e básicos para os ministros poderem exercerem em paz suas qualidades, que ficam totalmente ofuscadas quando se há uma rixa, e um desprazer popular, pois apesar de dizerem que o povo escolhe o executivo e o legislativo, numa representatividade indireta, indiretamente ele escolhe a corte, uma parte considerável dela, pois o executivo deve claras satisfações a nação. Me pergunto sobre o orgulho, de ser um juiz de fachada, que afinal, é o que se tornou o Careca Lustrosa, representando muito mais uma força tática, operacional, de ataque e defesa, não do transitado em julgado, mas da sentença antecipada, pois é o que se tem feito nesse país. Sentenças antecipadas e perseguições premeditadas, chantagem direta, ameaças espúrias, convenções nada ortodoxas, e alianças difamatórias, entre outros sintomas, Brasília sofre de uma sangria onde somente um novo representante poderá estancar. Alguém de fora, um outsider, que tenha coragem de dizer o que deve ser dito, sem rodeios. Imaginem terem que pautar os projetos pela integridade e não mais pelo vil interesse armado, delinquente, que usurpa do nosso país o direito de ter uma direção centrada e objetiva. Um norte, que a todo instante fica desmerecido por uma bússola importada, onde oligopólios estrangeiros se misturam no lobismo, e conduzem o direcionamento do governo, que acaba por ser administrado por interesses que fogem de nossa competência, por serem arbitrados por forças que corrompem o estado democrático, e cada um de seus membros, que ficam a mercê de um gole de migalha milionária de pomba sem cruz, laico estado que pendura o símbolo de Cristo na casa, e revela já de antemão, antes de começar cada sessão, o descalabro, o paradoxo que move os regentes do tabuleiro. Farra do pano de chão. Realmente devem ter que limpar ainda o sangue dos iluminados do 8 de... isso, 8 Brumário, ou foi 18, bem, foda-se, sei que se deu no mês das brumas. Engraçado, na Revolução Francesa se adotar um calendário que está conectado diretamente com as forças da natureza, nevoso, pluvioso, ventoso, e assim por diante, por talvez perceberem que a delinquência do tempo dos homens não teria mais o direito de sequer impor as horas. Eu me pergunto, sobre os relógios suíços no pulso de nossos deputados, se por acaso, poderemos obrigá-los a parar de funcionar. O tempo preso do Brasil, acorrentado, por esses vis eméritos senhores, que julgam, referenciam, indicam, sabatinam tudo de acordo com o valor inestimável dos ponteiros... Le Chiffre mon couer! Le Chiffre! de vaca, de touro, de Belzebu!
Se assim podemos pensar, que uma ação é não apenas constituída pela bondade, em sua casca, na parcela onde é mutável a ingerência dos fatores, mas sim no seu profundo cerne, temos que pensar na relevância que a motivação dessa ação constituiu-se para ser acionada sua ação da forma mais livre, desimpedida de intenções terceiras que poderia macular o âmbito nuclear da ação, que desprovida de outras intenções senão aquela que fica patente em sua constituição, ganha sim os ares de uma atitude pautada e guiada pela bondade, e ingerida na vida de muitos para melhorar aquilo que ela pretende. O problema nasce em algumas faces, quando ao se pensar que o que é bom pra um não é bom pro outro, e por isso aqui a motivação deve ser reiteradamente analisada, para garantir na essência, se posso assim dizer, do que é feito, o bem senão absoluto, por ser o absoluto uma contraposição ao bem, encerrando dialogo, mas em sua maior forma, a forma majoritária de se fazer bem a alguém ou a uma comunidade de pessoas. A outra face problemática foi resolvida quando a intenção se declara boa, mas mesmo assim, temos que ter em conta que não é porque declaramos que a intenção, é boa, por assim o ser, essencialmente, que ela não poderá estar eivada de vícios ou atos que não se coadunam com a majoritariamente boa intenção, em relação a quantidade de pessoas atingidas, isso pensando que é possível medir a equidade de uma boa ação, seu resultado, quantativamente, a