FERNANDO CASTRO

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CORAÇÃO DE MÃE

 

 

Como podemos ser mais claros, quando digo que o direito a decisão do aborto pertence a mulher, apesar da opinião do homem ser relevante, ela dá a ultima palavra. Isso numa constituição natural, onde um casal resolve ter filhos. É de extrema importância que sejamos claros que a decisão de levar em diante a gravidez é sim mais propriedade da mulher, por ser dela o corpo que passara por profundas transformações, do que do homem, que apenas se envolve afetuosamente com o processo. Estou avançando a discussão de abortar em casos específicos, como estupro e risco da gestante, para instituir o direito ao aborto a todas as mulheres em toda e qualquer situação, pois devemos entender que um filho não é um brinquedo, e sim algo preenchido de vida, e deve ser amado e desejado, condições sine qua non para nascer. Não podemos por questões morais e um atraso de um pensamento ético obrigarmos uma mulher ter um filho que ela não deseja, muito menos não ama. O direito a vida é sim guardado pela nossa Constituição desde a concepção, mas não estamos falando de algo que sente a dor, ou o sofrimento, e sim de uma possibilidade de vida, que se não desejada sofrerá muito mais enquanto vida do que abortada. O aborto é um direito que deve ser normatizado. O aborto volitivo, ligado a vontade dos pais, mais do que a uma obrigação cujo cunho religioso esteja sustentando veladamente o esteio normativo, a obrigatoriedade de se impor a um casal uma obrigação, e não uma realização. Ter um filho por obrigação não é ter um filho por amor, por liberdade, por opção. Ter um filho por medo de uma punição legal não é argumento suficiente para expor um feto ao nascimento, que precisará de extremos cuidados para pode levar uma vida repleta de afetos, conquistas e necessidades, principalmente. A liberdade que disfrutamos garantida por quase todo país democrático, não pode ser tolhida numa questão tão fundamental quando o nascimento e o direito a vida, como o direito a morte. Não somos obrigados a viver se assim não queremos, viver sofrendo, como não somos obrigados a termos um filho, porque uma relação sexual casual se transformou num imperativo de responsabilidade de forma não planejada e espontânea. Não devemos sermos obrigados a transar com preservativos se assim optamos para prevenir um possível acidente, da mesma forma que pílulas anti concepcionais devem ser tomadas livremente, e não obrigatoriamente, já que junto a elas vem os efeitos colaterais, e não são todas as mulheres que sentem-se bem com seus efeitos. Tomar precauções para não engravidar deve ser um atitude advinda da escolha e da postura que se tem diante do assunto, e não uma obrigação social por medo de uma possível gravidez que depois não terá o direito de ser interrompida, pela legislação não te amparar, e ainda possivelmente lhe condenar por isso, te transformando numa espécie de mutiladora de vida, assassina, transformando sua simples vontade de não ser mãe numa monstruosidade social, como se você fosse mesmo uma vilã de uma história cujo protagonismo é imposto pelo atraso de um retorica de costume, um apêndice religioso que traduz a síntese da hipocrisia católica sobre nosso país, e um vicio social que acostumou as pessoas acharem que aborto é passível de ser equiparado a um assassinato. O que estão se propondo agora, a equiparação do ato a partir da 22 segunda semana a um crime, a uma atitude criminosa definida como homicídio é mais do apenas um absurdo, mas um verdadeiro acinte, pois viola todo direito que a mulher tem de não ser mãe de uma gestação indesejada e proveniente de um estupro. Eu vou além, pois para mim essa discussão é mais do que descabida, desnecessária pois é claro o direito que a uma mulher pertence, a sua autonomia diante da direção da própria vida, e o direito de não querer ser mãe de um filho que nascerá com a face estampada do ato da violação. É um absurdo quem pensa que pode obrigar uma mulher ser mãe não só de um filho, mas eternamente de um momento hediondo o qual ela quer e precisa esquecer para continuar sua vida, sem a agudez de um trauma. Impor uma mulher essa obrigação apenas por um retrógado e machista, e tradicional maneira de se ver uma situação, tradição embutida em famílias vitimas de crentes ambiciosos, que mais que hipócritas, não estão dispostos a abrir mão de como regulam a vida das pessoas em sociedade de uma maneira particular, advinda de um clã, a visão de um clã que dissipa a razão por trás desse ato, e a possibilidade de se raciocinar de mente aberta, fora do cabresto, e livre de pressões religiosas. Admito que nem todo crente, ou religioso pense dessa forma, mas temos que identificar que o cerne, o pilar que sustenta esse proibitivo, essa sanção misógina, hipócrita e medieval é o dogma. A religião mesmo num país laico como o nosso, num Congresso com uma bancada evangélica de muitos vários deputados atravessa toda e qualquer pauta, principalmente a questão do aborto, e toma um viés moralista que tenta elevar ainda mais a carga proibitiva e culpabilidade diante de uma ação que deveria ser um direito garantido por lei e visto como normal, como assim o é na maioria dos países mais desenvolvidos e emancipados religiosamente comparados com o nosso. Quando digo hipócrita, é porque a maioria dos determinadores dessa lei são homens, que não sabem o que é carregar uma barriga cheia de esperanças e medos, muito menos serem violentados com a possibilidade de gravidez. Quando digo misógina, e porque a opinião da mulher, a sua vontade é desprezada pela lei que como um trator passa por cima de sua autonomia e vontade, lhe impondo uma obrigação que muitas vezes significará o fim da felicidade tanto para sua vida quanto para da criança indesejada que ai está, também por uma maioria de homens que em muitos casos ainda notam a mulher como apenas um objeto de procriação, uma dona de casa, uma doméstica. Quando digo medieval, é porque não é possível na laicidade de uma nação ainda termos tentáculos que remetem a era das trevas, quando ainda o antropocentrismo imperava na mente de pessoas que defendiam que a terra é plana, discussão que recentemente afrontou a comunidade científica e a razão de qualquer pessoa que se dignifique como pensante, ou adequada ao seu tempo. Sim, medieval, misógina e hipócrita. A discussão atual deveriam ser justamente a descriminalização do aborto, pauta que merece atenção urgente e deve ser discutida amplamente por mentes livres da ignorância presente do eleitorado, que em muitos casos condiciona o voto de um parlamentar a negação de sua própria erudição e a escravidão voluntária a repercussão possível que sua escolha sofrerá em seu eleitorado, de como será julgada por ele, não tornando possível se exercer a liberdade num parlamento por um congressista que avançaria os costumes o desprendendo da tradição, mas não tem ainda o culhão para ir contra a horda que o elegeu. Essa é uma outra discussão, mas somente hipoteticamente, o que adianta elegermos um representante que se destaca dos demais se ele não pode exercer sua sabedoria estando atrelado ao populismo ou ao raso das massas, o celeiro das multidões? O que leva essa discussão do aborto que deveria estar abraçada por elementos progressistas, uma visão que empodere a mulher, que lhe de o direito de querer ou não ser mãe, lhe afirme o direito de ter ou não um filho, lhe traga as rédeas da própria vida para suas mãos, e não as afaste por uma norma que lhe obrigue ser tratada literalmente como uma vaca, me desculpem o termo. Estamos regredindo em nossa civilidade, e reduzindo a mulher a uma escrava da vida, ao invés de lhe darmos o direito de escolha. Novamente insisto, condição fundamental para se ter um filho, amor. A vontade é crucial, ou a desestabilidade do lar criará mais um pária de afeto, mais um problemático ocasional, mais um futuro destroçado, trazendo ao mundo mais um grão de tempestuosa infelicidade e depressão ao invés de alguém que aprecie de todas as formas a vida, por ter sido criado com amor. Amor é fundamental, para mover uma gravidez, principalmente. Amor não nasce do estupro, e indo além, da vontade e direito que uma mulher tem de não querer ser mãe. Já desassociamos a mulher da função de mãe, pois como disse, isso é reduzir toda sua possibilidade existencial a maternidade, como se sua única e principal função fosse proporcionar um herdeiro a seu marido. Tempos medievais. Já nos emancipamos dessa visão que conduz a mulher a uma parteira e se realiza na vida, pronto, como se todas os outros seus vieses fossem ignorados e inexistentes, quando muito bem na multiplicidade das diferenças, encontramos na liberdade a existência feminina enaltecida e realizada de múltiplas formas, sendo o ser mãe apenas uma delas. Assim sendo, temos que entender que não podemos retroceder na discussão, e sim avançar, e elevarmos a mulher ao status de mulher, independente do homem e de sua vontade condicionante, independente de suas trompas de falópio. Isso é respeitar o que a Constituição garante, a independência de um ser em relação ao outro, isso é respeitar o que a lei universal dos homens estipula ao dar a liberdade de escolha do ser que é criado para ser quem quer ser, ir ao encontro de quem é, e não aquilo que querem que seja. Também temos que pensar no ponto que onde ainda são os homens que fabricam as leis, em sua maioria das casas legislativas, não existe a compreensão do que é atravessar uma gravidez, um processo que muda toda química, e estrutura fisiológica como emocional de uma pessoa, e não é qualquer um que está preparado para viver essa radical mudança. Temos que ter responsabilidade de entender que nem toda mãe tem capacidade para ser mãe, que ser mãe é um papel que exige muito mais do que a habilidade de adestramento de cães, ou horticultura, ou cálculos complexos numa planilha da CEO da Petrobrás por exemplo. Que o fato de você ser boa em matemática ou em geografia, não significa necessariamente que você está apta ou quer se embrenhar nas demandas e no universo da maternidade. O pai tem o direito de opinar, mas não de definir. A ultima palavra é da mulher, que sustentará a gravidez. Lógico que normalmente a decisão tomada em conjunto é tacitamente respeitada pelo homem, se este for minimamente guiado pelo humanismo que precede cada e toda gentileza, que faz o papel de aceitar o que a mulher decide. Assim deveria ser em todo e qualquer caso. Essa é a discussão que deve ser tratada num Congresso exemplo de uma nação avançada, onde a tradição e o dogma é ultrapassado pelo respeito e pela razão. Uma mulher que não quer ser mãe, nunca será apenas pela obrigação, e sim pela impossibilidade ou medo, que um dia ela teve de realizar um aborto.