partir de quantas pessoas ela vai atingir, e quantas pessoas serão agraciadas com seu telos. O que quero dizer, de uma forma mais simples, é que nem toda boa ação mesmo sendo boa será boa, universalmente, ao menos que desprezemos o qualitativo egóico que torna bom aquilo que é bom para mim, e levemos em consideração que é bom também aquilo que é bom para o outro, podendo então ampliar o alcance da boa ação, que será transformada numa lei, como é o propósito democrático, criar boas leis para o maior número de pessoas, ou, para as pessoas, considerando que se for boa a lei, mesmo que não atinja a parcela idosa por exemplo, da população, ela ainda assim será boa, pois os idosos serão indiretamente beneficiados por terem uma lei que ao invés de corromper a sociedade em questão, lhe valorize. Assim, começa ficar mais fácil, e justificável, pois difícil é fazer uma boa ação que será boa para todos, de onde todos tirem vantagem, tendo que amortizar seu efeito em nichos, e em pequenos ou até mesmo grandes grupos, mas novamente, honrados pela intenção da lei, que não poderá considerar o interesse egoísta do legislador em prol do interesse comum da lei. Digo isso para patentear uma ação, que claramente, embutida de bondade, da boa intenção desinteressada que um ser humano por ter em relação ao outro, seja cada vez mais corriqueira em nossa sociedade, para que no fim, de um certo período conseguirmos atingir o maior número possível, com leis que complementem os percalços sociais, e os elevem a um patamar onde a contemplação do bem estar comum será a primeira camada, tanto quando sua camada mais profunda, se analisada a olhos críticos. O que é critico nesse momento de reflexão, é quando propõem uma reforma tributária por exemplo, e o bem comum não é considerado em sua profundidade, mas apenas em sua cobertura, para conseguirmos uma lei que seja maliciosa o suficiente para manter a população ainda engendrada em um esquema tributário que muito enriquece o governo, e pouco alivia as pessoas, principalmente os mais pobres. Esse instituto do bem estar comum, máscara democrática vestida pela maioria dos deputados, se perde ao ser vencido por uma exposição clara de que o comum serve para pautar o bem estar, e não para servi-lo propriamente dizendo, ou ser servido por ele. Só digo que ainda continuamos em marmotas incidentais, em dribles legais, e conveniências naturais, onde o clamor democrático mascara a intenção de conseguir arrecadar mais com o menor esforço, para que o país continue com seus cofres cheios, e muitas vezes, acima de um mínimo que seria aceitável para colocar a vida em ordem da maior parte da população, se fosse levado em consideração o bem ao terceiro como o bem que faço a mim mesmo, essa transposição do meu eu para o nós, em concreto, não em abstrato. Essa transposição exige um nível de cultura elevado, e de uma fina percepção do outro, como mola e motivo impulsionador do bem estar da nossa sociedade, que deve começar a se preocupar de cima para baixo, se pensarmos em uma pirâmide social, trazendo mais oportunidades aquele nicho que de repente não tem água encanada, do que a isenção tributária de um grande comerciante agrícola, por exemplo. Digo que além da intenção, a mão que a manipula deve ter a destreza de um exímio filantropo, e não de um sagaz político, que facilmente consegue em detrimento de muitos aprovar um texto que ainda protege uma minoria. Façamos o que está em nossas mãos para entendermos o que está acontecendo, uma jogada de marketing fabulosa com um adestrador de rebeldes munido de chicote. Talvez por ter sido proposta pela esquerda aparente, aquela que se autodomina esquerda pela apropriação dos valores específicos, e não pelo seu comprometimento, a reforma tenha tido uma melhoro vazão no governo e pela sociedade. Somos sempre os primeiros e os últimos a sermos enganados. Não esquecemos que em 40 anos nada foi feito, nesse sentido, e que talvez, ainda não tenhamos conseguido caminhar mais 40.