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OLHOS DE RAPOSA

 

As vezes me sinto estancado. Paralisado. Sinto-me estancado diante de uma série de conluios, que se formam diante de nós, de uma maneira quase tênue demais para ser percebida, mas que ainda assim deixam um rastro de sordidez que dão a entender que o que se passa não é propriamente devido o motivo que assim é apresentado para justificar determinado ato ou conduta, e que por debaixo do lençol tem tantas outras razões que não possuem a claridade da justiça para serem reveladas. Digo isso pelo senador Moro novamente se ver nos holofotes da justiça, agora tendo que responder por crime de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. “Comprar um habeas corpus”, como se ele não pudesse vender. De fato, não pode. Mas se lembrarmos a lista dos acusados que foram beneficiados por um habeas corpus de Gilmar começamos a entender a frase, não apenas como uma piada, mas como uma piada com lastro. Recentemente na conversa entre os dois, quando Moro teve que engolir a seco as duras críticas do magistrado, ninguém levantou a hipótese de Moro processar Gilmar por calúnia, quando o acusou de abusos entre outras coisas, insinuando que o ex-juiz fazia parte de um conluio contra o que chamou democracia, e que deliberadamente perseguiu personagens da política. Ninguém pensou que Moro estava sendo caluniado, e por a balança de forças pender para o lado do peixe maior, ninguém na mídia fez alarde, tratando a conversa como um puxão de orelha. Ofensivo, desmesurado, calunioso. Ninguém parece se lembrar que o mesmo ministro Gilmar é um dos instituidores da impunidade no país, de sua recondução, ao possibilitar a execução da pena apenas depois do trânsito em julgado, acabado os recursos, o que num país como o Brasil, muitas vezes demora anos, ou décadas. Mas dizem, ele não pode ser um perseguido político, pois foi absolvido no TSE por unanimidade de votos, num tribunal que precisa, e urgentemente vem precisando mostrar pro país que não sofre influências políticas, depois do banho que Alexandre de Moraes deu no Lula, para o deixar mais limpinho, digamos assim, durante a campanha a presidência. Um partidarismo claro, e um anti-bolsonarismo evidente. Não estou discutindo aqui o ser ou não ser bolsonarista, mesmo porque, acho esse radicalismo político um erro, e vejo nas duas militâncias um nível inaceitável de fanatismo, como se os candidatos fossem entidades religiosas. O que me moveu foi sempre o anti-lulismo, até que chegou um ponto, que o que movia, também era um anti-bolsonarismo. No final, se ainda tivermos que fazer uma escolha, tendo para o lado anti-quadrilha, não insinuando mas sendo bem direto, temos uma quadrilha no poder. Sempre tivemos? É bem possível que com a extensão dessa quadrilha, ramificada do Oiapoque ao Chuí, sempre sofremos de sua nefasta influência, e a questão irrefutável, é que a lava a jato se apresentou como uma possibilidade de exterminar ou minguar, mitigando os efeitos dessa quadrilha ao extremo, quando por fim, foi sendo difamada, quando usaram a justiça contra ela mesma. O vazamento intencional do hacker do fim do mundo, deu a justiça meios dela agir contra ela mesma. Numa ação geral onde está se promovendo a justiça, clareando o submundo do crime da política, meios, as vezes, obtusos, que são um ínfimo nada perto do que se geralmente obtém com o efeito de ameaças contra a família daqueles que estão lutando por um grande causa, ou contra o crime propriamente dito, são utilizados, como uma relação entre a magistratura e o ministério público, uma relação digo quase natural visto o tamanho do alvo. Nada que estivesse fora do todo probatório foi arguido, cada sentença foi justificada, e os elementos probatórios surgiram de delações onde os próprios réus se comprometeram em entregar os materiais, as provas, como entregaram. Agora tem que ser cego para não perceber a orquestra que foi feita as sombras da legalidade, espúria e degradante, para desde a reversão da prisão a segunda instância, o que possibilitou o afrouxamento e a liberdade de uma série de figuras que eram essenciais, inclusive para a manutenção da prisão do atual presidente, para que assim se começasse uma tramitação onde claramente a desculpa já era dada desde o início, a questão da comarca, da falta de competência e jurisdição, mas que somente não era ouvida pois assim os ventos da política determinavam, sim, determinavam dentro das cercanias dos tribunais superiores as suas diretrizes. Ou o recurso interpelado pelo advogado do presidente, atual ministro do STF – vejam se há algum bom senso nisso – não poderia ter sido analisado de antemão, em outra circunstância. Uma decisão de Fachin que submetida a um plenário que de lupa fingiu precisar de óculos. Pois se haviam se cansado de Bolsonaro, por algum motivo específico, que arrumassem alguém que pudesse legitimamente concorrer contra ele, e não numa “legitimidade aparente”, não através de uma ação que manchou a ata jurídica da nação. Mas quem está preocupado com ata jurídica, visto os milhões que poderiam voltar a correr no Brasil como antigamente? O que me intriga, é a indicação de Aras por Bolsonaro, ambos algozes da lava jato, sendo ai o ex presidente ou um ex pau mandado, ou um “acordista” , aquele que vende as luvas sujas para quem está com frio mas aparece de mãos limpas diante de todos. Um procurador que no meu ver foi muito mais um inquisidor do que outra coisa, e declarado inimigo público de uma operação que colocou corruptos poderosos na cadeia, e que poderia ter colocado muito mais. Agora vê seus êxitos anulados e seu nome queimado, e isso diante de uma população apática que se satisfaz com a promessa de uma picanha. Como de repente os amigos se tornam traidores, e os podres poderes retomam toda garra que sempre tiveram para rirem na cara do povo. Quem domina a mídia nesse país? Pois ali poderíamos ter tido um amparo e um zelo, uma maior transparência, mas aliada aos dois outros poderes determinaram recolocar aquele que tinha sido publicamente desmascarado, já pela segunda vez, ou nos esquecemos do mensalão. E como somos assim, desse tipo que diz querer um Brasil melhor e lutar pela justiça, e votamos em alguém sabiamente corrupto. Por isso, quando vejo novamente Moro perseguido, um frio na espinha me arrepia, pois quem ousou dizer que ele é um cadáver político é algum zumbi do pântano do Congresso, pois cadáveres não são perseguidos. Moro foi não uma, mas duas, três, intermináveis vezes, e continua sendo. Fica a pergunta, o que Sérgio Moro representa que deixa sem dormir os seus inimigos? E o que ele representou, podendo uma resposta colidir com a outra, que fez com que tanto fizessem para literalmente queimarem seu filme?

 

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O QUE É LIBERDADE?

 

O que é liberdade? Em uma metáfora, o perfume quando esborrifado. Em uma literalidade, a possibilidade de ser você mesmo sem a opressão do outro, do meio, de si próprio. Claro que vamos entrar numa seara onde para ser você mesmo, terá que ter uma manifestação da própria essência que tange uma linha de normalidade, que não invalide o outro, ou não o desrespeite em sua constituição. Por isso não basta apenas você ser você mesmo, mas você deve ser você mesmo levando o outro em consideração. Talvez por isso o mandamento, ame o próximo como a você mesmo, pois desde sempre as diferenças são notáveis, e a civilidade do mundo tenta nos ensinar, educando com princípios relevantes, claro, que nos adeque a alguma circunstância que possa ser aparentemente provocativa da parte alheia, ou em última análise, totalmente distinta daquilo que somos, em última instância. Aí entra um paradigma, o paradigma da sexualidade. O que define um homem, uma pessoa, senão o desejo? O desejo por quem, isso marca o ser como uma tatuagem na alma, e o coloca nesse caldeirão de individualidades onde o normal seria desejar alguém do sexo oposto por ter a questão da reprodução sempre sido uma desculpa para o desejo, ao contrário de poucas sociedades que conseguiram se libertar desse grilhão, e serem de verdade livres, mas condenadas pela história, como Pompeia e Sodoma e Gomorra. Quando olhamos para o outro que deseja algo distinto que nós, no caso uma mulher se desejo um homem, mas prioritariamente um homem, quando nessa sociedade da reprodução se deseja uma mulher, aclamamos que encontramos um paradoxo vital, que desconstitui nosso desejo, ou por ampliá-lo, e a maioria dos povos e pessoas não querem refletir sobre uma maior carga no complexo de vontades, por deixar o costume prevalecer dentro de um ambiente que agregado as regras, e padrões sexuais, se torna mais controlado, mais fácil de manter submissa a plebe e a massa, principalmente, sem sublevações. Quando o diferente não amplia, ele pode artificialmente negar, e o desejante ordinário se sente desconstituído de sua autoridade, de seu ser, de seu mais puro caráter, de sua essência intrincada em tudo que faz e acredita, por encontrar alguém que ousa desejar de outra forma, outro “objeto”, outro sexo. Ao negar, nos fechamos, quando muito ou em introspecção depressiva, por nos depararmos com algo que tem a “coragem” de ir além ou diferentemente de nós, ou nos tornamos agressivos, para desconstruir esse outro que ousa ser o outro, não uma reprodução esboçada de mim mesmo. Assim se dá a amplidão no conceito de liberdade, ao levar o outro em consideração, temos que levar em consideração o seu desejo, e a possibilidade de se desejar diferente, para assim, respeitarmos, e mais que amar o outro como a nós mesmos, por ser deliberadamente um pouco forte aqui o verbo amar, visto o conceito individualista atual que essa palavra ganha contorno, respeitar. Respeitar o outro como a si mesmo. Assim acho que tornamos a frase mais palatável, atualizada e possível. Pois nós nos respeitamos, ao ponto de ignorarmos aquilo que traz desprazer e dor, e incrementamos nas nossas vidas os ingredientes que engendram felicidade e prazer. Crucial a questão do desejo, até mais do que da etnia, que também torna relevante e leva a discussão para o mesmo ponto, a anulação de mim mesmo pelo outro ser de outra cor, o que não me pertence e não me representa, por imageticamente termos uma notável diferença de raça. Essa questão fica mais fácil de ser resolvida, pois não é levado em consideração o prazer que se obtém com o outro, ao se deitar com ele, e digo isso, por ser mais fácil e tolerante os povos se aceitarem entre si, com diferentes culturas e origens, por questões geográficas, do que por questões libidinosas. A libido interfere em como enxergamos uns aos outros, e institui uma definição de quem somos, ao nos caracterizarmos pelas ações que determinam nossos atos que gerem nosso sistema, que por sua vez, define quem somos, novamente, somos o que fazemos. E se nos deitamos com um homem, somos comumente falados gays. Esse rótulo, além de rótulo, é uma palavra explicativa, que determina o sujeito em sua ação vital, principal, e que se tornou necessário para melhor nos entendermos, quando temos a palavra lésbica, bem como transexual, palavras que deixam mais claro esse cerne que as vezes oculto pode causar um certo desconforto em quem não consegue ainda lidar bem com essa crucial diferença, a inclinação do desejo, para onde ele se guia, e por onde, e com quem. Essa questão, de se incomodar com o vizinho porque ele recebe apenas homens em sua casa, deve ser refletida ao ponto de você se perguntar se queria receber mais homens na sua, ou se além de receber sua mulher, o que lhe falta, para que não se sinta seguro de ser quem é, para deixar de se incomodar com quem o outro vai pra cama, e se realizar mais sinceramente sexualmente. Apenas isso demonstra uma falta de auto conhecimento, o que geralmente, mantém na superfície essas pessoas que não conseguem digerir o outro em sua prevalência, se tornando consequentemente não livres, pessoas presas a um padrão, se assim posso resumir esse tornado existencial, e roboticamente condicionadas a responderem e reagirem sempre da mesma forma diante de uma situação. Cabeças duras. Expressão que arranha a outra expressão, “cega teimosia”, ou “teimosia ignorante”, por ignorar que no sexo oposto, por exemplo, digo, no mesmo sexo, também se encontra prazer, a mesma oportunidade de desfrutar a excelência do corpo, dos sentidos, se dá entre duas pessoas que maduras, estão dispostas a compartilhar momentos de intimidade, e isso avança até um ponto onde os próprios rótulos são quebrados, mas apenas mantidos, para evidenciar o básico, e estruturar em uma certa dose aristotélica de taxonomia inibitória, a grande estrutura humana de nossa sociedade. Por isso digo, sejam livres de verdade, e não apenas na ideia que se tem de liberdade. Naturalmente, a liberdade se professa na disciplina. Atravessar o farol vermelho não é ser livre, é ser um imbecil. Esses limites não condicionam a um aprisionamento do ser, pois novamente estão ligados ao respeito ao outro, tal como não passar no sinal vermelho estou respeitando a segurança das outras pessoas, e a minha. Esses valores estão intrínsecos ao conceito de liberdade, que se aprofunda em outras discussões. Pretendo retomar esse texto, para cada vez mais aclararmos o que nos importa de verdade, nos entendermos, como nosso funcionamento opera no mundo e entre os outros que convivemos, para cada vez mais nos sentirmos a vontade no mundo que vivemos, independentemente se a vizinha transa com uma cabra ou com um javali.

 

 

Feliz Mente

 

O que nos torna felizes? Se pudéssemos definir felicidade em uma simples aglomeração de palavras, poderíamos dizer algo como felicidade é o estado contínuo que age profundamente na vida de um ser humano, o tornando grato pelo conjunto de sua vida e suas circunstâncias, ao mesmo tempo que professador de uma manejável alegria, que não varia de acordo com as pequenas intempéries do dia a dia. Se sua felicidade está relacionada com fatores relevantes para sua existência e esses fatores não estão culminando ser alvo de ataques, seja por agressões externas seja por agressões internas, quando desenvolvemos uma reação pejorativa diante de alguma situação que poderia ter sido manejada de alguma outra forma, é possível manter esse estado por um longo período, onde o que varia são as marolas da superfície, não a placidez do fundo. Novamente, o que nos torna felizes, além das superficialidades manejáveis, como um carro novo, um namorado, uma casa, amigos, um aspirador de pó de última geração, uma promoção no emprego, essas coisas que ocorrem na vida e que auxiliam para uma alegria contagiante bem como uma felicidade duradoura. Mas se apenas auxiliam, é porque não são as principais responsáveis, quando há um outro núcleo, esse que investigo, que fica abaixo das marolas, no profundo do lago existencial, onde sedimenta-se o constante, o contínuo, o célebre. Ali tem algo que depende de um desenvolvimento tanto psíquico quanto físico, para se encorpar e ganhar uma nitidez relevante para que nosso aparato seja influenciado por ele, e sinta-se aconchegado dentro de si mesmo, como um caramujo em sua concha. Essa jornada de autorrealização quando perceptível ao ritmo de que sim, o mundo está andando e eu com ele, ou eu estou andando e o mundo comigo, que a jornada ruma a sua compleição, o fator felicidade é acionado para amparar a viagem e deixar com que as curvas sejam mais fáceis de serem proferidas. A sensação de evolução. Para ser mais curto, é fundamental para que nos alicerces a felicidade comece a destilar seu néctar e irradiar, de baixo para cima, essa fragrância que vai deixando as coisas mais coloridas, naturalmente. A cor mais saturada a um ponto que a vida não só parece, como se torna mais lúdica, e simples encontros inoportunos não ganham mais espaço para abalar ou até mesmo irritar-nos. Nos retirar essa paz orgânica, essa alegria contundente, esse estado de espírito onde a leveza substitui o peso do pessimismo, do trauma, e da culpa, por asas que nos pés nos carregam como mensageiros dos deuses, em busca de nós mesmos, para adiante de nossa causa. Acredito que quando o básico foi alcançado, é viável pensarmos em uma missão, algo próximo de um propósito, que será dada de cada um para cada um, como quando você se dá um presente. Geralmente ela envolve melhorar ou reparar o mundo, o meio em que estamos inseridos, para garantir não apenas para nós mesmos, mas para o todo, uma centelha a mais de iluminação. Isso envolve também a passagem do egoísmo para o altruísmo, como quem sai da crisálida e percebe um mundo além do próprio umbigo, do próprio casulo. Esse estar feliz, diretamente em acordo com o ser feliz, conecta nosso ser a maneira com que vivemos hoje, projetada no amanhã os sonhos que acreditamos ser possíveis de realizar, principalmente o intrínseco sonho de todos nós, de sermos melhores. O sentir dessa carruagem em movimento é o que garante a placidez do fundo, independentemente das marolas da superfície, do namorado, do carro, do emprego, dos amigos, é algo de você para com você. Todos nós temos um termômetro e sabemos o que deve ser feito para mantermos o barco a prumo. Cada qual com sua jornada, mas o importante é estar no trem. As vezes paramos em uma estação, e ali ficamos, até percebemos que já ficamos o tempo suficiente para ela ser mais uma lembrança aprendizado, pois quando começa ser apenas uma lembrança é porque tempo demais decorreu conosco em vias do medo de esquecer, ao invés da contemplação automática, que faz com que desapeguemos de todos os momentos incríveis que tivemos, para em busca do próximo, continuarmos a caminhar. Os momentos tristes também são feitos para completar as lacunas do jogo, do jogo da vida. Para realçarmos a felicidade quando ela estiver no topo, brilhando, para lhe darmos valor. Valor por ser feliz. Espalhar essa semente, que se cultivada, com certeza alegria trará não somente para nós mesmos, mas para o mundo ao nosso redor.