Habermans e GAGA
É claro que se o paradigma da subjetividade se torna insuficiente para contornar os limites de uma resposta que vai na decisão de resolver até onde podemos ir com a referida e pautada responsabilidade no jogo, a uma solução que não altere os demais limites estabelecidos por outros personagens, sem sequer esbarrar em seus princípios, e se isso pode ser feito única e exclusivamente particularmente, individualmente, em torno do outro per si. Essa pergunta foi dirigida ao professor Habermas e eu, antes de olhar sua resposta, tento, na minha indefensável ignorância, tentar esclarece-la apenas por um motivo, o poder discricionário que é deixado tanto a ministros como desembargadores do país com a deputados, que hoje se apropriam de milhões, com as etiquetas de “verbas parlamentares”, que poderia enfim ser substituída por “suborno parlamentar”, ou até mesmo “propina”, já que o controle do escoamento final dessas verbas são diminutos e a grande discricionariedade que os deputados possuem em distribui-las podem lhe tornar mais poderosos que traficantes de facções criminosas, exaltando o viés do poder pelo mesmo lado, a ignorância diabólica da fé, seja no pastor, seja no deputado, seja no traficante. Acredito a pergunta envolver duas respostas, e uma vai claramente em direção se o seu resultado é passível de afetar a vida de outras pessoas diretamente, como um prolongamento de uma ação que fere o outro ou o atemoriza, ou até mesmo o qualifica, como resultado esperado desse cosmogonia de ações pinceladas no firmamento como se a moral pudesse ser um céu de gesso. A outra, seria, se não, individualmente arco com as consequências, que já pressupõem um esbarrar no outro, visto qualquer ação prolongada no tempo e espaço irá interferir se muito não no outro, na forma com que ele pensa, portanto, é um tanto imaginário pensar ser possível uma ação em detrimento de uma contra ação, ou no mínimo um efeito de resposta, que seja ele tolhido e finalizado no campo energético do receptor, mas em alguém vai resvalar esse sua pensada ingênua e desprovida de más intenções, mesmo que salientada por uma única só. Portanto aqui fica novamente a ideia de se pensar antes de agir, não em todos os desdobramentos do caso, pois ninguém é um Deep Mind, nem tem ainda responsabilidade de o-se-lo, mas de ter em consideração a percepção do mundo que o cerca. Aqui temos a resolutiva mitigada, se assim possui chamar, quando seu eu está de tal forma dissociado do outro que pode se dar o luxo de escolher por si só, não se preocupando com o desdobrar das consequências, mesmo porque, uma, não foram desejadas por ele, duas, ele provavelmente nem as imaginou, por não ser habito ou treino metal aquilo que se exigiria de jogadores de xadrez. Três, porque seus desdobramentos são no plano do etéreo previsível, ou até mesmo do etéreo não previsível, o que facilita ainda mais uma suposta tomada de consciência pelo nosso feitor, que de desliga dos resultados e não cria um laço de direta dependência com eles, quase como jogar um dado na roleta, você perde geralmente, se ganha, fica feliz, mas a pluralidade da soma e imprevisibilidade do ganho assumem mais o protagonismo do que a sua falta de fé em ganhar 1 milhão de dólares. Agora temos o lado onde se deseja veementemente, quase que estrategicamente, o resultado, como deixando aberto o gás da cozinha para alguém explodir uma casa, no caso sua tia avó fumante e sem olfato, que sempre acende o fogo no fogão. Percebem as duas tomadas de responsabilidades. Dizem no campo politico a segunda ser mais bem quista, pois estamos representando uma massa de pessoas e devemos agir de acordo com interesses cuja nossa subjetividade deve estar a serviço de outrem. Essa é a parte mais difícil, pois se ha vantagens em agir de outro modo, ainda subjetivo e discricionário, que freio moral, se é que se tem um freio moral desenvolvido o cidadão, que fator vai impedir que eu destine dois bilhões para o meu amigo dono do hospital, que vai acabar me dando um troco de 20 milhões, pra começar, do hospital que não precisa de recurso, em prol do outro hospital municipal, que precisa de recursos, e não tem gases e sequer seringas de plástico. Ai entra o que chamamos de ética da discricionariedade, quando mesmo você tendo o poder e arbítrio de agir de uma forma, você age de uma total diferente, porque assim, em última instancia, fica