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BRASIL COLORIDO

 

A interjeição em que nos encontramos nesse momento, aponta para duas velhas e corroídas direções. Bolsonaro e Lula. O que dizer de dois políticos tão opostos, mas que em algum lugar das constelações dos afetos humanos, tem algo de tão similar, tão semelhante. A maneira obtusa e radical de enxergar o mundo. Será que o Brasil precisa de governantes assim? Um vive num mundo de ideias retrógadas, não aceita que o ser humano e a sociedade evoluem, em ideias, em valores, em princípios, e camufla seu lado mais preconceituoso, mais tirânico, mais violento, pois sabe que precisa se mostrar viável para uma sociedade que não aceita mais tiranos, sequer traços de racismo, vestígios de um machismo ultrapassado e fora de época. O outro também vive preso no passado, num mundo onde a “Mother Russia” comandava o jogo, pelo menos, grande metade do mundo, e dava as cartas. Acha que é possível um grande revival, usando a América Latina como protótipo de sua ambição comunista, e mais do que isso, usando sua ambição comunista para justificar o empoderamento dos seu núcleo próximo, os alçando a um patamar de poder onde poucos políticos alcançam, monopolizando estatais e as usando como moeda de troca, utilizando-se de meios fraudulentos, para não dizer não muito ortodoxos, para corromper pessoas para assim garantir que seus projetos, sua visão perpetue-se, não se importando muito com conceitos como lei, moral, ética. Pois é, meus senhores, temos em ambos essa ganância desmedida, essa ânsia pelo poder absoluto, esse clamor pela grande pátria, esse populismo cansativo e já démodé. Não é possível que tanto lulistas quanto bolsonaristas não movam de lugar? Ninguém é estático, e temos que perceber que o país somente sairá do atraso que se afundou, essa areia movediça na qual não sai, estagnado a décadas, se mudarmos o topo da hierarquia. As ordens vêm de cima, sempre foi assim. Num governo mais indulgente, teremos uma aproximação com o crime e a corrupção instalada; num governo mais restritivo digamos, para não dizer rigoroso, teremos um possível estabilidade mas conseguida a base do medo, e do desrespeito ao contraditório. Muito disso está acontecendo aqui e agora, esse passar por cima da lei, por sem uma notória falange do poder, como Toffoli, ao ter a ousadia de anular as condenações e todas as ações contra o famoso empreiteiro, numa canetada só. Isso não é garantir estabilidade jurídica ao sistema, pelo contrário. A lei não muda conforme o vento, o que muda são costumes, sim, mas a sagaz opinião do juiz. Ela muda, conforme a política muda. Por isso costumo dizer que chegará o momento que será mais confiável uma inteligência artificial como juiz do que um ser humano, que provou não deixar de ser corruptível, em toda e qualquer esfera do poder. O direito seria simples, pois tenta, ao seu modo falível, deixar claro um posicionamento diante de um fato, na linguagem conhecido como fato gerador, pois muito bem: o que se tenta quando se depara com um fato que não condiz com a norma, e você está ganhando uma vantagem de alguma forma, seja econômica, seja social, quer que ele condize. Você vai usar de uma estratégia, para com outros artigos, outros elementos do código, burlar aquele impedimento, aquele limite, aquela determinação que é imposta por certa lei, ou por uma simples alínea de um artigo da Constituição, a lei maior. Você usa o direito para corromper o direito. Esse é o trabalho do bom advogado, e a maneira que um bom juiz utiliza para adequar a sentença aos seus objetivos, e não aos objetivos explícitos da lei. Assim, se prova, através de uma ficção jurídica, que passa a ser vista como um sólido argumento, que determinado interpretação pode ser aceita, naquele caso especifico, e se solta um ladrão da cadeia, por exemplo, ou torna-se inelegível outro revoltado, ou como no exemplo, inocenta-se Marcelo Odebrecht. Esse jogo muito me afastou da vontade de advogar. Por ver mais um palco onde a farsa é empenhada com QI e oratória, e se atinge resultados dos mais injustos num organismo feito para gerar justiça. O Brasil não pode mais ficar a mercê de opiniões que oscilam com a maré. Quem me garante que não ganhou nada um juiz para desfazer uma sentença? Quem o fiscaliza, quando ele está no topo do judiciário, e tem os senadores na mão. Se ao menos o Senado fosse honesto, digo, conseguisse ter representantes que não estejam enrolados com a justiça, como Calheiros e Juca, absolvidos, processo arquivado a pedido da Procuradoria Geral da República, corruptos quase confessos, que exercem um domínio sobre o alto escalão político. Quando um Calheiros da vida iria propor, como presidente da casa que foi, um processo de impeachment contra um juiz supremo, se faz o que faz, e precisa deles para ser absolvido, para ter seu processo arquivado, para se livrar de sua pena, como ocorreu essa semana? Aqui voltamos a Lula e Bolsonaro. Esse tipo de radicalismo apenas favorece um cenário politico onde os senadores, deputados e juízes, brincam com as leis, as deturpando e as tolhendo, as completando em caso de suposta omissão, as envergando para o cômodo, para o favorável. Os extremos ficam isolados, e criam-se alas mediadoras que acabam vendendo, barganhando seus votos em tomada de decisões, em aprovações e elaborações de projetos de lei. O jogo fica complicado, facilmente complicado, pois temos apenas duas cores e uma mancha cinza no meio, ao invés de termos um arco-íris.  

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A SEMENTE DO AMOR

 

Se todos buscamos a felicidade individual, e consequentemente, a comum, pois já atingimos uma suficiência de entendimento para saber que a individualidade feliz, depende da felicidade comum, pois é no outro que encontramos respaldo de nosso reconhecimento como ser humano, nossa afirmação, porque estamos sempre sendo feridos por nossas opiniões distintas e não conseguimos sequer politicamente encontrar um meio termo que satisfaça a todos, a maioria, a parte mais consciente do todo? O que nos torna tão distintos ao ponto de não nos reconhecermos como irmãos biologicamente falando, impondo as necessidades a priori da boa convivência, como se a existência de uns anulasse a existência de outros? Porque nossas convicções ganham um peso elementar na constituição dos afetos, e separa familiares, vizinhos, conterrâneos, povos e nações? Para tentar responder esses questionamentos temos que levar em conta a dose fundamental de egoísmo humano, e sua relevância diante das inúmeras escolhas que são postas diante de nós. É mais fácil ser egoísta ou altruísta? Depende de qual valor está em foco? Depende do sujeito? Depende da relevância da escolha, e suas consequências? O que torna o homem bom e compassivo? Apenas sua educação, ou existe uma aura, uma semente preconcebida aos valores que lhe serão incutidos através da cultura, que lhe condiciona, lhe aprisiona num circulo de valores que se tornam o símbolo de sua liberdade, pois ali, aparentemente preso a uma escolha pré determinada devido a índole que lhe toca, pré ciente, ele exerce a liberdade escolhendo exatamente o que escolheria, pois sendo ele, ele é livre de verdade, ao contrario do que ser a sua antinomia, escolhendo algo que vai contra seu mais profundo eco, invalidando seu ser, o negando ao invés de afirmá-lo. Essa escolha se conectada com essa essência que admitimos ser em alguns casos boa será de todo a mais adequada, para si mesmo e para o outro. Será possível admitirmos uma essência a priori da educação? Se todos que recebem uma boa influência da cultura, são bem educados, com exceção de psicopatas que aí se trata de uma dissertação a parte, mas partindo de uma estreita normalidade, todos conseguem entender o avance no sinal verde e o pare no sinal vermelho, podemos pensar que existe algo que nos define como humanos que consta em todos nós, essa massa disforme que vai aos poucos sendo condicionada pelas experiências, pela educação, pelas consequências das escolhas, pelo contato com o outro, pela vida em sua excelência. Esse algo é bom. Como poderia ser chamado? Amor? Será isso amor, ou amor é o resultado do desabrochar da semente? Amor é um fiapo de luz que aos poucos vai se tonificando, fortalecendo-se, se tornando um ramo, para enveredar ainda mais profundo do ser, e se tornar um galho, um sustentáculo, uma raiz. E da raiz o caule, e conforme a vida vai se mostrando em faces, esse caule tem a chance de se tornar uma árvore, e quanto mais no outro se reconhecer compassivamente, o substrato da compaixão, essa arvore se torna grande, imensa, e sua copa atinge as estrelas. Se todos podemos trocar experiências, e experimentar felicidade com a felicidade alheia, todos nós podemos ser verdadeiramente felizes, quando a existência do outro nos acolhe, nos afirma, nos ajuda a compreender que o mundo é feito dessa multiplicidade de ganhos, de formas, de escolhas, e que se estamos adequados com essa essência que a priori desabrochou na semente de acordo com o planejado, sem obscuridades no caminho, nem traumas desconstrutores da aparente e real eficácia do amor, vamos amar em comum, e se preocupar com o outro como nos preocupamos conosco. Vamos afirmar a existência de uma sociedade comum, onde todos merecem sentir o cume da majestade da temperança, da felicidade, da bondade, onde todos podem e devem se ajudar, confiando nessa semente e naquilo que ela porta, mais do que na malícia tangível que as desilusões da vida trazem para se alojar em nossos corações, como uma sombra que nega o homem. Nega seu amor. A falta torna o homem obscuro, e isso é uma questão de organização, ou melhor, desorganização social, mas não o torna ruim. Nem todo homem que comete uma “ruindade” é ruim, bem como nem todo que comete uma bondade é bom. As vezes os papeis estão invertidos, e um político por exemplo, que doou ou inaugurou um hospital é muitas vezes mais ruim do que aquele que roubou no farol, pois sua filha esta sem comer. Relativizando não o homem, mas as aparências. Não estou aqui querendo colocar que todos somos bons, e a vida é um conto de fadas, pelo contrário. Estamos sujeitos a sermos corrompidos, a termos nossa semente corrompida pelos acontecimentos, ou por uma própria inclinação que ao invés de ser abafada é seguida, e torna ruim um poço que traria felicidade para muitos. O egoísmo supremo, a ambição desmedida, a ganância impalpável, transforma o homem em um fantoche do desejo, da matéria, da escravidão, pois dará sua alma, trocará a mais pura benção de sua consciência para conseguir o que quer. Assim, deturpada consciência age presa por uma ilusão, uma vontade egoísta, ao invés de fluir conforme os acontecimentos naturais. Portanto é uma ficção a bondade natural? Claro que não. Todo texto vai no sentido de sugerir essa bondade, a semente do amor, que pode e deve ser desenvolvida em cada um de nós. E o que é o amor senão a coordenação consciente com a virtude? O exercício e prática dessa virtude, que desabrocha, depois de algumas quedas, e flui para que possamos ter sempre a certeza de que na escuridão fomos uma centelha de luz. Essa discordância entre os homens, natural, pois pontos de vista diferentes sobre o mesmo ângulo vão trazer percepções diferentes, porém, em vários aspectos que foram sendo sujeito de discussões ao longo de nossa existência, a conformidade com o altruísmo real, com aquilo que torna possível o entendimento da percepção alheia, o seu auferimento, dissolve a miragem da discordância, e faz brotar um ponto de vista em comum, ou uma aura de sensatez em volta do problema, que faz com que a parte discordante, talvez, em sua teima, ou inocente aclamação, veja o quanto o outro está certo, e que isso não o desconstitui como ser, pelo contrário, lhe afirma, quando dá nos poder de perceber a percepção alheia inteiramente, como algo real, e que possivelmente, em outras condições, poderia ser exatamente a nossa. Aí se valida o diferente, e o que antes poderia ser uma semente da discórdia, um cisto de preconceito, passa ser um entendimento em comum. Percebam, não tenho que exatamente ser igual para constituir uma igualdade. Posso perceber algo através da sensibilidade de meus sentidos sem obrigatoriamente ter que fazer para ser ou não ser. Não preciso beijar um homem para “ser gay”, ao menos aceitá-lo como uma vertente de mim em outro lugar, em outro universo, em outro ser. Essa multiplicidade recorrente de que podemos ser muito mais do que somos, nos leva a entender o outro em suas piores dificuldades, em suas mais relevantes discrepâncias, ou seja, nos leva a aceitar de que todas as diferenças nos tornam absolutamente iguais.