com a consciência aliviada, o que por si só já é um sintoma que sofreu da febre moral, mas a venceu, a febre que te inclina para o outro lado, onde a vantagem será distribuída para você somente, e meia dúzias de gatos pintados. Como se desenvolve isso? Desenvolvendo. Ao longo de uma vida. Se o dinheiro fosse seu, menos mal gastar com as reformas da sua casa privada, mas mesmo assim um eco iria permanecer em suas assombrações, mesmo que seja completamente alheio a dor alheia, completamente não, mas em grande parte. O que se tem como correto, pois não ha um parâmetro nesse caso para medirmos o quanto de moralidade foi atingido com certo ato, e qual era o mínimo esperado nesse ato específico, simplesmente porque os atos morais variam de contexto a contexto, de pessoas a pessoas, de lugar a lugar, de verdade sincera para verdade cênica, de alto pra egoísmo, níveis de filantropia e misantropia no cidadão, ou seja, são impossíveis de serem mediados por uma nota que institua a media. Esse fator é pessoal, e por isso aqui a intersubjetividade da ética kantiana, pois cada qual terá que arcar para si a dose de responsabilidade que lhe toca. Despreze culpa e fatores religiosos. Pense em seu bem estar. Primeiramente. O quanto te faria bem ajudar aquele hospital? Você poderia ter uma piscina em casa, com o dobro do tamanho, não é errado. Mas você ainda pode ter uma piscina pela metade do tamanho e ajudar o hospital. Agora caso você não possa ter piscina nenhuma, fica bem complicado encontrar uma justificativa ética, apesar delas existirem aos montes em parodias filosóficas, para te impedir de ter a bendita piscina. Agora fiquemos de olhos nas emendas parlamentares, agora feitas por PIX. Os milhões caem direto nas mãos dos deputados, que acabam ficando livres para escolher uma piscina olímpica com tobogã. Da mesma forma, deveriam menos subjetivamente julgar os togados supremos, quando compreenderem que estão para além de sua subjetividade, e sim enroscados em intersubjetividades que autônomas dão um parecer pautado e frontalizado por um norte, onde o interesse de mais do que um, e sim de uma maioria, que naturalmente não tem, ou assim perdeu o direito de esmagar essa pretensa minoria apenas por uma questão de numero, quando os direitos da pessoa humana devem ser observados em toda e qualquer tomada de decisão. O que aqui digo é simples, a decisões que não podem ser tomadas única e exclusivamente com a curadoria da subjetividade, e pelo contrario, as vezes muito tem que se fazer para contrariar o que em uníssono se proclamaria, mas em maioria, em compartilhamento com pares, se abre mão do clamor pessoal para julgar ou decidir de acordo com o oposto inicial, para apenas seguir o principio da tal imparcialidade, principio que não muito faz sentido, depois dos trogloditas da toga passarem por cima do interesse do país para libertar uma esquerda corrupta, bem como reabilitar políticos descarados, refazendo acordos de leniência com empresas que mais que assaltara, quebraram o país.
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MÁSCARAS DO PODER
Dentro da palavra máscara cabe aquilo que fica implícito por sua conotação, a dissimulação arbitrária, ou o disfarce, faceiro. Usar uma máscara pode ser nada mais do que uma brincadeira, onde normalmente elas não são usadas. Agora, precisar de uma máscara, a máscara da ética para poder assim sobreviver num ambiente onde a cilada é a parte maior das tratativas e da música é outra coisa. O fúnebre canto que escutamos no Congresso Nacional. Digo que ali estão todos presos a uma atuação previa, estabelecida como se o estame da democracia fosse a desculpa para estarem juntos, reunidos em situações que muito mais levam em consideração as práticas democráticas pelo automatismo que isso implica, pelo automático que estão acostumados agir esses duplos agentes, que no fim, buscam nada mais que poder. E o que seria poder? A capacidade de influenciar alguém indireta ou diretamente, e de diretamente fazer com que sua vontade seja cumprida, organizando-se assim uma verdadeira orquestra ao redor de si, para tocar única e exclusivamente a sua música. Poder é corroer o outro com a sua agonia. Poder é instaurar o medo por perversão, por brincadeira, por prazer. Poder é ter na mão um punhado de pessoas, acorrentadas pelo clamor da chantagem, e da possível revelação, que certo ato em desonra mancharia