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O DADO DE MIL FACES

 

Hoje é o dia internacional contra a homofobia, a bifobia, a transfobia. O que dizer de um mundo que graças a luta de tantos conseguiu vencer os primeiros estágios de um câncer, mas que ainda em quimioterapia, cuida para que a remissão seja completa. Será que um dia chegaremos num mundo onde haja o dia da heterofobia? Por que o estranhamento nessa pergunta? Porque ainda é visto como padrão, como normal, como natural um casal heterossexual em comparação com um casal gay. Ainda arraigada a questão da procriação, mas desde muito emancipamos a mulher da função única criacionista, e lhe demos o direito de também desejar. De sentir desejo, tal como o homem, e de usufruir desse desejo na sociedade, que ainda se arrepia quando se depara com uma mulher que deseja demais. O que nos torna iguais, senão o desejo, de pele, de boca, de sexo. Desejo pelo outro. Esse outro não precisa ser igual o outro, do outro, seguir um modelo que o transforme em estereótipo, e não mais num humano com qualidades peculiares. Esse outro precisa caber dentro desse lugar onde não cabe o preconceito. Quantos amores ainda não deram certo porque de antemão você não se permite viver com aquele que não é delimitado pelos seus traços? E pensar que pessoas chegam a agressão verbal, e física, terrivelmente, ao lidarem com o diferente, e por não suportarem no mundo essa diferença, com uma crença atrofiada de que não há diferença e que os detalhes são iguais. Se o diabo mora nos detalhes, o preconceito mora nesse lugar que não admite a diferença essencial. Não usando essa palavra para conotar uma essência humana que habita os corpos de cada um de nós, e que se moldada as circunstâncias de vida de cada um ganhando contornos únicos, em contrapartida ao pensamento que dirá que ela segue imutável, pois transformada a personalidade, de duas pessoas absolutamente iguais. Gêmeos que são completamente diferentes. A vida nos molda, e a cultura certamente exerce um poderoso papel sobre as características de nossa personalidade, mas há algo que nasce com cada um, e é esse algo que precisa ser respeitado, o que difere cada pessoa entre si, e lhe deixa vestir a roupa que quiser. Isso conquistamos, o direito de usarmos a roupa que quisermos, na maioria dos países civilizados. A cultura ocidental pode carregar seus mortos, mas atingiu uma proximidade prática com os conceitos de fraternidade, igualdade, e liberdade, que nos empurram pra frente e sustentam uma visão de mundo ameaçada por um arcaico dessabor religioso que mais que ultrapassado é venoso, envenena mentes e sociedades inteiras, determinando como e com quem um homem deve se deitar, como e com quem uma mulher pode se relacionar, se mostrar, ser vista. A aberração desse tipo de cultura normalmente já aceita por nós, permissivos, é tamanha, porém passou a ser vista como um desvio cultural, uma gafe, aceitável pois se trata de outra sociedade com seus modos de criar e educar seus entes. Me desculpem, mas o mundo não é obrigado a engolir esse tipo de atitude somente porque há petróleo no jogo. Isso sem falar de comunidades religiosas da tradição judaico-cristã que são ortodoxas, o que é ainda pior, pois temos em nossa raiz o desfrute da liberdade sexual, que foi sendo reforçado após décadas de luta, e transposto geração a geração, de um lugar escuro para uma prateleira iluminada, onde se podia ver claramente, que sim, é possível muitas formas de amor. Sim, é possível sexo com pessoas do mesmo sexo. Isso parece óbvio, quando chegamos ao cume da liberdade, que lhe permite mudar de sexo, indo de encontro ao sexo que sempre predominou em você e se atrair por pessoas do mesmo sexo. Entendemos que é primeiro uma questão de estar à vontade consigo, para depois com o outro. O nosso mundo hoje protege a biodiversidade em todos os seus sentidos. Plural e inclusivo. O nosso mundo não se submete mais a visão preconceituosa do velho patriarcado, que somente deu ao machismo um chicote para que esse maltrate tudo que fuja do estereotipado previsível, do macho enquanto macho, detentor da vontade feminina, ogro em potencial, detentor da força bruta, e da necessidade de provar que é e está de acordo com sua lógica falida de pertencimento. Um dia para vibrarmos contra a extrema direita, para lhe vencermos o instante que diz que o mundo e intimidade sexual de um ser humano a ele pertence e não te ofende por ser diferente do seu, pelo contrário, te afirma, como uma identidade paralela, constituída, feliz.

A CHAVE E A FENDA

 

Sobre um país dividido. O que pensar, quando os que pensam não chegam em um acordo, e continuam sendo pautados por rivalidades ideológicas de longas datas, do que por atualidades “fisiológicas” de datas próximas? Essa é uma boa pergunta para nos avaliarmos se vale a pena buscar fora, nessa questão política, de encontrar um grupo que seja, o que deixamos em algum momento de buscar, ou até mesmo, de conseguir ser bem sucedidos na busca, de encontrar dentro, essa chave para o claro mistério do mundo. Quantos enxergam na política, e não apenas na política em si, mas na rivalidade política, um fator fundamental para o equilíbrio e razão de seus próprios seres. Quando a política deixa de ser um fundamento e passa ser única razão é porque algo está em desacordo. O que acontece de uma forma geral é um problema estrutural na organização do self, que por falta de capacitação e treino deixa a margem suas questões, iniciante de uma sedimentação de base, para se preocupar com supérfluos estímulos que distanciam seu foco de si mesmo. Com as incontáveis distrações que encontramos em redes sociais, um sistema construído para você depositar seu tempo, reativar sua crença no inútil, e se manter sempre a margem de si mesmo devido ao fenômeno da comparação, que lhe institui algo externo para pautar seu próprio destino, que deveria estar sendo escrito pela percepção das ansiedades internas e compleição dessas ansiedades, através da satisfação no cotidiano daquilo que é necessário para deixar um ser preenchido minimamente para a próxima elaboração de si mesmo. A vida é um constante elaborar-se, uma mutação que deve ser acompanhada com olhos abertos. A política na maioria dos casos não é uma arma eficaz e utilizada a partir da consciência de que se quer e pode mudar alguma coisa, de acordo com um preceito interior, que urge em detectar no mundo algo que pode ser transformado, para o deixar melhor, no sentido utilitarista, que traga um maior bem para uma maior quantidade de pessoas, ou num sentido pragmático, que traga esse bem para uma exímia quantidade de pessoas, mas que indiretamente estará regozijando o bem maior, maiores quantidades de pessoas, que indiretamente são afetadas pelo bem alheio, quando se promove uma ação que melhorará a vida do próximo, e por tabela, a sua, por ampliar o nível de felicidade, se pode ser medido, nível vibracional de uma frequência que torna o mundo um lugar melhor. O que difere dessa postura, são ações egoístas que levam a melhora individual somente, quando se obtém vantagem sobre o outro, e não numa escala de valores, aquilo que não seria uma vantagem, mas um argumento positivo, um direito exercido onde o outro se não for diretamente beneficiado, não será diretamente ultrajado. Utilizar a política como arma para se proteger do vazio que assola os homens, lhe dará uma falsa sensação de preenchimento, pois o que deve justifica-la ainda está esmorecido, não latente, adormecido num ninho de sementes que ainda não sacrificaram seu invólucro. Isso percebemos muito entre as massas, tanto as de esquerda quanto as de direita, bem como aquelas que tentam se posicionar no centro, porém mais exíguas. Essa necessidade de vencer no grito, ou no anteparo da razão, na sua contraditória especulação, quando irracionalmente se vence o argumento saudável para projetar um dado ficcional construído num discurso sem fundamento com os fatos. A mentira politizada, criada para sustentar um raciocínio oco e desprovido de valor prático, que se submerge nas vagas das verdadeiras verdades, que por mais que se oponham, estão enraizadas no fundo desse oceano como verdadeiras plantas frutíferas, dessas frutas que só dão embaixo do mar. Mergulhando na consciência, atingimos na subconsciência raciocínios prontos que se dão a partir de uma lógica qualquer, porém não ilógica. Quando navegamos para o norte com a cega bussola, corremos bem o risco de atingirmos ares austrais. Não podemos recortar uma verdade a partir de um mito por exemplo, e a transformarmos em algo além de uma alegoria, como se faz com a Bíblia comumente, ou com o Alcorão, quando em sentido anagógico transformamos um mito em verdade.  

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ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE

 

 

O que dizer, Tarcísio? Acho que não foi muito do coração que barrou o “pacote GLS”, pois me permitam a licença poética, sou de um tempo onde essas três letras juntas tinham uma força tão poderosa e um impacto tão real e imediato, que ouso dizer, deixa o piquete de alfabeto de hoje em dia em devedoras condições. Pensando de uma maneira pragmática, podemos dizer que falta, os detalhes, de toda situação, mas se formos mais utilitaristas, podemos dizer, que tudo que uma quer dizer na outra já inclui, mas esse não é o ponto; o ponto é insistir que estamos sexualizando as crianças, como se elas não tivessem sexo. Eu sei quão polêmico pode ser essa discussão, mas ela vem crescendo, justamente porque trabalhos sérios de psicólogos, como Winnicott por exemplo, esmiuçaram o funcionamento psíquico das crianças, e junto com outros psicólogos, até o próprio Freud, se entendido sem eufemismos, evidenciam esse dado que é muito melhor trabalhado se não for ignorado. O que está em discussão não é a sexualidade das crianças, mas se discutimos ou ignoramos esse fato. O que fazer, preventivamente, para que traumas sejam evitados, não somente bullying, mas a maneira de se lidar com crianças que manifestam uma tendência oposta ao sexo da cisgeneridade, ao encaixe físico com o próprio metabolismo inclusive, e as vezes, sem precisar ir longe, traços de feminilidade em homens, bem como traços de masculinidade em mulheres, que por sempre terem sido ignorados, relegava-se ao ostracismo, ou ao relento de uma dor interna que só pode ser sentida por aquele que sente que não pertence, ou que alguma coisa está errada com ele. Não estamos sexualizando crianças, pelo amor de Deus, se ainda posso usar essa dúbia e ultrapassada expressão, mas apenas identificando características para melhor cuidar dessas crianças. Orientá-las quando for preciso, quando chegar a hora, assumir os cuidadores e professores, o protagonismo dos pais, que muitas vezes levam para o gelo essa conversa, e deixam as coisas irem como um navio a deriva em plena tempestade. O quão mais cedo essas crianças forem empoderadas delas mesmas, mais fortes e seguras elas serão, e menos traumas e bullyings enfrentarão na vida. Eu posso falar disso, não como mera opinião, pois aos 5,6,7 anos já fazia questão de encostar no pênis dos meus amigos na piscina. Aos 11 dormi com um garoto em casa, e nós fizemos felação. Aos treze transei com minha primeira prostituta, olhando para o pênis do companheiro que me levou no puteiro. Ou seja, eu sei o que é desejar o "proibido". Cresci com isso. Hoje transformei o proibido em permissão obrigatória, não hoje, há anos digo, quando resolvi quebrar o casulo. Essa discussão é também muito interessante, pois se formos perceber, mais a fino lócuo, são ínfimas a quantidade de casulos que a vida nos impõem, ou que naturalmente crescem ao nosso redor e precisam ser quebrados. Parece que não acaba, essa trajetória de transformação. Poderia trocar a palavra casulo para cela, e seria quase o mesmo contexto no mesmo contexto. A cela que nos envolve, e nos mantem controlados, submissos, e educados. Aprendemos de gatos do mato a sermos cães domesticados. Damos a pata e nos fingimos de morto quando é preciso, isso claro, quase sempre com a bonificação de um pequeno osso. Digo quase sempre, pois as vezes agimos pelo medo mesmo, para evitar uma surra. Assim é a vida, dura e áspera, para qualquer um, por mais sedoso que possa ser o seu hobby, você vai ter que sangrar os dedos se quiser tocar guitarra. A discussão sim, é bem interessante, pois nos acusam de demoníacos, ou sátiras do demônio, pois acredito que nem eles levam a sério, com exceções de poucos kkk, que somos assim tão terríveis. As crianças brincam entre elas, e o que mais atiça a imaginação da infância é o beijo, é o outro lado, é o sexo ainda velado nas entrelinhas das relações, que não se sabe muito bem o que é, mas se suspeita, e eu me lembro, ter ficado chocado quando um amigo de infância me contou que sim, não era apenas “roçar” o pênis na vagina, literalmente se entrava com ele dentro. Lembro que fiquei com essa imagem, essa tara, essa vontade, por semanas, imaginando, e me conformando, que tinha sido por demais inocente, ao achar que se roçava o pênis apenas, quando na verdade a palavra, expressão “meter” apareceria nos próximos anos já com a imagem correspondida. Tinha isso, uns 6,7 anos. Comecei a ver o mundo de outra forma, onde as pessoas colocavam seus membros dentro de umas com as outras. Isso mudou minha percepção, mudou tudo, mudou meu mundo. Eu, tentando entender esse benfazejo feminino, sentindo em mim cada vez mais atração pelos meninos. Fazia questão de roçar nas brincadeiras de luta. Sempre era o pênis do “inimigo” o alvo principal. Assim fui crescendo, e confesso que teria evitado um fuzuê na minha vida, se tivesse sido aparado ao invés de ter escutado “o que você fez foi errado, vá conversar com seu amigo e lhe explicar isso”. E assim eu o fiz, e vai lá saber quanto tempo fiquei com aquele rubor católico apostólico enrustido em mim, realmente condenando meu desejo, que graças a deus, novamente incorro no hábito, fez questão de ser mais forte do que as amarras que me seguravam. Logo “sai do armário”. Tive a certeza de que era gay, pois a dúvida sempre paira, apesar de você já saber, e ir apenas de encontro com uma verdade a muito escancarada em sua face ao longo dos dias da vida, você precisa de uma resposta abrupta, uma tacada de realidade dessas que se torna impossível negar. E ela eu tive. E assim se foi a ilusão do casamento na igreja.

FARRA DO PANO DE CHÃO

 

E a farra agora dos panos de chão continua embalando Brasília numa ruidosa sinfonia. Tanta sujeira para limpar, não sabem por onde começar. Não entendo um país que condecora uma suprema corte com peças de xadrez ao invés de juízes. Todos atrelados aos pactos tácitos que existe em cada sentença, onde velam os acusados, senadores e deputados, para serem velados por eles. É uma grande troca de favor, essa filantropia magnifica instituída no circuito Senado-STF, onde não se encaminha uma peça, contra um senador, e no Senado, não se encaminha um impeachment contra juízes que já não contam com o aval e a confiança do povo para regerem as batutas legais da nação. Um juiz deve presar por seu decoro, e acima de tudo, ter legitimidade, ter, como poderia dizer, a consciência minimamente fora de disputas que os colocam contra o povo brasileiro, e lhes devem fazer pensar, que não são mais queridos, perdendo assim o direito a obrigar, de representar a Constituição, que garante que o decoro e a ilibada reputação são requisitos mínimos e básicos para os ministros poderem exercerem em paz suas qualidades, que ficam totalmente ofuscadas quando se há uma rixa, e um desprazer popular, pois apesar de dizerem que o povo escolhe o executivo e o legislativo, numa representatividade indireta, indiretamente ele escolhe a corte, uma parte considerável dela, pois o executivo deve claras satisfações a nação. Me pergunto sobre o orgulho, de ser um juiz de fachada, que afinal, é o que se tornou o Careca Lustrosa, representando muito mais uma força tática, operacional, de ataque e defesa, não do transitado em julgado, mas da sentença antecipada, pois é o que se tem feito nesse país. Sentenças antecipadas e perseguições premeditadas, chantagem direta, ameaças espúrias, convenções nada ortodoxas, e alianças difamatórias, entre outros sintomas, Brasília sofre de uma sangria onde somente um novo representante poderá estancar. Alguém de fora, um outsider, que tenha coragem de dizer o que deve ser dito, sem rodeios. Imaginem terem que pautar os projetos pela integridade e não mais pelo vil interesse armado, delinquente, que usurpa do nosso país o direito de ter uma direção centrada e objetiva. Um norte, que a todo instante fica desmerecido por uma bússola importada, onde oligopólios estrangeiros se misturam no lobismo, e conduzem o direcionamento do governo, que acaba por ser administrado por interesses que fogem de nossa competência, por serem arbitrados por forças que corrompem o estado democrático, e cada um de seus membros, que ficam a mercê de um gole de migalha milionária de pomba sem cruz, laico estado que pendura o símbolo de Cristo na casa, e revela já de antemão, antes de começar cada sessão, o descalabro, o paradoxo que move os regentes do tabuleiro. Farra do pano de chão. Realmente devem ter que limpar ainda o sangue dos iluminados do 8 de... isso, 8 Brumário, ou foi 18, bem, foda-se, sei que se deu no mês das brumas. Engraçado, na Revolução Francesa se adotar um calendário que está conectado diretamente com as forças da natureza, nevoso, pluvioso, ventoso, e assim por diante, por talvez perceberem que a delinquência do tempo dos homens não teria mais o direito de sequer impor as horas. Eu me pergunto, sobre os relógios suíços no pulso de nossos deputados, se por acaso, poderemos obrigá-los a parar de funcionar. O tempo preso do Brasil, acorrentado, por esses vis eméritos senhores, que julgam, referenciam, indicam, sabatinam tudo de acordo com o valor inestimável dos ponteiros... Le Chiffre mon couer! Le Chiffre! de vaca, de touro, de Belzebu!