reputações. Poder é definhar a liberdade alheia, e consumir sua independência até que não sobre nada além de ossos. Assim se dão os ratos no Congresso, com raras exceções, temos aqueles que oram por algo, mas que infelizmente não adianta nem orar para Deus, fingindo ser um evangélico, pois até eles, fingem que precisam rezar. Uma fábula hedionda. O que os torna capazes de aturar esse personagem que disfarça as sombras de uma escuridão meticulosa. Whisky e pó. E puta. O que gira Brasilia. E um grande temor, um temor pincelado por uma lustrosa careca que soube ocupar o espaço deixado vazio, e demonstrar irrefreavelmente o que pode acontecer de acordo com sua própria logica legal. até onde pode ir. com sua maniqueísta interpretação constitucional, que vela o obscuro, o que um dia foi medieval, e as mesmas justificativas, achadas numa bíblica constituição, guardavam os anseios de poucos que poder tinham sobre muitos. Esse olhar acurado e perspicaz, de saber se impor sem precisar se arranhar, nem sujar a gravata. Derrube apenas um, para deixar os outros espertos. Para que gastar forças derrubando três? E se Gilmar, Moraes e Toffoli caíssem de uma vez, de uma só vez, no mesmo avião? Esse tipo de hipótese não é considerada, como não era considerada a morte do juiz Teori. Podiam estar mais uns cinco da corte, que o país arrumava um jeito de repor suas mais poderosas marionetes. Elas conquistaram o Congresso, com o temor daquele que infligiu a pena ao que descordava apenas. O famoso bolsonarista, agora criminoso. Engraçado como isso uma vez era apenas uma estupidez, nada mais. Hoje já não denota bom senso, muito menos poder. Desapoderados estão os deputados que ainda torcem por um retorno de Jedi, já inelegível. Alguns diriam do Darth Vader, e quem está certo? Ambos. Simples assim, mas isso não apaga o fato de que estamos novamente sendo dirigidos por uma das quadrilhas mais organizadas do Brasil. O mais espúrio do PT, com o resto do PMDB, que nem a sigla conseguiu suportar. A legenda. Lula-Alckmin. Como se um não pudesse dar uma facada nas costas do outro. Como se esse vice não aspirasse o lugar do seu, chefe? Eu diria co-corrupto, coautor, comodity. O quando vale esse produto? Num país onde se fabricam corruptos por excelência, uma fábrica, Brasília Profissional, deixando voce afiado para ser mais que um malandro carioca, ser o calhorda do pedaço. Essa máscara da ética que todos vestem não lhes cai bem. Sabemos que o que mais importa acontece de portas fechadas. Não ousemos a revelar os segredos capitais, seriam algo como o Vaticano desenterrando seus mortos, fascinoras, pedófilos. Assim pagamos as perversões dos exaltados, de uma seleta classe que somente tem olhos para o poder, e uma pele afeita para o bem comum, para justiça. Em quem acreditar quando no labirinto ainda está no escuro. Lógico, em quem tiver... o... o copo com mais gelo, e mais largo.
"Essa espera. Nada pior no mundo que esperar, principalmente se for algo que muito nos interessa. Cria uma ansiedade que é deveras desconfortável, isso vai nos deixando confusa. Eu me perco nessa prolixidade de pensamentos que rocordam meu passado, ora me fazem lembrar que ja vivi quase todo tempo que por direito tenho nessa vida, e a chama que nos revela, ao mesmo tempo que nos tolhe, se encolhe, até que na perseverança do tempo, finalmente se apaga. " A ROSA OCULTA
CRÔNICAS
Aparentemente mais longe, ouso dizer que nunca estivemos tão próximos. É na ausência que a existência se constrói. Quando damos falta do outro, ele existe, e a partir dessa sensibilidade estamos todos tecendo novas minúsculas fibras em nossas relações. O contato se torna menos supérfluo, e nos aconchegamos no estritamente necessário. Quando reprimimos desejos que antes eram consumados dentro de uma total liberdade de locomoção, tomamos consciência que essa transformação, nada sutil em nós, opera um novo condicionamento, pois esses desejos canalizados por outros caminhos, formam a massa necessária para reinventarmos um novo mundo. O novo mundo está acontecendo bem diante de nós.
UNTIL YOU FEEL
IT´S THE SAME HEART TO STEAL
FEEL THE RAIN BEFORE YOU KILL
DREAM THE DREAM
UNTIL YOU FEEL
COMPOSIÇÕES
Eu sou o impostor verdadeiro que apresenta a petição pública na maquiagem dos tribunais
Eu sou a lâmina da faca de grafite que transforma ordinários em imortais
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