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Se assim podemos pensar, que uma ação é não apenas constituída pela bondade, em sua casca, na parcela onde é mutável a ingerência dos fatores, mas sim no seu profundo cerne, temos que pensar na relevância que a motivação dessa ação constituiu-se para ser acionada sua ação da forma mais livre, desimpedida de intenções terceiras que poderia macular o âmbito nuclear da ação, que desprovida de outras intenções senão aquela que fica patente em sua constituição, ganha sim os ares de uma atitude pautada e guiada pela bondade, e ingerida na vida de muitos para melhorar aquilo que ela pretende. O problema nasce em algumas faces, quando ao se pensar que o que é bom pra um não é bom pro outro, e por isso aqui a motivação deve ser reiteradamente analisada, para garantir na essência, se posso assim dizer, do que é feito, o bem senão absoluto, por ser o absoluto uma contraposição ao bem, encerrando dialogo, mas em sua maior forma, a forma majoritária de se fazer bem a alguém ou a uma comunidade de pessoas. A outra face problemática foi resolvida quando a intenção se declara boa, mas mesmo assim, temos que ter em conta que não é porque declaramos que a intenção, é boa, por assim o ser, essencialmente, que ela não poderá estar eivada de vícios ou atos que não se coadunam com a majoritariamente boa intenção, em relação a quantidade de pessoas atingidas, isso pensando que é possível medir a equidade de uma boa ação, seu resultado, quantativamente, a partir de quantas pessoas ela vai atingir, e quantas pessoas serão agraciadas com seu telos. O que quero dizer, de uma forma mais simples, é que nem toda boa ação mesmo sendo boa será boa, universalmente, ao menos que desprezemos o qualitativo egóico que torna bom aquilo que é bom para mim, e levemos em consideração que é bom também aquilo que é bom para o outro, podendo então ampliar o alcance da boa ação, que será transformada numa lei, como é o propósito democrático, criar boas leis para o maior número de pessoas, ou, para as pessoas, considerando que se for boa a lei, mesmo que não atinja a parcela idosa por exemplo, da população, ela ainda assim será boa, pois os idosos serão indiretamente beneficiados por terem uma lei que ao invés de corromper a sociedade em questão, lhe valorize. Assim, começa ficar mais fácil, e justificável, pois difícil é fazer uma boa ação que será boa para todos, de onde todos tirem vantagem, tendo que amortizar seu efeito em nichos, e em pequenos ou até mesmo grandes grupos, mas novamente, honrados pela intenção da lei, que não poderá considerar o interesse egoísta do legislador em prol do interesse comum da lei. Digo isso para patentear uma ação, que claramente, embutida de bondade, da boa intenção desinteressada que um ser humano por ter em relação ao outro, seja cada vez mais corriqueira em nossa sociedade, para que no fim, de um certo período conseguirmos atingir o maior número possível, com leis que complementem os percalços sociais, e os elevem a um patamar onde a contemplação do bem estar comum será a primeira camada, tanto quando sua camada mais profunda, se analisada a olhos críticos. O que é critico nesse momento de reflexão, é quando propõem uma reforma tributária por exemplo, e o bem comum não é considerado em sua profundidade, mas apenas em sua cobertura, para conseguirmos uma lei que seja maliciosa o suficiente para manter a população ainda engendrada em um esquema tributário que muito enriquece o governo, e pouco alivia as pessoas, principalmente os mais pobres. Esse instituto do bem estar comum, máscara democrática vestida pela maioria dos deputados, se perde ao ser vencido por uma exposição clara de que o comum serve para pautar o bem estar, e não para servi-lo propriamente dizendo, ou ser servido por ele. Só digo que ainda continuamos em marmotas incidentais, em dribles legais, e conveniências naturais, onde o clamor democrático mascara a intenção de conseguir arrecadar mais com o menor esforço, para que o país continue com seus cofres cheios, e muitas vezes, acima de um mínimo que seria aceitável para colocar a vida em ordem da maior parte da população, se fosse levado em consideração o bem ao terceiro como o bem que faço a mim mesmo, essa transposição do meu eu para o nós, em concreto, não em abstrato. Essa transposição exige um nível de cultura elevado, e de uma fina percepção do outro, como mola e motivo impulsionador do bem estar da nossa sociedade, que deve começar a se preocupar de cima para baixo, se pensarmos em uma pirâmide social, trazendo mais oportunidades aquele nicho que de repente não tem água encanada, do que a isenção tributária de um grande comerciante agrícola, por exemplo. Digo que além da intenção, a mão que a manipula deve ter a destreza de um exímio filantropo, e não de um sagaz político, que facilmente consegue em detrimento de muitos aprovar um texto que ainda protege uma minoria. Façamos o que está em nossas mãos para entendermos o que está acontecendo, uma jogada de marketing fabulosa com um adestrador de rebeldes munido de chicote. Talvez por ter sido proposta pela esquerda aparente, aquela que se autodomina esquerda pela apropriação dos valores específicos, e não pelo seu comprometimento, a reforma tenha tido uma melhoro vazão no governo e pela sociedade. Somos sempre os primeiros e os últimos a sermos enganados. Não esquecemos que em 40 anos nada foi feito, nesse sentido, e que talvez, ainda não tenhamos conseguido caminhar mais 40.

 Habermans e GAGA

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É claro que se o paradigma da subjetividade se torna insuficiente para contornar os limites de uma resposta que vai na decisão de resolver até onde podemos ir com a referida e pautada responsabilidade no jogo, a uma solução que não altere os demais limites estabelecidos por outros personagens, sem sequer esbarrar em seus princípios, e se isso pode ser feito única e exclusivamente particularmente, individualmente, em torno do outro per si. Essa pergunta foi dirigida ao professor Habermas e eu, antes de olhar sua resposta, tento, na minha indefensável ignorância, tentar esclarece-la apenas por um motivo, o poder discricionário que é deixado tanto a ministros como desembargadores do país com a deputados, que hoje se apropriam de milhões, com as etiquetas de “verbas parlamentares”, que poderia enfim ser substituída por “suborno parlamentar”, ou até mesmo “propina”, já que o controle do escoamento final dessas verbas são diminutos e a grande discricionariedade que os deputados possuem em distribui-las podem lhe tornar mais poderosos que traficantes de facções criminosas, exaltando o viés do poder pelo mesmo lado, a ignorância diabólica da fé, seja no pastor, seja no deputado, seja no traficante. Acredito a pergunta envolver duas respostas, e uma vai claramente em direção se o seu resultado é passível de afetar a vida de outras pessoas diretamente, como um prolongamento de uma ação que fere o outro ou o atemoriza, ou até mesmo o qualifica, como resultado esperado desse cosmogonia de ações pinceladas no firmamento como se a moral pudesse ser um céu de gesso. A outra, seria, se não, individualmente arco com as consequências, que já pressupõem um esbarrar no outro, visto qualquer ação prolongada no tempo e espaço irá interferir se muito não no outro, na forma com que ele pensa, portanto, é um tanto imaginário pensar ser possível uma ação em detrimento de uma contra ação, ou no mínimo um efeito de resposta, que seja ele tolhido e finalizado no campo energético do receptor, mas em alguém vai resvalar esse sua pensada ingênua e desprovida de más intenções, mesmo que salientada por uma única só. Portanto aqui fica novamente a ideia de se pensar antes de agir, não em todos os desdobramentos do caso, pois ninguém é um Deep Mind, nem tem ainda responsabilidade de o-se-lo, mas de ter em consideração a percepção do mundo que o cerca. Aqui temos a resolutiva mitigada, se assim possui chamar, quando seu eu está de tal forma dissociado do outro que pode se dar o luxo de escolher por si só, não se preocupando com o desdobrar das consequências, mesmo porque, uma, não foram desejadas por ele, duas, ele provavelmente nem as imaginou, por não ser habito ou treino metal aquilo que se exigiria de jogadores de xadrez. Três, porque seus desdobramentos são no plano do etéreo previsível, ou até mesmo do etéreo não previsível, o que facilita ainda mais uma suposta tomada de consciência pelo nosso feitor, que de desliga dos resultados e não cria um laço de direta dependência com eles, quase como jogar um dado na roleta, você perde geralmente, se ganha, fica feliz, mas a pluralidade da soma e imprevisibilidade do ganho assumem mais o protagonismo do que a sua falta de fé em ganhar 1 milhão de dólares. Agora temos o lado onde se deseja veementemente, quase que estrategicamente, o resultado, como deixando aberto o gás da cozinha para alguém explodir uma casa, no caso sua tia avó fumante e sem olfato, que sempre acende o fogo no fogão. Percebem as duas tomadas de responsabilidades. Dizem no campo politico a segunda ser mais bem quista, pois estamos representando uma massa de pessoas e devemos agir de acordo com interesses cuja nossa subjetividade deve estar a serviço de outrem. Essa é a parte mais difícil, pois se ha vantagens em agir de outro modo, ainda subjetivo e discricionário, que freio moral, se é que se tem um freio moral desenvolvido o cidadão, que fator vai impedir que eu destine dois bilhões para o meu amigo dono do hospital, que vai acabar me dando um troco de 20 milhões, pra começar, do hospital que não precisa de recurso, em prol do outro hospital municipal, que precisa de recursos, e não tem gases e sequer seringas de plástico. Ai entra o que chamamos de ética da discricionariedade, quando mesmo você tendo o poder e arbítrio de agir de uma forma, você age de uma total diferente, porque assim, em última instancia, fica com a consciência aliviada, o que por si só já é um sintoma que sofreu da febre moral, mas a venceu, a febre que te inclina para o outro lado, onde a vantagem será distribuída para você somente, e meia dúzias de gatos pintados. Como se desenvolve isso? Desenvolvendo. Ao longo de uma vida. Se o dinheiro fosse seu, menos mal gastar com as reformas da sua casa privada, mas mesmo assim um eco iria permanecer em suas assombrações, mesmo que seja completamente alheio a dor alheia, completamente não, mas em grande parte. O que se tem como correto, pois não ha um parâmetro nesse caso para medirmos o quanto de moralidade foi atingido com certo ato, e qual era o mínimo esperado nesse ato específico, simplesmente porque os atos morais variam de contexto a contexto, de pessoas a pessoas, de lugar a lugar, de verdade sincera para verdade cênica, de alto pra egoísmo, níveis de filantropia e misantropia no cidadão, ou seja, são impossíveis de serem mediados por uma nota que institua a media. Esse fator é pessoal, e por isso aqui a intersubjetividade da ética kantiana, pois cada qual terá que arcar para si a dose de responsabilidade que lhe toca. Despreze culpa e fatores religiosos. Pense em seu bem estar. Primeiramente. O quanto te faria bem ajudar aquele hospital? Você poderia ter uma piscina em casa, com o dobro do tamanho, não é errado. Mas você ainda pode ter uma piscina pela metade do tamanho e ajudar o hospital. Agora caso você não possa ter piscina nenhuma, fica bem complicado encontrar uma justificativa ética, apesar delas existirem aos montes em parodias filosóficas, para te impedir de ter a bendita piscina. Agora fiquemos de olhos nas emendas parlamentares, agora feitas por PIX. Os milhões caem direto nas mãos dos deputados, que acabam ficando livres para escolher uma piscina olímpica com tobogã. Da mesma forma, deveriam menos subjetivamente julgar os togados supremos, quando compreenderem que estão para além de sua subjetividade, e sim enroscados em intersubjetividades que autônomas dão um parecer pautado e frontalizado por um norte, onde o interesse de mais do que um, e sim de uma maioria, que naturalmente não tem, ou assim perdeu o direito de esmagar essa pretensa minoria apenas por uma questão de numero, quando os direitos da pessoa humana devem ser observados em toda e qualquer tomada de decisão. O que aqui digo é simples, a decisões que não podem ser tomadas única e exclusivamente com a curadoria da subjetividade, e pelo contrario, as vezes muito tem que se fazer para contrariar o que em uníssono se proclamaria, mas em maioria, em compartilhamento com pares, se abre mão do clamor pessoal para julgar ou decidir de acordo com o oposto inicial, para apenas seguir o principio da tal imparcialidade, principio que não muito faz sentido, depois dos trogloditas da toga passarem por cima do interesse do país para libertar uma esquerda corrupta, bem como reabilitar políticos descarados, refazendo acordos de leniência com empresas que mais que assaltara, quebraram o país.

 

 

FC

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MÁSCARAS DO PODER

 

 

Dentro da palavra máscara cabe aquilo que fica implícito por sua conotação, a dissimulação arbitrária, ou o disfarce, faceiro. Usar uma máscara pode ser nada mais do que uma brincadeira, onde normalmente elas não são usadas. Agora, precisar de uma máscara, a máscara da ética para poder assim sobreviver num ambiente onde a cilada é a parte maior das tratativas e da música é outra coisa. O fúnebre canto que escutamos no Congresso Nacional. Digo que ali estão todos presos a uma atuação previa, estabelecida como se o estame da democracia fosse a desculpa para estarem juntos, reunidos em situações que muito mais levam em consideração as práticas democráticas pelo automatismo que isso implica, pelo automático que estão acostumados agir esses duplos agentes, que no fim, buscam nada mais que poder. E o que seria poder? A capacidade de influenciar alguém indireta ou diretamente, e de diretamente fazer com que sua vontade seja cumprida, organizando-se assim uma verdadeira orquestra ao redor de si, para tocar única e exclusivamente a sua música. Poder é corroer o outro com a sua agonia. Poder é instaurar o medo por perversão, por brincadeira, por prazer. Poder é ter na mão um punhado de pessoas, acorrentadas pelo clamor da chantagem, e da possível revelação, que certo ato em desonra mancharia reputações. Poder é definhar a liberdade alheia, e consumir sua independência até que não sobre nada além de ossos. Assim se dão os ratos no Congresso, com raras exceções, temos aqueles que oram por algo, mas que infelizmente não adianta nem orar para Deus, fingindo ser um evangélico, pois até eles, fingem que precisam rezar. Uma fábula hedionda. O que os torna capazes de aturar esse personagem que disfarça as sombras de uma escuridão meticulosa. Whisky e pó. E puta. O que gira Brasilia. E um grande temor, um temor pincelado por uma lustrosa careca que soube ocupar o espaço deixado vazio, e demonstrar irrefreavelmente o que pode acontecer de acordo com sua própria logica legal. até onde pode ir. com sua maniqueísta interpretação constitucional, que vela o obscuro, o que um dia foi medieval, e as mesmas justificativas, achadas numa bíblica constituição, guardavam os anseios de poucos que poder tinham sobre muitos. Esse olhar acurado e perspicaz, de saber se impor sem precisar se arranhar, nem sujar a gravata. Derrube apenas um, para deixar os outros espertos. Para que gastar forças derrubando três? E se Gilmar, Moraes e Toffoli caíssem de uma vez, de uma só vez, no mesmo avião? Esse tipo de hipótese não é considerada, como não era considerada a morte do juiz Teori. Podiam estar mais uns cinco da corte, que o país arrumava um jeito de repor suas mais poderosas marionetes. Elas conquistaram o Congresso, com o temor daquele que infligiu a pena ao que descordava apenas. O famoso bolsonarista, agora criminoso. Engraçado como isso uma vez era apenas uma estupidez, nada mais. Hoje já não denota bom senso, muito menos poder. Desapoderados estão os deputados que ainda torcem por um retorno de Jedi, já inelegível. Alguns diriam do Darth Vader, e quem está certo? Ambos. Simples assim, mas isso não apaga o fato de que estamos novamente sendo dirigidos por uma das quadrilhas mais organizadas do Brasil. O mais espúrio do PT, com o resto do PMDB, que nem a sigla conseguiu suportar. A legenda. Lula-Alckmin. Como se um não pudesse dar uma facada nas costas do outro. Como se esse vice não aspirasse o lugar do seu, chefe? Eu diria co-corrupto, coautor, comodity. O quando vale esse produto? Num país onde se fabricam corruptos por excelência, uma fábrica, Brasília Profissional, deixando voce afiado para ser mais que um malandro carioca, ser o calhorda do pedaço. Essa máscara da ética que todos vestem não lhes cai bem. Sabemos que o que mais importa acontece de portas fechadas. Não ousemos a revelar os segredos capitais, seriam algo como o Vaticano desenterrando seus mortos, fascinoras, pedófilos. Assim pagamos as perversões dos exaltados, de uma seleta classe que somente tem olhos para o poder, e uma pele afeita para o bem comum, para justiça. Em quem acreditar quando no labirinto ainda está no escuro. Lógico, em quem tiver... o... o copo com mais gelo, e mais largo.   

 

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- ESPECIALIDADES -

 

 

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"Essa espera. Nada pior no mundo que esperar, principalmente se for algo que muito nos interessa. Cria uma ansiedade que é deveras desconfortável, isso vai nos deixando confusa. Eu me perco nessa prolixidade de pensamentos que rocordam meu passado, ora me fazem lembrar que ja vivi quase todo tempo que por direito tenho nessa vida, e a chama que nos revela, ao mesmo tempo que nos tolhe, se encolhe, até que na perseverança do tempo, finalmente se apaga. "   A ROSA OCULTA

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CRÔNICAS

Aparentemente mais longe, ouso dizer que nunca estivemos tão próximos. É na ausência que a existência se constrói. Quando damos falta do outro, ele existe, e a partir dessa sensibilidade estamos todos tecendo novas minúsculas fibras em nossas relações. O contato se torna menos supérfluo, e nos aconchegamos no estritamente necessário. Quando reprimimos desejos que antes eram consumados dentro de uma total liberdade de locomoção, tomamos consciência que essa transformação, nada sutil em nós, opera um novo condicionamento, pois esses desejos canalizados por outros caminhos, formam a massa necessária para reinventarmos um novo mundo. O novo mundo está acontecendo bem diante de nós.

 

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UNTIL YOU FEEL

IT´S THE SAME HEART TO STEAL

FEEL THE RAIN BEFORE YOU KILL

DREAM THE DREAM

UNTIL YOU FEEL 

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COMPOSIÇÕES

 

Eu sou o impostor verdadeiro que apresenta a petição pública na maquiagem dos tribunais

Eu sou a lâmina da faca de grafite que transforma ordinários em imortais 

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